Não se surpreendam quando as pesquisas indicarem Tarcísio como favorito em 2026

Em aceno a evangélicos, Caiado e Tarcísio adotam 'script religioso' na Marcha para Jesus - Estadão

Tarcísio prega para evangélicos na Marcha para Jesus

Carlos Newton

Política é uma atividade em que geralmente se trabalha a longo prazo, arando a terra e semeando, para colher depois. É claro que há todo tipo de político, como o tal ex-coach Pablo Marçal, que plantou apenas em benefício próprio, enriqueceu aplicando golpes em pessoas desprotegidas, depois conquistou um número enorme de admiradores nas redes sociais e se lançou numa aventura eleitoral que quase deu certo.

Antes de Marçal aparecer, também em São Paulo tivemos o exemplo de João Doria, que fez dupla carreira, desde os tempos da TV Manchete, plantando sua imagem como apresentador de televisão e líder empresarial, tendo colhido tanto apoio que foi eleito prefeito, depois governador e quase chega à Presidência da República, mas foi prejudicado pelo fenômeno Jair Bolsonaro e nem conseguiu se candidatar em 2022.

 ANTECIPAÇÃO – Agora, discute-se cada vez maia abertamente a próxima eleição presidencial, cujo debate foi antecipado pelo próprio Lula da Silva, que se lançou candidato ainda no primeiro ano de governo, em 2023. Na época, foi aos Estados Unidos, encontrou-se com o presidente Joe Biden, que lhe disse que seria candidato à reeleição aos 81 anos, praticamente a mesma idade que Lula terá na eleição de 2026. Voltou de lá encantado com a possibilidade e foi logo lançando sua futura candidatura.

Biden descobriu que está com a validade vencida e foi obrigado a desistir, mas essa bola fora não desestimulou Lula, que insiste em tentar a reeleição com 81 anos, criando uma fila de candidatos interessados em ser vice na chapa dele…

Até aqui, tudo bem. Mas o futuro a Deus pertence e há outros candidatos à Presidência. Os principais são Jair Bolsonaro (PL-RJ), Tarcísio Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Júnior (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União-GO) e Ciro Nogueira (PP-PI), que acaba de mandar fazer pesquisa sobre seu nome confrontando Lula.

CAIR NA REAL – Sonhar ainda não é proibido nem paga imposto. Quando todos caírem na real, perceberão que o mais forte opositor de Lula é Tarcísio de Freitas. Depois de trabalhar com Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro, o carioca/paulista Tarcísio tem a Presidência como meta.

Em 2022, quando Bolsonaro insistiu que se candidatasse ao governo de São Paulo, tudo indicava que Tarcísio entraria no PL. Mas ele surpreendeu a todos, filiando-se a um partido pequeno, o Republicanos, numa manobra verdadeiramente magistral. O presidente do PL agora insiste em convidá-lo, mas Tarcísio não vai entrar no partido de Bolsonaro.

Hoje, suas chances na eleição presidencial são enormes, justamente porque é o único candidato filiado a um partido evangélico, pois o Republicanos é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, e seu presidente, deputado Marcos Pereira, é um bispo da igreja. Com 567 mil filiados, em julho de 2024 já era o 11º maior do país. Na eleição deste ano, foi o sexto colocado e elegeu 436 prefeitos, dando um baile no PT.

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P.S. 1
O pastor Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, já mostrou que está com Tarcísio de Freitas e não abre. Ou seja, tudo indica que a era de Lula e do PT está prestes a desmoronar, e o caminho está sendo atapetado pelos evangélicos para eleger um católico, que desde o ano passado é ativo participante das Marchas para Jesus, organizadas em São Paulo pelos evangélicos.

P.S. 2 – O discurso do governador paulista na última Marcha para Jesus não foi a atração principal, mas agradou a base evangélica. “Está pregando melhor que muito pastor”, disse o apóstolo Estevam Hernandes, líder da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, após a apresentação de Tarcísio. (C.N.)

Procurador-geral da Venezuela ironiza Lula, que teria sido “cooptado pela CIA”

Procurador-geral da Venezuela acusa Lula e Boric de serem 'agentes da CIA'

Aliado de Maduro dá entrevista na TV ironizando Lula

Júnio Silva e Samuel Pancher
Metrópoles

O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ter sido cooptado pela CIA e se tornar um porta-voz dos Estados Unidos. A declaração ocorreu durante um programa exibido pelo canal estatal Globovísion neste domingo (14/10).

Segundo Saab, Lula teria se envolvido com a agência de inteligência norte-americana enquanto esteve preso, por 1 ano e 7 meses. O nome máximo do Ministério Público da Venezuela, no entanto, não apresentou qualquer prova.

DOIS PORTA-VOZES – “Parte dessa chamada esquerda cooptada pela CIA e pelos Estados Unidos na América Latina agora tem dois porta-vozes, que são Lula, que não é o mesmo libertado da prisão, por tudo pelo que foi acusado, não é o mesmo em nada. Nem em seu físico, nem em como ele se expressa”, declarou Saab.

O outro “porta-voz” dos EUA, de acordo com o procurador-geral venezuelano, seria o presidente do Chile, Gabriel Boric.

No programa, Saab ainda alfinetou Lula e comparou a vitória do presidente brasileiro com a polêmica reeleição de Nicolás Maduro, em julho. “Eu te digo que você [Lula] ganhou porque um tribunal eleitoral determinou sua vitória, através de uma sala eleitoral”, disse o procurador. “Por que foi bom para você aí É o caso de Nicolás Maduro, não?”.

BRASIL NÃO RECONHECE? – Mais de dois meses após autoridades eleitorais declararem Maduro o presidente reeleito na Venezuela, o governo do Brasil ainda não reconheceu a vitória do herdeiro político de Hugo Chávez.

A diplomacia brasileira tem atuado como uma espécie de “ponte” entre o regime chavista e o restante da comunidade internacional, que cobra a divulgação dos resultados e maior transparência com os dados do pleito.

O pedido também é uma cobrança do governo do Brasil, que até o momento também não reconheceu a vitória do opositor de Maduro, Edmundo González.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Lula fica se metendo com essa gentalha, e o resultado é esse… Maduro o ridiculariza mandando tomar chá de camomila, e agora o procurador-geral também se acha no direito de esculhambar o presidente brasileiro, chamando-o de agente da CIA. Será que já sabem do passado dele como o personagem “Barba”? (C.N.)

Se continuar demorando, a autocrítica de Lula pode chegar junto com autópsia

Charge da Semana - O (des)condenado e o espelho das pesquisas

Charge do Jindelt (Arquivo Google)

Josias de Souza
do UOL

Sob o impacto dos resultados do primeiro turno das eleições municipais, Lula disse que é preciso “rediscutir o papel do PT”. Deveria iniciar a rediscussão concedendo uma audiência ao seu espelho. O encontro com o espelho pode ser uma experiência cruel. A imagem refletida é de uma franqueza inescapável. Revela, sem atenuantes, todas as ofensas do tempo. Rugas, cabelos brancos, calva e flacidez política.

Lula já havia entoado a mesma cantilena da renovação partidária, com outras palavras, numa conferência eleitoral do PT, em dezembro de 2023. O problema é que o discurso pronunciado na ocasião tinha mais perguntas que respostas.

DISSE LULA – Falando para uma plateia que incluía a fina flor do petismo — de Gleisi a Haddad — Lula indagou: “Será que estamos falando aquilo que o povo quer ouvir de nós? Ou será que temos que aprender com o povo como é que fala com eles?”.

Nesse encontro de dez meses atrás, o xamã do PT fez uma aposta: “Eu sinceramente acho que essa eleição que vai acontecer, vai ser outra vez Lula x Bolsonaro disputando essas eleições nos municípios”. Enganou-se. A polarização foi um fator residual no primeiro turno de 2024. Na cidade de São Paulo, onde Lula previu que a disputa seria entre ele e a “figura”, o fenômeno Pablo Marçal mostrou que há males que vêm para pior.

Para resolver o “problema” da desconexão do PT com o pedaço antipetista da sociedade, disse Lula à cúpula do partido, seria necessário retomar o “trabalho de base”. O apoio eleitoral deveria ser conquistado “na rua”.

SUMIU DE CENA – Lula se absteve de seguir o próprio conselho. Frustou candidatos petistas ao redor do país com sua ausência nos atos de campanha. Foi como se intuísse que já não é um cabo eleitoral tão portentoso quanto foi no passado.

Desde que o PT foi fundado, em 1980, o mundo do trabalho foi virado do avesso, o imposto sindical acabou, a militância petista envelheceu, e a direita — oscilando entre marçais e Tarcísio de Freitas — ensaia o pós-bolsonarismo. Quase tudo mudou, exceto Lula.

