Com Magda Chambriard na Petrobras, prevê-se uma gestão mais nacionalista

Magda Chambriard

Magda Chambriard é funcionária de carreira da empresa

Deu na Folha

A saída de Jean Paul Prates do comando da Petrobras nesta terça-feira (14) fará com que a estatal tenha seu sexto presidente em pouco mais de três anos. Desde abril de 2021, a petroleira foi presidida por Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna, José Mauro Coelho, Caio Paes de Andrade e Jean Paul Prates.

A substituta de Prates, Magda Chambriard, é engenheira e ex-funcionária da estatal. Comandou a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) durante o governo Dilma Rousseff. É vista pelo mercado como um quadro de perfil mais nacionalista do que Prates, que tentou equilibrar sua gestão atendendo a promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas sem assustar investidores privados.

JEAN PAUL PRATES (JAN.23 A MAI.24)

Demitido nesta terça-feira (14), Prates sofreu forte processo de fritura nos últimos meses, após críticas de Silveira à sua abstenção em votação de proposta do governo para reter dividendos extraordinários referentes ao resultado de 2024, medida que havia sido negociada com Lula.

Defendida por Silveira e Costa, a retenção foi aprovada no início de março e derrubou o valor de mercado da estatal. O governo acabou recuando semanas depois e aprovou a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários em assembleia no fim de abril.

Embora tenha conseguido “abrasileirar” o preço dos combustíveis, como prometeu Lula, o executivo vinha sendo questionado também pela demora em anunciar investimentos prometidos pelo presidente em expansão da capacidade de refino e estaleiros, por exemplo.

CAIO PAES DE ANDRADE (JUN.22 A JAN.23)

Nome que enfrentou maior resistência interna na estatal, Caio Paes de Andrade ocupava uma secretaria no Ministério da Economia quando foi indicado por Bolsonaro para “dar nova dinâmica” aos preços dos combustíveis no país.

Sua nomeação foi questionada pelos órgãos internos de controle, diante da falta de experiência no setor de petróleo ou em empresas do mesmo porte, requisitos exigidos pela Lei das Estatais, mas Bolsonaro também elegeu um conselho de administração mais alinhado, que aprovou seu nome.

Sua gestão foi a que mais atuou em favor do governo. Ajudada pela queda nas cotações internacionais do petróleo, a Petrobras passou a anunciar uma série de reduções nos preços dos combustíveis em meio ao processo eleitoral.

JOSÉ MAURO COELHO (ABR.22 A JUN.22)

Ex-secretário do MME (Ministério de Minas e Energia) sob Bolsonaro, José Mauro Coelho não foi a primeira aposta para substituir Silva e Luna, mas acabou ficando com o cargo após a desistência do consultor Adriano Pires, questionado por prestar serviços a clientes e concorrentes da estatal.

Mais uma vez, um presidente indicado por Bolsonaro assumiu o posto defendendo a política de paridade dos preços dos combustíveis em relação às cotações internacionais, embora o presidente da República tenha passado boa parte de seu mandato criticando a alta de preços.

“Temos que ter os preços no mercado doméstico relacionados aos preços de paridade de importação. Se assim não fosse, não teríamos nenhum agente econômico com aptidão, ou com vontade de trazer derivados para o país. E teríamos risco de desabastecimento”, afirmou, ainda em 2021.

JOAQUIM SILVA E LUNA (ABR.21 A ABR.22)

O segundo presidente da Petrobras sob Bolsonaro foi também o segundo mais longevo. O general Joaquim Silva e Luna presidia Itaipu Binacional quando foi convidado para substituir Castello Branco, em um momento de ampliação da presença militar no setor de energia.

Sua indicação animou apoiadores do presidente, que esperavam uma guinada na gestão da empresa. Logo em sua posse, porém, Silva e Luna afagou um mercado financeiro que temia mudanças na estratégia de preços dos combustíveis, ao dizer conciliar interesses de consumidores e acionistas.

Silva e Luna manteve o ritmo do programa de venda de ativos e, embora tenha reduzido a frequência de reajustes de preços dos combustíveis, foi responsável pelos mega-aumentos de março de 2021, em resposta à disparada das cotações internacionais após o início da Guerra na Ucrânia.

ROBERTO CASTELLO BRANCO (JAN.19 A ABR.21)

Mais longevo presidente da Petrobras sob Bolsonaro, Castello Branco foi indicado ainda no período de transição pelo então futuro ministro da Economia Paulo Guedes, com quem compunha um grupo batizado ironicamente de “Chicago Oldies”, por terem estudado na Universidade de Chicago.

Defensor da privatização da estatal, Castello Branco aprofundou estratégia iniciada no governo Michel Temer, que previa foco no pré-sal, venda de ativos em áreas consideradas não estratégicas e melhor remuneração ao acionista.

Alterou sua política de dividendos, permitindo o pagamento mesmo em caso de prejuízo, em processo que justificou os reajustes recordes pagos em 2022. Ele entrou na mira do ex-chefe na saída do período mais turbulento da pandemia, no fim de 2020, quando a recuperação das cotações fez os preços dos combustíveis dispararem no país.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Se é mais nacionalista do que Jean Paul Prates, a engenheira Magda Chambriard deve ser saudada com efusão. Chega de entreguistas na mais estratégica empresa nacional. Vamos trabalhar pelo Brasil, só para variar um pouco, inclusive extraindo petróleo da margem equatorial da Amazônia, possibilidade que provoca chiliques e faniquitos no Ibama. (C.N.)

