Na pesquisa que confere popularidade, Michelle arrasa Janja e perde para Lula

Michelle Bolsonaro critica Janja e diz que está vendendo batom

Michelle Bolsonaro já abriu mais de 10 pontos de frente

Bela Megale
O Globo

O PL contratou uma nova pesquisa para testar a popularidade de Michelle Bolsonaro em comparação com a primeira-dama Janja da Silva. Os dados mostram que, na pesquisa estimulada, 43,6% dos entrevistados afirmaram simpatizar mais com Michelle, enquanto 33,3% relataram gostar mais de Janja. Entre os entrevistados, 4,7% não souberam opinar. Outros 18,3% afirmam não simpatizar mais com nenhuma.

O levantamento foi feito pela Paraná Pesquisas, entre 18 e 22 de julho em todo Brasil, por meio de entrevistas pessoais. Os números são similares aos da pesquisa feita em maio.

JANJA NO NORDESTE – No levantamento divulgado nesta segunda-feira, a única região em que Janja aparece à frente de Michelle é o Nordeste. A esposa de Lula foi a preferida de 41,3% dos entrevistados. Michelle apareceu com 36%.

Nas demais regiões, Michelle é apontada como a que os entrevistados mais gostam, com preferência de 47,7% dos entrevistados no Norte e Centro-Oeste, enquanto Janja foi citada por 28,9%.

Já no Sudeste, Michelle é a preferida por 42,1%, contra 33,1% de Janja. No Sul, a ex-primeira-dama detém a simpatia de 58,1% dos ouvidos e Janja, 23,4%.

CONTRA LULA – As pesquisas, no entanto, trouxeram más notícias para Michelle. Ao testar o nome da ex-primeira-dama como possível opositora de Lula nas eleições presidenciais, o resultado mostrou que ela teve uma perda de cerca de três pontos percentuais entre o eleitorado.

Em maio, o levantamento da Paraná Pesquisas revelou que a ex-primeira-dama teve 33% das intenções de voto contra 36,6% de Lula.

Na pesquisa divulgada nesta semana, a ex-primeira-dama caiu e o presidente subiu, pois 30,3% dos entrevistados afirmaram que votariam em Michelle e 38,7% relataram que votariam em Lula.

Kamala virou pop nas redes, com direito a memes afetuosos em torno de suas gafes

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris

Os jovens adoram o jeito descontraído de Kamala Harris

Dorrit Harazim
O Globo

Faltam pouco mais de cem dias até a linha de chegada à Casa Branca. Para o candidato republicano Donald Trump, uma eternidade indigesta. Até a noite de domingo passado, com um ouro em sobrevivência sapecado na orelha e seu único adversário exigindo cuidados especiais, ele ainda podia dar-se à ilusão de favorito nas eleições de novembro próximo. Não mais.

A saída por W.O. do presidente Joe Biden e a entrada na competição de Kamala Harris mudaram radicalmente a dinâmica da disputa. De primeira mulher vice-presidente dos Estados Unidos, a multirracial Kamala (pai jamaicano, mãe indiana) empunhou o bastão democrata com vigor faiscante. Os caciques e doadores do partido, aliviados com essa solução de ultimíssima hora, abriram-lhe os cofres e correram para o abraço.

NA RETA FINAL – Falta-lhe apenas ter a candidatura sacramentada na Convenção Democrata que começa no próximo 19 de agosto. A partir daí, restarão a Kamala 75 dias para convencer o eleitorado americano da oportunidade que tem em mãos: votar no futuro e fazer História elegendo-a 47ª presidente dos Estados Unidos.

Quando Joe Biden, em seu discurso de despedida da competição, rendeu-se à realidade de que chegara “a hora e o momento para novas vozes, vozes mais jovens — e essa hora e momento são agora”, não se referia à garotada que lacra e cria memes em redes sociais. Pois foi ali que Kamala fez sua primeira, e totalmente inesperada, conquista.

Num movimento orgânico e espontâneo, de baixo para cima, “Kamala” virou pop nas redes, com direito a memes afetuosos e bem-humorados em torno de suas gafes, gargalhadas fora de hora, dancinhas inesperadas e frases sem nexo quando fora de contexto como “adoro os diagramas de Venn” ou “você acha que simplesmente caiu de um coqueiro?”.

HUMOR E RISO – Foi como um abrir da comporta do humor e do bom humor, do riso — três elementos que desestabilizam e afrontam a pátria trumpista. Uma única compilação desses clipes recebeu 14 milhões de visualizações no X. Uma postagem de três palavras — “Kamala IS brat” —, feita pela sensação musical britânica Charli XCX, pegou a mídia tradicional, políticos e analistas de calças curtas.

A grande maioria não sabia o que é ser brat (*), muito menos quem era Charli, cuja postagem já ultrapassou 50 milhões de visualizações. A candidata democrata soube aproveitar a onda e colocou a música “Femininomenon” em sua conta no TikTok.

A jocosidade de Kamala, cujas risadas sem freio geravam incômodo em muitos democratas, passou a ser vista com alívio e sinal de vitalidade, escreveu o New York Times. O contraste com a figura quebradiça, fragilizada e hesitante de Biden não poderia ser maior.

IGUAL A OBAMA – Quisera Trump conseguir gerar tanta aceitação espontânea por parte da geração Z. Nascidos no final dos anos 1990, início do milênio, eles representam a faixa etária eleitoral difícil de ser energizada por qualquer um dos dois grandes partidos americanos. A última vez em que isso aconteceu foi em 2008, quando o voto jovem se mobilizou de forma decisiva a favor de Barack Obama.

Contudo, naquela era pré -TikTok e de Facebook ainda incipiente, a mobilização pró-Obama foi física, de corpo a corpo. Nada indica que o atual frenesi on-line em torno de Kamala não seja apenas isso: um frenesi on-line. Tiktokeiros não são, necessariamente, eleitores.

Quisera Trump, sobretudo, não ter de enfrentar Kamala em debates eleitorais. Acabou sua vida mansa de poder olhar com quase piedade para um Biden alquebrado.

MUITA EXPERIÊNCIA – Eleita promotora em San Francisco, procuradora federal da Califórnia e senadora (todos cargos eletivos nos Estados Unidos), ela foi acumulando experiência em debates, aprendeu a ser cortante quando preciso e a desmontar contradições. Além do mais, e sobretudo, é mulher, negra, 19 anos mais jovem e com muito mais cabelo que Trump. Tudo o que ele preferiria não ter de enfrentar num debate.

Caso ocorra mesmo o confronto agendado para 10 de setembro, Trump procurará explorar o fracasso consumado de Kamala na única tarefa de relevância que lhe fora dada por Biden na Vice-Presidência: mergulhar nas raízes e apresentar solução para o maior problema de política interna da nação, a imigração descontrolada na fronteira com o México.

Talvez também tente ressuscitar a criticada atuação de Kamala no âmbito penal da Califórnia, quando ela se alinhou à política da época, o encarceramento em massa, por pequenos delitos, de jovens em geral pobres, pretos e latinos.

QUESTÃO DO ABORTO – Estará pisando em terreno minado, contudo, se buscar confronto em torno de uma das bandeiras progressistas mais caras a Kamala: a questão das liberdades reprodutivas para a mulher. Nessa seara, muitas eleitoras e eleitores ainda indecisos se alinham à bandeira democrata.

Em resumo, a eleição nos Estados Unidos está começando só agora. Melhor que isso, só mesmo a cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris. Um alumbramento de fazer esperançar — e rever sempre que duvidarmos da capacidade humana de criar.

(*) Charli descreve o termo da moda brat como “alguém com um maço de cigarro, um isqueiro Bic e um top surrado branco sem sutiã por baixo”, ou “alguém meio bagunça que gosta de festa e fala bobagem de vez em quando, mas é muito honesto e franco”

Brasil está impotente perante a fraude de Maduro, mas pode aprender a lição

Maduro proclamado presidente reeleito da Venezuela nesta segunda-feira (29). — Foto: Leonardo Fernandez Viloria/Reuters

Na maior velocidade, Maduro logo foi proclamado reeleito

Joel Pinheiro da Fonseca
Folha

A esperança é mesmo um veneno. Poucas horas depois de Nicolás Maduro se declarar vencedor de uma eleição roubada do início ao fim, sem nem se dar ao trabalho de publicar as atas eleitorais, já me pego torcendo para que os protestos contra seu regime que pipocam por todo o país cresçam e finalmente o destronem.

