Ida de Fufuca para ministério cria disputa no PP e vira desafio para Lira na Câmara

Queda-de-braço Lira-Governo atrasa arcabouço e reajuste dos servidores -  SINDSPREV/RJ

Lira tenta baixar a bola no PP, mas está muito difícil

Lauriberto Pompeu
Folha

Em meio à turbulência causada pelo atraso na reforma ministerial, o PP trava disputa interna pela sucessão do posto de líder da bancada do partido na Câmara. O atual, André Fufuca (PP-MA), já foi anunciado como futuro ministro por Alexandre Padilha, auxiliar de Lula responsável pela articulação política. Com isso, a licença do mandato é dada como certa e o cargo, portanto, terá que ser ocupado por outro deputado.

Enquanto o presidente da Câmara, Arthur Lira, tenta cacifar Dr. Luizinho (PP-RJ) à liderança, outra frente de parlamentares da sigla defende a indicação do deputado Mário Negromonte Júnior (PP-BA). Hoje, a bancada do PP é a quarta maior da Casa, com 49 deputados.

AVAL DE LULA – Além de ter o aval de Lira, Luizinho, que está licenciado do mandato e ocupa a Secretaria Estadual de Saúde do Rio, conta com o apoio do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI). O plano é retornar à Câmara e assumir o protagonismo à frente da bancada.

Além de Luizinho e Negromonte, os deputados do partido em Pernambuco e na Paraíba citam como opção para liderar a bancada o deputado Mersinho Lucena (PB), filho do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP).

A ala que não embarcou na escolha de Luizinho argumenta que não basta ser próximo de Lira e Nogueira para representar o partido na Casa. Também veem a oportunidade de reforçar o alinhamento com o governo ao emplacar o aliado.

MAIS PRETENDENTES – Um dos cotados é filho de Mário Negromonte, que foi ministro das Cidades de Dilma Rousseff. O outro é apoiado por Eduardo da Fonte (PE), que já foi líder do PP, e Aguinaldo Ribeiro (PB), que hoje é líder da maioria na Casa e também já foi ministro das Cidades na gestão de Dilma.

Em maio, Negromonte venceu uma queda de braço contra um grupo do PP que é contra aproximação com o PT e foi eleito presidente do partido na Bahia. Ele é aliado de importantes integrantes do governo, como o líder de Lula no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Parlamentares próximos a Negromonte dizem que mais da metade do PP deseja um nome mais alinhado com Lula. Também acreditam que ele facilitaria o diálogo sobre emendas e cargos estaduais. Além da cobrança para ministérios, que deve ser aplacada após a definição sobre o cargo de Fufuca, há reclamações também a lentidão na liberação de emendas parlamentares.

APOIO A DR. LUIZINHO – Por outro lado, deputados próximos de Ciro Nogueira e Lira defendem abertamente o nome de Luizinho. “É um forte candidato, uma pessoa que todo mundo gosta. Eu acredito que, se for Luizinho, não terá nem disputa” — diz Júlio Arcoverde (PP-PI), aliado regional de Ciro Nogueira.

A cúpula nacional do PP já tentou emplacar Luizinho como ministro da Saúde duas vezes, sem sucesso. A primeira aconteceu em 2021, durante o governo Bolsonaro, e a segunda neste ano, na gestão de Lula, mas o Planalto decidiu manter Nísia Trindade.

A ala mais governista discorda do cenário de favoritismo em torno de Luizinho, embora movimentos feitos junto à oposição na disputa pela prefeitura do Rio — ele foi apontado como opção para concorrer com Eduardo Paes (PSD), próximo a Lula — já estejam perdendo tração com a possibilidade de ele assumir a liderança do PP na Câmara.

ALINHAMENTO CRITICADO – Na quinta-feira, ao mesmo tempo em que Lira admitiu que a legenda teria um ministério, Ciro Nogueira tentou emplacar o discurso de que a sigla não aceitará um alinhamento automático. Caso o escolhido seja Luizinho, essa postura poderia, em tese, ganhar força.

— Já determinei que qualquer parlamentar que apoiar o governo será afastado de todas as decisões partidárias — disse o presidente do PP.

Um ensaio da mesma disputa entre Luizinho e Negromonte aconteceu no começo de 2023, quando ainda não estava definido quem iria liderar a bancada. Para evitar um conflito, o partido decidiu reconduzir Fufuca ao cargo.

6 thoughts on “Ida de Fufuca para ministério cria disputa no PP e vira desafio para Lira na Câmara

  1. 1) Depois de fazer o L de Lira, o atual governo federal vai fazer o L de Luisinho…

    2) Ditado popular: “De grão em grão a galinha enche o papo”…

    3) Parodiando: De L em L a gaLinha poLítica vai vitoriando-se em detrimento do púbLico…

  2. Será que os agentes públicos, – que, aliás estão atropelando a Democracia em seu nome em vão de protegê-la, ao terem o lulismo como a sua expressão sagrada – , estão batendo bem da bola?

    O sacro lulismo tudo pode. A Constituição e as leis infraconstitucionais não se aplicam a ele.

    Ao que parece estão resgatando, ou melhor, mantendo seus trejeitos. Um deles é a relação com o Centrão, que resultou em dois grandes escândalos, o Mensalão e o Petrolão. Esse já foi tornado metafísico, pelo uso da borracha da História.

    E, agora, será que se tornou sacdrossanto? Podemos crer que outros escândalos não teremos? E que vai só colocar no Governo só figuras ilibadas?

    Há um rápido passar de olhos nos seus possíveis comissionados, fica uma pulga atrás da orelha.

    A ficha do Fufuxa, que pode ser fofoca da mídia.

    https://www.metropoles.com/colunas/rodrigo-rangel/anunciado-como-ministro-de-lula-deputado-mandou-dinheiro-para-empresa-fantasma

    Vai aí a ficha corrida do tal Fufuca:

    https://www.metropoles.com/colunas/rodrigo-rangel/anunciado-como-ministro-de-lula-deputado-mandou-dinheiro-para-empresa-fantasma

    Descondenados em maracutaias para atrairem a gente boníssima do Centrão, vêm com os mesmos trejeitos de outrora. Será que desta fez não se terá os “enganos” cometidos outrora?

  3. Ciro Nogueira tinha dado vários depoimentos que era contra a nomeção de Fufuca, porem Lula se encontrou com Arthur Lira antes de anunciar Fufuca como Ministro.

    Sera que Arthur Lira está tentando tomar o posto de Cacique do Ciro Nogueira ?

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