Rosana Hessel
Correio Braziliense
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê o endividamento dos países crescendo um ponto percentual por ano a médio prazo, os desafios têm origem na demanda cada vez maior por gastos públicos, associada às altas expectativas sobre o que o Estado pode e deve fazer, circunstância que eleva o endividamento e as taxas de juros.
Diz o Fundo que as dívidas públicas estão elevadas em todo o mundo e os custos dos empréstimos estão crescendo devido aos juros cada vez mais elevados pelos bancos centrais, no intuito de convergir a inflação para a meta, algo que, pelas estimativas, só deverá ocorrer a partir de 2025.
AUMENTO ANUAL – Pelos cálculos, a dívida pública mundial deverá crescer cerca de um ponto percentual por ano, a médio prazo. “A dívida pública global está, agora, substancialmente mais alta e prevê-se que cresça consideravelmente mais rápido do que nas projeções pré-pandemia.
No ritmo projetado, a média da dívida pública global aproximar-se-ia dos 100% do PIB até ao fim da década”, alertou o relatório Monitor Fiscal, divulgado nesta semana, durante o evento do organismo multilateral em Marraquexe, Marrocos.
Conforme as projeções do FMI, que tem uma metodologia diferente do Banco Central no cálculo da dívida pública bruta, incluindo títulos do Tesouro sob custódia da autoridade monetária, por exemplo, prevê que a dívida pública bruta do Brasil volte a crescer neste ano, chegando a 88,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e subindo para 90,3% do PIB, em 2024, apesar de prever rombos fiscais menores do que o mercado, de 1,2% do PIB, neste ano, e de 0,2%, no ano que vem.
ACIMA DA MÉDIA – Os números brasileiros estão bem acima da média dos países emergentes projetada pelo FMI, de 68,3% do PIB, em 2023, e de 70,1%, em 2024.
Pelas estimativas do Fundo, a dívida pública bruta do Brasil continuará crescendo nos próximos anos e voltará aos patamares de 2020, de 96% do PIB, em 2028, bem a cima da média prevista para as economias emergentes, de 78,1% do PIB.
De acordo com dados do relatório, a restrição orçamentária varia amplamente entre os países pobres, que têm mais dificuldade para conseguir financiamento e têm os juros como grande consumidor das receitas de impostos, e os mais ricos, que estão vendo as atuais políticas caminhando para uma trajetória fiscal insustentável.
ARROCHO FISCAL – “Além disso, há outra consideração importante quando ponderando políticas orçamentárias. Em muitos países, são necessárias políticas fiscais mais rigorosas, não apenas para reconstituir reservas e conter riscos para as finanças públicas, mas também para contribuir para os esforços dos bancos centrais em favor de um retorno oportuno às metas de inflação”, alertou Vitor Gaspar, diretor do Departamento de Assuntos Fiscais do FMI.
O Monitor Fiscal também analisa as implicações fiscais da transição verde, pois é possível identificar “lacunas de ambição” – a diferença entre contribuições definidas nacionalmente pelos próprios países e o que é necessário para cumprir o Acordo de Paris objetivos.
Da mesma forma, há “lacunas políticas” – a diferença entre as metas nacionais e os resultados alcançáveis sob condições de normais de negócios.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, reina a irresponsabilidade administrativa, e muitos outros governantes querem fazer como Lula e declarar ultrapassados os compêndios e as teses principais da Economia Política, com a criação de novas doutrinas, como a de que “o dinheiro vai sair de onde está para ser aplicado onde deveria estar”, uma das favoritas de Lula. (C.N.)
Equilibrar, de porre?
Caminhamos para o precipício de novo.
Quatro décadas perdidas: anos oitenta loucos, anos noventa chocantes e turbulentos, anos dois mil para respirar em meio à roubalheira, anos dois mil e dez terríveis, dramáticos, tristes e coroados com a tragédia que nos trouxe até 2023.
A balança comercial, sem competitividade, sem projeto de país, sem infraestrutura, apenas reflete o fôlego privado, com um Estado pesado e perdulário e preguiçoso, e o inevitável.
Grande demais para quebrar.
Será?
Correto. A dívida global é muito maior que o PIB. É preciso repensar a economia para se adaptar à realidade atual.
Pergunto novamente, onde vai cortar pra garantir a tal responsabilidade fiscal?
Senhores,
O presidente Lula tem razão; “o dinheiro vai sair de onde está (no bolso dos brasileiros) para ser aplicado onde deveria estar (no bolso dos políticos, principalmente os que apoiam o governo)”.
Isto é o Brasil.