Levantes populares massivos podem forçar a renúncia do ditador? Podem. Mas, como ele tem o apoio das Forças Armadas, conta com milícias armadas paramilitares e já mostrou no passado que não tem o menor problema em matar centenas de manifestantes, não parece um desfecho provável. É apenas a esperança completamente irracional que insiste em manter viva sua pequena chama.

ACORDO NO LIXO – O Brasil bem que tentou ajudar na transição para a democracia. Fomos testemunha do Acordo de Barbados, em que Maduro e opositores se comprometeram a ter eleições presidenciais limpas, transparentes e justas em 2024. Esse acordo foi rasgado e jogado no lixo pelo ditador. De nossa parte, a participação cobra um preço: o governo brasileiro tem o dever de se pronunciar.

A urna venezuelana, assim como a nossa, imprime boletins de urna. Esses estão sendo sonegados pelo governo. Quanto mais tempo passa, maior a chance de surgirem boletins falsificados. Além dos boletins, as urnas venezuelanas também imprimem votos. Sua recontagem pública deve ser exigida pela oposição. Cabe ao Brasil se juntar a esse coro.

Nossa diplomacia pode e deve ser cautelosa e cobrar as atas eleitorais e demais provas antes de emitir seu veredito. Mas quando elas finalmente chegarem —ou, o que é mais provável, quando ficar claro que elas não chegarão—, será preciso fazer uma escolha: respaldar a farsa que vimos se desenrolar na Venezuela ou apontá-la com clareza.

POSSÍVEL CAMINHO – O que não significa que o Acordo de Barbados tenha sido um erro. Era um possível caminho para a redemocratização. No passado, tentamos a estratégia oposta: o endurecimento e corte nas relações. O governo Bolsonaro chegou a reconhecer Juan Guaidó como presidente legítimo. Lá atrás, não havia como saber se daria certo. Foi um fracasso. Assim como foi um fracasso a tentativa de influenciar o regime por meio da diplomacia amigável.

Neste momento, mesmo os governos de esquerda não ditatoriais da América cobram transparência da Venezuela: Brasil, México, Chile; todos na mesma toada. Realisticamente, não deve importar muito. Maduro já se prontificou e expulsou os diplomatas de sete países que teceram críticas ao pleito.

A moral da história é que temos muito pouca influência sobre a política de nosso vizinho. Não resta muito a fazer. Sanções já se revelaram um erro.

PUNIÇÕES INÚTEIS – As sanções econômicas impostas pelos EUA aprofundaram a crise social e em nada enfraqueceram o regime. Pelo contrário, seu controle sobre a sociedade se fortaleceu. A sanção cai como uma luva no discurso populista, segundo o qual todos que se opõem ao governo são traidores da nação; e passam a ser lacaios dos inimigos externos.

É do nosso interesse manter comunicação aberta com o regime Maduro tendo em vista diversos objetivos: compra de energia, recebimento de dívidas antigas, questões da fronteira etc. Fora disso, qualquer ambição de ajudar na mudança de um regime que já prendeu centenas, matou milhares e presidiu sobre uma brutal catástrofe humanitária só nos desmoraliza. No momento, podemos apenas torcer pelos manifestantes —sabendo perfeitamente que Maduro não estava brincando quando falou em “banho de sangue”.

Mantenho viva a tola esperança de que a democracia ainda pode triunfar, bem como a convicção de que todos os que apoiam esse regime ou buscam emular seus atos deveriam ser banidos da vida pública brasileira.

Queria ver esses “olímpicos” gozarem o islã como gozaram o cristianismo

Vídeo oficial da abertura dos Jogos de Paris é excluído em meio a polêmica  sobre representação da Santa Ceia | Brasil 247

Vídeo oficial da abertura ridicularizou a cena da Santa Ceia

Luiz Felipe Pondé
Folha

Façamos um exercício de imaginação ativa hoje. Se você não tiver estômago, como é comum no ambiente cultural, pare e não leia o que vem a seguir. Imagine que ao longo dos dias das Olimpíadas em Paris, o criador da cerimônia de abertura e todos os participantes da “cena revolucionária” da Santa Ceia fossem fuzilados por brigadas cristãs furiosas que gritassem “Jesus é grande!”.

Como acha que o mundo da cultura local e internacional —ocidental, claro— reagiria?

SANTA CEIA DEBOCHADA – “Inteligentinhos” em geral —que gozaram com o deboche da Santa Ceia achando-o um marco revolucionário— teriam surtos epileptiformes. “Que horror! Quanta violência!”

“Deus do céu!” —a exclamação cai bem no tema em questão. Como é fácil dar xeque mate na esquerda “woke”, basta você ter dois neurônios e um pouco de colhão, porque eles não têm nenhum desses substantivos em questão.

Queria ver essa cambada de frouxo gozar com o islã como gozaram com o cristianismo —a população islâmica francesa é significativa, aliás.

MORTE NO HEBDÔ – Lembrando bem, em janeiro de 2015, mataram os caras da Charlie Hebdô em Paris porque zoaram com o profeta Maomé, e houve “inteligentinho” humorista por aí que quase disse que os cartunistas eram culpados por terem sido assassinados porque tiraram sarro de uma população oprimida.

Pessoalmente, “adoro” essa lógica oprimido-opressor no que tange ao mundo do pensamento público. Nunca inventaram mau-caratismo maior desde as mentiras nazistas sobre os judeus ou o “sucesso socialista” de Stálin.

Mas voltemos ao nosso exercício imaginativo. Vejo as manchetes horrorizadas: “Fascistas franceses mostram a sua cara!”. Em se tratando da França: “Merecem a guilhotina!”.

ÓDIO DA ULTRADIREITA – Articulistas se perguntariam: “Por que tamanho horror? De onde vem esse ódio da ultradireita?”. Lula e companhia suspeitariam de que a família Bolsonaro estava por trás disso. Ou um braço do povo de 8 de janeiro de 2023. Pediriam a extradição para o Brasil dos criminosos? Boatos dizem que em meio a eles existiam evangélicos com dupla nacionalidade, uma delas, sendo brasileira, logo, objetos do STF.

“Reacionários odeiam a arte!” Faculdades de humanas fariam horas de silêncio em homenagem às vítimas, que, de fato, seriam vítimas, como os cartunistas da Charlie Hebdô.

Queimariam igrejas? Duvido, “são da paz”. Mais provável que fariam uma grande manifestação na Bastilha —com participação do tarado do Mélenchon—, e na Paulista —com participação da classe artística nacional—, todos com flores vermelhas nas mãos pedindo o controle radical das redes que levaram à organização dos grupos cristãos antidemocráticos e à multiplicação dos discursos de ódio que geraram tamanho ato de terror.

VIVA O HAMAS – Bandeiras do Hamas seriam usadas como símbolos pela paz universal e democracia. Jornalistas, intelectuais e cantores afirmariam com absoluta certeza que houve um dedo da Le Pen e do Bardella nos ataques terroristas. Torcedores da Kamala Harris acusariam Trump de ter financiado os atos.

O primeiro ministro de Israel “Bibi” Netanyahu seria identificado como a mente malvada por trás dos atos —afinal, o judaísmo é o “pai” do cristianismo, e Jesus era judeu, logo, sionista.

Manifestos de arte-ativistas nas redes pediriam o fim do direito à liberdade religiosa no que tange a grupos cristãos “fundamentalistas”, em nome da defesa da democracia. E grupos de WhatsApp no Brasil fariam memes chorosos de como o mundo desandou nos últimos anos. “De onde vem tanto ódio?” “Por que não podemos viver como os hippies propuseram? Paz e amor”, sendo vagabundos sem trabalhar.

RINDO DO OCIDENTE? – E os fascistas da ultradireita? Onde estariam esses miseráveis que empesteiam o mundo? Meloni, Orbán, Putin apontariam os dedos rindo do “Ocidente”?

