A importância das pesquisas eleitorais no cenário político

Charge do Ivan Cabral (ivancabral.com)

Pedro do Coutto

Uma perícia técnica do Instituto de Criminalística de São Paulo concluiu que o laudo apresentado por Pablo Marçal contra Guilherme Boulos é falso, o que pode ter acarretado uma vantagem maior para o candidato do Psol em São Paulo. Boulos imediatamente teve uma grande exposição do seu nome nos jornais e emissoras de televisão, assumindo uma posição de quem sofreu uma grande injustiça. E esse fato possivelmente se refletiu numa faixa do eleitorado, reforçando alguma vantagem sobre os seus adversários.

Na cidade de São Paulo, conforme mostraram os resultados, haverá segundo turno. Os institutos Datafolha e Quaest praticamente convergiram para essa posição durante as pesquisas que confirmaram os prognósticos apresentados. Isso demonstra a grande evolução dos processos, mas também dos próprios trabalhos destes órgãos.

PERMUTAS – Antigamente, o Instituto Ibope para fazer pesquisas recorria às permutas com os órgãos de imprensa. Hoje, ao contrário, além da exposição de seus resultados, os institutos recebem contratos firmados com as emissoras e os jornais.

Foi uma longa trajetória para a concretização da credibilidade e das ações nesse cenário,  sobretudo pelo fato de os grupos entrevistados serem muito pequenos em relação ao total da população, o que inicialmente não atribuía confiança por parte de grande parte dos eleitores. Nem todos viam os números e projeções como parâmetros corretos.

Mas hoje muitos órgãos de pesquisa são de grande aceitação em seus levantamentos, tendo em vista a grande quantidade de acertos nos últimos anos, com números efetivos praticamente iguais aos previstos durante as campanhas eleitorais. A grande arma dos institutos é exatamente a credibilidade que só é conquistada com o trabalho realizado ao longo do tempo, aperfeiçoado e cada vez mais alinhado com a realidade.

INDICATIVO – A profusão de pesquisas eleitorais às vésperas de cada pleito são um claro indicativo da importância dada a esse instrumento não apenas por candidatos aos mais diversos cargos, mas também pelos meios de comunicação e pela sociedade em geral.

É importante ressaltar que os resultados de uma pesquisa não são números exatos, mas sim estimativas e devem ser interpretados de um intervalo que estabelece limites em torno da estimativa obtida.  Quanto maior for à amostragem e mais homogênea for à população em estudo, mais seguras serão as informações da pesquisa eleitoral.

O problema que se percebe, é que hoje o eleitor está mais heterogêneo, pois está mais pela emoção do que pela razão.  A decisão do voto é muito sensível, podendo mudar na última hora da eleição. Hoje, mais uma vez, podemos fazer um comparativo dos números levantados antes e após os pleitos eleitorais, reforçando através da grande maioria das capitais a confiabilidade dos números dos institutos.

Da janela do apartamento de Tom, podia se ver o Corcovado e sonhar…

A Felicidade - Tom Jobim e Vinícius de Moraes | Letra e Musica

Tom com Vinicius, seu maior parceiro

Paulo Peres
Poemas & Canções

Antonio Carlos Jobim expressa na letra de “Corcovado”, título de uma de suas mais famosas canções, um retrato do Rio de Janeiro visto da janela onde morava Tom, em Ipanema, na Rua Nascimento Silva, 107, de onde se podia avistar o Corcovado e se podia sonhar em encontrar um grande amor e, consequentemente, fazê-lo conhecer o que é a felicidade, depois de sonhos, tristezas e descrenças deste mundo.

A música “Corcovado”, estilo bossa-nova, foi gravada por Nara Leão, em 1985, pela PolyGram.

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CORCOVADO
Tom Jobim

Um cantinho, um violão
Esse amor, uma canção
Pra fazer feliz a quem se ama

Muita calma pra pensar
E ter tempo pra sonhar
Da janela vê-se o Corcovado,
O Redentor que lindo!

Quero a vida sempre assim
Com você perto de mim
Até o apagar da velha chama

E eu que era triste
Descrente deste mundo
Ao encontrar você eu conheci
O que é felicidade meu amor

Genro de Lula foi derrotado em Sergipe, onde conseguiu apenas 3,26% dos votos

Danilo Sampaio com o presidente Lula.

Lula fez fotos e vídeos, mas seu genro foi massacrado

Eduardo Gayer
Estadão

Genro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o advogado Danilo Sampaio saiu derrotado nessas eleições municipais. Ele era candidato à prefeitura de Barra dos Coqueiros, município de Sergipe. O candidato Airton Martins (PSD) foi eleito com 49,3% dos votos. Alberto Macedo (União Brasil) ficou em segundo lugar, com 47,4%. O candidato petista terminou com apenas 3,26% dos votos válidos.

Danilo concorreu à prefeitura local com candidatura “sub judice”, isto é, com risco de ser anulada em caso de vitória. Isso porque em setembro a Justiça Eleitoral indeferiu o registro do advogado por entender que ele e Lurian Lula da Silva, filha primogênita do presidente, vivem em regime de união estável. A Constituição veda candidaturas de cônjuges e parentes em segundo grau do presidente da República, salvo em caso de reeleição. O casal, porém, afirma manter apenas um relacionamento sério.

Danilo foi candidato com apoio direto do presidente, que gravou para o horário eleitoral do genro. O advogado se apresentou nas urnas como “Danilo de Lula”, mas a popularidade do petista em Sergipe não conseguiu embalar a candidatura.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Lula não tem herdeiros políticos. Nenhum de seus filhos se interessou em seguir a profissão do pai, preferiram ser empresários e enriquecer mais rapidamente nos bastidores da política. O mais velho, que era filho de dona Marisa Letícia, segunda esposa de Lula, que se casou com Lula quando os dois eram viúvos, chegou a ser candidato a vereador em São Bernardo do Campo, em São Paulo, mas teve resultado decepcionante e decidiu abandonar a política. A filha Lurian chegou a ser Secretária de Turismo de Maricá, no Rio de Janeiro, mas não teve coragem de se candidatar. (C.N.)