Com medo de Marçal, a “figura” fugiu de São Paulo. Alegando dificuldades de agenda, Lula também agiu com parcimônia na capital paulista. Ali, o favoritismo de Ricardo Nunes faz de Guilherme Boulos, testa de ferro pinçado por Lula no PSOL, uma espécie de personificação das debilidades do PT.

RUA VIRTUAL – Mal comparando, Boulos revive a saga de Lula, que aprendeu com três derrotas que o êxito eleitoral passa pela suavização do passado radical. Marçal mostrou que a “rua” que faz a diferença nos dias atuais pode ser virtual.

O grotesco extraiu sua força das redes sociais, por cujas vielas Lula e o PT ainda não aprenderam a trafegar. Como um punguista ideológico, Marçal roubou o bolsonarismo de Bolsonaro e fabricou um discurso alternativo ao do PT.

Contra o lero-lero sindicalista da década de 80 do século passado, Marçal vendeu ilusões à legião de empreendedores que ralam para encher a geladeira às margens da CLT. Sem a intermediação de malafaias, capturou corações cristãos com o seu evangelho da prosperidade.

LAUDO FALSO – O impensável foi barrado nas urnas do primeiro turno por um triz. Mas forçou Boulos a marçalizar, por assim dizer, a sua retórica. O preferido de Lula viu-se compelido a mimetizar o discurso empreendedor daquele que, na antevéspera do pleito, divulgou a laudo médico falso da cocaína.

Na conferência petista de dezembro, Lula lamentou que brasileiros com renda acima de dois salários mínimos fogem do PT. Disse que um “metalúrgico que ganha R$ 8.000” já não quer votar no partido. As urnas de São Paulo esboçaram um quadro ainda pior.

Em 2022, Lula prevaleceu sobre Bolsonaro em São Paulo por 53,54% a 46,46% dos votos válidos. Boulos chegou ao final do primeiro turno com apoio de cerca de metade dos eleitores lulistas. No Datafolha da última quinta-feira, o percentual subiu para 63%. Entretanto, 31% dos antigos eleitores de Lula disseram preferir Nunes. Entre os lulistas que optam pela reeleição do prefeito, 27% declaram que jamais votariam em Boulos, cuja rejeição, no eleitorado total, bateu em 58%.

COM FOLGA – Com uma vantagem de 22 pontos percentuais (55% a 33%), Nunes prevalece sobre Boulos em todos os estratos sociais, inclusive entre os moradores da periferia.

Programas como o Bolsa Família tornaram-se dados da realidade. Aos olhos do eleitor, a autoria vai ficando em segundo plano. Na comparação com as obras emergenciais da prefeitura, os CEUs de Marta Suplicy viraram memória esmaecida de uma conquista obtida há duas décadas.

Na última quarta-feira, Lula declarou que seus ministros estão proibidos de apresentar “ideia nova”. Repetiu que é hora de “colher o que plantamos”. Apenas 48 horas depois, o Datafolha informou que a aprovação da gestão Lula (36%) está separada da reprovação (32%) pela margem de erro.

IGUAL A BOLSONARO – No mesmo período, em outubro de 2020, em plena pandemia, o governo de Jair Bolsonaro recebeu notas similares às de Lula: aprovação de 37%, reprovação de 34%. A similaridade demonstra que Lula tem dificuldades para adquirir o tamanho que imagina ter.

Nesse contexto, a conversa de Lula com o espelho tornou-se um imperativo. Se o diálogo for franco, a imagem refletida dirá que o responsável pela dissintonia do PT com o eleitorado chama-se Lula. Impossível terceirizar a tarefa de “rediscutir o papel do PT”.

Se demorar, a autocrítica pode chegar junto com a autópsia.

Há 100 anos, Lima Barreto já afirmava haver ligação entre o crime e as eleições

26 coisas que você talvez não saiba sobre Lima Barreto, o homenageado da  Flip de 2017Marcus André Melo
Folha

As eleições municipais sofreram grandes transformações em um século. Com a mudança de regime em 1891, o chefe do Executivo local passou a ser nomeado pelos governadores. Inicialmente, 12 dos então 20 estados adotaram a regra, só pacificada pela reforma de 1926. Com a Constituição de 1946, novas contestações, mas, nas capitais, estâncias, e bases militares, os prefeitos continuaram a ser nomeados.

A primeira eleição para prefeito em São Paulo, a maior metrópole brasileira, teve lugar em 1953, e em Recife —a então terceira maior— em 1955. Em 1965, o regime militar reeditou a vedação que permaneceu até 1985, quando 201 municípios passaram a eleger prefeitos.

INTERESSE ESTRANHO – Prefeitos nomeados e Câmara de vereadores eleitos são o traço paradoxal das cidades brasileiras no século 20. Os conselhos municipais com forte autonomia vinham do período colonial. Os nomeados não sabiam sequer o nome da avenida principal das cidades, como debochou Lima Barreto, perplexo com “o interesse estranho que essa gente punha nas lutas políticas, nessas tricas eleitorais, como se nelas houvesse qualquer coisa de vital e importante”.

Na voz de Policarpo Quaresma, “não atinava porque uma rezinga entre dois figurões [um governador e um senador] vinha por desarmonia entre tanta gente, cuja vida estava tão fora da esfera daqueles”. Mas logo revelava o que estava em jogo:

“Não há lá homem influente que não tenha, pelo menos, trinta parentes ocupando cargos do Estado; não há lá político influente que não se julgue com direito a deixar para os seus filhos, netos, sobrinhos, primos, gordas pensões pagas pelo Tesouro da República”.

MANIPULAÇÕES – A disputa pelo voto local era e continua sendo crucial para a política estadual e nacional, e nele o controle sobre o alistamento era a chave do processo. A partir da criação da Justiça Eleitoral em 1932, o alistamento tornou-se obrigatório, mas não o voto. Paradoxalmente, a medida reforçou a manipulação do eleitorado analfabeto majoritariamente rural até a década de 1970, e que não votava até o fim da proibição formal, em 1985.

O contraste aqui com as barreiras criadas para a população negra nos EUA como requisitos de testes de alfabetização, taxas de votação etc. é marcante: nossas oligarquias nunca se opuseram à inclusão da massa da população no sistema eleitoral porque controlavam o alistamento.

Como mostrei aqui, isto só mudou em 1955, com a introdução da cédula oficial substituindo a fornecida pelos partidos, e que exigia que os eleitores escrevessem o nome dos candidatos, o que acabava invalidando um terço dos votos. Apenas em 2000, com o voto eletrônico, os votos inválidos despencaram.

CRIME E ELEIÇÕES – Lima Barreto apontou a relação entre crime e eleições na capital de Bruzundanga, mas não podia prenunciar que o crime organizado viria, um século depois, a ser uma séria ameaça nacional, através da coerção e violência sobre eleitores.

“O doutor-candidato vai neles com os mais cruéis assassinos da cidade, quando ele mesmo não é um assassino… A fisionomia aterrada e curiosa da cidade dá a entrever que se está à espera de uma verdadeira batalha; e a julgar-se pelas fisionomias que se amontoam nas secções, nos carros, nos cafés, e botequins, parece que as prisões foram abertas e todos os seus hóspedes soltos.”

Com as pesquisas agora desfavoráveis, Lula e a esquerda dependem de milagres até 2026

Pesquisa mostra Nunes com 55% e Boulos com 33% no 2º turno em São Paulo | SBT NewsVinicius Torres Freire
Folha

Guilherme Boulos está em situação difícil. Mais do que do voto de religiosos, o candidato de PSOL e PT a prefeito de São Paulo depende quase do sobrenatural para vencer. Precisa tirar mais de 840 mil votos de Ricardo Nunes (MDB), dados o número de pessoas que votaram no primeiro turno e o primeiro Datafolha sobre o segundo turno.

Talvez Boulos ganhe pontos com a campanha na TV. Talvez Luiz Inácio Lula da Silva consiga virar o voto dos petistas que preferem Nunes. Mas apenas 15% dos eleitores dizem que ainda podem mudar o voto; se mudarem, 65% destes votam em ninguém. Quem sabe o prefeito candidato a reeleição se dê uma cadeirada.

A VER NAVIOS – Se perder, Boulos não sairá menor desta eleição, mas vai ficar no porto a ver navios que partiram, assim como o duo PT-PSOL, que fez poucos prefeitos e vai governar cidades de pouca repercussão política e econômica. Por isso também, terá dificuldades de criar lideranças ou puxadores de voto parlamentar em 2026. Mais sobre problemas da esquerda mais adiante.

