Aumento do poder do chefe da Casa Civil virou marca no governo Lula 3

Rui Costa

Mau-humorado e ríspido, Rui Costa está em alta no Planalto

Bruno Boghossian
Folha

Poucos integrantes do governo Lula acumularam tanta antipatia de colegas no primeiro ano de mandato como Rui Costa. O chefe da Casa Civil era descrito por parlamentares e ministros como um político centralizador, ambicioso e ríspido.

Os adjetivos talvez permaneçam lá, mas a marca agora é outra. A consolidação do poder de Costa é um dos fenômenos deste segundo ano de governo. O ministro não só assumiu a confiança plena do presidente como expandiu sua influência.

DOBRADINHA – A mudança no comando da Petrobras é o exemplo mais recente. Lula demitiu um presidente que exibia certa rebeldia em relação aos planos da Casa Civil, para instalar na estatal uma gestora disposta a fazer uma dobradinha com Costa.

O ministro vai participar da escolha dos novos diretores da empresa e apitará com mais frequência na carteira de investimentos da Petrobras. Fernando Haddad, tradicionalmente considerado um protegido de Lula, não foi ouvido na troca.

As ações de socorro ao Rio Grande do Sul reforçaram o aval do presidente a uma concentração de decisões no gabinete de Costa. Lula reclamou de ministros que anunciaram medidas para o estado sem consultar a Casa Civil. Paulo Pimenta ganhou um ministério extraordinário, mas a palavra final das ações do governo sairá de outro gabinete.

JUNTO COM LIRA – O chefe da Casa Civil ainda ampliou o alcance de sua atuação política ao se tornar o interlocutor único do presidente da Câmara, Arthur Lira, que rompeu com o ministro da articulação política, Alexandre Padilha.

Costa ainda se aproximou do antigo adversário Elmar Nascimento, um dos preferidos de Lira para sua sucessão no comando da Casa.

A transferência dessa autoridade é uma escolha clara do presidente. “Tudo que vai para mim passa pelo Rui primeiro”, anunciou, ainda no ano passado. Costa, aliás, é um dos nomes citados para uma futura sucessão de Lula. O petista, porém, voltou a interditar essa discussão nesta semana ao dizer que ainda pretende “disputar umas dez eleições”.

2 thoughts on “Aumento do poder do chefe da Casa Civil virou marca no governo Lula 3

  1. Não existe nenhum plano maquiavélico em manter uma casa dividida, é burrice mesmo.
    Burrice ideológica virou pandemia.
    Mesmo com esse Barba mandando em tudo não quero ver meu país quebrado, na bancarrota.

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