MST ameaça governo, que não tem comprado os produtos dos agricultores familiares

Faixas do MST em ocupação na fazenda Esmeralda, em Duartina, no interior de SP

Cúpula do MST diz que o governo prometeu e não cumpriu

Deu na Folha
Coluna Painel

O MST aumentou o tom das cobranças ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo que vê como paralisia no processo de reforma agrária. As críticas agora se estendem à demora na aquisição de produtos da agricultura familiar pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

“Até agora o governo não comprou um quilo de alimento da agricultura familiar dentro do PAA [Programa de Aquisição de Alimentos]. As famílias se preparam para isso, plantam com essa expectativa. A insatisfação é grande”, diz João Paulo Rodrigues, membro da coordenação nacional do movimento.

PERDIDO NA BUROCRACIA – O Programa fornece alimentação para cesta básica, ações de caridade, asilos, hospitais e diversos serviços públicos. A demanda do MST era que o gasto anual fosse de R$ 1,1 bilhão, mas apenas R$ 250 milhões foram autorizados no início do ano. “E mesmo esse valor menor parece que se perdeu na burocracia”, afirma Rodrigues.

As reclamações também incluem o ritmo de assentamentos de famílias. A demanda do MST era de 50 mil em 2023, a um custo de R$ 2,85 bilhões. Nada foi feito até o momento, segundo o dirigente.

“Minha preocupação é que em algum momento as famílias comecem a fazer uma reclamação nacional, indo para a estrada, parando rodovias, por exemplo”, afirmou.

SEM NOVAS OCUPAÇÕES – Ainda segundo o integrante da cúpula do MST, “não está prevista no momento a retomada de uma jornada de ocupações, mas já há uma reclamação de que precisaremos de cinco mandatos do Lula para concluir o processo de reforma agrária”, afirma.

Rodrigues diz que tem conversado com membros do governo e sugeriu a criação de uma espécie de força-tarefa da reforma agrária. Até agora, diz que não recebeu resposta.

Procurado, o Ministério do Desenvolvimento Agrário não se manifestou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não adianta querer embromar o MST. O movimento é muito organizado a sabe como reagir. Já invadiu e vandalizou a Câmara dos Deputados em 2014, no governo Dilma Rousseff, ninguém foi preso nem respondeu a processo. (C.N.)

11 thoughts on “MST ameaça governo, que não tem comprado os produtos dos agricultores familiares

  1. Não adianta querer embromar o MST. O movimento é muito organizado a sabe como reagir. Já invadiu e vandalizou a Câmara dos Deputados em 2014, no governo Dilma Rousseff, ninguém foi preso nem respondeu a processo

    E, se fizerem de novo, jamais serão processados.

  2. Embora a reforma agrária fora um instrumento da burguesia contra os senhores feudais à época das Revoluções (séculos XVI e XVII) ,e até mesmo mesmo em democracias como os EUA, é vendida hoje como algo absolutamente revolucionário, justificando o uso da força.

    Evidentemente que não estamos mais na produção tocada a foice e martelo. De outro lado a produção orgânica, que exige menos insumos e maquinários agrícolas tem alto valor agregado. Mas tem limitação de escala, sendo incapaz de suprir todo o mercado interno e muito menos substitituir as exportações do “demônio” chamado agro-negócio. De forma que a compra de seus produtos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) mostra-se muito importante. É bom lembrar que o foco do PPA não é a produção orgânica, nem a do MST especificamente, mas do gênero familiar que engloba as anteriores.

    Acontece que os espetáculos do Consórcio não enchem barriga, e já começam a aparecer as fragilidades operacionais do Governo.

  3. Com a palavra do Xico Graziano, uns dos maiores conhecedores do tema. Tanto que quando estudante de Economia, há mis de 30 anos, já o tínhamos como referência sobre política agrária.

    https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=mst+graziano#fpstate=ive&vld=cid:dfdc1a1e,vid:iJq2SLzQ1fI,st:0

    Atualmente caiu em desgraça com a esquerda, pois fora apoiador do Bolsonaro, De forma que se ele falar qua a Terra é redonda, os pretrelheiros dirão que é mentira.

  4. Não devemos esquecer que a militância nos tais movimentos sociais, que foram de sumo importância na luta contra a Ditadura e na construção da CF88 e hoje estão quase no ostracismo, tornou-se uma profissão.

    Com a palavra o insigne jornalista Reynaldo Azevedo, récem convertido ao lulismo.

    https://veja.abril.com.br/coluna/reinaldo/a-boa-vida-de-joao-pedro-stedile-o-burguesao-do-capital-alheio

    Será que já pediu que esqueçam o que escrevera?

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