Pedro do Coutto
Na noite de domingo, na TV Globo, reportagem no Fantástico, com filmes obtidos através de um drone, exibiu cenas seguidas de um treinamento militar, na área da Maré, para treinar os chamados soldados do tráfico em relação a combates armados e atuação contra a repressão policial. Os armamentos são pesados, com fuzis semi-automáticos, metralhadoras capazes de derrubar até aviões, além da ocupação indevida de espaço destinado ao lazer dos 145 mil moradores da região situada à margem da Linha Vermelha.
A repercussão, claro, foi enorme e ficou constatado que o governo do Rio de Janeiro não consegue resolver o problema em face de diversos obstáculos, entre os quais a falta de recursos financeiros, conforme disse o governador Cláudio Castro. O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que o combate àquela situação exige uma conjugação de esforços e não pode excluir a hipótese de um conflito violento. Mas para isso é preciso considerar a segurança dos moradores que não são aliados do tráfico, e sim, dominados pelo comando local do crime.
ENFRENTAMENTO – O problema é difícil, mas deve começar por um combate ao consumo de entorpecentes e outras drogas que envenenam a população e lhes transmite uma ideia de poder através de ondas destrutivas que atingem os perímetros dominados gerando um comércio de roubos, sequestros e extorsões para oferta cada vez maior nas drogas. O consumo de cocaína e de outros produtos alucinógenos criou no Rio (e no país também) um novo e criminoso sistema de valores para serem trocados pelas drogas consumidas em alta escala. Tal mercado sinistro, infelizmente, encontra-se em expansão. É fundamental reduzi-lo substancialmente.
A campanha contra o fumo deu certo há trinta anos. As autoridades devem revivê-la, adaptando-a pela compra das drogas que leva até treinamento militar contra o poder instituído, e portanto, contra a Polícia Militar e a Polícia Civil, mas sobretudo contra a população brasileira. A insegurança das grandes cidades, a começar pelo Rio de Janeiro e São Paulo, tem a sua origem no universo assustador dos tóxicos.
É essencial desintoxicar as áreas de favelas dominadas pelos agentes da desordem que com as suas ações desafiam as forças legais e são responsáveis direta e indiretamente pelas mortes em série, incluindo grande número de crianças, adolescentes e moradores que vivem sob o fogo cruzado do crime nos confrontos com os que têm por obrigação combatê-los. A reportagem do Fantástico é um flagrante histórico da realidade do Rio.
REELEIÇÃO – Em palestra na segunda-feira, na Conferência Hemisférica de Empresas de Seguro, no Rio, Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal, defendeu o fim da reeleição, sustentando que o sistema não tem se mostrado bom para o país. Estiveram presentes o governador do Rio, Cláudio Castro, o prefeito Eduardo Paes e o ministro Luís Roberto Barroso.
Defendeu a substituição do sistema por um que estabeleça a simultaneidade nas eleições no país. De fato, o instituto da reeleição foi adotado dentro de uma situação contraditória e inexplicável: os candidatos à reeleição, Presidência da República, governos estaduais e prefeituras municipais, não precisam se desincompatibilizar dos cargos. Mas, se um ministro ou um secretário estadual apresentar-se para competir, tem que se afastar do posto seis meses antes das eleições. A contradição começa por aí. O titular no cargo pode ficar nele. Os que ocupam outros postos têm que deixá-los até seis meses antes das eleições.
PRECATÓRIOS – Reportagem de Idiana Tomazelli, Folha de S.Paulo desta terça-feira, revela que a Advocacia Geral da União pediu ao Supremo Tribunal Federal que as despesas com os precatórios (R$ 95 bilhões) não sejam incluídas no teto de gastos. Os pagamentos vinham sendo feitos em ordem cronológica, mas o governo Jair Bolsonaro, através de um projeto do ex-ministro Paulo Guedes, adiou os pagamentos e sequer definiu as datas para a sua retomada.
Os precatórios em média, entre a sentença definitiva da Justiça e a sua liquidação, vinham demorando de 30 a 32 anos para serem pagos. Por isso é que em grande número de casos os pagamentos eram transferidos para os herdeiros. Incrível.
