Condenação ao golpe foi histórica e apenas Nunes Marques e Mendonça se esquivaram

Charge do Cláudio (folha.uol.com.br)

Pedro do Coutto

O Supremo Tribunal Federal condenou todos os que participaram da invasão de Brasília e das depredações. Apenas os ministros Nunes Marques e André Mendonça rejeitaram o crime de tentativa de golpe contra a democracia, deixando claro – comentário brilhante de Natuza Nery na tarde de quinta-feira, na GloboNews – que visavam no fundo oferecer algum tipo de blindagem a Jair Bolsonaro, uma vez que reconhecer o projeto de golpe, inevitavelmente, envolve o ex-presidente da República.

Assim, os oito votos a três incluem apenas uma divergência entre Alexandre de Moraes e Luiz Roberto Barroso quanto à classificação dos crimes e a diferença de um ano no prazo de prisão dos culpados. Nunes Marques e André Mendonça condenaram os invasores pelas depredações e prejuízos causados aos bens públicos. Portanto, pode-se dizer que ao que se refere ao reconhecimento de culpa, o julgamento foi unânime nos 11 votos.

ACEITAÇÃO – A diferença está na classificação dos crimes e nas penas aplicadas. Evidentemente, a maioria de oito ministros, incluindo o voto da presidente, Rosa Weber, foi de aceitação do relatório de Alexandre de Moraes que estabeleceu a pena de 17 anos de prisão, dos quais 15 anos em regime fechado.

Os advogados de defesa, na realidade, concentravam suas atuações não a favor dos acusados, mas contra o STF e, principalmente, contra a pena por tentativa de golpe de Estado. Luiz Roberto Barroso achou que a figura do atentado à democracia já envolve por si o projeto de golpe de Estado. O fato é que o julgamento revelou que as condenações não se limitarão aos três primeiros réus julgados, cujas imagens foram exibidas durante a acusação.

Foi um episódio terrível para a vida do país. Mas o julgamento do Supremo deixa para sempre assinalado um desfecho histórico a favor da democracia, da liberdade e do respeito à Constituição. Tentar negar a tentativa de golpe é negar o óbvio. E uma tentativa de golpe somente poderia interessar ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aos seus apoiadores da extrema-direita.

MOVIMENTO – De outro lado, um movimento como o de 8 de janeiro, antecedido pela colocação de uma bomba em um caminhão que transportava combustível para o Aeroporto de Brasília, os acampamentos em frente ao Quartel General da cidade, a tentativa de invadir o prédio da Polícia Federal, logo após a diplomação de Lula da Silva, revelam com a mais absoluta clareza que esses atentados e a invasão de 8 de janeiro nasceram de longo e minucioso estudo.

O planejamento incluiu o transporte, a alimentação e a injeção de uma dose enorme de ódio devastador para criar a atmosfera golpista e de intervenção militar no resultado das urnas, conforme previa o projeto de decreto apreendido na residência de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça.

A decisão do Supremo transformou-se, assim, num episódio de fundamental importância na história do Brasil. Um exemplo para o amanhã, para o futuro do país. No O Globo, a reportagem é de Mariana Muniz e Reynaldo Turollo. No Estado de S. Paulo, de Rayssa Motta, Daniel Haidar e Rubens Anater. Na Folha de S. Paulo, a matéria é de Constança Rezende.

IPTU – A vereadora Teresa Bergher iniciará na próxima semana um movimento na Câmara Municipal do Rio que deverá ter reflexo nas Câmaras Municipais de todos os estados sobre um dispositivo incluído na lei de reforma tributária que estabelece que o IPTU poderá ser reajustado com base na avaliação dos imóveis diretamente pelos prefeitos, excluindo as Câmaras dos Vereadores.

Esse dispositivo abre o caminho para um aumento do tributo de acordo com a vontade dos prefeitos e sem a participação constitucional das Câmaras de Vereadores. A correção sobre o valor dos imóveis trata-se de matéria complexa que não pode ser generalizada, de acordo com as vontades dos prefeitos, sem levar em consideração a opinião pública que se expressa tanto por intermédio da Imprensa quanto através do posicionamento dos vereadores.

Não pode ser a correção de valor uma prerrogativa do prefeito. E, além disso, é algo que atinge tanto os proprietários de imóveis quanto os inquilinos. O movimento a ser lançado por Teresa Bergher deve refletir de imediato nas cidades de São Paulo e Brasília, e em todos os municípios brasileiros.