Basta de imaginação ativa. Por que a esquerda “woke” acha que pode cuspir em um ícone sagrado do cristianismo —que não é a minha fé, já que não tenho nenhuma—, a Santa Ceia?

Essa é fácil de responder. Porque há décadas a inteligência pública é composta na sua quase totalidade por delinquentes adolescentes com capacidade cognitiva e política duvidosa.

Maduro vence eleição, mas oposição contesta e aponta fraude ‘grosseira’

Oposição que avaliar supostas modificações feitas nos resultados

Pedro do Coutto

Como era esperado, enquanto Nicolás Maduro afirmava ser vitorioso nas eleições realizadas neste domingo, a oposição o acusava de desrespeito às regras eleitorais, inclusive quanto à apuração. Na madrugada de ontem, o Conselho Nacional Eleitoral daquele país anunciou que Maduro venceu as eleições presidenciais, mas os resultados foram contestados pela oposição, que disse ter havido fraude “grosseira” para modificar os números.

Segundo o presidente do CNE, Elvis Amoroso, Maduro obteve 51,2% dos votos, contra 44,2% do opositor Edmundo González, com 80% das urnas apuradas. O anúncio aconteceu pouco depois da meia-noite em Caracas. Amoroso, um aliado de Maduro, disse que a tendência da apuração era “contundente e irreversível”. O presidente do CNE também disse que o país investigará “ataques terroristas” ao sistema eleitoral aos quais atribuiu o atraso na divulgação.

AVALIAÇÃO – Momentos depois do anúncio, a principal líder da oposição, María Corina Machado, inabilitada para exercer cargos públicos e apoiadora de González, contestou o resultado.

“Ganhamos em todos os Estados do país e sabemos o que aconteceu hoje. Cem por cento das atas que o CNE transmitiu nós temos e toda essa informação aponta que Edmundo obteve 70% dos votos”, disse Machado a jornalistas. Ela acrescentou avaliar que as supostas modificações feitas nos resultados haviam sido “grosseiras”.

O embate prenuncia mais tensão nos próximos dias na Venezuela, sob acompanhamento dos países vizinhos e dos EUA. O Itamaraty divulgou uma nota ontem afirmando que o governo brasileiro aguarda “a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.

A nota diz ainda que o governo brasileiro “saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração”, além de reafirmar “o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”. O presidente Lula da Silva ainda não se pronunciou sobre o tema.

OBSERVAÇÃO – O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que seu país tem “sérias preocupações” sobre o resultado anunciado. “A comunidade internacional está observando isso de perto e responderá de acordo”, afirmou Blinken. O presidente chileno, Gabriel Boric, questionou abertamente os resultados e disse que o Chile só reconhecerá números “verificáveis”. Os presidentes da Colômbia e México – ambos de esquerda como Boric – ainda não haviam dado declaração até o momento em que escrevo esse artigo.

Esse tumultuado desfecho era aguardado pelos observadores internacionais no momento em que sabiam que Maduro não iria convocar eleições para perdê-las. Agora, veremos as consequências da possível farsa que foi montada mais uma vez.

O palco iluminado de Orestes Barbosa, que jamais será esquecido

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Orestes era um letrista que virou lenda

Paulo Peres
Poemas & Canções

O poeta carioca Orestes Barbosa (7/5/1883 – 15/8/1966) é o letrista da antológica canção “Chão de Estrelas”, que Silvio Caldas musicou e gravou em 1937, pela Odeon. Um poema que jamais esqueceremos.

CHÃO DE ESTRELAS
Silvio Caldas e Orestes Barbosa

Minha vida era um palco iluminado,
Eu vivia vestido de doirado,
Palhaço das perdidas ilusões,
Cheio dos guizos falsos da alegria,
Andei cantando a minha fantasia,
Entre as palmas febris dos corações.

Nosso barracão no morro do Salgueiro,
Tinha o cantar alegre de um viveiro,
Foste a sonoridade que acabou!
E hoje, quando do sol, a claridade,
Forra o meu barracão, sinto saudade,
Da mulher pomba-rola que voou…

Nossas roupas comuns dependuradas,
Na corda qual bandeiras agitadas,
Pareciam um estranho festival,
Festa dos nossos trapos coloridos,
A mostrar que nos morros mal vestidos,
É sempre feriado nacional…

A porta do barraco era sem trinco,
Mas a lua furando nosso zinco,
Salpicava de estrelas nosso chão,
Tu pisavas nos astros distraída,
Sem saber que a alegria desta vida,
É a cabrocha, o luar e o violão.

Deus e o diabo na terra do Estado laico, onde somente o voto salva 

Quadrinho 1 - Armandinho pergunta ao pai:- Pai, né que o estado deve ser lacaio?
Quadrinho 2 - pai responde:
- Não, filho, o estado deve ser laico. 
Armandinho afirma:
- Isso! Isso!
Quadrinho 3 - pai fala:
- Pior é que não é só você que confunde...
Armandinho fala para o seu sapo de estimação:
- Laico! Laico!

Tirinha do Armandinho * Autor – Alexandre Beck

Eduardo Affonso
O Globo

Deus pode até estar em todos os lugares, mas em nenhum é tão onipresente como na política. Bolsonaro o tinha como cabo eleitoral, encabeçando uma versão revista e recauchutada da Santíssima Trindade: “Deus, pátria e família” — sendo a pátria a crucificada, e a família seu próprio clã. Ainda que o Brasil estivesse acima de tudo, Deus estava acima de todos.

Tão acima que, apesar de onisciente, não perceberia as rachadinhas, o comportamento criminoso durante a pandemia, a devastação ambiental, a venda das joias, a incitação ao golpe e uma penca de outros pecados passíveis de penitência bem maior que dois pais-nossos e quatro ave-marias.

SEM PRECONCEITO – Como quem acende uma vela para si mesmo e outra para o diabo, Deus não tem preconceito ideológico nem desampara quem o procure. Lula garante que sua volta ao poder foi coisa d’Ele — cometendo a heresia do machismo linguístico ao chamá-lo de “o homem lá de cima” (linguagem neutra, só no discurso escrito, né?).

— Vocês votarem em mim foi ato de fé, de coragem, que um milagre estava para acontecer nesse país — declarou, com um olho na Bíblia e outro na urna. — Deus não é mentira; é a verdade, e não pode usar em vão como eles usam todo santo dia — completou, usando o nome em vão, como faz todo santo dia.

Políticos sabem que, numa democracia, só o voto salva — e o caminho mais curto para a salvação passa pela oferenda, pelo dízimo, pelo confessionário. Há mais ateus num avião em queda livre que em campanha eleitoral. Que o digam Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso.

FÉ POLÍTICA – Sarney (rico governador do estado mais pobre do país, chefe de um governo pródigo em nepotismo e corrupção) proibiu a exibição de “Je vous salue, Marie” (de Jean-Luc Godard) “para assegurar o direito de respeito à fé da maioria da população brasileira” — e mandou que Deus fosse louvado em todas as cédulas (uma excrescência que corre o risco de jamais ser revogada).

Ter cidadania brasileira não impede que Deus preste serviços fora daqui. Sua mão teria ajudado Maradona a fazer um gol decisivo nas quartas de final contra a Inglaterra, na Copa de 1986. E, segundo Donald Trump, foi Ele quem “evitou que o impensável acontecesse“ no atentado de 13/7. A mão divina não deve ser mais a mesma, porque a bala ainda pegou de raspão.

Nas hostes infernais da oposição ao Todo-Poderoso, os tinhosos, cabruncos e capirotos ganharam a companhia de duas novas entidades malignas: fascistas e comunistas.

TEMOS O CAPETA – “Temos um mal pela frente, um capeta que quer implantar o comunismo no nosso Brasil” — vociferou um. “Com Boulos eleito, poderemos dizer que nunca mais os fascistas vão governar essa cidade e esse país” — ululou o outro.

Além dos políticos, há mais uma categoria que tem certeza da inexistência de Deus. São os charlatães, que exploram a boa-fé alheia com “milagres” encenados para arrancar o dízimo — ou, como João de Deus, obter favores sexuais.