Eleição mostra que o Brasil está se livrando da polarização Lula/Bolsonaro

Os esforços de Lula e Bolsonaro nas eleições municipais de 2024 - Nexo Jornal

Lula e Bolsonaro deram apoio restrito a seus candidatos

Carlos Newton

Não mais que de repente, como genialmente dizia Vinicius de Moraes, o editor da Tribuna teve uma epifania, que os gregos chamavam de “aparição” ou “manifestação”, e os americanos agora estão transformando em “insigth”, para simplesmente significar que a gente teve uma ideia, ou seja, captou o que está acontecendo diante de nossos olhos, mas nem todos conseguem perceber.

O fato concreto – e altamente auspicioso – é que a tão famosa polarização, que entrou na moda e atinge a política dos mais diferentes países, está começando a ceder no Brasil. Parece brincadeira, mas é verdade. Basta conferir o que aconteceu nas eleições municipais deste domingo.

LULA E BOLSONARO – A polarização nos indicava que esta seria mais uma eleição entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Mas sempre há surpresas,  e a polarização enfraqueceu a olhos vistos.

Não é que tenha acabado a dicotomia entre direita e esquerda, não é isso, claro. Mas o fato concreto é que os dois principais políticos do país – Lula da Silva e Jair Bolsonaro – julgavam ter o absoluto controle das ideologias. Mas isso é coisa que já ficou no passado recente, eles não dominam mais como em 2018.

Sem que houvesse qualquer fenômeno que pudesse provocar essa virada, as eleições municipais deste domingo vieram nos mostrar que as influências de Lula e de Bolsonaro são cada vez menos expressivas.

GRANDES CIDADES – Vejamos o que ocorreu nas principais cidades do país. Não é preciso consultar o Oráculo de Delfos para saber que nem Lula nem Bolsonaro tiveram maior influência nas eleições de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador ou em qualquer outra grande cidade.

Assim, chama atenção justamente esse fato de que a maioria esmagadora do eleitorado está pouco se incomodando com a opinião de Lula ou Bolsonaro.

A constatação é auspiciosa, porque é preciso que se dissipe essa tendência à polarização, para que o eleitorado passe a se acostumar a votar no melhor, ao invés de preferir aquele que representa esta ou aquela tendência político-ideológica.

FIM DA IDEOLOGIAS – É certo que as ideologias estão cada vez mais ultrapassadas, porque houve uma salutar convergência entre o capitalismo e o comunismo pela busca do bem-estar social, que possibilitou o desenvolvimento da social-democracia adotada pelos países mais desenvolvidos.

Precisamos ter paciência e escolher o caminho do meio, votando sempre naquele que for mais confiável e apresentar um melhor programa de governo.

É a isso que se chama de democracia, que se constrói pelo voto livre, sem ser manipulada por  laboratórios político-ideológicos ou redes sociais.

Resultados mostram que a direita teve avanço expressivo, como já era esperado

Boulos e Nunes gastam R$ 2 mi com anúncios no Instagram em 7 dias

Nunes e Boulos vão para um segundo turno espetacular

Merval Pereira
O Globo

O voto útil, esse nosso velho conhecido nas eleições, responsável por tantas surpresas nas últimas campanhas eleitorais, volta a dar as caras nas duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro. A mais recente tinha sido a vitória de Wilson Witzel para o governo do Rio. Para evitar que Romário pudesse ir para o segundo turno contra Eduardo Paes, muita gente pregou o voto útil em Witzel na ilusão de que seria derrotado no segundo turno com facilidade. Não contavam com a tempestade perfeita que vinha a reboque do fenômeno Bolsonaro naquele 2018, que transformou aquele juiz desconhecido em um fenômeno, passageiro felizmente.

Ao mesmo tempo que, no Rio de Janeiro, o reconhecimento de Ramagem como candidato apoiado por Bolsonaro o levou a melhorar de posição, em São Paulo os candidatos da direita dividiram o eleitorado bolsonarista e caminharam de maneira quase independente nos últimos dias de campanha, sem que o ex-presidente tentasse intervir.

LULA SE AFASTA – À esquerda, também o presidente Lula se afastou da candidatura de Boulos, certo de que dificilmente terá chance de ver seu candidato vencer a disputa no segundo turno. O problema da esquerda paulistana era nem ter representante no segundo turno, o que seria uma derrota de grandes proporções.

A disputa acirrada pelo segundo turno levou a que um grupo de artistas e intelectuais divulgasse texto defendendo o voto útil a favor de Boulos, para impedir que a direita levasse seus dois candidatos ao segundo turno.

Esse voto útil paulistano atacou diretamente a candidata Tabata, que estava com 11%, segundo a pesquisa Quaest divulgada sexta-feira. Por sua vez, a candidata do PSB, que tem na esquerda uma rejeição forte, fez campanha pelo voto útil afirmando que somente ela poderia derrotar Boulos no segundo turno.

TABATA SE REVELA – A performance de Tabata na campanha em si, e em especial nos debates, mostra como a esquerda está defasada em suas escolhas. Teve pouca chance de ter sucesso desta vez, mas fincou definitivamente sua bandeira como uma das boas revelações para a renovação da política brasileira.

No Rio de Janeiro, embora a situação do prefeito Eduardo Paes possibilitasse vencer no primeiro turno, o crescimento da candidatura Ramagem trouxe o fantasma da mudança de ventos na última semana da campanha. A ponto de uma campanha a favor do voto útil em Paes ser desencadeada nas redes sociais, contra a candidatura da esquerda Tarcísio Motta, que tinha aparecido estagnado nas pesquisas de opinião mais recentes.

Embora o PT apoiasse a reeleição de Eduardo Paes, o candidato do PSOL tentou a campanha inteira atrair os votos da esquerda para si, sem renegar Lula. Mas os que votaram em Lula no segundo turno da eleição presidencial foram majoritariamente para Eduardo Paes, para garantir a vitória no primeiro turno.

CHEIRO DA DERROTA – O ex-presidente Bolsonaro, mesmo sem ter, como em São Paulo, divisão na direita, não se dedicou à campanha de Ramagem, cheirando a derrota que estaria por vir.