Pesquisa DataFolha diz que Nunes agora vence Boulos por 55% a 33%. Não votariam “de jeito nenhum” em Boulos 58% dos eleitores (a rejeição de Nunes é de 37%). Na ponta do lápis, o percentual de voto em Boulos é menor até do que o daqueles eleitores de Nunes que votam no prefeito por “não haver opção melhor” (68% dos nunistas).

Nunes tem 50% ou mais dos votos não importa renda, escolaridade, idade, gênero ou cor. O prefeito vence o psolista por 58% a 32% entre os católicos e por 62% a 25% entre evangélicos, diferença quase nenhuma no voto por religião.

LEVA ATÉ PETISTAS – Votam em Nunes cerca de 30% dos eleitores que têm o PT como partido preferido, que votaram em Lula no segundo turno da eleição presidencial de 2022 ou em Fernando Haddad (PT) para governador em 2022. Tem ainda o voto de 85% dos que optaram por Jair Bolsonaro (PL) em 2022; de 83% dos que votaram em Tarcísio de Freitas (Republicanos) para governador. Leva 84% daqueles que votaram em Pablo Marçal.

A avaliação de Lula e Tarcísio na cidade de São Paulo diferia pouco, em agosto. De “ótimo/bom”, 35% para o presidente e 32% para o governador. A de Nunes é algo pior: 26% de “ótimo/bom”. No Brasil, a avaliação de Lula pouco difere da que tem em São Paulo.

A melhoria evidente da renda e do emprego não fizeram coceira na avaliação de Lula, até agora. Foram irrelevantes, em termos de variação de prestígio político, mais Bolsa Família, aumento real de salário mínimo, desemprego em mínima histórica, salário médio no nível mais alto ou PIB per capita enfim voltando ao pico de 2013.

UM ROCHEDO – O antilulismo, o antipetismo ou o antiesquerdismo são uma rocha com um tamanho de no mínimo 30% ou de até quase 50% dos votos, a julgar pelo segundo turno para presidente em 2022.

O duo PT-PSOL teve pouco mais de 10% dos votos para prefeito neste 2024, em todo o país (9% em 2020 e 19% no pico de 2012). O PT elegeu ou levou para o segundo turno apenas 261 candidatos. Dos 248 eleitos, 70% são do Nordeste —o partido se desnacionaliza.

Tendo em vista a política federal e poucos favoritos na legenda, o PT apoiou outras candidaturas neste 2024. Não tem histórico bom de cultivar e manter lideranças. Não é impossível inventar novos nomes, se der um sacolejo grande, mas 2026 é depois de amanhã e o discurso da esquerda, na forma ou conteúdo, vai mal nas urnas desde 2016 —já são cinco eleições.

Irã está “preparado para guerra” e EUA enviam mais defesas antimísseis para Israel

US confirms sending THAAD battery, soldiers to 'Israel' - Mehr News Agency

A bateria THAAD é o mais moderno sistema antimíssil

Jalaa Marey
MSN/AFP

O Pentágono anunciou neste domingo (13) a implantação em Israel de um sistema americano de defesa antimísseis de grande altitude THAAD, que será operado pelos militares dos Estados Unidos, após ataques recentes com mísseis do Irã. O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, afirmou hoje que o seu país está “totalmente preparado para uma situação de guerra”, ao mesmo tempo que reiterou que o seu governo quer “paz”.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, “autorizou o envio de uma bateria THAAD e de uma equipe de militares americanos para Israel para ajudar a reforçar as defesas aéreas do país após os ataques sem precedentes do Irã, em 13 de abril e em 1º de outubro”, disse o porta-voz do Pentágono, general Pat Ryder, em uma declaração. Ele especifica que outras baterias THAAD já haviam sido implantadas em Israel após os ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023, e antes disso, em 2019.

IRÃ QUER PAZ? – Do lado iraniano, o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, afirmou a disposição do país para o combate, reiterando que prefere, no entanto, a paz. “Estamos totalmente preparados para uma situação de guerra. Não temos medo da guerra, mas não a queremos, queremos a paz e trabalharemos por uma paz justa em Gaza e no Líbano”, declarou ele neste domingo, durante uma visita a Bagdá, capital do Iraque.

Em conversa por telefone neste domingo com o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu “apoio a uma desescalada geral” da violência na região. Já a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, cujo país detém a presidência rotativa do G7, disse neste domingo ao premier israelense Benjamin Netanyahu, que “atacar” a força de paz da ONU no Líbano passava  todos os limites.

Giorgia Meloni “reiterou que era inaceitável que a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) fosse atacada pelas Forças Armadas israelenses”, durante uma conversa telefônica com  Netanyahu, segundo o seu gabinete. Ela “enfatizou a necessidade absoluta de que a segurança do pessoal da UNIFIL seja garantida em todos os momentos”.

SOLDADOS DA PAZ – Na sexta-feira, a UNIFIL, que inclui mais de 1.000 soldados italianos, acusou o exército israelense de disparar “repetidamente” e “deliberadamente” contra as suas posições, enquanto pelo menos cinco soldados da paz ficaram feridos nos últimos dias.

Neste domingo, dois tanques israelenses “entraram à força” em uma de suas posições na fronteira, anunciou a UNIFIL. À noite, o exército israelense confirmou que um de seus tanques atingiu um posto de manutenção da paz da ONU no Líbano (UNIFIL) enquanto tentava evacuar soldados feridos, sob forte fogo inimigo no sul do país, onde enfrenta o Hezbollah.

Mais cedo, Netanyahu apelou ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, para remover as forças de manutenção da paz destacadas no sul do Líbano, dizendo que o Hezbollah estava usando essas tropas como “escudos humanos”. Esta força da ONU, que inclui cerca de 9.500 soldados de cerca de cinquenta países, foi criada para manter o cessar-fogo que pôs fim à guerra de 33 dias, em 2006, entre Israel e o Hezbollah.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Estava demorando para os Estados Unidos entrarem na guerra. A defesa antimísseis foi só o primeiro passo, porque em seguida chegarão mísseis de médio alcance que resolverão a guerra. Basta Israel lançar meia dúzia para os árabes jogarem a toalha e aceitarem negociar a paz. (C.N.)

Após pacote anti-STF, lulistas temem nova derrota com o projeto da Anistia

Anistia - Charge do desenhista Solda - Disciplina - História

Charge do Solda (Site Solda Cáustico)

Emilly Behnke, Luciana Amaral e Rebeca Borges
CNN Brasília

Após a aprovação do pacote de propostas que atingem os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF), deputados governistas temem uma nova derrota na votação do projeto de lei que anistia pessoas com envolvimento no ato de 8 de janeiro do ano passado.

A avaliação é que o PL da Anistia pode ser aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, onde a oposição tem conseguido se impor.

O projeto perdoa quem participou, fez doações ou apoiou por meio de redes sociais os ataques do 8 de Janeiro, por exemplo. Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizem que o texto poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de alguma forma, o que os apoiadores do ex-mandatário negam.

DIZ PETISTA – “Vamos buscar convencer os parlamentares de que não é razoável a CCJ votar uma matéria como essa, flagrantemente inconstitucional”, declarou o deputado Helder Salomão (PT-ES), acrescentando:

“Se abrirmos esse precedente, nós vamos rasgar a Constituição e dar o seguinte sinal para a população brasileira: você pode praticar crimes, pode invadir a sede dos Poderes, defender o fechamento do Congresso e intervenção militar, e está tudo bem. Pode tentar explodir o aeroporto de Brasília e, olha, você vai ser anistiado”.

Na semana passada, a votação do projeto da anistia foi adiada após um pedido de vista – mais tempo para análise do assunto. No entanto, o movimento por parte dos governistas já era esperado e tem base regimental. Portanto, não chegou a causar surpresa. Para retornar à pauta da CCJ, é necessário que sejam realizadas duas sessões deliberativas do plenário.

OPOSIÇÃO É MAIORIA – Integrante da base governista, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) avalia que a oposição tem maioria na CCJ e, por isso, o projeto não deve encontrar dificuldades para ser aprovado. No entanto, o congressista diz esperar que o governo “se interesse e mobilize sua base” para tentar barrar o avanço do texto.

“Essa é uma ‘anistia fake’. Na verdade, um salvo conduto para novos atentados ao nosso já frágil Estado Democrático de Direito”, disse Alencar à CNN.

A presidente da CCJ, Caroline De Toni (PL-SC), integrante da oposição, aguarda a definição das próximas reuniões do plenário para definir a pauta da comissão. Cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), convocar as sessões.

