Lula e Amorim queriam sugerir novas eleições e viraram piada na Venezuela

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Jornal humorístico de Caracas usou a Piada do Ani

José Casado
Veja

“Brasil propõe repetir eleições até que Maduro ganhe” — estampou nesta terça-feira (13/8) El Chigüire Bipolar, jornal satírico venezuelano especializado em “notícias parciais e sem veracidade” editada por uma capivara com indigestão psicológica. Acrescentou: “Num esforço para solucionar a crise venezuelana, Celso Amorim, assessor do presidente Lula da Silva e a única pessoa para quem, no entanto, não é suficiente uma web com todas as atas do CNE [Conselho Nacional Eleitoral], sugeriu repetir as eleições na Venezuela até que [Nicolás] Maduro ganhe.” Poderia ser uma “melhor de três”, ironizou o jornal.

Lula esboçou essa proposta de novas eleições presidenciais durante a reunião ministerial da última quinta-feira (8/8), contaram os repórteres Andrea Jubé e Fernando Exman, do jornal Valor Econômico. Amorim confirmou, qualificando-a como sugestão “informal.”

SEM COMENTÁRIOS – Em Caracas, a oposição à ditadura chefiada por Maduro, que já havia rejeitado a ideia, preferiu nem comentar. Indicou a piada do El Chigüire Bipolar como resposta.

Lula e Amorim sequer conseguiram ser originais. Esse plano havia sido torpedeado pelo ex-presidente da Colômbia, Iván Duque. Em comentário de 543 palavras que divulgou numa rede social, no domingo anterior (4/8), Duque contou que o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela estudava “a possibilidade de declarar nulas as eleições”, com o argumento de que os dados das urnas podem ter sido corrompidos em suposta ofensiva de hackers a partir da Macedônia contra o Conselho Nacional Eleitoral.

Dominados por Maduro, o tribunal e o conselho eleitoral não divulgam informações sobre esse hipotético ataque, assim como não publicam as atas eleitorais (boletins de urna) que alegam sustentar a vitória do ditador — a oposição lançou quase 30 mil atas na internet, demonstrando a derrota do regime por mais de 30 pontos percentuais de diferença. O tribunal marcou para a próxima sexta-feira (16/8) a “sentença” sobre o resultado eleitoral. Será “inapelável”, avisou.

DEU TUDO ERRADO – Dez dias atrás, a mensagem de Duque sobre manobras da cleptocracia venezuelana para anular a eleição podia ser interpretada como reação retórica de um ex-presidente colombiano adversário do chavismo. A proposta de Lula e Amorim deu-lhe um verniz de autenticidade, ao menos em parte. Ele antecipou: “O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sugeriria repetir as eleições para ajudar Maduro, e está tentando que México e Brasil façam o mesmo.”

O plano prevê decreto judicial, “de cumprimento obrigatório”, ordenando ao conselho eleitoral que “desproclame” Maduro como eleito” e determine nova eleição presidencial “para a primeira quinzena de dezembro de 2024”.

Duque listou consequências possíveis nesse “cenário estratégico” da ditadura: 1) “Congelar” a situação política — em tese, não haveria motivos para protestos domésticos; 2) “Eliminar” a suspeita de e fraude nas urnas com a teoria de que os dados eleitorais teriam sido modificados no suposto ataque hacker; 3) “Satisfazer” parte da opinião pública externa com novo processo eleitoral; 4) “Blindar o regime ditatorial por quatro meses, para que possa se organizar e garantir sua vitória nas urnas em dezembro.

APOSTA ERRADA – Lula e Amorim apostaram na permanência da cleptocracia chavista. Ambos têm um histórico de duas décadas nesse flerte, primeiro com o coronel Hugo Chávez e, depois, com Maduro. Desta vez, perderam (ano passado haviam apostado no candidato peronista na Argentina, e também perderam com ele).

Adotaram a tática da cegueira deliberada. Na campanha, promoveram homenagens públicas a Maduro, enquanto rejeitavam, em privado, atender a um telefonema da líder da oposição, María Corina Machado, banida da eleição.

Nos últimos quinze dias, diante das evidências e protestos contra fraude, produziram distrações — entre outras, questionando a legitimidade dos boletins de urna divulgados pela oposição (82% do total). Reivindicavam papel de liderança na resolução do impasse venezuelano. Acabaram virando meme em Caracas.

6 thoughts on “Lula e Amorim queriam sugerir novas eleições e viraram piada na Venezuela

  1. Proposta de Lula para nova eleição na Venezuela vira piada em Caracas.
    Fonte: Revista Veja, Política, 14 ago 2024, 08h43 – Por José Casado
    Acorda, Brasil!

    (Inteligência na ora reproduzida dica dada de matéria).

  2. Carlos Newton,
    Diante disso vou requerer à Caixa Econômica Federal,que daqui para frente,todos os concursos da Mega sena sorteados,sejam refeitos,até que saiam os números nos quais joguei.
    Me dá uma força aí,meu prezado editor!

  3. Para felicidade dos que acreditaram que Biden da Silva realmente é um democrata, a resposta está aí. E para aqueles que festejaram a “volta” do Brasil este é o papel que estamos fazendo hoje, de uma democracia relativa, mequetrefe e com a “célebre” diplomacia fazendo um papelão como este. Este “assessor especial” do presidemente, com uma ideia de jerico como esta nos envergonha mais ainda, mas não nos desesperemos, temos mais 29 meses desta gente nos “representando” no Exterior.

  4. Que vergonha essa proposta do assessor internacional, Celso Amorim.
    Novas eleições, é uma piada de mau gosto.

    A Corte Eleitoral venezuelana, acaba de descascar a ONU, que criticou a lisura das eleições do Nicolau.
    E, tomaram a decisão de impedir qualquer organismo internacional, ONGs e o Instituto Carter, de acompanhar eleições na Venezuela.

    Maduro se declareou vencedor das eleições, não vai mostrar as ATAS, que evidenciariam a sua derrota e vai prender toda a oposição e matar os manifestantes, que ainda protestam contra o ditadir.

    Lula e Amorim se enrolam cada vez mais. Estão perdidos e desmoralizados no cenário internacional. Ninguém liga para a diplomacia brasileira.

    Esse terceiro governo do Lula, está se transformando rapidamente numa avenida aberta para a volta de Bolsonaro, que aquece as turbinas, para voar em 2026.

    Tarcísio de Freitas, chora pelos cantos do Palácio em São Paulo, com a perda do sonho de presidir o Brasil. Sabe, que a Anistia de Bolsonaro votada pelo Congresso,visão favas contadas.

    É uma pena, mas, são os fatos e ir de contra as evidências, não é bom para ninguém.

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