Concordo com Rodrigo Pacheco, no que concerne só fim da reeleição para Presidente, Governadores e Prefeitos, uma péssima ideia de Fernando Henrique Cardoso, o cacique do PSDB, levada adiante pelo seu xerife, Sérgio Nota, o ministro tucano das Comunicações.
Em relação a simultaneidade das Eleições, discordo visceralmente.
Eleição geral de quatro em quatro anos, além de gerar confusão na cabeça do eleitor, impede o aperfeiçoamento da Democracia. Neste aspecto, estou ombro a ombro com o saudoso Hélio Fernandes, adepto de eleições anuais. Segundo Hélio, quanto mais eleição, maior a oportunidade do eleitor aprender, quem o representa e quem é picareta, que só pensa no seu clã familiar e dos amigos do peito.
Rodrigo Pacheco tem hora que vai bem, logo depois dá uma derrapada. Mas, Pacheco é dez vezes melhor do que o primeiro ministro Arthur Lira, o rei da Câmara dos Deputados e xerife do Centrão, sim, aquele grupo, que o general Heleno, em plena campanha ao lado de Bolsonaro, cantou sem nenhum ritmo:
” se gritar pega ladrão, não fica um Centrão”
Bolsonaro ganhou a eleição. Heleno foi nomeado ministro do GSI e passou a andar de braços dados, tal e qual namorados, com quem? Com o Centrão.
São as voltas, que o mundo dá. E tem gente que acredita no terraplanismo.
Já que tocaste no assunto da terraplana…com conotação pejorativas…
O nobre comentarista petista…poderia medar respostas…por favor sejas honesto…consigo mesmo ok..
Vamos lá…
Se o modelo oficial da terra é o que tu acreditas…Entao como tu explicas um vôo saindo de Santiago capital do Chile…em direção à Sydney…na Austrália…por quê…sua primeira Escala é na Cidade do México ou los Angeles e depois Hawai…sr preciso for ? Olhe que é vôo direto…com escalas…
O prezado vai na beira de uma praia e observe ao longe…a linha do horizonte
Tu vês a linha do mar plana ou curvada? Sejas sincero.
Por enquanto é só…por enquanto…
YAH NOSSO CRIADOR SEJA LOUVADO SEMPRE…
Com relação à violência na Bahia, o insigne Ministro Dino tacou a culpa na política de armas do Bolsonaro.
https://oantagonista.com.br/brasil/dino-culpa-politica-de-armas-de-bolsonaro-por-violencia-na-bahia/
Ao que parece deixou de referir-se ao Governo passado. Algo que não está colando mais.
Em relação a reportagem do Fantástico, sobre o treinamento da bandidagem, visando o confronto com as gangues rivais, o trabalho da Inteligência da Polícia Civil é digno de elogios.
Para sufocar o crime organizado é preciso uma ação coordenada entre os governo- federal, estadual e municipal.
Não há governo nas comunidades, hoje. Lá, quem comanda e a milícia ou o narcotráfico.
A melhor politica é usar a Inteligência e sufocar os grupos na questão financeira. A máfia americana e italiana foi pega pelo Imposto de Renda. Hoje, a tecnologia está do lado da Lei. Assim, a situação atual só persiste por falta de vontade política.
O confronto não resolve e ainda causam perdas de vidas inocentes e de policiais.
Retificando minha mensagem acima.
Pesquisando sobre o assunto legalização das armas versos armamento dos traficantes, tive acesso a esta reportagem que confirma a acusação do Ministro. Não seica proporção disso.
Mas, embora devamos resgatar a História para compreendermos o presente, as soluções e enfrentamentos são competências do Governo atual.
Deixo o assunto pra quem entende de arnas, pois no meu caso nem arma branca desejo portar.
“Chamou a atenção uma nota fiscal que nós encontramos da aquisição de um fuzil calibre 762. Essa arma foi comprada por um dos integrantes do grupo, o que tinha contato direto com o Major Carvalho, que era a liderança do grupo no Brasil”.
Fonte: https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2023/03/19/como-o-acesso-facilitado-a-cacs-armou-traficantes-e-deu-porte-ilegal-a-membros-de-clube-de-tiro.ghtml
Uma coisa é certa , a política antidrogas tem falhado no mundo todo.
