Roberto Nascimento
As favelas, que o politicamente correto exige sejam chamadas de comunidades, não têm nenhuma relação de causa e efeito com o aumento do poderio do narcotráfico e das milícias. Um belo exemplo foi a apreensão pelos agentes da Polícia Federal, semana passada, de 47 fuzis numa mansão da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
É no luxo dos bairros nobres que devem ser procurados e presos os maiores chefões do tráfico de drogas e do comércio de armas.
TUDO DOMINADO – Antes, o grande problema eram os narcotraficantes. Agora, as milícias já passaram ao primeiro plano e são muito mais maléficas. Na verdade, tomaram conta de muitas comunidades no Rio de Janeiro.
E os políticos são os maiores responsáveis. Lembro de um prefeito que confessou sua simpatia aos milicianos, sob o argumento de que não se metiam com drogas.
E hoje as milícias se tornaram um poder paralelo, sem controle algum e que têm representantes eleitos para o Congresso, Assembleia Legislativa e Câmaras de Vereadores.
SOB CONTROLE – Sem repressão pelas autoridades, as milícias controlam bairros inteiros, onde assumiram a venda de produtos essenciais, como água, gás, energia, gatonet, construção de prédios, compra e venda de imóveis etc. Controlam praticamente tudo nas favelas, cobrando taxas de segurança a moradores e comerciantes.
Há alguns anos as milícias vêm se expandindo, invadindo as áreas de proteção ambiental que ainda resistem na cidade, sem que o prefeito Eduardo Paes e o governador Cláudio Castro movam uma palha para impedir o avanço contra as florestas.
Esses políticos, que são dois zeros à esquerda, ainda pretendem nos incomodar por muito tempo. Cláudio Castro quer ser senador em 2026 e Eduardo Paes tem quase certeza de que será reeleito prefeito em 2024 para chegar a ser governador em 2026.
VOTA-SE MAL – Castro e Paes deveriam ser banidos da política, mas os eleitores têm votado tão mal ultimamente, numa vocação para o desastre, que é bem capaz de ambos serem eleitos, para acabar de vez com o Rio de Janeiro.
Governador e prefeito fazem vista grossa para as milícias e o narcotráfico, que marcam cada vez maior presença na política estadual, financiando as campanhas políticas de candidatos comprometidos com a causa do crime. Portanto, o Executivo e o Legislativo estão contra os interesses da população, e o Judiciário não tem como mudar esse quadro.
Sinceramente, não há como resolver o problema da criminalidade no Brasil de hoje. É triste chegar a essa conclusão, mas não há vontade política. E a situação não é nada diferente na maioria das capitais dos outros estados.