TRAMITAÇÃO – O projeto tem como relator o deputado Rodrigo Valadares (União-SE). O congressista projetava a votação do texto já na próxima semana, mas, desde terça-feira (8), o plenário não contou com deliberações.

Para pautar o texto, De Toni também pondera a influência da sucessão à presidência da Câmara no caso. Para ela, o debate do projeto foi contaminado pela disputa sobre quem será o novo sucessor de Lira. Isso porque o avanço da proposta foi colocado por alguns deputados como uma condição para apoiar candidatos.

Se for aprovado na CCJ, o texto seguirá para a análise no plenário, onde é necessária a maioria simples dos votos para ser aprovado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Não adianta chorar nem fazer beicinho, se a Câmara aprovar o Projeto da Anistia, é claro que Jair Bolsonaro fatalmente será beneficiado, porque a possibilidade de anistia é prevista em lei e não há inconstitucionalidades. Ou seja, Bolsonaro e o resto da turma, inclusive o general Braga Netto, todos ficam novinhos em folha, cheirando a tinta. Tudo vai depender das estratégias traçadas pelas lideranças. Se não der agora, os bolsonaristas repetirão a dose em 2027, quando começa tudo de novo, com o Congresso renovado. (C.N.)

Para Lula e Amorim, vida de palestino vale mais que a vida de um ucraniano

O assessor especial da presidência, Celso Amorim, com o presidente Lula no Planalto

Amorim e Lula são “dois perdidos numa guerra suja”

J.R. Guzzo
Estadão

A política externa do presidente Lula e do seu chanceler Celso Amorim (o chanceler de verdade, não o outro) ou, mais exatamente, de Celso Amorim e de Lula, está sendo conduzida em obediência a um novo princípio nas relações internacionais: a vida de um palestino vale mais que a vida de um ucraniano. Trata-se, no caso, de uma derivada da filosofia central vigente na diplomacia brasileira de hoje.

Seres humanos perseguidos nas ditaduras que Amorim e Lula têm como as grandes aliadas do Brasil podem ir para o diabo que os carregue – na Rússia, na Venezuela ou no Irã. Se têm o azar de viverem em países que a Rússia resolve invadir fica pior. A política externa “ativa e altiva” do Itamaraty diz que a Ucrânia, por exemplo, deve ceder uma parte do seu território para o invasor russo e “negociar” a partir daí. Ou faz isso, ou está recusando a “paz”.

GENOCIDAS – Pelo mesmo entendimento do mundo, Israel, depois de sofrer o massacre terrorista que matou 1.400 civis, teria de oferecer um cessar-fogo ao agressor – cujo programa exige a extinção física do Estado judeu. Como decidiu reagir, Israel é tido como “genocida”. Os seres humanos que vivem em Israel, segundo o Itamaraty de Lula, não têm direito a defender o seu país, nem as suas vidas.

Não se trata apenas de um colapso moral. A política externa de Amorim e de Lula, após 20 meses seguidos de abuso, tornou-se uma agressão maciça aos interesses brasileiros. Eles foram trocados pela promoção de programas ideológicos da extrema esquerda – e o Brasil começa a pagar, concretamente, o preço dessa disfunção.

Não dá, como se sabe, para ter um comportamento de delinquente lá fora e não ter problemas aqui dentro. É o que acaba de acontecer, e justamente numa área crítica: a defesa nacional.

TAMPA DA PANELA – É mais um desses escândalos que o governo Lula tenta manter em fogo baixo, mas uma exposição factual do ministro da Defesa, José Mucio, fez a tampa da panela explodir. O Exército brasileiro, relatou ele, fez uma licitação internacional para a compra de blindados; uma empresa de Israel, mundialmente respeitada por sua alta capacidade tecnológica, ganhou, por oferecer a maior qualidade e o menor preço. A licitação foi tecnicamente perfeita. Mas Amorim vetou.

O argumento para o veto não é um argumento. Alega-se que a compra não pode ser feita porque vai beneficiar Israel, e Israel está em guerra com a “Palestina” – só que o edital da licitação não exige que o fornecedor esteja numa nação em paz.

O resultado é que o Exército, que já fora ilegalmente proibido de vender material para a Alemanha (poderia ser usado na defesa da Ucrânia) está sem os blindados que comprou legalmente.

Em campanha para 2026, Lula amplia as verbas de publicidade do governo

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

A principal preocupação de Lula é sua reeleição em 2026

Roseann Kennedy
Estadão

Após as eleições municipais, o governo Lula deve retomar a concorrência interna das agências de publicidade para tocar as propagandas sobre as ações da atual gestão, e o foco das peças deve mudar. Nos bastidores, sobram críticas à comunicação adotada até o momento. Também há pressão para conversar mais com a classe média, com mensagens que ajudem a afastar o pessimismo da população em relação à economia brasileira.

De acordo com a última pesquisa Quaest, divulgada em outubro, mais brasileiros acreditam que o maior problema do País é a economia. Antes, o índice era de 21%; agora, é de 24%. A preocupação com a economia supera até temas como violência, questões sociais, corrupção, saúde e educação. Além disso, para 41% dos brasileiros, a economia brasileira piorou nos últimos 12 meses.

PIMENTA DE VOLTA – O pós-eleições coincide com a volta do ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Paulo Pimenta. E voltou ao cargo dia 12 de setembro, mas tirou férias para acompanhar de perto a disputa eleitoral. Agora, seu retorno ao dia a dia no Planalto gera expectativa no ambiente palaciano de uma estratégia publicitária “mais ampla e agressiva” com as agências, diz um interlocutor.

Uma das queixas internas sobre o período em que Pimenta se afastou para assumir o Ministério Extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, e a comunicação ficou a cargo de Laércio Portela, foi de que se falou apenas para convertidos, com peças destacando os programas sociais.

O governo até lançou a campanha Fé no Brasil, no início de maio, com quatro eixos temáticos (economia, educação, saúde e agro), trabalhando o conceito básico de injetar esperança na população, e também buscando alcançar os eleitores evangélicos — segmento onde a popularidade de Lula patina —, mas a estratégia terminou sendo impactada pelas tragédias climáticas, no Rio Grande do Sul e, depois, pelas queimadas. Sem trocadilhos, “não havia clima”, resume um dos integrantes do governo.

SAIU DE FÉRIAS – Por ser gaúcho, no próprio mês de maio Paulo Pimenta foi designado para comandar as ações do governo federal para a reconstrução do Rio Grande do Sul, devastado pelas enchentes. Em setembro, ele voltou para a Secom, mas saiu de férias para se dedicar às eleições municipais.

No diagnóstico sobre os motivos do pessimismo do eleitor, uma das leituras é de que reflete uma sazonalidade do período eleitoral e do mal estar com as queimadas.

Entre responsáveis pelas peças de comunicação do governo, uma ala acredita que o final de ano, com o período natalino, é o momento ideal para retomar a publicidade porque deve ajudar a resgatar o otimismo na população.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, Lula é um político eternamente em campanha, Com o fracasso do PT nestas eleições municipais, fica mais difícil a vitória em 2026, mas ele insiste na candidatura e vai aumentar as verbas para publicidade. Enquanto isso, a dívida pública continua crescendo ameaçadoramente, apesar das medidas de contenção do Banco Central. (C.N.)

“Apoio” de Lula ao Hamas e Hezbollah é um erro grotesco que prejudica o Brasil

O governo brasileiro está preocupado', diz Celso Amorim sobre ataque do Irã contra Israel

Lula e Amorim colocam o Brasil na contramão da História

Duarte Bertolini

Tenho a tendência natural de avaliar questões macros através de opções. Por exemplo, quando a população do Líbano abriga e deixa se dominar pelos terroristas do Hezbollah, para mim, ela perde totalmente o direito de se lamentar e condenar Israel pelos ataques de retaliação. Quando a população da Faixa de Gaza escolhe para seus líderes os terroristas do Hamas e permite que eles usem escolas, hospitais e condomínios para esconder arsenais de bombas e quarteis de terroristas, fica muito estranha a lamentação pelos ataques de resposta de Israel.

Como posso me explicar, frente a qualquer pessoa ou entidade do mundo civilizado (neste caso, excluídos todos os fanáticos comunistas, socialistas etc. etc.) que meu governo do Brasil, um país sabidamente pacifista e equilibrado nas disputas internacionais, tem uma posição favorável a esses terroristas?

PERGUNTA-SE – Como é possível que cheguemos a isto? Como é possível pensar que esta política represente a maioria da população brasileira? Alguém em sã consciência acha que a maioria da população brasileira não condena a ditadura da Venezuela?