Lula e Bolsonaro, em momentos diversos, anunciaram que as eleições de domingo seriam um embate entre direita e esquerda representadas por ambos. Mas  pressentiram derrotas em seus domínios eleitorais e procuraram desvencilhar-se delas, como se fosse possível. 

“Se fosse eleito, Marçal seria cassado”, confirmam dois ex-ministros do TSE

O ex-ministro do TSE Admar Gonzaga.

Admar Gonzaga foi ministro do TSE e não tem dúvida

Eduardo Gayer
Estadão

O jurista Admar Gonzaga, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entende que o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, caminha para ficar inelegível e seria cassado, se eleito, por ter publicado um laudo médico falso para acusar o rival Guilherme Boulos (PSOL) de ter usuário de cocaína e feito reabilitação.

“Há gravidade na utilização do documento conhecidamente falso, porque não é possível que ele não tenha apurado a veracidade, antes de exibi-lo. Então, [o candidato] pode ficar inelegível e perder o mandato, se for eleito. É bem provável que isso aconteça”, afirmou Gonzaga à Coluna do Estadão, acrescentando: “A Justiça Eleitoral está perfeitamente aparelhada para dar a devida resposta jurisdicional”.

DECISÃO DO TSE – Em última instância, é o TSE quem define uma inelegibilidade, como fez com Bolsonaro, ou uma cassação, como ocorreu no caso do então deputado Deltan Dallagnol.

Admar Gonzaga foi ministro efetivo do TSE entre 2017 e 2019. Fora da Corte, atuou como advogado de Jair Renan, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que em São Paulo apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Na avaliação de outro ex-ministro da Corte Superior, que preferiu analisar o caso em anonimato, há uma hipótese clara de cassação à mesa, e a medida teria de ser aplicada como uma “linha vermelha” para evitar que as próximas vésperas de eleições sejam marcadas por atos semelhantes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É claro que Pablo Marçal não inventou o documento, porque sabe que esse tipo de fraude é cassação na certa. O mais provável é que algum espertalhão tenha vendido a ele, que sempre foi malandro para tomar dinheiro dos outros nas redes sociais, mas desta vez procedeu como um grande otário, porque castigo anda a cavalo e chega rapidamente para atropelar o malandro. Se passasse ao segundo turno e depois fosse eleito, Marçal seria cassado e haveria uma nova eleição. (C.N.)

Nenhum sistema de votação é perfeito, mas alguns são melhores do que outros

Tabata está em quarto, mas venceria o segundo turno

Hélio Schwartsman
Folha

Uma das coisas mais difíceis na democracia é contar os votos. Não me refiro obviamente ao delírio bolsonarista segundo o qual as urnas eletrônicas seriam manipuladas. O sistema eleitoral brasileiro só melhorou depois que elas foram adotadas. Tenho em mente aqui um problema que é a um só tempo mais sutil e mais profundo.

Ao menos desde de Condorcet, no século 18, e de Arrow, no 20, sabemos das dificuldades para transformar somas de preferências individuais em decisão coletiva sem gerar paradoxos.

DEMOCRACIA -Daí não decorre que devamos desistir da democracia. Até sistemas notoriamente ruins, como o colégio eleitoral que existe para eleições presidenciais nos EUA, são preferíveis a métodos não democráticos de exercício do poder, que invariavelmente geram violência.

Meu ponto é que existe um amplo cardápio de sistemas de votação e alguns são melhores do que outros. Tomemos o caso do pleito municipal paulistano. Pelos números do Datafolha, é possível que tenhamos um segundo turno entre Boulos e Marçal que são, pelo mesmo Datafolha, os candidatos mais rejeitados pela população. Tabata, que derrotaria todos os outros postulantes num segundo turno, amarga um distante quarto lugar nas intenções de voto para o primeiro.

Acho que seria interessante pensarmos em adotar um sistema de votação que dê um pouco mais de peso às rejeições, como o do voto valorativo, em que cada eleitor atribui pontos a todos os concorrentes.

ERA DE OURO – A democracia no Ocidente viveu uma era de ouro entre o fim da 2ª Guerra e o início deste século porque, por uma série de razões, prevaleciam cenários em que os votos mais radicais à esquerda e à direita meio que se anulavam, abrindo espaço para que os eleitores moderados definissem os pleitos.

Sei das dificuldades para implementar uma mudança dessa magnitude. Sistemas valorativos são mais opacos do que o atual e vendê-los à população não seria tão simples.

De toda maneira, acho que essa é uma meta de longo prazo da qual não deveríamos desistir. A democracia é uma obra em constante aperfeiçoamento.

Votar é confiar e prometer, legitimar ou protestar, em clima de expectativa

Charge: paduacampos.com.br

Charge do Lute

Roberto DaMatta
Estadão

Votar é confiar e prometer. Seu sentido original tem tudo a ver com promessa e devoção. No campo político, acrescentamos honestidade competitiva. O voto é uma unidade mínima de renovação da democracia. Não é por acaso que o momento eleitoral provoque um clima de expectativa e – num sistema hierárquico onde tudo tem dono – agressões reveladoras do estranhamento com o clima igualitário.

Um regime que se obriga a sofrer transformações periódicas é como um cinema que se recusa a exibir um mesmo filme. Coisa simples de falar, mas difícil de praticar, porque demanda a participação de todas as esferas sociais cujas relações são anteriores à invenção da democracia.

EIXO DA IGUALDADE – É um regime paradoxal e singular pois sob as democracias é que testemunhamos um governo garantindo sua derrota. Uma atitude que requer fidelidade e respeito à vontade dos cidadãos que pelo voto têm o direito de mudar governos. Tal postura requer uma sociedade cujo eixo é a igualdade.

É preciso muita educação política ao lado de uma extremada sinceridade para aceitar os votos contrários ao governo. Assim sendo, não há democracia sem acordo ao redor da igualdade como um valor supremo. Um apego capaz de nivelar gritantes e desumanas diferenças sociais.

A alternância produz voto bem como uma afinidade paradoxal com a mudança e com a permanência. Ao contrário do que imaginam certas almas ingênuas, limitar governabilidades produz a tensão emocional aliada ao criticismo político. Votar é, pois, legitimar ou protestar. É afirmar mudança ou continuidade. A história do voto mostra como ele foi refreado justamente por seu poder de mudança.

