Pedro do Coutto
Os analistas de eleições têm esquecido em seus comentários um aspecto importante, sobretudo na reta final das disputas. Há grupos de eleitores e eleitoras que só decidem os votos nos dois dias finais que antecedem o pleito e neste momento se voltam para os candidatos que lideram com mais diferença de votos, pois partem do princípio de que votar em concorrentes sem chances significa desperdiçar o voto. Logo, decidem escolher os mais bem colocados para não passar pelo dissabor de votarem em um candidato que tem margem pequena de apoio.
Essas correntes não são muito grandes, mas pesam no final. Portanto, nos prazo final da campanha é que podemos medir para onde eles se voltarão. No Rio, a tendência é votar em Eduardo Paes, que lidera por larga margem. Dificilmente será ultrapassado. A diferença é muito grande. Ramagem deve crescer pouco, mas não ao ponto de alcançar Paes.
LIDERANÇA – Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira mostra Eduardo Paes (PSD) na liderança, com 59% das intenções de voto na disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro, seguido de Alexandre Ramagem, que cresceu seis pontos, alcançando 17% das intenções de voto.
Tarcísio Motta (PSOL) oscilou um ponto para cima (dentro da margem de erro, que é de três pontos para mais ou para menos), e tem 7%. Com isso, Ramagem se descolou de Tarcísio e assumiu a segunda posição isolado. No levantamento anterior, feito entre 3 e 4 de setembro, os dois estavam tecnicamente empatados.
Segundo o Datafolha, Ramagem avançou entre os eleitores que votaram em Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição de 2022. Há duas semanas, o candidato tinha 29%, agora, tem 41%. O Datafolha não fez pesquisas sobre segundo turno no Rio de Janeiro pois Paes tem 59% das intenções de voto. Para vencer no primeiro turno, o candidato precisa ter 50% dos votos mais 1.
NUNES E BOULOS – Em São Paulo, segundo levantamento do Datafolha, o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes e o deputado federal Guilherme Boulos continuam tecnicamente empatados, respectivamente com 27% e 26% das intenções de votos. O ex-coach Pablo Marçal (PRTB) manteve-se estagnado com 19%.
Esta foi a primeira pesquisa Datafolha após o episódio em que Marçal foi agredido por José Luiz Datena durante debate na TV Cultura. Diferentemente de outras pesquisas, como a Quaest, neste levantamento, a cadeirada não parece ter surtido efeito, negativo ou positivo, para o agredido e tampouco para o agressor. Ambos se mantiveram com a mesma porcentagem de intenções de votos.
Em relação à última pesquisa do instituto, veiculada no dia 12, apenas Guilherme Boulos apresentou oscilação. O psolista subiu um ponto percentual, crescimento dentro da margem de erro de três pontos percentuais. Os demais candidatos mantiveram os números. Nunes estagnou nos 27%, Tabata Amaral continuou com 6%, Datena também preservou os 6% de intenções de voto, e Marina Helena permaneceu com 3%. Agora é aguardar a reta finalíssima nas campanhas, mas o quadro já parece bem definido em algumas capitais.
Pablo Marçal, é tratado como sendo um grande risco para o quê será um novo rumo para as campanhas eleitorais brasileiras: A dos pretendente à servir o povo aplicando-se com suas próprias expensas e não como usurpadores do dinheiro alheio, ou seja, do povo!
No caso, um exemplo a ser aquilatado por conscientes, mesmo porque o quê está instalado é puro sequestro muito mal e corruptamente direcionado à vis gananciosos!
Oras pois… nos lembraria Nhô Vitor, meu saudoso contador de causos e avô materno: ” Os falastrões inesgotáveis transformaram as sessões dos parlamentos e as reuniões administrativas em prélios oratórios. Jornalistas audaciosos e panfletários cínicos atacam diariamente o pessoal administrativo. Os abusos do poder, finalmente, prepararão a queda de todas as instituições, e tudo será destruído pela multidão enlouquecida.
Os povos estão mais escravizados ao trabalho pesado do que no tempo da servidão e da escravidão. É possível livrar-se de um modo ou de outro da escravidão e da servidão. É possível compactuar com ambas. Mas é impossível livrar-se da miséria. Os direitos que inscrevemos nas constituições são fictícios para as massas ; não são reais. Todos esses pretensos “”direitos do povo” somente podem existir no espírito e são para sempre irrealizáveis. Que vale para o proletário curvado sobre seu trabalho, esmagado pela sua triste sorte, o direito dado aos falastrões de falar, ou o direito concedido aos jornalistas de escrever toda espécie de absurdos misturados com cousas sérias, desde que o proletariado não tira das constituições outras vantagens senão as miseráveis migalhas que lhe lançamos de nossa mesa em troca dum sufrágio favorável às nossas prescrições, aos nossos prepostos e aos nossos agentes? Para o pobre diabo, os direitos republicanos são uma ironia amarga: a necessidade dum trabalho quase cotidiano não lhe permite gozá-los ; em compensação, tiram-lhe a garantia dum ganho constante e certo, pondo-o na dependência das greves, dos patrões e dos camaradas.
Sob a nossa direção, o povo destruiu a aristocracia, que era sua protetora e sua ama de leite natural, porque seu interesse era inseparável do interesse do povo. Agora que a aristocracia foi destruída, ele caiu sob o jugo dos açambarcadores, dos velhacos enriquecidos, que o oprimem de modo impiedoso.”