Se alguma potência resolver nos retaliar por causa desses alinhamentos catastróficos de Lula e seus alucinados, por coerência, terei que aguentar calado e sofrer os impactos.

Moro no interior do Rio Grande do Sul e nos mercados daqui são dezenas ou centenas de venezuelanos, de todas as formações técnicas e experiências, que trabalham para se manter e fugir da ditadura. Alguém imagina que eles viajaram 6.000 km, num paÍs estranho e se submetem a qualquer trabalho, porque são contrarrevolucionários e não gostam de Simon Bolívar?

CULPA DE ISRAEL – Excluídos os fanáticos petistas e correlatos, assim como os descendentes de palestinos e libaneses que obviamente condenam os horrores de uma guerra que os atinge e seus familiares, alguém imagina que um brasileiro lúcido (não- alinhado, lembrem) acha que a culpa do conflito no Oriente Médio é somente de Israel?

Lula, Amorim e toda a malta de cafajestes aplaudidores, por favor, parem de nos expor ao ridículo e aos perigos de uma retaliação (bélica, econômica, social etc.) por causa de suas patéticas crendices.

Marx morreu, Lenin também, Stalin idem, a China é uma ditadura, a Albânia tornou-se uma redoma medieval, Cuba é um sonho que se transformou em piada e pesadelo, a Nicarágua uma carnificina, Venezuela etc. etc. Então, não está na hora de cuidar de um futuro para o Brasil e parar de usar o nome de 212 milhões de pessoas em seus delírios e sonhos infantis?

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGUm artigo verdadeiro e corajoso. Israel usou a força e agora tem de negociar a paz. (C.N.)

Lula e PT precisam traçar novas estratégias para reconquistar eleitorado

Identidade com o eleitor que o PT possuía deixou de existir

Pedro do Coutto

O presidente Lula já precisa se preparar para a disputa da sua reeleição em 2026, a começar pelas bases partidárias diante da perda de prefeituras que o PT comandava e que agora já não o faz após o resultado das urnas deste ano.

Na verdade, de 2012 para cá, o volume de cidades administradas no país pelas principais legendas do campo caiu pela metade — resultado que suscita o debate sobre valores do eleitorado e os dilemas da esquerda. Até Lula reconheceu que é preciso “rediscutir” o papel eleitoral do PT.

ORGANIZAÇÃO – É preciso que Lula se organize para a disputa a ser realizada daqui a dois anos e alinhe o seu partido, indo ao encontro do eleitorado. Essa identidade com o eleitor que o PT possuía deixou de existir, conforme os últimos números dos pleitos. É fundamental que não só a legenda, mas o próprio Lula repense a sua atuação junto às diversas classes sociais. A perda principal que atingiu o PT se concentra nas classes mais pobres da população,indo no sentido contrário do que existia anteriormente.

Hoje o PT deixou de motivar tanto os grupos sociais conforme havia ocorrido na última década. O partido de Lula tem que se atualizar e buscar novas fontes de comunicação. Surgiram novos perfis sociais nesse período e o diálogo exigido não se dá da mesma forma a exemplo de outras épocas. O PT precisa acordar para essa nova realidade, e Lula não levou em consideração a aliança com os grupos que surgiram. É preciso buscar-se um elo que garanta a corrente eleitoral da campanha  até o voto na urna.

DIVISÃO – Importante destacar uma divisão interessante no espectro político nesta eleição. No campo da esquerda, observa-se uma parcela significativa de eleitores de Lula que não apoiaram, por exemplo, Guilherme Boulos. Já na direita, o movimento do ex-presidente Jair Bolsonaro em direção ao centro e a partidos mais institucionalizados deixou uma parcela de eleitores órfãos, suscetíveis a novos nomes da direita, como foi o caso de Ricardo Nunes. Esta dinâmica revela limites tanto para Lula quanto para Bolsonaro.

Dessa forma é possível ver limites do presidente Lula muito claramente, mas também limites de Bolsonaro, o que dá uma abertura de espaço para a discussão de novas possibilidades políticas. Esse cenário de fragmentação e realinhamento político abre espaço para novas discussões sobre o futuro da política brasileira, indicando que o eleitorado está se tornando mais complexo e menos previsível em suas escolhas eleitorais.

Um papo de dois amigos, que marcou a era dos festivais de músicas na TV

Aldir Blanc morre em decorrência de COVID-19 no Rio | CNN Brasil

Aldir Blanc, um grande letrista carioca

Paulo Peres
Poemas & Canções

O psiquiatra, escritor e compositor carioca Aldir Blanc Mendes  (1946-2020) notabilizou-se como letrista de muitos sucessos, entre eles o samba “Amigo é prá essas coisas”, em parceria com Silvio da Silva Júnior, em que a letra expõe uma conversa entre dois amigos, da forma mais coloquial possível, uma inovação para a época.

Além disso, amor e amizade dialogam entre si, enquanto o primeiro geralmente fala de desilusão, o segundo celebra o companheirismo.

O samba “Amigo é pra essas coisas” foi classificado em segundo lugar, no III Festival Universitário de Música Popular Brasileira, em 1970, interpretado pelo grupo MPB-4 que, no mesmo ano, o gravaria no seu LP Deixa Estar, pela Elenco/Philips.

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AMIGO É PRA ESSAS COISAS
Silvio da Silva Júnior e Aldir Blanc

– Salve!
– Como é que vai?
– Amigo, há quanto tempo!
– Um ano ou mais…
– Posso sentar um pouco?
– Faça o favor
– A vida é um dilema
– Nem sempre vale a pena…
– Pô…
– O que é que há?
– Rosa acabou comigo
– Meu Deus, por quê?
– Nem Deus sabe o motivo
– Deus é bom
– Mas não foi bom pra mim
– Todo amor um dia chega ao fim
– Triste
– É sempre assim
– Eu desejava um trago
– Garçom, mais dois
– Não sei quando eu lhe pago
– Se vê depois
– Estou desempregado
– Você está mais velho
– É
– Vida ruim
– Você está bem disposto
– Também sofri
– Mas não se vê no rosto
– Pode ser…
– Você foi mais feliz
– Dei mais sorte com a Beatriz
– Pois é
– Pra frente é que se anda
– Você se lembra dela?
– Não
– Lhe apresentei
– Minha memória é fogo!
– E o l´argent?
– Defendo algum no jogo
– E amanhã?
– Que bom se eu morresse!
– Prá quê, rapaz?
– Talvez Rosa sofresse
– Vá atrás!
– Na morte a gente esquece
– Mas no amor a gente fica em paz
– Adeus
– Toma mais um
– Já amolei bastante
– De jeito algum!
– Muito obrigado, amigo
– Não tem de quê
– Por você ter me ouvido
– Amigo é prá essas coisas
– Tá…
– Tome um cabral
– Sua amizade basta
– Pode faltar
– O apreço não tem preço, eu vivo ao Deus dará

Acabado o segundo turno, a reeleição de 2026 concentrará o debate político

Lula completa 78 anos, mas não é o mais velho a presidir o Brasil - TV Pampa

Lula quer superar Biden como o presidente mais velho

Carlos Newton

A sucessão de Lula da Silva em 2026 já está nas ruas e vai ser o grande assunto daqui para a frente, porque o antipetismo (ou antilulismo, são a mesma coisa) é um sentimento irrepresável, uma espécie de tsunami político que não se consegue deter.

Será uma das mais importantes eleições de nossa História, porque em qualquer hipótese representará o fim de uma fase altamente contraditória – a era Lula.

SAIU NA FRENTE – Faltando apenas dois anos para os capítulos finais, o único candidato já declarado é justamente Lula, que pretende se tornar o mais velho político eleito para presidir uma nação democrática.

Aos 79 anos, que completa no próximo dia 27, o criador do PT sonha em ser candidato chegando aos 81 anos, na mesma idade que obrigou o presidente americano Joe Biden a abandonar a candidatura este ano, por não ter mínimas condições para continuar.

Aliás, sempre que aparece na televisão, Biden dá impressão de estar sob efeito de medicamentos. 

FORA DE SI – O presidente dos EUA raciocina com dificuldade, praticamente tudo o que diz é redigido pela assessoria da Casa Branca, e ele apenas lê aqueles textos nos teleprompters de vidro transparente, que não visíveis para o público dos eventos.

Compreensivelmente, o presidente americano tem sido poupado ao máximo e raramente é visto em público. Mas o tempo não para, diz a famosa canção que Cazuza compôs com meu amigo Arnaldo Brandão.