No Ocidente, o voto foi masculino; no Brasil, era hierárquico. Votava quem era branco, católico e letrado – os “homens bons”.

MUNDO DA RUA – O voto é central na vida institucional e formal, mas não faz parte – exceto em situações excepcionais – das decisões da “casa”. Não votamos na comida que comemos, na cama em que dormimos nem na crença religiosa que praticamos. As deliberações que dispensam eleição formam o costume vivido como natural. Num clima de eleição, o universo da casa e da família é englobado pelo mundo da “rua”. O “populismo” faz uma ponte entre essas esferas.

As dinastias políticas estabelecidas nos estados nos quais o familismo não deu lugar ao universalismo democrático provam como a “casa” engloba a “rua” e cria dilema que tenho investigado no meu trabalho.

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PS:
O último despacho do ministro Toffoli me faz perguntar: por que não imitamos o mundo criado por George Orwell e apagamos a história que não nos interessa? (R.D)

Valdemar Costa Neto diz que vai sair da presidência do PL. Você acredita?

Valdemar Costa Neto aumenta o próprio salário e passa a ganhar R$ 30 mil do PL – Política – CartaCapital

Costa Neto fala o que pretende, mas ninguém acredita…

Vicente Limongi Netto

Delira o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Sua cartola está repleta de torpes ilusões e migalhas infames. De dentro dela, ele retira o nome do deputado Eduardo Bolsonaro não somente para ser o novo presidente da agremiação, mas também para enfrentar no campo jurídico o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e também como possível candidato à Presidência da República em 2026.

As informações são da excelente colunista Denise Rothenburg (Correio Braziliense 05/10). Morro de rir, diante das patéticas, hilárias e estapafúrdias decisões. Valdemar largaria o filé com críticas a Alexandre de Moraes, o que não fazia antes e jamais fará?

Pantomima montada.  Luvas nos punhos. Cenas de batalhas. Torcidas inflamadas. O mito de barro inelegível e Valdemar como treinadores dos irmãos com sangue nos olhos, Flávio, Eduardo e Carlos. Prontos para nocautear o sereno e rígido lutador Alexandre de Moraes. Vale tudo. Chutes na virilha, também. 

É BOM VOTAR – Pela idade, não tenho mais obrigação de votar. Mas compareço, sempre. Gosto de votar. Até quando Deus quiser. Barba feita, protetor solar, garrafa de água, chinelo e bermuda. Em 2026, com 82 anos, pretendo votar novamente.  O voto é a arma do cidadão. Ventos saudáveis da democracia, com o povo circulando nas ruas. Hoje o celular tem o título de eleitor e demais informações.  Modernidade e facilidades.

O decepcionante perfil dos candidatos é que não muda. Mentirosos, cretinos, falastrões e ingratos. Só procuram você em época de eleição. Raros merecem meu apreço. Poucos se salvam. O balaio de candidatos medíocres e oportunista não para de crescer. Todos empenhados em tirar o Brasil do caos e da ineficiência dos gestores. Fantasiados de salvadores da Pátria. 

Detalhe grave, a meu ver, crescendo, indicando, alertando e assustando. Em 2026, nas eleições presidenciais, novamente a medonha polarização estará ativa na rinha. Dará as cartas

Taxas de rejeição não alteram os resultado das pesquisas eleitorais

Charge do Baggi (instagram.com/falabobaggi/)

Pedro do Coutto

Sobre o empate triplo desenhado para as eleições para a Prefeitura de São Paulo, alguns analistas recorrem à taxa de rejeição de cada um dos candidatos como possível meio de definir a disputa ou reviravoltas em possíveis prognósticos. É um equívoco. A taxa de rejeição já está embutida nos percentuais que os candidatos obtêm nos levantamentos.

No momento em que o eleitor escolhe um candidatos entre os três candidatos, a exemplo das pesquisas para a Prefeitura de São Paulo, ele já rejeitou os outros dois. Ou seja, essa taxa não faz diferença. É um erro procurar nesse ponto da questão qualquer força, pois a intenção de voto já está presente nas declarações feitas durante a pesquisa. A taxa de rejeição é teórica e recorrer a esta é uma consideração dupla dos elementos envolvidos.

ALTERNATIVAS – O Ministério da Fazenda estuda alternativas para cumprir a promessa de campanha do presidente Lula da Silva e garantir a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Uma possibilidade em análise é limitar o benefício a quem efetivamente ganha até esse valor por mês, mas haveria uma “rampa” para evitar que trabalhadores que recebem um pouco mais não sejam prejudicados.

O tema está em discussão na pasta de Fernando Haddad antes de ser apresentado a Lula, que irá tomar uma decisão sobre o assunto. O projeto faz parte da agenda de reforma de regras tributárias sobre a renda. No caso da ampliação da isenção do IR, os obstáculos são maiores. O desenho que está sendo feito agora teria um impacto de cerca de R$ 35 bilhões na receita de impostos. A equipe econômica busca saídas para cumprir a promessa sem prejudicar as contas públicas e quer propor formas de compensação dessa isenção.

É isso que vem travando as discussões. Para técnicos, não há uma saída “óbvia”, como tributação de lucros e dividendos ou aumento de faixas do IR, com alíquotas mais altas para rendimentos maiores. Trata-se de uma iniciativa positiva, sobretudo para os que têm menor renda. Mas o estudo requer mais atenção por parte das correntes da Fazenda, pois o assunto não é pacifico. O fato é que o governo tocou num ponto importante de isentar uma faixa maior de rendimento. A isenção inclusive vai se refletir num consumo maior das famílias.

Metade do eleitorado de São Paulo aceitar Marçal é vergonhoso demais

No processo eleitoral tem que ser um idiota”, diz Pablo Marçal

Marçal demonstra que não tem limites nem escrúpulos

Janio de Freitas
Poder360

O outro lado das eleições, composto pelos eleitores, com frequência se mostra melhor nas pesquisas sérias do que no resultado das urnas. É a etapa do processo eleitoral em que o voto útil e o voto circunstancial ainda não mascaram a autenticidade de parte do eleitorado. A eleição para prefeito de São Paulo assumiu ares de eleição nacional.