Eles não se arriscariam a arder no mármore do inferno por toda a eternidade, pagando pelos pecados da ganância, da soberba, da fraude, da luxúria se temessem a hora da verdade no Dia do Juízo.

DEUS É DELÍRIO? – Se Deus é um delírio, como foi definido por Richard Dawkins, o Brasil ainda deve demorar um pouco para sair do surto.

Quem melhor escreveu a respeito foi o compositor Chico César:

— Essa gente é o diabo e faz da vida de Deus um inferno.

Não só da vida d’Ele. Da nossa vida, também.

Maduro gozou Lula, porque a urna da Venezuela é mais segura do que a nossa

Eleições na Venezuela: 'Farei com que se respeite o resultado eleitoral', diz Maduro após votar em Caracas

Sempre discreto no trajar, Maduro deposita o voto impresso

Carlos Newton

O sistema eleitoral da Venezuela é melhor do que o brasileiro e deveria ser adotado por nós. É uma verdade inquestionável e que agrada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que chegou a aprovar na Câmara um projeto de voto impresso, quando era deputado federal. A proposta de Bolsonaro era acoplar uma impressora à urna, para registrar o voto do eleitor, que então seria por ele depositado numa urna suplementar, como se faz na Venezuela.

O sistema é mais confiável do que o brasileiro, porque o eleitor confirma se votou certo e fica em aberto a possibilidade de a Justiça Eleitoral confrontar se os votos impressos coincidem com os da urna eletrônica, que realmente valem.

AUDITAGEM – O ponto principal é a auditagem. Sabe-se que na urna brasileira a auditagem é dificultada, como Nicolás Maduro afirmou semana passada, ao ironizar a declaração de Lula sobre o pretendido “banho de sangue”.

Na verdade, ainda não inventaram uma eleição imune a fraudes. E não importa se o voto é impresso ou eletrônico. O que interessa é se há  fiscalização. Quando os fiscais são livres para atuar, torna-se praticamente impossível fraudar. É por isso que a maioria dos países ainda não adotou a urna eletrônica. Na nossa matriz USA, por exemplo, depende do Estado.

No caso da Venezuela, houve bloqueio à fiscalização. No final da votação, quando as varas eleitorais foram fechando na noite de domingo, a oposição denunciou que seus fiscais não conseguiram entrar, embora esse acesso tivesse de lhes ser garantido ainda durante o período da votação.

FRAUDE GROTESCA – Assim, é impossível defender a lisura da eleição de Maduro, como os presidentes da Rússia, China e outros países se apressaram a fazer, sem levar em consideração os seguintes fatos inquestionáveis:

1) Os fiscais da oposição e observadores internacionais não tiveram direito a supervisionar a contagem dos votos impressos e o cotejo com a urna eletrônica;

2) A eleição foi anunciada quando só tinham sido contados 80% dos votos;

3) O Conselho Nacional Eleitoral proclamou a vitória do presidente sem apresentar as atas de votação;

4) O procurador-geral alegou que as atas não foram apresentadas devido a ataques de hackers.

5) A oposição não teve acesso aos votos em papel em grande parte dos colégios eleitorais, o que teria impedido a auditoria efetiva

6) O resultado de 51,21% foi para mostrar que Maduro tem apoio da maioria absoluta dos cidadãos.

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P.S. – Se você ainda acredita na lisura das eleições venezuelanas, por favor nos forneça o telefone de Papai Noel, porque gostamos de nos antecipar nos pedidos de Natal. (C.N.)

Eleição fraudada põe Lula na berlinda e enfraquece a liderança do Brasil

Celso Amorim evita encontro com Maria Corina Machado | CNN Brasil

Amorim tenta apoiar Maduro e está fazendo papel ridículo

Sílvio Ribas
Gazeta do Povo

O governo brasileiro evitou se posicionar sobre as eleições na Venezuela: não reconheceu a vitória do ditador Nicolás Maduro, declarada pelo órgão eleitoral ligado ao chavismo, tampouco manifestou preocupação diante dos relatos de manipulações estatais do processo eleitoral do país vizinho. As hesitações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acabaram deixando o Brasil isolado em relação às cobranças mais contundentes de outros presidentes sobre a transparência no pleito deste domingo.

A oposição venezuelana, do candidato Edmundo González Urrutia, espera que Lula não reconheça a reeleição de Maduro, demonstrando assim que tem um real compromisso com a defesa da democracia. Porém, o histórico do petista não sugere que ele dará uma declaração nesse sentido.

REAPROXIMAÇÃO – Desde o início de seu atual mandato, Lula buscou a reaproximação com o regime chavista e vem apoiando a aceitação de Maduro em fóruns internacionais, além de negociar a retirada de sanções contra a Venezuela, sobretudo dos Estados Unidos, o que reduziu sua capacidade de exigir concessões democráticas do aliado.

De acordo com especialistas consultados pela Gazeta do Povo, a abordagem da política externa do país para a eleição venezuelana, traçada pelo assessor presidencial Celso Amorim, antes e depois da divulgação do resultado oficial no domingo (28), revela a dificuldade do Palácio do Planalto em se posicionar.

A cautela exagerada deve-se, segundo eles, ao receio do governo de agravar a sua já comprometida postura em relação à crise venezuelana, com grande repercussão internacional. A inação de Lula contrasta ainda com a reação de outros presidentes da América do Sul, como os da Argentina, Javier Milei, e do Chile, Gabriel Boric.

OPÇÃO CLARA – “Os venezuelanos optaram por acabar com a ditadura comunista de Maduro”, disse Milei em postagem no X, citando pesquisas de intenções de voto que apontavam o oposicionista González Urrutia como vencedor. “A Argentina não vai reconhecer mais uma fraude e espera que desta vez as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular”, completou.

Também no X, Boric declarou que seu país não reconhecerá “nenhum resultado que não seja verificável”. E concluiu: “A comunidade internacional e especialmente o povo venezuelano, incluindo os milhões no exílio, exigem total transparência das atas e do processo, e que observadores internacionais não comprometidos com o governo prestem contas pela veracidade dos resultados”.

Uruguai, Peru, Equador e Costa Rica também evidenciaram que não reconhecem Maduro como presidente reeleito. Estados Unidos e União Europeia, por sua vez, cobraram transparência.

DITADURAS APOIAM – O posicionamento divergente e explícito vem dos ditadores da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, que prontamente felicitaram o parceiro Maduro pela suposta recondução para novo mandato de seis anos, endossa pelas urnas.

Numa direção no mínimo titubeante, o ex-chanceler Amorim procurou ainda contemporizar. “Não sou daqueles que reconhece tudo o que é dito, mas também não vou entrar numa de dizer que foi fraude. É uma situação complexa e queremos um regime democrático para a Venezuela de forma pacífica”, disse o assessor especial da Presidência em entrevista ao G1.

Oficialmente, o Ministério das Relações Exteriores disse em nota que aguarda a publicação dos dados desagregados por mesa de votação, antes de emitir um posicionamento sobre o resultado anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Por outro lado, o governo brasileiro saudou “o caráter pacífico da jornada eleitoral” na Venezuela neste domingo.

DESGASTE POLÍTICO – Lula amplia desgaste político com governos da região, dizem especialistas. Para o professor Daniel Afonso Silva, pesquisador de relações internacionais da USP, “a relação entre os líderes e os governos saíram claramente arranhadas neste episódio. O mandatário venezuelano desrespeitou e desautorizou as autoridades e instituições brasileiras e, mesmo assim, Lula enviou Celso Amorim como fiador do processo”, observou.

Natalia Fingermann, professora de Relações Internacionais da ESPM, acredita que o Brasil aguarda a divulgação dos relatórios completos das autoridades eleitorais da Venezuela para fazer um pronunciamento oficial, com o objetivo de fundamentar melhor sua posição. Ela também observa que, de toda forma, a relação entre Brasil e Venezuela tende a se distanciar, contrastando com o apoio incondicional dado anteriormente.

Em relação à perda de liderança do Brasil na região, Natalia aponta que este é um processo que já vem ocorrendo há algum tempo, especialmente após a eleição de Javier Milei na Argentina.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Excelente reportagem de Silvio Ribas, enviada por Mário Assis Causanilhas. Faltou dizer que a Venezuela está sendo apoiada pelos países que compram seu petróleo e dependem desse fornecimento, o que é politicamente compreensível. (C.N.)

