Campos Neto revela que o Banco Central esteve muito perto de intervir no câmbio

“Nunca houve um espírito de equipe tão grande”

Pedro do Coutto

Numa entrevista de página inteira a Miriam Leitão, Roberto Campos Neto afirmou que o Banco Central esteve perto de intervir no mercado de câmbio para conter as elevações verificadas, mas depois desistiu da ideia. Miriam Leitão indagou a respeito da alta dos juros, e Campos Neto afirmou que “A gente sempre disse que se fosse necessário subir os juros, subiria, mas não lembro de ter falado de alta de juros. O mercado já vinha colocando um pouco de expectativa de alta na curva. Mas não depende só do mercado, precisa olhar o cenário daqui para frente. A economia está forte, parte do mercado de trabalho está forte, a inflação em 12 meses bateu 4,5%, mas vai cair um pouco, e os próximos números vão ser melhores.”

Segundo Campos Neto, há indícios de que o mercado de trabalho forte está começando a afetar serviços, mas que isso ainda não está evidente. “Por outro lado, sobre a economia americana há agora a percepção de que haverá desaceleração organizada. Os economistas não estão prevendo alta ( de juros) para este ano, mas o mercado sim. É importante ter calma, ter cautela nos momentos de muita volatilidade”, acrescentou.

PATAMAR – O mercado de câmbio foi considerado como um fantasma por Roberto Campo Neto, mas, segundo ele, as coisas voltaram ao seu patamar aceitável, não sendo preciso um ato de impacto no mercado que poderia gerar efeitos difíceis de prever.

“Esse fantasma tinha três razões. O medo de que a desaceleração nos EUA fosse ser muito mais forte. Esse fantasma desapareceu. Outra razão era que uma parte grande do mercado financeiro mundial estava `fundiado´ em iene, ou seja, tinha a perspectiva de que, no Japão, a taxa de juros ia ficar baixa para sempre, de que era fácil pegar dinheiro emprestado lá para aplicar em outros lugares. Esse movimento foi desmontado em mais ou menos 50% a 60%, já não tem mais o mesmo peso. O mercado começou a ter uma preocupação muito grande sobre a relação entre EUA e China, com medo de uma desaceleração global”, destacou.

INTERVENÇÃO – Sobre a possível intervenção no mercado de câmbio, o presidente do BC disse que houve a discussão se, em alguns momentos, deveria-se vender câmbio ou não. “A curva longa de juros estava subindo muito e uma das coisas que a gente aprendeu aqui é que tem que fazer intervenção quando tem disfuncionalidade no mercado. A gente olhava a liquidez no câmbio e achava que não. Olhava a precificação do câmbio com outras variáveis do Brasil e achava que não. Mas quando olhava a desvalorização do câmbio, tinha sido bastante rápida naquele período. Então gerou um debate, a gente preferiu esperar. Teve momentos que a gente estava preparado para intervir de fato”, disse Campos Neto.

Ele afirmou ainda sobre ter sido criticado pela camisa que usou na campanha presidencial passada que hoje teria feito diferente, destacando que “o voto é um ato privado”. “Acho que, no fim das contas, a autonomia e a independência se fazem pelo que eu fiz ao longo do tempo no Banco Central. Fizemos a maior alta de juros no período eleitoral dos países emergentes”, destacou.

Por fim, Campos Neto  frisou que não se lembra do tempo em que esteve no cargo de um grupo de diretores do banco estar tão coeso. “Acho que isso é sinal de que a transição para o meu sucessor será marcada pela tranquilidade”, finalizou.

10 thoughts on “Campos Neto revela que o Banco Central esteve muito perto de intervir no câmbio

  1. “Os economistas (academicos) não estão prevendo alta ( de juros) para este ano, mas o mercado sim.”

    Qualquer um que sabe somar 1+1 sabe o quê issso significa.

  2. GENTE DE POUCA FÉ, será que apenas eu acredito que com a RPL-PNBC-DD-ME, com Deus na Causa, alicerçada na boa-fé, na verdade, na honestidade, na empatia, na justiça, na paz, no amor, no perdão, na conciliação, na união e na mobilização pela mega solução, via evolução, o Brasil pode mais, muito mais ? Por que então o sistema superado, no Brasil e no mundo, copia na cara dura as nossas narrativas, deturpando-as em benefícios próprio, impondo a elas curvas inexistentes fugindo igual o diabo foge da cruz das nossas conclusões retilíneas ? Buscando apenas ser útil ao meu país e ao meu povo. O REAL (R$), desacompanhado do projeto novo e alternativo de política e de nação, apenas trocou o dragão da inflação pelo monstro da agiotagem extorsiva e do endividamento mortal da nação. Portando, sem uma moeda forte no bojo do projeto novo e alternativo de política e de nação, como propõe a RPL há 34 anos, o Brasil continuará condenado à eterna condição de fundo de quintal dos EUA, com direito a esbanjar o velho “complexo de vira-lata”, a lambeção de botas e a babação de ovos, sendo certo que Tio Sam se diferencia do resto do mundo apenas pela supremacia do dólar, papel pintado vendido e comprado a peso mundo afora, fato que mantém os compradores internacionais de rabo preso com o mercado norte-americano que, assim, vai bem obrigado. POR OUTRO LADO, Discursos bonitos, eloquentes, volumosos, inflamados, ufanistas, motivacionais, ajudam, mas, desacompanhados de medidas evolutivas eficazes bem definidas que resolvem a problemática, ficam só na boa vontade, na seara das boas intenções. ABERTURA DEMOCRÁTICA MÁXIMA À PARTICIPAÇÃO POPULAR CABEÇA, com mais chances para as mulheres formarem inclusive maiorias nos governos e nas casas legislativas, é disso que a Democracia está necessitando. TANTO LÁ QUANTO CÁ, verdade seja dita justiça seja feita, quem está matando a democracia-partidária-eleitoral é ela mesmo, através dos seus próprios operadores que nela estão injetando doses muares do próprio veneno. Daí a necessidade de reinventá-la com urgência urgentíssima, fazê-la evoluir, blindá-la, dotá-la de anticorpos, antes que seja tarde demais, tendo em vista a invasão de legiões de psicopatas loucos por dinheiro, poder, vantagens e privilégios, sem limite$, sem sensibilidade humana, sem ética, sem escrúpulos e sem remorsos, como já aconteceu no passado da humanidade com as invasões bárbaras…. Urge pedir arrego ao povo cabeça, colocá-lo na parada, na linha de frente, para conter o avanço do povo sem cabeça manipulado pelos déspotas, mitomaníacos, populistas, oportunistas e aproveitadores do sistema, mais furado do que queijo suíço…, de modo que é inegável que evoluir é preciso, como propõe a Democracia de verdade, direta, com Meritocracia, do Brasil para o mundo. https://www.facebook.com/GloboNews/videos/1578981793031509

  3. O decano Pedro do Coutto continua em silêncio. Aé agora nenhum piu sobre escândalo do Gabinete de Jagunços, montado no STF/TSE para assassinar a reputações e perseguir os adversários do cartel narco-socialista que se adonou do país … uma pena.

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