A desordem que um arruaceiro oportunista lhe aplicou, com êxito por consentimento pouco disfarçado, responde pela curiosidade geral. Não só. Seja o que for a se passar na cidade de São Paulo tem reflexo nos Estados todos.

A MAIOR CIDADE – O Brasil é governado muito mais de São Paulo que de Brasília. É a decorrência da concentração lá, no período “Pra Frente Brasil” da ditadura, do comando econômico de paulistas, dos impulsos e favorecimentos governamentais. Todas as forças de maiores influências estão sediadas em São Paulo.

No agronegócio, por exemplo, maior força político-financeira no Congresso, o agro é no país adentro e o negócio funciona em São Paulo. Em tais circunstâncias, o voto do eleitor paulistano extravasa o município e o Estado. A depender da habilidade política de quem o receba, estará doando uma influência nacional – não foi o caso do atual titular.

Importa ver, portanto, como é ou está esse eleitor.

ACEITAÇÃO ALTA – Pesquisa Quaest divulgada em 23 de setembro consolidava um empate de números redondos nas rejeições a Pablo Marçal e Guilherme Boulos, cada um com 50%. Equiparar Boulos, e qualquer outro dos candidatos, a Marçal é, além do mais, suspeito. E a equiparação ainda se mostra depois do espetáculo de cadeirada, cusparada, murro, provocados por cafajestices de Marçal.

Metade do eleitorado paulistano, todo ele tratado com desprezo despudorado pelo oportunista, admite votar em um tipo como Pablo Marçal. E mesmo tê-lo como seu governante.

Claro, se só metade não admite a hipótese de apoiá-lo, a outra metade o aceita.

EMPATE TÉCNICO – Pesquisa Quaest divulgada em 30 de setembro, confirma a anterior com empate técnico: Marçal rejeitado por 52% e Boulos por 49%. Com 2% a mais ou a menos para cada um, o eleitorado também não foi sensível à mais explícita marginalidade de Marçal.

Em algum grau, o eleitor que não tem rejeição a um candidato identifica-se com ele ou com o que representa. São Paulo é possuída, em grande proporção, por uma força conservadora muito pouco questionada.

Mas que metade do seu eleitorado chegue a aceitar um Pablo Marçal, depois do que se viu com Jair Bolsonaro e do que o novo marginal já mostrou, aí é alarmante e é vergonhoso. Pelo que projeta no país e pelo que prenuncia contra as mudanças de que o Brasil é miseravelmente necessitado.

É bobagem votar em Marçal; o laudo é falso e ele não escapará da cassação 

Perícia oficial diz que laudo apresentado por Marçal contra Boulos é falsa

A assinatura do médico foi grotescamente falsificada

Bruno Tavares
Do g1

Uma perícia técnica do Instituto de Criminalística de São Paulo concluiu, neste sábado (5), que o laudo apresentado por Pablo Marçal (PRTB) contra Guilherme Boulos (PSOL) é falso. “É falsa a imagem de assinatura em nome do médico “JOSÉ ROBERTO DE SOUZA”, lançada no receituário objeto de exame (…) posto que tal assinatura não apresenta as mesmas características gráficas dos exemplares observados (…)”, diz a pericial feita pelo IC.

Também a filha de médico diz que documento usado por Marçal contra Boulos é falso e mostrou uma tatuagem com a verdadeira assinatura do pai. Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil para investigar o crime de uso de documento falso e outras ilegalidades.

NOTA DA SECRETARIA – “O Instituto de Criminalística (IC) finalizou o laudo pericial e concluiu que é falso o documento divulgado em rede social por um dos candidatos à Prefeitura de São Paulo. O relatório da perícia foi encaminhado à autoridade policial, que instaurou um inquérito para apurar todas as circunstâncias relativas aos fatos”, informou a Secretaria da Segurança Pública em nota.

Segundo o documento, assinado por três peritos, a qualidade do traçado a principal divergência “reside na velocidade de execução da assinatura questionada, cujo desenvolvimento é mais lento que o modelo oferecido.”

Sobre elementos genéricos do laudo falso, os especialistas apontaram diferença “no grau de habilidade gráfica, na inclinação da escrita, no andamento gráfico, nos valores angulares e curvilíneos”.

OUTRA FALHA – A perícia destacou ainda que o RG atribuído a Boulos no laudo apresentado por Marçal está com dois dígitos, e não com um só “que é o padrão estabelecido para a Carteira de Identidade expedida pelo Governo do Estado de São Paulo”.

Foram comparadas em 10 quadros as divergências, ainda segundo a perícia.

Os peritos assinalam que a simples inspeção visual permite ver as divergências entre a assinatura verdadeira do médico e a falsa usada no documento o laudo apresentado por Marçal.

Marçal promete vídeo para candidato que doar R$ 5 mil para campanha dele

Marçal foi malandro demais e se deu mal

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Conforme assinalamos ontem, é bobagem votar em Pablo Marçal. Ele subiu na vida como um foguete, mas sempre enganando as pessoas e fazendo armações. Entrou na política e tinha grande chance de ser eleito, devido ao baixo nível do eleitorado, mas não resistiu em aplicar mais um golpe. Alguém deve ter lhe vendido o falso laudo, que certamente não foi barato. Marçal mostrou que é boçal e cometeu um erro definitivo, que o afastará da política por oito anos, igual a Bolsonaro. (C.N.)

Nenhum candidato consegue responder às perguntas do poeta

Tribuna da Internet | Para o cidadão-contribuinte-eleitor, em tempo de  eleição, perguntar não ofende

Paulo Peres, um poeta-cidadão

Carlos Newton

O advogado, jornalista, analista judiciário aposentado do Tribunal de Justiça (RJ), compositor, letrista e poeta carioca Paulo Roberto Peres, através do poema “Perguntar”, personifica o cidadão-eleitor-contribuinte e questiona os candidatos às eleições municipais deste domingo.

PERGUNTAR
Paulo Peres

Meu senhor, minha senhora,
Desculpe por perguntar,
Notícias de toda hora
Que entender faz chorar!