Kamala terá de enfrentar a insatisfação dos norte-americanos com os rumos do país

charge trump candidatura kamala estratégia

Charge do Baggi (Jornal de Brasilia)

Bruno Boghossian
Folha

Kamala Harris abriu de maneira idêntica os três discursos que fez até agora como provável candidata à Casa Branca. A vice-presidente enalteceu o legado de Joe Biden, descreveu o governo do qual faz parte como um dos mais importantes da história e assumiu a inevitável bandeira da continuidade para disputar esta eleição.

O Partido Democrata precisava desesperadamente de um candidato que não fosse Biden para enfrentar Donald Trump. Kamala larga como uma candidata de situação que tem a vantagem de não ser um político de 81 anos cuja capacidade de liderança é alvo de questionamentos. Para vencer, ela terá que ir muito além.

OUTROS RISCOS – A idade de Biden não era o único risco dos democratas. A despeito de um cenário econômico positivo, a taxa de aprovação do presidente indica que os americanos não se mostram satisfeitos com o país.

A candidatura de Kamala depende de sua capacidade de vender algo mais do que um retrospecto dos últimos anos.

Em seus primeiros dias na arena, a vice-presidente falou em futuro e buscou uma contraposição ao que seria uma volta ao passado com Trump. Disse que sua prioridade será o fortalecimento da classe média, que vem se mostrando mais distante dos democratas, e alertou para a ameaça que os republicanos representam para os direitos reprodutivos.

TESTE DIFICIL – A credibilidade do discurso econômico de Kamala passará por um teste difícil nos meses que restam até a eleição. O que é inegável é que ela dispõe de uma energia maior do que Biden para enfrentar Trump e apresentá-lo como uma ameaça, numa estratégia capaz de ampliar a participação de mulheres e negros, além de levar às urnas eleitores independentes que rejeitam o republicano.

A investida precisa ser suficiente para cobrir flancos que tornam sua candidatura potencialmente vulnerável. Kamala é tratada pelo populismo conservador como a vilã progressista perfeita e se tornou alvo preferencial de trumpistas que apontam para a falta de um plano democrata para a imigração.                                                                                                                  

Deputado que se julga importante entrou falando grosso e saiu falando fino

Ignorância e arrogância são duas irmãs insepar... - Giordano Bruno - FrasesVicente Limongi Netto

A arrogância e a ignorância são armas torpes e desprezíveis, muito usadas por patéticos homens públicos, para pisar nas demais pessoas. Algumas vezes o feitiço volta-se contra o feiticeiro, porque ele não tem como escapar de um certeiro tiro no pé. Foi o que aconteceu com um poderoso deputado, autêntico cancro da política alagoana.

Insatisfeito com o tratamento do noticiário do Metrópoles, o figurão marcou encontro com o dono do portal de notícias. Data marcada, foi à sede do Metrópoles.

DONO DA VERDADE – Com a habitual nariz empinado, antipático e dono da verdade de meia pataca, o insolente engomado teve a audácia de fazer críticas a linha editorial do Metrópoles, desacatando alguns de seus profissionais.

Prontamente recebeu o troco duro e merecido do anfitrião, que exigiu respeito e devolveu as ofensas do pretensioso parlamentar. Alinhou algumas verdades ao leviano visitante, levantou-se e foi embora.

Ao sair, sugeriu para o deplorável deputado se queixar, caso desejasse, à editora-chefe do portal, presente na reunião que durou apenas alguns minutos. Dizem que o castigo vem a cavalo. Mas, para o asqueroso deputado, veio na lata. 

MADURO DEMAIS – O desprezível Nicolás Maduro continua debochando do mundo civilizado. Pisa na democracia. Humilha adversários. Despreza o resultado das urnas. Desrespeita e agride a vontade popular. 

Antipático, cretino e repugnante, continuará impune. Enxovalhando o judiciário e direitos do povo. Mandando quem esteja indignado e insatisfeito, tomar chá de camomila. A começar por Lula. 

Inacreditável que ninguém tenha poder, força e coragem para expulsar o patife Maduro da presidência da Venezuela.

RECORDE INDECENTE – O excelente Cláudio Humberto revela, no Diário do Poder, que o indecoroso e patético Davi Alcolumbre (União-AP) é senador recordista absoluto em gastos de dinheiro público. São despesas a título de “divulgação da atividade parlamentar”.

Essa vestal grávida do Amapá ainda pretende voltar à presidência do Senado e do Congresso. É o fim da picada. O finório Davi ganha fácil a medalha do cinismo e cara de pau. Desde 2015, recorda Cláudio Humberto, quando entrou no senado, Alcolumbre já torrou 2,35 milhões de reais apenas com a famigerada “divulgação da atividade parlamentar”.

O colunista salienta,  por fim, que na presidência do senado, Alcolumbre ignorou a lei de acesso à informação e tornou secretas as notas de senadores. Depois, teve que recuar na estupidez.

Governo Lula dedica-se ao velho delírio que pode levar a Petrobras à ruína

O presidente Lula durante solenidade na sede da Petrobras no Rio de Janeiro. Foto: Pedro Kirilos / Estadão

Lula tem obsessão e faz o que pode para explorar a Petrobras

J.R. Guzzo
Estadão

O atual vice-presidente Geraldo Alckmin, numa outra encarnação, disse que o atual presidente Lula queria “voltar à cena do crime” com o seu projeto de retorno à presidência. Hoje diz o contrário, mas o que falou continua valendo cada vez mais – pode ter sido, até, a coisa mais acertada que declarou em toda a sua carreira política.

Nenhuma confirmação dessa volta ao crime, e exatamente no lugar em que foi cometido, poderia ser mais clara do que o governo está fazendo neste preciso momento na Petrobras. Nos 14 anos das administrações Lula-Dilma, a maior empresa do Brasil foi colocada na porta da vara de falências.

REPETIR A DOSE – Corrupção provada, maciça e confessa, negócios ruinosos para a empresa e decisões suicidas do ponto de vista empresarial se juntaram para levar à Petrobras à bacia das almas – e muitos dos seus diretores à cadeia. Querem, agora, repetir o que fizeram, peça por peça, e com a tranquilidade de saber que ninguém vai ser incomodado pela justiça criminal.

Em apenas um ano e meio de governo Lula, já está tudo errado outra vez – e está errado precisamente nos mesmos lugares onde erraram de 2003 a 2016. A Petrobras, em qualquer avaliação racional, é uma empresa petroleira – e não uma árvore de Natal onde Lula vai pendurando todo tipo de atividade na tentativa, provadamente fútil, de gerar produção industrial, “criar empregos” e ter um “papel social”.

Onde a Petrobras tem competência, talento tecnológico e capacidade de competir é na produção de petróleo em alto mar. É aí que está a sua força e o seu valor para o interesse público.

OBJETIVO MAIOR – Por conta da Petrobras o Brasil deixou de ser, há anos, dependente de importações de petróleo – o País produz hoje acima dos 3 milhões de barris de óleo por dia e tornou-se um exportador mundial importante. É nisso, logicamente, que deveria se concentrar e investir.

Mas o governo Lula, assim que “o Brasil voltou”, atirou-se outra vez ao delírio que levou a companhia à ruína. Em vez de investir naquilo que a Petrobras faz de melhor, está socando bilhões em tudo o que ela faz de pior – mas onde as oportunidades de negócio para os amigos, e os amigos dos amigos, são uma maravilha.

É o caso das refinarias. Depois da Abreu e Lima, que deveria custar 2 bilhões de dólares, já custou mais de 20 bi e ainda não está pronta, e da assombrosa compra da refinaria de Pasadena, que entrou para a história universal da corrupção, querem voltar exatamente à mesma cena, “investindo” de novo no refino – sua atividade mais obsoleta e sem esperança. Querem fabricar adubo, construir navios e jogar, cada vez mais, dinheiro bom em cima de dinheiro ruim. É puro Lula.