No caso de Joe Biden, realmente o tempo foi implacável e pode ser também para Lula, que não é nenhum exemplo de “mens sana in corpore sano” (mente sã em corpo sadio), pois já foi submetido a três cirurgias de importância e fala cada vez mais disparates, é impressionante, parece movido a energéticos.

SONHO DE LULA – Além de Lula ser teimoso como uma porta, sua vaidade não tem limites e ele tenta justificar a ambição dizendo que sonha em salvar o PT da derrocada.

Assim, já é certo que será candidato, talvez com Fernando Haddad de vice, único nome capaz de manter íntegro o petismo durante algum tempo, caso o inesperado faça uma surpresa, diria o cantor Johnny Alf.

Como sempre, em 2026 haverá muitos outros candidatos, aqueles que se inscrevem apenas para ter 15 minutos de fama. Candidaturas reais e com chances de enfrentar Lula serão poucas. É claro que Jair Bolsonaro estará representando o PL, caso seja anistiado e não haja novas condenações em outros inquéritos.

POSSIBILIDADE – Se Bolsonaro for candidato, pode até favorecer nova vitória de Lula, caso a economia esteja bem, porque nesse caso Tarcísio de Freitas cederá a vez e tentará a reeleição como governador paulista, o que muda tudo.

No entanto, se Bolsonaro não puder se candidatar, o nome de Tarcísio de Freitas cresce de tal maneira que pode se tornar favorito, especialmente se trouxer Ciro Gomes ou Simone Tebet de vice-presidente

Bem, trata-se de uma análise faltando dois anos para a eleição. Como diz Pepeu Gomes, “a noite vai ter lua cheia, tudo pode acontecer”. Em política, então, sempre sobram surpresas.

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P.S. –
Parece que dois anos representam pouco tempo, mas podem mudar a vida dos brasileiros, se algum dia aprendermos a votar.  (C.N.)

Última crônica de Olivetto foi sobre a importância da imprensa escrita

Morre o publicitário Washington Olivetto aos 73 anos

Olivetto era uma espécie de carioca honorário

Aos 73 anos, morreu neste domingo, no Rio de Janeiro, Washington Olivetto, o maior e mais premiado publicitário brasileiro. Olivetto morreu em decorrência de complicações em uma cirurgia de pulmão feita em São Paulo. Logo depois da operação viajou para o Rio e o quadro pós-cirurgia se agravou. Ele estava internado há quatro meses no Hospital Copa Star.

Vencedor de mais de 50 Leões no Festival de Publicidade de Cannes, Olivetto foi o criador das campanhas da Bombril, com o “garoto Bombril”, do “primeiro sutiã” da Valisère e de centenas de peças. Nos anos 1980, fundou sua própria agência, a WBrasil. Nos últimos três anos, passou a escrever também uma coluna em O Globo. Leia agora seu último texto para o jornalão carioca.

Bancas de jornal reúnem tradição e modernidade pelo gosto da leitura em  Belém | Economia | O LiberalWWW
O JORNAL NOSSO DE CADA DIA

Por mais avançada que seja a tecnologia, não existe nada melhor para documentar um fato importante do que um papel impresso

Washington Olivetto
O Globo

Nos últimos anos, com o crescimento da mídia digital, muitas bancas de jornal encolheram ou simplesmente desapareceram. No Rio de Janeiro e em São Paulo, são poucas as que sobreviveram, como a Piauí, no Leblon, e a Groenlândia, no Jardim América. O mesmo aconteceu noutras cidades do mundo. Sumiram várias bancas das Ramblas de Barcelona e de Saint-Germain-des-Prés, em Paris.

Outro dia, o dono de uma das bancas sobreviventes de Saint-Germain teve uma ideia que, se não faz fortuna, pelo menos faz barulho. Está vendendo, por encomenda, jornais do dia e do ano, ou só do dia, ou só do ano em que o cliente nasceu. Vende encalhes, mas a pedido.

COMIGO MESMO – Esse fato me despertou curiosidade. Resolvi pesquisar os dias e os anos em que nasceram algumas pessoas, começando comigo mesmo. Nasci no dia 29 de setembro de 1951, dia em que nasceu também a política e médica chilena Michelle Bachelet.

Noutros 29 de setembro nasceram o cineasta Michelangelo Antonioni, o primeiro medalhista olímpico brasileiro, Ademar Ferreira da Silva, e o empresário e político italiano Silvio Berlusconi. Morreram o pintor Roy Lichtenstein e a genial Hebe Camargo. Foi também o dia em que estourou a crise econômica de 2008.

O boleiro Vini Jr., jovem craque do Real Madrid e grande combatente da campanha antirracismo, nasceu no dia 12 de julho de 2000. Também num 12 de julho nasceu o sambista Almir Guineto, morreu o técnico João Saldanha, e o filme “E.T.” bateu o recorde mundial de bilheteria, faturando US$ 100 milhões em um mês.

OUTRAS DATAS – Noutros 30 de março nasceram o astro do cinema Warren Beatty, o diretor de teatro Zé Celso Martinez Corrêa e o guitarrista Eric Clapton. Também em diferentes 30 de março morreram o designer Beau Brummell e o humorista Ankito, e o presidente americano Ronald Reagan sofreu um atentado à bala. Reagan escapou, Sebastião Salgado fotografou e se consagrou a partir daquele instante.

Saindo da Presidência americana para a brasileira, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro nasceu em 22 de março de 1982, no mesmo dia em que nasceu o futebolista ítalo-brasileiro Inácio Piá. É também o dia da morte do pianista e compositor Bebo Valdés, percursor do jazz latino, e a triste data em que a Alemanha abriu seu primeiro campo de concentração nazista.

A atual primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, nasceu em 27 de agosto de 1966, no mesmo dia em que nasceu o goleiro malabarista colombiano René Higuita. Esse é também o dia de nascimento de Edinho, filho do Pelé, da morte de Dom Hélder Câmara, e a data em que foi publicada a primeira edição do Guinness Book of Records.

MUSK E SEIXAS – Depois de duas mulheres opostas como Michelle e Janja, vamos a dois homens opostos. O aventureiro Elon Musk, dono do X e da Tesla, nasceu no dia 28 de junho de 1971, no mesmo dia em que o francês Fabien Barthez. Noutros 28 de junho nasceram o compositor Raul Seixas e a atriz Grazi Massafera, e morreu o pintor Jean-Baptiste Debret. É o dia em que foi assinada a Lei do Divórcio no Brasil.

O justiceiro Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, nasceu em 13 de dezembro de 1968, dia em que nasceram também o rei do baião Luiz Gonzaga, o escritor angolano José Eduardo Agualusa e em que o Flamengo derrotou o Liverpool em Tóquio, em 1981, conquistando o Mundial Interclubes.

SEM CONCLUSÃO – Lendo e relendo minhas pesquisas, cheguei à conclusão de que não cheguei à conclusão alguma. Não existe correlação importante entre as datas e os fatos descobertos.

O que aprendi são coisas que já sabia. A primeira é que, com a tecnologia digital, ficou mais fácil e mais rápido descobrir qualquer coisa. A segunda é que, por mais avançada que seja a tecnologia, não existe nada melhor para documentar um fato importante que o papel impresso.

Essa é a aposta do jornaleiro parisiense. Faço votos de que ganhe algum dinheiro com ela. Até porque os tempos não andam nada fáceis para os analógicos como ele.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Olivetto era genial e vai ser difícil aparecer outro publicitário como ele. Amava o Rio de Janeiro e estava sempre por aqui, para se encontrar com os amigos cariocas, como o cantor Jorge Benjor, que há alguns anos fez uma música em homenagem a ele. Em sua última coluna, quando citou o dia 13 de dezembro de 1968, quando nasceu Alexandre de Moraes, que ele chamou de “justiceiro”, Olivetto não sabia que na mesma data também nascia o Ato Institucional nº 5, que consolidou a ditadura militar. Portanto, Moraes & AI-5, tudo a ver. (C.N.)

Ala do PT se irrita com PSOL por esconder Marta no primeiro turno e prevê derrota

Na reta final do primeiro turno, Boulos contou com presença de Lula e Marta em caminhada pela Avenida Paulista

Raras vezes Martha saiu às ruas com Lula e com Boulos

Heitor Mazzoco
Estadão

Grupo petista tentará evitar que partido abra mão de ser cabeça de chapa nas próximas eleições; legenda do presidente Lula disputou com candidato próprio entre 1985 e 2020; campanha de Boulos não se manifestou

Uma ala do Partido dos Trabalhadores demonstra insatisfação com a campanha de Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo. Isso porque, na avaliação do grupo, Marta Suplicy (PT) deveria ter sido mais aproveitada no primeiro turno para atrair votos na periferia paulistana. Neste momento, e diante das pesquisas, dizem acreditar em uma derrota da esquerda no segundo turno.