Trabalho o ano inteiro
Imposto do meu dinheiro
Percentual vem tirar….

Mas tudo bem, entendo eu
Isto sempre aconteceu
Para necessidades sanar
Do povo em qualquer lugar.

Mas no Brasil tal contrato
Por governantes setores
É rasgado em cada ato
Pela ganância, credores
Do além-mar barganhar….

Em ano de eleição
Surge como panaceia
O voto do cidadão.
Muita promessa semeia
E no fim é sempre igual.

Prestar o serviço essencial,
Federal, estadual, municipal
Pertence a quem, afinal?

A competência passeia
Pelas rádios, TVs, jornais
E pelas redes sociais,
Enquanto o Povo vagueia
No sofisma eleitoral!

Hoje é dia de assistir ao show eleitoral de Renata Lo Prete e William Bonner

Bonner corrige erro de Renata Lo Prete

Bonner e Renata cobrem as eleições em grande estilo

Carlos Newton

Carlos Imperial era um artista multimídia realmente especial. Desde cedo, fazia de tudo, um trabalho aqui e ali em rádio, show, cinema e televisão. Filho de uma conhecida educadora, que tinha um colégio em Botafogo, o jovem Imperial organizava maravilhosas rodas no auditório da escola, reunindo grandes atrações do samba de raiz, inclusive Beth Carvalho, que a gente já conhecia de uns saraus na Tijuca. Foi lá no Colégio Imperial que Beth começou a fazer sucesso e não parou mais.

Imperial não parava quieto. Era compositor, apresentador de TV e ajudou a lançar grandes nomes como Roberto Carlos, Tim Maia e Elis Regina.

SAIR NA PORRADA – Iniciou-se na política pelo PDT brizolista e foi o vereador mais votado do Rio em 1982 e lutou pela construção do Sambódromo. Em 1985, criou o Partido Tancredista Nacional.

Eu trabalhava no programa “Sem Censura” e estava falando mal do partido dele, dizendo que era oportunista. Alguns minutos depois, ele invadiu o estúdio e caminhou direto para mim. Pensaram que a gente ia sair na porrada, ao vivo e a cores. Mas ele disse: “Estou te esperando no bar do Marialva. Vamos tomar um café que eu quero te convidar para entrar no meu partido”. E eu respondi: “Combinado”. Não sabiam que éramos amigos.

Certa vez, ele resolveu ser jornalista e se tornou chefe da redação da revista Fatos & Fotos, junto com Raul Giudicelli, um tremendo jornalista, muito culto, e que era amigo de Nelson Rodrigues. A revista foi um sucesso de vendas, com as maluquices que os dois inventavam. Uma das máximas deles era: “Sem liberdade para elogiar, nenhuma crítica tem cabimento”. E costumavam abrir espaço para elogios.

Sempre lembro deles quando vou aplaudir alguém. E hoje faço um elogio antecipado, dizendo que é dia de assistir ao grande show de Renata Lo Prete e William Bonner.

ESPETÁCULO À PARTE – A apresentadora e comentarista Renata Lo Prete torna-se um espetáculo à parte, porque é dedicada e estuda em profundidade a política de cada Estado e de cada capital ou metrópole. William Bonner não estuda nada, não sabe nada, mas é um fabuloso apresentador, embora confesse que seu grande alvo é o telespectador tipo Homer Simpson.

Nesses programas políticos, Bonner Simpson aceita ficar em segundo plano e se apresenta como “escada” para o show de informações de Renata Lo Prete. Ele é o levantador do vôlei, que prepara a boa para Renata cortar, e o faz esplendidamente.

Não sei quanto costuma ser a audiência desses “Fantásticos Especiais”, mas deve-se dizer que somente quem não tem o menor interesse em política, mostrando ser um irrecuperável alienado, é que pode perder esse programa. Até o cachorro dos Simpson, chamado “Santa”, costuma assistir.

Moraes arranja mais uma desculpa para evitar que a plataforma X volte ao ar

X manda dinheiro da multa para conta errada e Moraes pede correção –  Justiça – CartaCapital

Moraes alega que o depósito foi feito para a conta errada

Caio Junqueira
CNN

O ministro Alexandre de Moraes decidiu neste sábado que a plataforma X (ex-Twitter) continuará suspensa enquanto não for quitada a última multa. Segundo o relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal, a direção do X teria depositado a multa em conta errada e por isso não poderia ser autorizado o fim da suspensão que vem sendo cumprida pela rede social norte-americana.

Neste sábado, interlocutores do X relataram à CNN que a alegação de Moraes seria uma manobra para evitar que a rede social do X fosse restabelecida antes das eleições.

ALEGAÇÃO INÓCUA – Segundo uma fonte diretamente ligada à empresa, a orientação do gabinete de Moraes foi para a empresa fazer o recolhimento da multa por meio do pagamento de uma guia de depósito — exatamente o que a empresa fez. Na decisão de hoje, porém, Moraes afirma que o valor deveria ter sido depositado em uma conta bancária vinculada aos autos.

A empresa relatou à CNN que fará todos os esforços para que ocorra o mais rápido possível a transferência do dinheiro pago para a conta mencionada por Moraes. Mas o problema, segundo fontes da empresa, é que Moraes determinou que o Ministério Público Federal seja ouvido, o que inviabiliza que isso ocorra até domingo.

Fonte do STF informaram a CNN que não é verdade que o gabinete tenha dado qualquer orientação aos advogados e que a conta dos autos já estava aberta com o depósito do valor que havia sido bloqueado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Moraes certamente não tem medo do ridículo. Em qualquer situação, é válido que o pagamento seja feito em outra conta, desde que o destinatário tenha sido o mesmo. Sua alegação é de uma frivolidade impressionante, que demonstra sua fata de vocação para ser magistrado. Quem tem alma de juiz não se comporta assim. Ficou óbvio que a decisão de Alexandre de Moraes foi um subterfúgio para evitar que a rede social voltasse ao ar no Brasil antes do primeiro turno das eleições neste domingo. (C.N.)