Ex-presidente argentino cobra posição de Lula sobre as eleições na Venezuela

Justiça argentina decreta falência do carro-chefe das empresas da família  Macri | Internacional | EL PAÍS Brasil

Todos esperam um posicionamento de Lula, diz Macri

Anna Bustamante
O Globo

Após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) reconhecer, na madrugada desta segunda-feira, a reeleição de Nicolás Maduro à presidência, com 51% dos votos, líderes mundiais se posicionaram acerca da falta de transparência na contagem de votos, e da virada extraordinária do chavista em cima da oposição de Edmundo González.

No entanto, o silêncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o assunto chamou a atenção de figuras importantes, como o ex-presidente da Argentina, Maurício Macri, que cobrou que Lula “não fique calado”:

DISSE MACRI – “Espero que o Presidente Lula, que considero um democrata, apesar das nossas diferenças ideológicas, não fique calado”, disse Macri, na rede social X.

A vitória questionável de Maduro nas eleições venezuelanas despertou uma segunda-feira de críticas e posicionamentos. Nas redes sociais, alguns internautas se incomodam com o silêncio do governo federal e cobram a fala de Lula a respeito dos resultados das urnas, fortemente rejeitados pela oposição, que denuncia uma fraude na contagem de votos, visto que pesquisas anteriores previam vitória avassaladora de González Urrutia.

No Brasil, a falta de posicionamento também é criticada. O deputado federal Mario Frias (PL-SP), ex-secretário especial da Cultura no governo de Jair Bolsonaro, disse no X, que Lula endossou a fraude eleitoral da Venezuela.

ENDOSSO DE LULA – Para muitos, o posicionamento de Lula sobre a reeleição do chavista, além de dizer muito sobre como o presidente enxerga o pleito, também colocará sua credibilidade em jogo, visto que não questionar o suposto “golpe” contra a democracia pode manchar sua imagem. E Maduro, na reta final, disse que as eleições no Brasil eram inauditáveis, aderindo à tese do ex-presidente Bolsonaro.

“Se Lula validar Maduro, irá contrariar todo o seu discurso de ‘defensor da democracia’, e será oficialmente um mentiroso antidemocrático. Se ele condenar a farsa, Maduro fala o que sabe sobre as eleições brasileiras e muito mais”, expressou a usuária @AndreiaPrate, no X.

Costa Neto alega à Justiça dos EUA que é perseguido político por Moraes

Valdemar Costa Neto deixa Superintendência da PF a... | VEJA

Costa Neto explicou que seu passaporte foi apreendido

Marcela Mattos
Veja

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, fez relatos de perseguição política e disse que o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de um ministro, faz oposição a seu partido. O posicionamento consta em uma ação de difamação apresentada pelo dirigente contra a sua ex-mulher, Maria Christina Mendes Caldeira.

O processo tramita na Justiça da Flórida, nos Estados Unidos. Isso porque Maria Christina se mudou após uma separação conturbada com o dirigente, em 2004. Recentemente, ela foi processada por Valdemar Costa Neto  após ter feito uma publicação em uma rede social na qual comentou o passado do ex-marido, que foi condenado e preso no esquema do mensalão. Em reação às postagens, o político cobrou uma indenização de 50.000 dólares, alegando ter uma reputação ilibada.

INQUÉRITO NO STF – A confusão familiar, no entanto, acabou se misturando ao inquérito sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que apura se houve uma tentativa de golpe no país após a derrota de Jair Bolsonaro.

Valdemar foi alvo de busca e apreensão em fevereiro deste ano e outros membros do seu partido, como o próprio Jair Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto, foram alvos da ação. Na ocasião, Valdemar Costa Neto acabou preso em flagrante depois de os investigadores encontrarem uma arma de fogo com o registro vencido – ele foi solto dois dias depois.

A operação também culminou na apreensão do passaporte do político. Por isso, ele ficou impedido de comparecer presencialmente à audiência nos Estados Unidos. Em ofício encaminhado à Corte americana, ele relatou a operação da PF e tentou minimizar seu envolvimento no caso alegando que a Justiça brasileira é oponente ao seu partido.

DIZ COSTA NETO – “Em fevereiro de 2024, houve uma investigação iniciada por um membro do STF (que é conhecido por estar em oposição ao Partido Liberal – PL) contra aproximadamente 30 pessoas relacionadas ao partido por causa de alegações de que elas estariam envolvidas na conspiração de um suposto golpe após as últimas eleições presidenciais”, afirmou Valdemar.

Ele acrescentou que, para a sua “surpresa”, acabou preso na operação, muito embora por um motivo que nada tenha a ver com as investigações em andamento.

“Dada a natureza trivial das acusações, eu acredito, e é de conhecimento geral no Brasil, que essa prisão teve motivação política”, acrescentou.

SEM LEGITIMIDADE – As declarações de Valdemar foram anexadas ao inquérito do golpe depois que a ex-mulher do dirigente acionou o ministro com um pedido de informações sobre a situação do passaporte dele e alegando que o juizado local questionava o fato de ele não ter se apresentado presencialmente à Corte.

Moraes, depois, acabou enviando o caso para uma ação em separado por causa da ausência de legitimidade de Maria Christina em fazer pedidos junto à petição sobre a tentativa de golpe e porque o requerimento “não guarda qualquer relação com os fatos objetos desta investigação”.

Ele, porém, não fez nenhum comentário sobre as críticas diretas de Valdemar Costa Neto.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Costa Neto cometeu um erro grosseiro. Ter dito à Justiça da matriz USA que é perseguido político pode ser encarado como piada. No entanto, ao mencionar claramente o ministro Alexandre de Moraes, mesmo sem ter citado o nome dele, ultrapassou os limites e agora passará a ser tratado realmente como criminoso político, com perseguição garantida por Moraes. Por muito menos, aquela família paulista Mantovani, que não aceitou a prioridade a Moraes na Sala VIP do Aeroporto de Roma, está incriminada num processo sem qualquer prova material, inteiramente baseado em “presunção de culpa”, uma situação jurídica ridícula, que só existe no Brasil. (C.N.)

Entenda que a fraude de Maduro deve ter ocorrido na recontagem do voto impresso

O presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, durante coletiva de imprensa em Caracas, Venezuela

Elvis Amoroso, do Conselho Eleitoral, anunciou o resultado

Deu na CNN

O problema na eleição venezuelana foi na recontagem do voto impresso. É exatamente nesta etapa que a oposição venezuelana afirma ter havido uma fraude. O grupo liderado por María Corina Machado diz que não pôde ter acesso aos votos em papel em grande parte dos colégios eleitorais, o que teria impedido a auditoria efetiva do pleito, ainda segundo a oposição.

Na madrugada desta segunda-feira (29), as autoridades eleitorais venezuelanas se apressaram em confirmar a vitória de Nicolás Maduro na disputa pelo Palácio de Miraflores, sede do governo do país. A decisão estava cercada de polêmica e não foi reconhecida por boa parte da comunidade internacional. Mas, afinal, como funciona a eleição na Venezuela?

O VOTO IMPRESSO – Assim como no Brasil, o sistema de votação do país conta com uma urna eletrônica. O mecanismo, no entanto, possui algumas diferenças do aparelho utilizado nacionalmente, assim como o processo de votação.

Na Venezuela, ao chegar no local de votação, o eleitor deve apresentar sua identidade e realizar o reconhecimento biométrico através da impressão digital. Em seguida, vai até a urna eletrônica para computar seu voto.

Efetuado o voto, a urna realiza uma impressão em papel da escolha feita pelo eleitor, que pode confirmar se as informações estão corretas. Após a checagem, ele se dirige para uma outra urna, na qual deposita o voto impresso.

TOTALIZAÇÃO – Os votos computados eletronicamente são enviados para uma central que totaliza os resultados. O sistema que faz o envio é próprio, como o brasileiro, e não possui conexão com a internet.

Em seguida, é feita uma verificação, por amostragem, para saber se os votos enviados pela urna eletrônica são os mesmos depositados, em papel, na urna que fica ao lado da máquina.

É exatamente nesta etapa que a oposição venezuelana afirma ter havido uma fraude. O grupo liderado por María Corina Machado diz que seus fiscais não puderam ter acesso aos votos em papel em grande parte dos colégios eleitorais, o que teria impedido a auditoria efetiva do pleito, ainda segundo a oposição.