15 thoughts on “Com Magda Chambriard na Petrobras, prevê-se uma gestão mais nacionalista

  1. Nacionalista ai quer dizer que a PTbras irá entrar em vários negócios nebulosos com empreiteiras e teremos mais um petrolão a vista. Para quem foi saudado como especialista em petróleo ser demitido assim deve está um poço de mágoas.

  2. “A substituta de Prates, Magda Chambriard, é engenheira e ex-funcionária da estatal. Comandou a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) durante o governo Dilma Rousseff. É vista pelo mercado como um quadro de perfil mais nacionalista do que Prates, que tentou equilibrar sua gestão atendendo a promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas sem assustar investidores privados”

    Parece que o Petrolão foi mesmo esquecido.

  3. Encarnou o espírito do Getúlio Vargas ao dizer:
    “Chega de entreguistas na mais estratégica empresa nacional”.
    Isto atrasou o Brasil 50 anos e vai continuar atrasando nos próximos 50.
    Vejam as telecomunicações saimos dos 10 milhões de celulares para mais de 300 milhões, mas podemos voltar à idade da pedra estatizando tudo de volta.

  4. O dito “nacionalismo” já vez a Petrobras ter imensos prejuízos, agora mesmo seu faturamento caiu quase 40%.

    Mas a fé que alguns tem nesse tipo de bobagem é algo impressionante, não importa quantas vezes dê errado as pessoas continuam acreditando nesse tipo de intervencionismo estatal e em contabilidade terraplanista.

  5. Já que falaram de Vargas e intervencionismo do Estado, da década de 1930 a 1980, período em que o Brasil adotou as políticas erradas segundo alguns, o país foi a nação que mais cresceu no hemisfério ocidental. Depois que começou a adotar as “políticas corretas” passou a crescer pouco. Interessante, não?

    Aliás se não fosse pelas malditas políticas nacionalistas na Petrobras, hoje nem existiria o pré-sal, a galinha dos ovos de ouro desses liberais almofadinhas.

    • Pois é caro Rafael Santos e o mais interessante é que os “liberais” querem as benesses do socialismo para si e as agruras do capitalismo livre aos outros. Só os tolos não percebem que o capitalismo voltado à produção foi engolido pelo capitalismo financeiro que visa tão somente o lucro imediato e só aumenta ainda mais as desigualdades.

  6. O petróleo é nosso, mas quem o “comercializa” não nos deixa ver o resultado!
    Quem desvia tanta grana e quem se serve de tal produçáo?
    Alô “puliça”!

  7. A está hora o Emilião está abrindo uma garrafa de champagne francesa de 80 mil euros para tomar numa taça de cristal….

    O amigo do amigo do meu pai adora um “nacionalismo”….

    …..e a empresa bandida continua de pé

  8. Para comentar, é preciso entender, os motivos pelos quais, a Petrobrás foi criada, em 1954 no governo Getúlio Vargas. O presidente era fazendeiro, conservador e ditador, portanto, ninguém em sã consciência pode acusar Getúlio de Comunista.

    O Brasil importava petróleo dos EUA, logo não interessava aos americanos, o nascimento de uma empresa estatal brasileira. Um “cientista” americano chegou aqui e disse que o país não tinha uma gota de petróleo.
    Um grupo de militares nacionalistas bancou a criação da Petrobrás.
    O tripé da industrialização foi erguido: Siderúrgica (CSN), Eletricidade ( Eletrobras) e Petróleo( Petrobrás).
    Getúlio então, começou a sofrer uma campanha brutal de empresários nacionais e internacionais, políticos da UDN , a frente o governador da Guanabara, Carlos Lacerda e militares da Aeronáutica, que criaram a República do Galeão para derrubar Getúlio.
    O presidente cometeu o suicídio diante da pressão sobre a sua família.

    Nenhum empresário, se dispôs a investir na criação da Petrobrás. Entretanto, formam uma cruzada para privatizar a empresa, a maior do Brasil. Na linha de frente interna atacam a empresa, Roberto Castelo Branco ex presidente da estatal, Adriano Pires consultor de petróleo e gás e Helena Landau a musa das privatizações do governo FHC.

    Paulo Guedes tentou privatizar a Petrobras. Não conseguiu, mas, privatizou o filé mignon da empresa, a Distribuidora BR e os gasodutos.

    Importante salientar, que a Petrobrás é uma empresa de Economia Mista, portanto têm vários donos, os acionistas. A nação é o acionista majoritário, por isso indica o presidente da empresa e o presidente do Conselho.

    A política de Investimento da Petrobrás, seja em Estaleiros, no Pre- Sal, em Refinarias, em exploração de Petróleo fora do Brasil, tem que ser aprovado na Assembleia de Acionistas.

    Observo nessa fúria contra a Petrobrás, muita fakenews derivado da polarização devastadora que destrói o país, lentamente. Usam a ideologia, contaminando o debate, que poderia ajudar o país, porém, o efeito tem sido o contrário.

    Quando os brasileiros vão se livrar dessa política do ódio, das mentiras e da violência política? Não sei a resposta, pois ao invés de melhorar, só tem piorado.

    Foi avassalador

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