Brasil, país da anistia, nos faz lembrar definições geniais do Barão de Itararé

Tribuna da Internet | Na maior anistia da história, políticos se livram de  punições por desviar recursos

Charge do Nani (nanihumor.com)

Renato Terra
Folha

O coração da máquina pública brasileira é generoso. De um modo ou de outro, sempre encontra um jeitinho para perdoar toda sorte de atrocidades. Lá pela primeira metade do século 20, o brilhante Barão de Itararé já trazia o resumo definitivo: “Anistia é um ato pelo qual os governos resolvem perdoar generosamente as injustiças e os crimes que eles mesmos cometeram”.

O Barão viu de perto a consolidação da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas em 1937. Vargas fechou o Congresso, a imprensa foi censurada, pessoas foram presas sem julgamento e Filinto Müller montou um brutal esquema de repressão e tortura à margem da lei.

GOLPE DE 64 – Ele também viu de perto o golpe de 1964. Os militares fecharam o Congresso, a imprensa foi censurada, pessoas foram presas sem julgamento e a ditadura montou um brutal esquema de repressão e tortura à margem da lei.

Ao longo das décadas, os ditadores tiveram lugar cativo no coração da máquina pública brasileira. Getúlio voltou à Presidência nos braços do povo. Filinto Müller foi eleito senador. A anistia “ampla, geral e irrestrita” absolveu os ditadores militares. Quem foi preso nessa história? O Barão.

De lá pra cá, Fernando Collor foi massacrado por denúncias de corrupção, sofreu impeachment. Anistiado democraticamente pelo Supremo em 1994, elegeu-se senador. No coração da máquina pública brasileira sempre cabe mais um. Couberam os anões do Orçamento, os vampiros, os sanguessugas.

ARAPUCA JURÍDICA – A Lava Jato foi desmantelada a ponto de soar delirante a hipótese de que houve corrupção no governo Lula, nas empreiteiras e na Petrobras. Duas pessoas presas pela mesma operação estão em posições opostas na polarização brasileira: Lula e Valdemar da Costa Neto.

O desmantelamento da Lava Jato foi justificado por uma arapuca jurídica à margem da lei criada por servidores com intenções políticas. Resultado: a operação conseguiu a proeza de anistiar investigados e investigadores. Nada mais natural que Jair Bolsonaro costurar sua absolvição apoiando Ricardo Nunes, um candidato mais ligado ao coração da máquina pública brasileira do que ao próprio bolsonarismo.

Afinal, como dizia o Barão: “Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados”

Mulher de Daniel Silveira poderá assumir na Câmara após eleição

Esposa de Daniel Silveira chama Lira de "covarde" e critica Mendonça

Paola é suplente e está na fila para assumir o mandato

Gabriel Sabóia
Folha

Mulher de Daniel Silveira e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a advogada Paola da Silva Daniel pode assumir uma vaga na Câmara dos Deputados. Hoje filiada ao PRD, Paola é a primeira suplente do deputado Bebeto (PP-RJ), que concorre a vice-prefeito de São João de Meriti, cidade da Baixada Fluminense. Caso a sua chapa seja eleita, para ser empossado, Bebeto teria que deixar o mandato, abrindo caminho para Paola.

Bebeto foi eleito pelo PTB (hoje PRD) com 41.075 votos. Já Paola Daniel teve 25.629 votos, o que a torna a primeira suplente da coligação — o PTB disputou como legenda isolada no último pleito. Procurada, ela não comentou a possibilidade de assumir o mandato.

“PUXADORA DE VOTOS” – Lançada pelo PTB do Rio nas últimas eleições como “puxadora de votos”, a advogada teve uma performance aquém do esperado. Ela foi lançada pelo partido diante da então provável manutenção da inelegibilidade de Silveira, o que fez o PTB tentar a manutenção do espólio do parlamentar, condenado pelo STF por ameaças e incitação à violência contra os ministros da Corte.

Para angariar votos, Paola até trocou de nome: foi Paola Silveira nas urnas, numa associação direta ao companheiro.

Ao Globo, em 2022, Paola admitiu que tinha pouco interesse no noticiário político, mas só até ver o marido envolto em condenações e polêmicas. Ela também afirmou ter se filiado ao partido a pedido de Silveira e que queria ser “os olhos dele” na Câmara.

RECEBIA AUXÍLIO – Questionada sobre ter recebido parcelas do auxílio emergencial enquanto tinha um cargo no Ministério do Meio Ambiente, Paola disse ter se tratado de um “grande mal-entendido”.

Segundo o colunista Ancelmo Gois, Paola foi nomeada com um salário de R$ 5,6 mil mensais, mas seguiu recebendo depósitos do auxílio que somaram R$ 1,8 mil.

— Fui prejudicada pela pandemia. Trabalhava como autônoma e precisei solicitar o auxílio. Quando arrumei um emprego, achei que os depósitos eram suspensos automaticamente. Não reparei que o dinheiro seguia caindo na minha conta — afirmou ela, que garantiu ter devolvido os valores aos cofres do governo.

SEMI ABERTO – A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu na quarta-feira que o ex-deputado Daniel Silveira possa progredir para o regime semiaberto. A decisão caberá ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A posição da PGR foi manifestada após a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro, onde Silveira está preso, apresentar laudos que autorizam a progressão de regime.

Silveira está preso desde o dia 2 de fevereiro de 2023, um dia após o término do seu mandato de deputado federal. Em 2022, ele foi condenado a oito anos e nove meses de prisão, por ameaças e incitação à violência contra ministros da Corte.

A pena do ex-parlamentar chegou a ser perdoada pelo então presidente Jair Bolsonaro, mas a medida foi anulada no ano passado pelo STF. Agora ele espera a decisão do ministro Alexandre de Moraes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
“Cumpridas as diligências e confirmado o atendimento aos requisitos de caráter subjetivo, impõe-se a concessão do benefício”, avaliou o vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand Filho. Ou seja, só falta Moraes deixar de ser algoz e voltar a ser juiz, por alguns instantes, porque a soltura é obrigatória. (C.N.)

