Thiago Resende
Folha
O Congresso Nacional avançou na aprovação do projeto que amplia o Fundão Eleitoral e as emendas parlamentares em 2024. Isso expande o poder dos partidos políticos, dos deputados e dos senadores em ano de eleição municipal. A verba turbinada está prevista no Orçamento do próximo ano, cujo texto-base foi aprovado pela CMO (Comissão Mista de Orçamento). Ainda serão votadas sugestões de mudança no projeto. Depois, o texto seguirá para análise em sessão conjunta do Congresso.
Após uma disputa entre a Câmara dos Deputados e o Senado, o valor do fundo que financia as campanhas eleitorais foi fixado em quase R$ 5 bilhões, o que é praticamente o dobro do último pleito municipal, em 2020.
ARTICULAÇÃO – Os presidentes de partidos e a cúpula da Câmara articularam para repetir o valor do fundão da eleição de 2022, que também foi de aproximadamente R$ 5 bilhões. Mas no ano passado, a corrida era para a Presidência da República, governos estaduais e cargos de deputado estadual, federal e senador.
Na avaliação de senadores, não haveria justificativa plausível para distribuir a candidatos a prefeitos e vereadores —que percorrem apenas seus municípios— o mesmo montante usado em uma corrida para presidente, governadores, senadores e deputados federais.
O Senado, porém, evitou um embate direto com a Câmara na votação desta quarta em relação ao valor para financiamento de campanha —a eleição municipal tem mais peso para os deputados.
RECORDE EM EMENDAS – A principal discussão na votação desta quinta-feira, assim, foi em torno da expansão das emendas parlamentares, aqueles recursos que deputados e senadores enviam para obras e projetos em seus redutos eleitorais e, com isso, colhem capital político.
O projeto aprovado prevê o patamar recorde de R$ 53 bilhões para emendas em 2024. Atualmente, no primeiro ano desse governo Lula (PT), foram reservados R$ 46,3 bilhões para atender aos parlamentares.
Além disso, há um cronograma para o Palácio do Planalto fazer alguns desses repasses. Essa medida é vista como uma forma de tirar poder da articulação política do Executivo.
NA MÃO GRANDE – “Na verdade, os investimentos do governo vão ser inferiores às emendas parlamentares”, disse o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). “Os senhores tiraram R$ 17 bilhões do Executivo na mão grande”, afirmou.
O petista se referia ao corte que foi feito no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e de outros projetos dos ministérios do governo Lula para que o Congresso conseguisse expandir as emendas. “O governo deveria ter mandado no Orçamento essas emendas e não mandou. Então a comissão teve que decidir de onde ia tirar”, respondeu Motta.
O líder do governo na Comissão Mista de Orçamento, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), disse que o acordo costurado foi necessário para balancear as agendas de Lula e do Legislativo. “É muito contraditório. A gente enfrenta dificuldades enormes. O governo tem um foco. O Parlamento tem outros focos que, muitas vezes, têm que ser equilibrados. É isso que estamos fazendo, avançamos naquilo que é essencial”, declarou Zarattini.
TIPOS DE EMENDAS – Existem três tipos de emendas: as individuais (que todo deputado e senador têm direito), as de bancada (parlamentares de cada estado definem prioridades para a região), as de comissão (definida por integrantes dos colegiados do Congresso).
Líderes do Congresso admitem que as emendas de comissão vão funcionar como as extintas emendas de relator, que eram a principal moeda de troca nas negociações do governo Bolsonaro e do Legislativo. O mecanismo das emendas de relator, porém, foi derrubado pelo STF no fim do ano passado.
Em 2022, as emendas de comissão representaram apenas R$ 330 milhões. Para 2024, o Congresso prevê R$ 16,6 bilhões. De olho nessa verba, partidos políticos travaram um embate nessa quarta em relação à divisão desse dinheiro entre as comissões da Câmara e do Senado. Isso atrasou a votação do Orçamento.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É uma derrota atrás da outra. O Congresso impôs a Lula um cronograma que exige liberação do dinheiro de emendas para as obras e municípios escolhidos pelos parlamentares. Isso reduziu a margem de manobra do governo para acordos em momentos decisivos no plenário. Outra mudança enfraquece o ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, porque as emendas parlamentares serão liberadas diretamente pelos ministérios. É o semipresidencialismo já vigorando na teoria e na prática. Os superpoderes do Executivo já eram, como se dizia antigamente. (C.N.)
Só no presidencialismo mais forte como o da Argentina é possível um paralelo de MP tão abrangente e comprador de brigas como o que Milei editou na Argentina.
Será derrubado pelo parlamento?
Lembra um certo Brasil dos anos 1990, mas foi longe: meio Collor, meio FHC, meio Temer, meio Bolsonaro.
Pelo menos não houve estelionato eleitoral.
Quem o elegeu está tendo o que pediu.
“Na verdade, os investimentos do governo vão ser inferiores às emendas parlamentares”, disse o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). “Os senhores tiraram R$ 17 bilhões do Executivo na mão grande”, afirmou.
Mão grande ? Processe-os ! Seu guru meteu a mão e se deu mal. Ataque os quinquênios também, se tiver coragem.
Esse aí só fala em mão grande com boca pequena. Ele sabe onde tem ladrão.
O Malandrão Pelego Corrupto foi passado para trás pelos “espertos”….
Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão….
Dá-lhe 51