22 thoughts on “Condenação ao golpe foi histórica e apenas Nunes Marques e Mendonça se esquivaram

  1. A análise do mestre Pedro do Couto, sobre a tentativa de Golpe de Estado com Bolsonaro no Poder, conforme extraído das faixas exibidas no acampamento golpista em frente ao Quartel General do Exército em Brasília deveria ser lida em todas as Escolas Públicas do país. Trata-se de uma síntese sensacional.

    Me curvo diante da inteligência rara de Pedro do Couto.

    O Golpe foi tramado muito antes do grande final fracassado do dia oito de janeiro de 2023.

    Só não se consumou, porque a maioria do Alto Comando do Exército, intuiu que, seria o fim da Unidade Nacional, entregar o Poder para um tirano que não respeita ninguém e que pratica a deslealdade como um modo de vida.

    A demissão do Ministro da Defesa, Azevedo e Silva e dos três Comandantes das Forças Armadas, por não fazerem as loucuras que o Comandante em Chefe determinava, foi decisivo para colocarem uma trava no Golpe.

    A demissão do herói de guerra, reconhecido pela ONU, o general Santos Cruz, humilhado por Bolsonaro, logo no início do governo do capitão, foi um aviso, de que ele desrespeita quem ele quiser, não liga para hierarquia e disciplina, não cumpre o que determina as Leis do país e joga na lata do lixo, uma amizade de 40 anos.

    Olhem o perigo, de entregar o comando da nação, de porteira aberta, com todos os poderes advindos de uma Guarda pretoriana e os Atos Institucionais a sua disposição, com poderes ilimitados sobre o Legislativo e o Judiciário, seria uma tragédia para o Brasil.

    O mundo viraria as costas para o Brasil. O sangue dos brasileiros mancharia o solo pátrio de vermelho e não seria comunismo não, ao contrário, a bandeira fascista dominaria o novo governo. Os próprios militares Legalistas pagariam pela ousadia de acreditar nessa fantasia golpista.

    Que o episódio do oito de janeiro, sirva de lição para que a massa de vândalos Golpistas, amantes de Ditadura, repense esses valores autoritários, que podem colocar um fim, no sonho de um Brasil, melhor para todos, sem divisão entre as regiões e melhoria das condições de vida para as populações do Norte, do Nordeste, do Centro- Oeste do Sudeste e do Sul.
    Polarização Política e Divisão podem levar a dissolução da Pátria.

    Não podemos aceitar esse destino para o Brasil.

    E as Forças Armadas cumpriram o papel institucional de lutar pela normalidade democrática, respeitando o resultado da eleição e evitando assim, o perigo da guerra civil, um resultado ruim para todos os brasileiros.

    • Prezado CN…peço desculpas por minhas palavras…

      É profundamente triste ver analfabetos funcionais comprados a preço do vil metal…dando razão a essa abominação por ora julgada nesse antro que se tornou uma “corte de justiça “.
      Eu tenho 59 anos…o que tenho como base moral e espiritual tenho como gratidão a YAH NOSSO CRIADOR…
      E não me vejo trocando minha consciência pelo vil metal deste “sistema”.
      Concordar com o que está se fazendo com seres humanos …cometendo injustiça a pretexto de “defender” o “Estado de Democrático ” só mesmo comprado pelo vil metal…
      Muito me admira pessoas que pelo tempo decorrido de vida …deveriam ser sábios e justos nas vossas avaliações e defender a verdade e a justiça…Mas optaram em servir ao maligno e abraçarem o vil metal.
      Mas…como o gestor deste símbolo da liberdade…SEMPRE…nos alerta…”quem se importa…?”
      JUSTIÇA E VERDADE…
      quem se importa?
      YAH vai julgar todos…segundo as suas OBRAS…

  2. Quem é a tal Natuza ??

    Ora senhores operadores do direito, há uma diferença enorme entre o rebanho,e o dono da casa branca.

    Dia 8 de Janeiro,houve negligência, omissão, conivência de ambos “donos” da casa branca.
    Quem saia,e quem entrava.

    Os Ministros Mendonça e Nunes, tem razão em ser reticêntes.
    Os donos da casa branca é outro capítulo.

  3. Dante das mil e umas ilicitudes cometidas pelos narcotraficantes do $tf e da fraude da eleição presidencial pelos vendilhões do t$e, a única alternativa para salvar a quadrilha que se apossou do país é inventar um golpe que não existiu. Nas suas intervenções, o psicopata que advogou para o pcc, transtornado e com sangue nos olhos, não admite nenhum questionamento às suas narrativas, que, SEM a individualização das condutas e SEM provas, condenam pessoas por crimes não cometidos.

    Os eleitores do narcotraficante Lula da Silva se lambuzam na lavagem servida pelo excrementíssimo ministro pcc, um tucanalha legítimo.

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