Na zona sul da cidade, Ricardo Nunes (MDB) venceu na maioria dos colégios eleitorais. A região é conhecida por ser um reduto petista pelo bom desempenho dos candidatos à esquerda nas eleições passadas. A derrota naquela área da capital paulista pegou petistas de surpresa. Procurada, a campanha de Boulos não se manifestou até o momento.

TARDE DEMAIS – O destaque dado pela campanha de Boulos para Marta no programa eleitoral desta sexta-feira, 11, foi classificado como tardio. Uma integrante do PT disse ao Estadão que “só agora perceberam a importância de destacar o legado da Marta”.

Outro incomodo dos petistas é a maior presença da também ex-prefeita Luiza Erundina. Para uma integrante do PT, o PSOL teria tentado ofuscar Marta dando mais destaque para Erundina do que para ela. As duas ex-prefeitas não possuem boa relação.

A ala petista também gostaria de ter opinado mais. Segundo o grupo, a experiência de outras campanhas municipais teria ajudado Boulos a aparecer mais para evitar os quase 50 mil votos nulos porque eleitores apertaram 13 na urna.

CABEÇA DE CHAPA – A atual eleição é a primeira que o PT abre mão da cabeça de chapa. Fundado em 1980, o partido disputou a eleição municipal paulistana com nome próprio nas urnas de 1985 a 2020.

No período, venceu com Luiza Erundina (1988), Marta Suplicy (2000) e Fernando Haddad (2012).

Na maioria das vezes, mesmo com derrota, o PT se destacou. Terminou em segundo lugar em 1992 (com Eduardo Suplicy), 1996 (Erundina), 2004 e 2008 (Marta) e 2016 (Haddad).

Procuradoria recorre da decisão de Toffoli que beneficiou Léo Pinheiro

Léo Pinheiro, da OAS.

PInheiro aproveita a “boa vontade” do ministro Toffoli

Rayssa Motta
Estadão

A Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do ministro Dias Toffoli que derrubou todos os processos e investigações contra o empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, na Operação Lava Jato. O procurador-geral Paulo Gonet pede que o ministro reconsidere a própria decisão ou envie o processo para julgamento no plenário do STF.

Réu confesso, Léo Pinheiro fechou acordo de colaboração com a força-tarefa de Curitiba e admitiu propinas a agentes públicos e políticos. A delação serviu de base para a investigação do caso do triplex do Guarujá, que levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à prisão. A defesa agora alega que o empresário foi forçado a assinar o acordo.

ACORDO DE DELAÇÃO – A decisão de Toffoli não afeta o acordo de delação, que continua válido, segundo o próprio ministro. A multa imposta ao empresário na colaboração premiada foi de R$ 45 milhões. A defesa pediu a extensão de decisões que beneficiaram o presidente Lula, os empresários Marcelo Odebrecht e Raul Schmidt Felippe Júnior e o ex-governador paranaense Beto Richa (PSDB).

O procurador-geral argumenta, no entanto, que as situações são diferentes e, por isso, a decisão que beneficiou o presidente não poderia ter sido estendida ao empresário. Gonet defende que a defesa apresente seus argumentos e recursos nos respectivos processos. Caso contrário, na avaliação do PGR, o ministro estaria se sobrepondo aos juízes de primeira instância.

Toffoli concluiu que o empresário foi vítima de “conluio” entre o ex-juiz Sérgio Moro e procuradores da força-tarefa de Curitiba e que seus direitos foram violados nas investigações e ações penais. O argumento é o mesmo usado nas decisões anteriores que beneficiaram réus da Lava Jato.

PASSANDO A BORRACHA – A decisão se insere em um contexto maior de revisão da Operação Lava Jato no STF. Foi Dias Toffoli quem anulou as provas do acordo de leniência da Odebrecht (atual Novonor), em setembro de 2023, o que vem gerando um efeito cascata que atingiu condenações e até mesmo um acordo de delação.

Com base na decisão do ministro, processos têm sido arquivados nas instâncias inferiores. Isso porque inúmeras ações derivadas da Lava Jato usaram provas compartilhadas pela construtora. Uma ação envolvendo executivos da Braskem por supostas fraudes de R$ 1,1 bilhão foi trancada no mês passado.

Os acordos de colaboração premiada e de não persecução penal de Jorge Luiz Brusa também foram anulados, o que vai gerar a devolução de R$ 25 milhões. Além disso, há dezenas de pedidos de anulação de processos na fila para serem analisados.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGEssas decisões de Toffoli são uma vergonha para a Justiça brasileira. A Procuradoria já deveria ter se manifestado há tempos. De toda forma, antes tarde do que nunca. (C.N.)

Neste mundo enlouquecedor, é bom encontrar ternura e poesia na mídia

Debate Sérgio Dávila e Flavia Lima | Um Brasil

Charge do Adão (Site Um Brasil)

Vicente Limongi Netto

Palavras impressas são doces ou amargas. Vai muito pelo gosto do leitor. Engole seco ou soboreia as letrinhas com prazer. De minha parte, no Correio Braziliense de domingo, vou direto na coluna da Ana Dubeux. Sem arrependimentos. Ana energiza nossos corações. Exorta fé e alegrias com suaves manifestações de ternura, perseverança e bondade.

O colunista Severino Francisco, por sua vez, botafoguense e poeta dos bons, exalta o canto das cigarras, lembrando versos de João Cabral de Melo Neto. Outro feliz botafoguense, “Fala, Zé”, brinda leitores com poema de Fernando Pessoa. Permaneço encantado com a edição.  

TAPANDO O NARIZ – Sigo para a atilada Denise Rothenburg destacando o senador Davi Alcolumbre, flanando em Roma. Notícias sobre Alcolumbre, por questão de saúde, leio com o dedo tapando o nariz. Declara Alcolumbre, com falsa e surrada humildade que “eleição não se ganha na véspera”; fujo rápido e arrepiado da Denise e entro esperançoso na coluna “Eixo Capital” da vigilante Ana Maria Campos.

Leio, perplexo, que o partido Cidadania pretende lançar Cristovam Buarque para o governo do Distrito Federal, em 2026. Pedrada no meu coração, quase oitentão.  Melhor regar meu jardim.

PINGUÇO EM AÇÃO — Lula, o medonho “sapo barbudo”, na perfeita definição de Leonel Brizola, voou desesperado para Fortaleza para tentar tirar da UTI do fracasso os candidatos do PT, no segundo turno. O pinguço e analfabeto ainda chefe da nação aproveitou para jogar as patas imundas e desprezíveis em Collor de Mello e Jânio Quadros.

Desconheço de qual esgoto o monoglota Lula foi buscar autoridade e moral ilibada para insultar Collor, para quem perdeu disputa eleitoral e foi o presidente da República que arrancou o Brasil das amarras do atraso, e Jânio, que já não pode se defender dos coices do indecoroso trombadinha. 

Decisão de comprar mais Aerolulas não tem justificativas verdadeiras

Lula confirma que comprará novo avião depois de pane no “Aerolula”

Lula deveria procurar um brinquedo que seja mais barato

Josias de Souza
do UOL

Vinte anos depois de comprar o Aerolula, Lula anunciou que decidiu adquirir um novo avião presidencial. Disse ter aprendido uma “lição” com a pane ocorrida há dez dias, no avião presidencial, após decolagem no México. Declarou que um presidente da República não pode “correr riscos”.

Para Lula, “é uma vergonha o Brasil não se respeitar”. Antecipando-se às críticas, afirmou que “a ignorância não pode prevalecer”, pois a nova aeronave , “não é para o Lula, Bolsonaro ou Fernando Henrique Cardoso, é para a instituição, quem quer que seja eleito.”

SEM SENTIDO – De fato, não faz sentido submeter um presidente da República a “riscos”. Entretanto, a alegação de Lula vale apenas até certo ponto. O ponto de interrogação. Há uma semana, o comandante da Aeronáutica, Marcelo Damaceno, fez declarações que vão em sentido contrário.

“Esse avião não tem despejo de combustível”, disse Damaceno, ao explicar o sobrevoo sobre a Cidade do México por quase cinco horas. “A opção foi fazer a espera. Eu estava em contato com a cabine, fizeram tudo nos conformes. Eu não tive nenhuma preocupação, acompanhei toda operação.”

Damaceno também defendeu a compra de outro avião. Nada a ver, porém, com a segurança. “Esse avião completa agora 20 anos. É muito seguro, mas ele tem autonomia que nos atende em parte. Um país como o nosso deve ter um avião maior, com mais autoridade para levar o presidente.”

