Maduro ameaça “guerra civil e banho de sangue” se for derrotado nas urnas

Maduro fala em risco de 'banho de sangue' e 'guerra civil' em caso de  derrota nas eleições da Venezuela; veja vídeo

Maduro se assume como ditador e assusta os eleitores

Bruno Boghossian
Folha

A 11 dias da eleição, Nicolás Maduro pediu a seus partidários que contemplassem o que seria uma derrota do chavismo. O presidente recorreu a um truque do alarmismo político durante um comício e disse que o triunfo dos opositores, a quem chamou de fascistas, produzirá um “banho de sangue” e uma “guerra civil”.

Disseminar o medo da violência e tratar a votação como questão de vida ou morte não é exatamente uma inovação na cartilha do populismo autoritário.

UM FIASCO – Falar em fiasco no contexto da campanha deste ano, porém, não é pouca coisa para um regime que controla a máquina eleitoral e praticamente transformou a escolha de presidentes num processo de confirmação de seu poder.

A votação marcada para 28 de julho se apresenta como a contestação mais vigorosa ao regime em décadas. Pesquisas de intenção de voto mostram o opositor Edmundo González 20 ou 30 pontos à frente de Maduro. Na reta final, o presidente iniciou uma campanha para manter seus eleitores sobressaltados.

No comício de quarta (17), Maduro subiu ao palco vestindo uma jaqueta estampada com uma imagem do próprio rosto e arriscou passos de dança ao som de seus jingles.

PROJETO CRISTÃO – Discursou por quase uma hora, descreveu o “bolivarianismo do século 21” como “um projeto cristão”, leu postagens racistas de adversários e classificou a oposição como uma ameaça.

O alerta sobre o banho de sangue foi lançado por Maduro para convencer os venezuelanos de que um voto na direita representa um salto no escuro e, mais do que isso, um passo em direção ao caos. O presidente fez questão de associar a oposição ao bloqueio de estradas e a uma “guerra econômica” representada pelo embargo americano.

O histórico da política sugere que a investida final de Maduro é parte de um longo processo de deslegitimação de seus adversários. Para completar, o presidente alimenta um ambiente de instabilidade que, por todos os cálculos, será explorado para o regime caso as urnas determinem que ele terá que deixar o poder.

8 thoughts on “Maduro ameaça “guerra civil e banho de sangue” se for derrotado nas urnas

  1. O que ele esta dizendo? Se eu perder, probabilidade remotíssima em se tratando de um pais dirigido por uma ditadura totalitária, ele não vai entregar o poder, e se quiserem toma-lo, os vitoriosos, terão que fazer a força e ai ele vai resistir.
    Como tem o domínio da força, os vencedores nas urnas, serão contidos pelas armas.
    Se é para ser assim, então para que eleição?
    Ele que desembainhe uma espada e de o grito,
    “perpetuidade ou morte”. e todos tem a certeza de que a ditadura dele não é de brincadeira.
    Se fizer isso o lula vai dizer, “que grande homem é este Maduro”.
    Aqui na minha cidade, quando saímos de casa, o que mais encontramos nas ruas, são venezuelanos, fugidos do Maduro e vivendo uma vida miserável, que eles dizem ser melhor do que lá.

  2. Nunca esquecamos que nosso Deus, já afirmou que

    ” a Venezuela tem democracia demais, eu acho”

    Como esperar qualquer outra atitude que nao seja comemorar a ” vitória ” ou mandar tropas para ” defender a democracis” do ataque dos fascistas se, remotamente maduro nao for reeleito.

    Moro numa cidade a 5 ou 6 mil km da venezuela e eles sao quase a totalidade de atendentes de mercados. Por exemplo.

    Devem ser todos fascistas que cansaram do excesso de democracia e aceitam qualquer vida para fugir de lá

  3. O ditador está com medo de precisar mudar de endereço, não lhe parece nada agradável passar o resto da vida longe do “seu” povo, vivendo em um exílio nem tão dourado quanto ele gostaria que fosse, porque viver em Cuba, na Nicarágua, na Bolívia, no Irã ou na Coreia do Norte não é uma legal, legal mesmo é viver em um palácio cercado de servos.

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