O Poder Eleitoral é responsável por organizar e fiscalizar as eleições para cargos públicos no país, através do sufrágio universal, direto e secreto, segundo o seu órgão de governo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O sistema eleitoral da Venezuela é melhor do que o brasileiro e deveria ser adotado por nós. A fraude só pode ocorrer na recontagem do sistema do voto impresso, na urna em separado. No final da votação, quando os pontos eleitorais foram fechando, a Oposição já tinha denunciado que os fiscais não conseguiram entrar, embora o acesso tivesse de lhes ser garantido ainda durante o período da votação. Agora já era, e o mais curioso é o resultado de 51,21%, para mostrar que Maduro tem maioria absoluta. Outro detalhe: o resultado foi anunciado quando ainda faltava contar 20% dos votos, numa pressa que evidenciou o serviço sujo que manterá Maduro por mais seis anos.
(C.N.)

Transparência nos olhos dos outros é refresco e Lula exagera nos cem anos

Tribuna da Internet | Lula prometeu acabar com o sigilo de 100 anos e muita gente acreditou…

Charge do Duke (O Tempo)

Bernardo Mello Franco
O Globo

Tema de debate na última eleição presidencial, o sigilo de cem anos voltou ao noticiário. Desta vez, é o governo Lula que insiste em esconder documentos oficiais, porque transparência nos olhos dos outros é refresco.

O Executivo negou acesso à Declaração de Conflito de Interesses do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O ofício precisa ser entregue antes da posse de cada ocupante do primeiro escalão.

NA CASA CIVIL – A decisão pelo segredo foi da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, chefiada pela Casa Civil. No início do mês, o órgão alegou ao UOL que a declaração de Silveira conteria dados de acesso restrito, “que se referem a aspectos da vida privada e intimidade do titular e, portanto, não publicizáveis”.

A conversa repete um artifício muito usado pelo governo de Jair Bolsonaro: usar a Lei de Acesso à Informação para dificultar o acesso à informação.

De acordo com a lei, o Estado deve preservar informações pessoais que envolvam “a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem” dos cidadãos. Nesses casos, é previsto o sigilo máximo de cem anos. A regra foi estabelecida para valer em situações excepcionais. Numa interpretação distorcida, virou arma para encobrir o que deveria ser revelado.

NORMA AVILTADA – A transparência deve ser a norma no serviço público. Quem aceita virar ministro precisa estar pronto para ser submetido a escrutínio. É o que prevê a Lei de Conflitos de Interesses, sancionada em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff. O texto afirma que os ocupantes de altos cargos na administração pública devem informar patrimônio, participações societárias, atividades econômicas e profissionais. Se Silveira preencheu o questionário para virar ministro, não há por que esconder essas informações da sociedade.

No início do governo, Lula bateu bumbo para a derrubada de sigilos impostos por Bolsonaro. É no mínimo incoerente repetir a prática que condenava na gestão passada.

OUTROS CASOS – A aversão à transparência é suprapartidária. Na última semana, o governo de São Paulo impôs cem anos de sigilo a processos disciplinares contra o coronel Mello Araújo, ex-comandante da Rota. O policial será candidato a vice-prefeito na chapa de Ricardo Nunes, que concorre à reeleição na capital paulista. A decisão de esconder os documentos beneficia o prefeito, aliado do governador Tarcísio de Freitas.

Ao tratar informações corriqueiras como segredos de Estado, governantes também se arriscam a cair no ridículo. Na quarta-feira, a Casa Rosada se negou a fornecer informações sobre os cachorros do presidente da Argentina, Javier Milei. Alegou que os dados seriam “de natureza privada e familiar”.

Desde que o dono da matilha tomou posse, a imprensa pede informações sobre os cães, que ele chama de “filhos de quatro patas”. Uma das excentricidades de Milei é que ele acredita se comunicar por telepatia com seu primeiro mastim inglês, morto anos atrás. Os repórteres tinham perguntas mais simples: quanto se gasta em ração, quem cuida dos animais, quanto custou a construção de canis na residência oficial de Olivos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, fica claro que, em determinados países, a transparência é do tipo vacina que não pega, muito usada em campanhas eleitorais, De resto, não serve para nada. (C.N.)

Contagem relâmpago dos votos aumenta a suspeita de fraude na Venezuela

Maduro, presidente desde 2013, declarou-se vencedor

Pedro do Coutto

Os venezuelanos compareceram às urnas neste domingo para eleições presidenciais repletas de tensão para decidir entre a continuidade do chavismo, que está no poder há 25 anos, ou a mudança prometida por uma oposição unida e esperançosa.

Nicolás Maduro, de 61 anos, e na Presidência desde 2013, foi declarado vencedor de um terceiro mandato de seis anos no momento em que o país tenta sair de uma profunda crise econômica e humanitária que contraiu o Produto Interno Bruto em 80% e empurrou mais de sete milhões de pessoas para o êxodo.

Seu rival era o diplomata Edmundo González Urrutia, de 74 anos, relativamente desconhecido antes da campanha, que representa a carismática e popular líder opositora María Corina Machado, impedida de concorrer devido a uma inabilitação política. Maduro declarou neste domingo que os resultados seriam respeitados.

“GARANTIA” – “Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral, os boletins oficiais e farei com que sejam respeitados”, disse Maduro após votar em Caracas. “Palavra sagrada a do árbitro eleitoral, e peço aos 10 candidatos presidenciais (…) a respeitar, a garantir o respeito e a declarar publicamente que respeitarão o boletim oficial do Conselho Nacional Eleitoral”, acrescentou.

Porém, há alguns dias, Maduro declarou “Paz ou guerra” ao definir o que, na opinião dele, estaria em disputa nesta eleição. Antes, o chavista alertou que uma vitória da oposição poderia provocar um “banho de sangue”, o que rendeu críticas dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Chile, Gabriel Boric, entre outros.

DENÚNCIAS DE FRAUDE – A contagem rápida demais dos votos aumentou as suspeitas de fraude, e a oposição não reconhece a derrota para Nicolás Maduro.

A contagem dos votos impressos é manual, o que dá margem a que, por exemplo, votos em branco sejam transformados em votos para Maduro.

Aliás, se tiver sido permitido o acompanhamento da contagem por fiscais oposicionistas, o preenchimento de votos em branco para qualquer candidato seria a única forma possível de fraude em eleições como as que ocorreram ontem na Venezuela.

Vamos aguardar o comportamento da oposição.

Mundo se divide quanto à fraude na “vitória” de Maduro em rápida contagem

Putin é reeleito presidente da Rússia e diz que mundo pode estar a um passo  da 3ª Guerra Mundial – Noticias R7

Putin se apressou em saudou a vitória de seu grande aliado

Da CNN

Depois de os resultados eleitorais terem sido conhecidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) nesta segunda-feira (29) de madrugada, as reações foram imediatas com muitos políticos da região rejeitando estes resultados e pedindo auditorias independentes.

Segundo o órgão eleitoral, o presidente Nicolás Maduro obteve 51,2% e o principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve 44,2%.

RÚSSIA FELICITA -O presidente da Rússia, Vladimir Putin, felicitou Nicolás Maduro pela sua reeleição como presidente da Venezuela, informou nesta segunda-feira (29) o Kremlin no seu canal Telegram.

“As relações russo-venezuelanas têm o carácter de uma parceria estratégica. Estou certo de que as suas atividades à frente do Estado continuarão a contribuir para o seu desenvolvimento progressivo em todas as direções”, disse Putin.

“Isto responde plenamente aos interesses dos nossos povos amigos e está em linha com a construção de uma ordem mundial mais justa e democrática. Gostaria de confirmar a nossa vontade de continuar o nosso trabalho conjunto construtivo sobre questões atuais da agenda bilateral e internacional”, acrescentou Putin. “Lembre-se de que você sempre será um convidado bem-vindo em solo russo”.

BOLÍVIA E COLÔMBIA – O presidente da Bolívia, Luis Arce, felicitou Maduro pela “vitória eleitoral” e comemorou que “a vontade do povo venezuelano foi respeitada nas urnas”. Arce disse que a Bolívia continuará fortalecendo os laços de amizade com a Venezuela.