EXPLICAÇÕES – O chefe da Aeronáutica disse que uma investigação foi aberta para determinar as causas da pane. “Quero, o mais rápido possível, ter um relatório preliminar para saber.” A exemplo de Damaceno, o país também quer saber o que houve no México.

O anúncio da compra do Aerolula 2.0, feito antes que a Força Aérea Brasileira informe o que motivou a pane, acomoda a charrete à frente dos cavalos. O déficit de explicações envenena a decisão de Lula, fornecendo material para os críticos.

Para complicar, o inquilino do Planalto disse ter encomendado ao ministro José Múcio (Defesa) proposta para a aquisição não de um avião, mas de uma frota. “Vamos comprar alguns outros aviões, porque é preciso que os ministros viagem.”

COÇANDO EM BRASÍLIA – Nas palavras de Lula, “não se governa” um país como o Brasil “com ministro coçando em Brasília”. Em certas nações desenvolvidas, onde os responsáveis pelo cofre não precisam ralar para obter o equilíbrio de caixa, ministros carregam a própria bagagem e entRam na fila do check-in ao lado dos cidadãos que pagam a conta.

Lula acertou no olho da mosca ao dizer que “a ignorância não pode prevalecer” no debate sobre a compra de aviões que ornamentam o hangar da Base Aérea de Brasília.

Nessa matéria, alguém que decide renovar a frota sem oferecer explicações razoáveis ao contribuinte corre o risco de ignorar sua própria ignorância.

Essa mania da esquerda, que atribui fracassos à ignorância popular, é bem antiga

Tribuna da Internet | No mundo atual, conceitos de esquerda e direita já não fazem muito sentido

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Demétrio Magnoli
Folha

“Golpe! –as urnas eletrônicas viciadas fraudaram a vontade do povo e elegeram Lula.” A tese de Bolsonaro, uma cópia adaptada da narrativa de Trump sobre fraude eleitoral, é factualmente falsa e politicamente golpista – mas, ao menos, não atribui aos eleitores uma crônica incapacidade de distinguir seus interesses. Já a esquerda envereda por essa via quando formula sua tese para o fracasso nas eleições municipais.

“Perdemos por culpa das emendas parlamentares, que distorcem o sistema político e elegem a direita.” Na sua versão de esquerda, a teoria da trapaça ilumina uma curva real, que é a captura do orçamento público pela maioria parlamentar, mas oculta o fenômeno estrutural. A ascensão da direita nas eleições municipais começou em 2016, bem antes da inflação das emendas parlamentares, e prossegue mesmo sob um governo federal de esquerda. É álibi destinado a salgar o solo no qual germinaria um debate honesto sobre os rumos políticos dos chamados progressistas.

NOVO CENTRÃO – O “centrão” não é mais o que foi, como registraram alguns raros analistas lúcidos. Segue oportunista e fisiológico, como sempre, mas tornou-se cada vez mais ideológico, encampando discursos extremistas fabricados no campo do bolsonarismo. Seu triunfo representa, de fato, uma vitória da direita reacionária. A derrota da esquerda não deveria ser interpretada como evento anômalo, mas como sinal de um descompasso de fundo entre as narrativas “progressistas” e as expectativas do eleitorado.

O povo não sabe votar? A inclinação da esquerda a atribuir seus fracassos à ignorância popular tem longa história. Quantas vezes o PT invocou o espectro de uma “classe média fascista” para justificar insucessos eleitorais em São Paulo? Contudo, como trocar de povo é uma óbvia impossibilidade, os “progressistas” precisariam enfrentar a dolorosa tarefa de trocar suas interpretações.

A política econômica dos dois mandatos iniciais de Lula não pode ser replicada na atual conjuntura internacional. O Brasil mudou. A pobreza extrema recuou. As políticas sociais lulistas, baseadas em transferências diretas de renda, não correspondem aos anseios da nova e heterogênea classe média. A esquerda oferece respostas do passado para os desafios do presente. O descompasso abre caminho à religião laica do “empreendedorismo”, réplica reacionária ao Estado paternal da esquerda.

IDENTITARISMO – Os “progressistas” – e não apenas os ligados à esquerda – importaram as políticas identitárias oriundas dos EUA. Substituíram os conceitos de povo e de classe por cortejos de “minorias”, especialmente raciais, renunciando à promoção de políticas públicas universais.

Nesse passo, facilitaram os discursos identitários reacionários, que apelam à unidade (patriótica ou religiosa). A guerra ideológica resultante é um fator fundamental na marcha eleitoral rumo à direita. A falência do racialismo ganhou mais um número: 83% dos prefeitos negros eleitos pertencem a partidos de centro ou direita.

A teoria da trapaça, mais que mero equívoco intelectual, serve como ferramenta utilizada por lideranças engajadas na missão de autopreservação. Trata-se de encobrir seu fiasco, evitando uma dura revisão política. A autoilusão dos “progressistas” é uma oferenda involuntária à direita reacionária.

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Luís Francisco Carvalho Filho
Folha

A eleição municipal faz crescer a musculatura política da extrema direita. Os partidos que estão na órbita de Jair Bolsonaro, PL, PP e Republicanos, conquistaram respectivamente 510, 743 e 430 prefeituras. O PT do presidente Lula elegeu menos prefeitos (248) que o irrelevante PSDB (269). Não entram na conta partidos com pés nas duas canoas.

 O grande vitorioso do primeiro turno, o PSD (878 prefeituras) de Gilberto Kassab, tem três ministérios no governo Lula e está no governo de Tarcísio de Freitas em São Paulo –que adota um perfil moderado, mas usa estratégia de eliminação de suspeitos difundida por Bolsonaro e trata com constrangedora naturalidade a tentativa de golpe. Estão juntos na campanha de Ricardo Nunes, do MDB.

PROMISCUIDADE – O irmão do ministro Gilmar Mendes, do STF, o Chico Mendes, do União Brasil, foi eleito prefeito da pequena cidade de Diamantino, em Mato Grosso, com o apoio entusiasmado de Jair Bolsonaro: além do rega-bofe, da leitoa assada, o ex-presidente indicou o vice da chapa.

Ambos fazem parte da mesma estirpe de políticos imorais, obscurantistas e temerários, mas os recentes desatinos de Pablo Marçal em São Paulo fazem do ex-presidente figura aparentemente mais palatável. Como se existisse uma escala da delinquência capaz de beneficiar o criminoso político de ontem, os atos diluídos na memória, diante da criminalidade aguda e atual.

Carlos Bolsonaro, outro filho guloso de Jair (a família adora “rachadinhas”, armas e joias), é o vereador mais votado do Rio de Janeiro. Já o filho caçula, suspeito de lavagem de dinheiro, é o vereador mais votado do Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

O Brasil normaliza e reabilita o capitão. Rumo a 2026.

PARTE DO PASSADO – A tentativa de golpe é parte do passado. Como mostra a escrita afiada de Conrado Hübner, o ex-presidente vive da impunidade. Condenação criminal mesmo só para “peixes pequenos”.

Mais discreto, Bolsonaro está ileso. Os processos não caminham. A PGR não se move. A PF empurra inquéritos com a barriga. A imprensa não estranha as prorrogações de prazo. Bancadas direitistas da Câmara e do Senado querem o domínio do impeachment, tentam acuar o Supremo.

Gilmar Mendes tem dito ser “muito difícil” a reversão da decisão do TSE que declarou a inelegibilidade. Mas o recurso de Bolsonaro chegou em dezembro ao STF e repousa no gabinete de Luiz Fux, não se sabe à espera de que, desde 14 de maio. Na segunda turma do tribunal, só dois ministros podem participar do julgamento, Fux e Flavio Dino: estão impedidos Zanin, Cármem Lúcia e Alexandre de Moraes.

GILMAR E TOFFOLI – Bolsonaro não conta apenas com a simpatia incondicional dos dois ministros que nomeou para o STF. Dias Toffoli foi fiel escudeiro durante o mandato presidencial: “a Justiça ao nosso lado”, exaltava Jair. Gilmar Mendes, a história comprova, costuma apontar o nariz para forças políticas musculosas.

Tem ainda a anistia, palavra de ordem em franco fortalecimento. Para beneficiar “peixes pequenos”, militares, conspiradores e, evidentemente, o capitão.

Pelo cheiro da brilhantina, Jair Bolsonaro, com mais sapiência, terá oportunidade de promover a desconstituição de valores humanistas do país ou de buscar, mais uma vez, o golpe de Estado. O futuro dirá. A conjuntura econômica também.