Deu no g1
A revista britânica “The Economist” pediu nesta quinta-feira (4) em editorial e em sua capa que o presidente dos EUA, Joe Biden, retire sua candidatura às eleições de 2024 pelo Partido Democrata. A capa da edição da revista estampa a foto de um andador com o selo da presidência dos EUA e diz: “sem condição de comandar um país”. Biden tem 81 anos e, se reeleito, deixaria o segundo mandato com 86 anos.
Na semana passada, a revista e uma série de outras publicações dos Estados Unidos, como os jornais “The New York Times” e “The Wall Street Journal”, pediram em editorial que Biden desistisse de concorrer, após seu desempenho ruim no debate eleitoral contra o candidato republicano, o ex-presidente dos EUA Donald Trump.
PIOR A RESPOSTA – No novo editorial, desta quinta, a “The Economist” alegou que a resposta de Biden e de sua campanha ao debate e aos apelos para que ele fosse substituído por outro candidato democrata foi ainda pior que o enfrentamento contra Trump.
“O debate presidencial foi terrível para Joe Biden, mas o encobrimento foi pior. A desonestidade da sua campanha provoca desprezo. Ele deve retirar a candidatura”, escreveu a publicação. “Joe Biden merece ser lembrado por suas conquistas e sua decência, não por seu declínio.
A revista acha que a campanha de Biden “encobriu” as falhas de memória e falta de capacidade do presidente para governar por mais quatro anos. “Foi uma agonia ver um idoso confuso lutando para lembrar palavras e fatos”, diz a publicação.
BIDEN INSISTE – Na quarta-feira (3), respondendo às pressões, o presidente dos EUA voltou a dizer que não desistirá da corrida à Casa Branca.
“Eu estou concorrendo. Eu sou o líder do Partido Democrata. Ninguém vai me forçar a sair”, disse Biden, de acordo com um assessor seu.
A Casa Branca também afirmou que o presidente “não está pensando em desistir”. Questionada em uma entrevista à imprensa na Casa Branca sobre se o presidente estava considerando a possibilidade de abandonar a corrida eleitoral, a porta-voz do governo Biden, Karine Jean-Pierre, respondeu: “Absolutamente, não!”.
ESTARIA NA DÚVIDA – Também na terça, uma reportagem do jornal norte-americano “The New York Times” afirmou que Biden disse a aliados políticos que tem dúvidas sobre se deve continuar a disputar a reeleição. Jean-Pierre negou a informação.
Segundo fontes próximas a Biden ouvidas pelo jornal, o presidente tem dúvidas sobre se poderá se reerguer após o desempenho ruim no debate da semana passada. Biden disse que quase adormeceu durante o enfrentamento.
Foi a primeira vez que fontes próximas ao candidato democrata revelaram dúvidas por parte de Joe Biden sobre seguir ou não com sua candidatura.
MAIS PEDIDOS – Na reportagem desta terça, a “The Economist” pediu também que outros deputados democratas defendam abertamente a retirada da candidatura de Biden.
Pelas normas do Partido Democrata, o próprio candidato deve retirar sua candidatura. É possível que o partido a retire, mas isso implicaria em uma reunião extraordinária para, primeiro, mudar as regras internas, o que membros do partido veem inviável por conta da proximidade da data das eleições.
“JET LAG”- Biden atribuiu ao jet lag — como é chamado o distúrbio que costuma acometer quem faz viagens longas com diferenças de fuso horário — o mau desempenho no debate.
Dias antes do enfrentar Trump diante das câmaras, o presidente havia feito duas viagens internacionais, para a França e para a Itália. Em um evento de campanha no estado da Virgínia, ele disse que ignorou apelos de sua equipe para que evitasse viagens e, como consequência, “quase adormeceu no palco” do debate.
“Decidi viajar pelo mundo algumas vezes, passando por cerca de cem fusos horários antes do debate”, disse o presidente dos EUA. “Não dei ouvidos à minha equipe e voltei e quase adormeci no palco. Isso não é desculpa, mas é uma explicação”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É claro que Biden vai desistir. Está apenas procurando uma saída honrosa. Falta saber que será o substituto (ou substituta, porque a vice atual Kamala Harris é mulher, experiente, e está defendendo Biden só para constar e mostrar desapego. (C.N.)