O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, disse no X que “é importante esclarecer quaisquer dúvidas sobre os resultados” das eleições na Venezuela, depois que o Conselho Nacional Eleitoral proclamou vencedor o presidente Nicolás Maduro, resultado que a oposição não reconheceu.

E depois acrescentou: “Apelamos para que, o mais rapidamente possível, se proceda à contagem total dos votos, à sua verificação e à auditoria independente”.

CHILE AGUARDA – O presidente chileno, Gabriel Boric, disse que seu governo não reconhecerá “qualquer resultado que não seja verificável”. Acrescentou que os resultados publicados pela CNE “são difíceis de acreditar”, razão pela qual exigiu “total transparência das atas de votação e do processo”, e que “observadores internacionais não comprometidos com o governo prestem contas da veracidade dos resultados”.

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, respondeu ao tweet de Boric dizendo que seu governo “não precisa de seu reconhecimento desvalorizado”. “Cuide dos seus problemas! Aqui vencemos, defendemos a vitória e comemoramos como verdadeiros revolucionários”, escreveu Gil a Boric.

CHINA PARABENIZA – O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, parabenizou Nicolás Maduro por sua reeleição, disse ele nesta segunda-feira em um briefing diário do ministério.

“A China e a Venezuela são bons amigos e parceiros que se apoiam. Este ano marca o 50º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e a Venezuela. A China atribui grande importância ao desenvolvimento das relações China-Venezuela e está disposta a trabalhar com a Venezuela para enriquecer continuamente a conotação da parceria estratégica e beneficiar melhor os povos dos dois países”, disse o porta-voz Lin Jian.

COSTA RICA REJEITA – Num comunicado, o governo da Costa Rica disse que não reconhece a eleição de Maduro, que chamou de “fraudulenta” e disse que a “repudia”. O governo de Rodrigo Chávez disse que trabalhará em conjunto com os “governos democráticos” do continente e organizações internacionais para garantir que a vontade do povo venezuelano seja respeitada.

Mas o presidente de Cuba Miguel Díaz-Canel felicitou Nicolás Maduro por esta “vitória histórica” nas eleições.

“Hoje a dignidade e a coragem do povo venezuelano triunfaram sobre as pressões e manipulações”, escreveu o líder cubano, que acrescentou que “o povo bolivariano… derrotou de forma limpa a oposição pró-imperialista de forma inequívoca”.

ESPANHA QUER CONFERIR – O Ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, disse que é necessário que os registos de votação das assembleias de voto sejam apresentados para “garantir resultados totalmente verificáveis”.

Já o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, expressou “sérias preocupações” sobre os resultados eleitorais anunciados nesta segunda-feira pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, que declarou Nicolás Maduro vencedor.

“Temos sérias preocupações de que o resultado anunciado não reflita a vontade ou os votos do povo venezuelano. É essencial que cada voto seja contado de forma justa e transparente, que as autoridades eleitorais compartilhem imediatamente informações com a oposição e os observadores independentes, sem demora, e que o as autoridades eleitorais publiquem a apuração detalhada dos votos”, declarou.

GUATEMALA DUVIDA – O Presidente Bernardo Arévalo disse que o seu governo recebe os resultados emitidos pela CNE “com muitas dúvidas”, razão pela qual solicitou que sejam recebidos relatórios das missões de observação eleitoral que “devem defender o voto dos venezuelanos”.

Já o presidente de Honduras, Xiomara Castro, felicitou Maduro por sua “vitória incontestável que reafirma sua soberania”.

Mas o ministro das Relações Exteriores do Peru, Javier González Olaechea, disse que seu país “não aceitará a violação da vontade popular do povo venezuelano”. Em sua conta X, o chanceler peruano informou que “diante de anúncios oficiais muito graves das autoridades eleitorais venezuelanas”, como a vitória de Nicolás Maduro, o Peru convocou o embaixador peruano em Caracas para consultas.

REINO UNIDO CONTESTA – O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido não aceitou a legitimidade da eleição de Nicolás Maduro e atualizou nesta segunda-feira as suas recomendações de viagens para a Venezuela, aconselhando os cidadãos britânicos no país sul-americano a “ficarem em casa, se possível” após as eleições presidenciais do país.

“O Reino Unido não aceita a legitimidade da atual administração estabelecida por Nicolás Maduro”, afirmou o Gabinete de Relações Exteriores no seu último conselho de viagem.

E o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, disse que “não se pode reconhecer uma vitória se não confiar na forma e nos mecanismos utilizados para alcançá-la”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O mundo se divide, como sempre, mas está óbvio que a eleição foi fraudada, com uma contagem feita rápida demais para votos impressos. Maduro entregou as riquezas do país aos militares, que administram as estatais, e fez acordo com o Judiciário, criando uma democracia de simulacro, ao gosto de Putin, Jinping e outros líderes ditatoriais. Um dia de tristeza para a democracia. (C.N.)

Para conquistar Sulamita, Rubem Braga se dizia um poeta cristão

Sentiu uma coisa boa dentro de si, uma... Rubem Braga - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

Considerado o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, o capixaba Rubem Braga (12/01/1913 – 19/12/1990), sempre afirmou que a poesia é necessária, tanto que escreveu vários poemas, entre eles, esse bem-humorado “Poeta Cristão”.

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POETA CRISTÃO

Rubem Braga

A poesia anda mofina,
Mofina, mas não morreu.
Foi o anjo que morreu:
Anjo não se usa mais.
Ainda se usa estrela
Se usa estrela demais.

Poeta religioso
Mocinha não pode ler:
Pecará em pensamento,
Que o poeta gosta do Novo,
Mas pilha seus amoricos
É no Velho Testamento.

Ai, o Velho Testamento!
Eu também faço poema,
Ora essa, quem não faz:
Boto uma estrela na frente
E um pouco de mar atrás.

Boto Jesus de permeio
Que Deus, nos pratos de amor,
É um excelente recheio.
E isso bem posto e disposto
Me vou aos peitos da Amada:
Sulamita, Sulamita,
Por ti eu me rompo todo,
Sou cavalheiro cristão.
Minh’alma está garantida
Num rodapé do Tristão
E o corpo? O corpo é miséria,
Peguei doença, mas Jorge
de Lima dá injeção!

O badalo está chamando,
Bão-ba-la-lão.

Amada, não vai lá não!
Eu também tenho badalos –
Bão-ba-la-lão
Eu sou poeta cristão!

PL refaz pesquisa para testar Michelle, Bolsonaro e Tarcísio contra Lula, em 2016

Lula, Michelle, Tacísio e Bolsonaro

Até agora, as pesquisas indicam preferência por Michelle

Bela Megale
O Globo

Nesta semana será divulgada uma nova pesquisa encomendada pelo PL, que testa nomes da direita contra Lula na disputa pela Presidência. O levantamento vem sendo feito pela Paraná Pesquisas, que testa cenários com Michelle e Jair Bolsonaro e os governadores de direita, como Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Ronaldo Caiado (Goiás) e Ratinho Júnior (Paraná), em uma eventual disputa contra Lula.

Na pesquisa feita pelo instituto em maio, a ex-primeira-dama apareceu empatada, tecnicamente, com Lula. Tarcísio ficou cerca de cinco pontos atrás do petista nas intenções de voto.

Integrantes do PL relataram à coluna que o partido chegou a avaliar a suspensão da pesquisa nacional no segundo semestre, devido às eleições municipais, mas a opção foi seguir com os levantamentos. O partido vem fazendo pesquisas de nomes para a Presidência desde janeiro, de olho em 2026.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A pesquisa é cada vez mais necessária, porque a nova apreensão de documentos de Alexandre Ramagem mostra que ele e Bolsonaro atuavam juntos na campanha contra as urnas eletrônicas, sem haver qualquer prova de que sejam suscetíveis a fraudes. Como diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, Ramagem se comportava como um espião de péssima categoria, ao conduzir Bolsonaro por caminhos tortuosos, que o levaram a ser inelegível. Agora, é preciso saber qual será melhor substituto para enfrentar Biden da Silva aos 80 anos em 2026, completando 81 anos dias antes do segundo turno. (C.N.)