Denise Rothenburg
Correio Braziliense
Os 34 votos a favor do projeto do Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais), no mês passado, foram um sinal amarelo, uma vez que o governo esperava mais. Agora, a aprovação do projeto do marco temporal no Senado indica que o fim da lua de mel, citado nesta coluna, não é somente na Câmara.
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), ainda tentou retirar o tema de pauta, mas não conseguiu. A avaliação de muitos líderes é de que as vitórias do governo no Parlamento entram, a partir de agora, na entressafra. E se for proposta de emenda constitucional, avisam alguns, melhor esquecer.
FALAR MAL DA MARINA – Aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Omar Aziz (PSD-AM) chegou ao Senado pisando firme e foi logo perguntando ao líder, Otto Alencar (PSD-BA): “Você já liberou a bancada, né?”.
“Como você pediu”, respondeu Otto, referindo-se à votação do marco temporal.
Ciente de que poderia votar como quisesse, Aziz partiu para o ataque: “Meu estado está isolado, atravessa uma seca, e Marina Silva não deixa asfaltar a BR-319. Se algum amazonense morrer de fome, a culpa é dela. Fica pelo mundo e não resolve nada”, disse o senador.
Aliás… A avaliação de muitos senadores é de que, com Marina Silva no governo, como ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima), não vai ter Programa de Aceleração do Crescimento que emplaque. A aposta é que o PAC vai “empacar” na hora do licenciamento ambiental.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A excelente colunista Denise Rothenburg está no caminho certo. Os jornalistas ainda não perceberam que a crise institucional é muito grave, porque desta vez atinge os três poderes, simultaneamente. O Supremo, que poderia fazer as vezes de poder moderador, age ao contrário e está semeando a cizânia em Brasília, como se dizia no regime militar. O novo presidente, Luís Roberto Barroso, diz que o Congresso tem a palavra final em tema que não atinja cláusula pétrea, mas não foi bem isso o que aconteceu no marco temporal. Depois voltaremos ao assunto. (C.N.)
Podemos chamar pelo o que é? Podemos? O boca de veludo vai jogar merda no ventilador. Só que aqui nesse paizinho de vagabundos tudo é possível tudo. Somos tão vagabundos que os melancias das frouxas armadas batem continência pra um corrupto um ladrão vulgar e o consórcio sempre ele passando pano. Ah país vagabundo.
Insistindo no diversionismo do binarismo reducionista e que seja possível privatizar o Estado para atender ao queremismo do sultão, e o pior, os agentes da condução do conluio, digo, do Consórcio, digo da barca furada sentem-se, com as sutanescas bênçãos, os reis da cocada preta. Encontram-se absolutamente alienados, fora da concreta realidade.
O buraco da Realpolitik é muito mais embaixo. Não é algo passível de ser conduzido pelo voluntarismo. Aliás, pode-se crer que o motor de tudo seja o mais egoísta pragmatismo.
São os agentes errados, nos lugares errrados e na hora errada.
Essa bagaça não vai dar certo.
O maior exemplo do voluntarismo, incapaz de perceber que já perdeu o timing.
https://www12.senado.leg.br/noticias/audios/2021/04/ha-40-anos-atentado-do-riocentro-marcou-abertura-politica
Há “dendos”, em:
https://fb.watch/no88T4Ztc8/?mibextid=Nif5oz
Uma tragédia anunciada.