Colocar a culpa nos usuários é claramente uma ficção, pois o uso de drogas sempre foi parte da cultura humana e sempre será.
São interessantes estas reflexões do Ministro Barroso.
https://opopular.com.br/cidades/politica-antidrogas-no-brasil-apenas-destroi-vidas-diz-barroso-no-the-guardian-1.1394171
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cgeqlzw9pw7o
O narcotráfico sustenta muita gente, ‘muita gente’ mesmo.
O narcoestado está aí mesmo, roendo pelas beiradas.
Nada que a frota aérea “madura” e “conboios” levantando e direcionando “pó” em todas as Américas e a nos fazer lembrar o dito: “Nem só de pão, vive o homem!” e principalmente os “iluminados alçados” à nefasta categoria de corruptos e criminosos chupins desalmados!
Há décadas os governos vinham e vem combatendo o narcotráfico com as polícias indo às comunidades para o enfretamento com os traficantes; o resultado foi o narcotráfico ficar mais forte e os maiores prejudicados são os moradores. Isso, é um fato.
Concordo com Roberto Nascimento, combate as drogas, só com inteligência e investimento.
Não há vendedor sem comprador e vice versa.
Fizeram uma forte campanha contra o cigarro e deu certo.
Porquê não começam com uma forte campanha nas escolas e na mídia contra as drogas?
O viciado, não é criminoso, ao ser pego com drogas para seu uso, deve ser levado a uma clínica especializada para tratamento, durante um período determinado. Só o fato de ficar algum tempo numa clínica, já inibe o consumo da droga.
Algumas favelas podem ser urbanizadas de forma a aumentar o espaço de circulação. Outras favelas. podem ser extintas como o caso da Maré, dando lugar a mais pistas de veículos e área de lazer que vai do Caju além da Circular da Penha, ajudando a despoluir a baia de Guanabara de dejetos in natura.
Existem áreas que pode-se construir casas para os moradores da Maré tudo dentro de um cronograma bem estudado.
Não se pode deixar de falar nas escolas de tempo integral que colaboraria muito para diminuir o consumo de drogo
Sem comprador o vendedor vai a falência.
Excelente comentário Nelio Jacob. Você criticou a política contra o crime e expôs brilhantemente, suas considerações para solução da criminalidade.
A Escola de Tempo Integral, pensada e executada por Darcy Ribeiro, com o aval do governador Leonel Brizola, além de ocupar a garotada o dia inteiro na Escola, forma cidadãos preparados para os desafios desse admirável mundo novo, tecnológico, robótico e a nova onda da Inteligência Artificial.
Drogas e Cigarros, são tiro no pé dos dependentes, que abreviam a vida. E viver é a mais bela aventura humana. Por que, ir embora mais cedo?
Caro Roberto Nascimento, solução tem, mas requer vontade política, inteligência, muito trabalho e matar no peito os ataques dos contra.
Abs.
Gente, poderemos ter PCC e Complexo da Maré lado a lado …
CV tem ministro ?
Sr. Newton e Sr. Pedro
Da Série.; Eu Avisei.
O Páis vai ficar inviável por causa da violência.
Leila quer reforços para 24, mas diz que atletas não querem vir pro Brasil…
A presidente Leila Pereira afirmou que quer reforços para a próxima temporada, mas que os atletas não desejam vir para o Brasil por conta da violência no futebol. As declarações foram para a ESPN…
https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2023/09/27/leila-pereira-palmeiras-contratacoes-brasil.htm?cmpid=copiaecola
Se depender das atuações desses estados fronteiriços (SP e MG), o Rio vai ficar na mão, pois é praticamente proposital que os serviços de segurança de SP e MG estão pouco se lixando para o Rio.
Onde está essa matéria.??
Boa matéria do jornalista Pedro do Coutto. O Brasil, sob o comando dos narcotraficantes petistas – infiltrados no STF, na imprensa e no Congresso – já É um narcoestado. Sugiro ao jornalista analisar o crescimento das facções criminosas nos estados brasileiros, com destaque para o Norte / Nordeste.