Acusação falsa fará Pablo Marçal ser cassado e ficar inelegível por 8 anos

Doador de Marçal teve contas irregulares como prefeito e foi processado por usurpar bens da União

Marçal já perdeu a eleição não importa o resultado dos votos

Pepita Ortega
Estadão

Se a Justiça Eleitoral reconhecer como falso o laudo usado para atacar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) nesta sexta-feira, 4, o candidato Pablo Marçal pode ser cassado e ficar inelegível por oito anos, além de pegar até três anos de prisão por crime contra a honra do rival à Prefeitura de São Paulo e pela eventual falsificação de documento. É o que apontam advogados especializados em Direito Eleitoral consultados pelo Estadão, que veem o possível enquadramento de Marçal em graves crimes eleitorais, além de delitos tipificados no Código Penal.

A maioria dos juristas consultados pela reportagem considera uma eventual prisão de Marçal às vésperas do primeiro turno improvável, mas há divergências. A Lei Eleitoral veda a prisão de qualquer candidato desde o dia 21 de setembro, a não ser em caso de flagrante delito. Assim, caberá à Justiça Eleitoral avaliar se a divulgação, nas redes socais, do laudo com indícios de falsificação configura o estado de flagrância.

PARECE FALSO – A divulgação do documento com indícios de falsificação que atribui a Boulos suposta internação por uso de cocaína já é pivô de ações na Justiça Eleitoral. O candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu à Justiça a derrubada das publicações sobre o laudo. Também ingressou com uma notícia-crime contra Marçal – processo ao qual foi imposto sigilo pelo juízo eleitoral, “por ser mais prudente em razão das medidas cautelatórias”, segundo a assessoria do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.

Advogados veem espaço ainda para a impetração, por parte da campanha de Boulos, de uma Ação de Investigação Eleitoral sobre a conduta de Marçal. Os especialistas acreditam que a conduta de Marçal pode ser enquadrada em delitos como: uso indevido dos meios de comunicação social; injúria, calúnia e difamação eleitoral; falsidade documental para fins eleitorais; divulgação de fato sabidamente inverídico; e até associação criminosa.

Esses delitos foram elencados pelo professor Fernando Neisser, membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep) e do Instituto Paulista de Direito Eleitoral (Ipade). Ele destaca a gravidade da publicação de um laudo com indícios de falsidade, às vésperas do pleito, ainda mais tratando de um tema polêmico e que foi objeto de análise durante toda a campanha.

PODE SER PRESO – O advogado aponta a repercussão que Pablo Marçal tem em suas redes sociais – e que ele “sabe que tem” – e entende que o caso configura uso indevido dos meios de comunicação social. Segundo o especialista, os crimes que podem ser atribuídos a Marçal são graves e, “em estado de flagrância podem levar o candidato a ser preso mesmo às vésperas da eleição”.

Na mesma linha de Neisser, a advogada Izabelle Paes Omena de Oliveira Lima, especialista em Direito Eleitoral, vê ainda possibilidade de enquadramento de Marçal por abuso de poder político, considerando a suposta divulgação de informação fabricada, com a finalidade de prejudicar candidato.

O advogado Felipe da Costa, especialista em Direito Eleitoral e Administrativo, soma à lista de possíveis imputações a Marçal o crime de abuso de poder econômico. “A divulgação de laudo supostamente falso, se comprovada tal condição ilegal do documento – o que parece ser o caminho diante das informações conhecidas até aqui – fatalmente será objeto de ação que pode culminar com a condenação de Pablo Marçal”, frisa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Já deu para perceber que Marçal é altamente desequilibrado e se ferrou direto nessa denúncia. Mesmo que ele agora arranjasse um laudo verdadeiro da internação de Boulos, porque isso aí não apagaria o fato de que o primeiro documento era falso. Assim, Marçal já se acabou. Se ganhar, será cassado e ficará oito anos inelegível, igual ao Bolsonaro. Quem for para o segundo turno com Marçal já está eleito. Pode começar a comemorar agora mesmo. (C.N)

Propaganda israelense é desmentida, e planos devastadores assustam o mundo

Netanyahu ameaça Irã e fala em 'reconciliação' entre árabes e judeus

Netanyahu pode causar uma guerra regional contra Israel

Wálter Maierovitch
Do UOL

Comercialmente, propaganda é “a alma do negócio”. Na guerra, a propaganda é só arma. Usa-se até para assustar o inimigo e, ainda, para enganar a opinião pública. Depois da chuva de duzentos mísseis disparados pelo Irã contra Israel na terça-feira (1º), propagou-se, no mundo ocidental, o insucesso da operação iraniana.

Muito se trombeteou a respeito do sucesso do sistema israelense de defesa conhecido por ‘Domo de Ferro’. Falou-se, com relação às explosões, de uma só pessoa levemente ferida, sobre pequenos danos materiais e infinidade de curiosos israelenses a observar, orgulhosos, os fragmentos dos mísseis interceptados.

NA VERDADE… – A propaganda de guerra, cedo ou tarde, dá lugar à verdade real. E vamos a ela. O Irã não saiu fracassado. Obteve relativo sucesso com o emprego da técnica conhecida popularmente por concentração de mísseis, ou “chuva de mísseis”. Atenção: uma base militar israelense no deserto foi destruída.

A “chuva de mísseis” tem por objetivo saturar o sistema defensivo e, com isso, permitir a passagem de alguns pelo escudo protetivo, o tal Domo de Ferro, no caso em tela. Com essa estratégia, e por um pequeno desvio da trajetória original, ficou danificado o prédio vizinho ao escritório do Mossad Merkazi Le Modin Uletafkidim, o serviço secreto de Israel, em operação desde 1º de abril de 1951.

O mais triste: a violenta explosão matou um palestino. Ou seja, não se tratou de ferimento leve em israelense.

MÁS NOTÍCIAS – Nesta quinta-feira, o próprio governo de Israel admitiu que algumas bases militares foram atingidas. Não especificou os locais. Para rematar, oito soldados israelenses foram mortos na incursão, por terra, em andamento no sul do Líbano.

A incursão, segundo o governo de Israel, é limitada à destruição da rede de túneis para empurrar o Hezbollah para uma distância que dê segurança à volta de 60 mil israelenses para as suas casas. Os túneis permitem aos membros do Hezbollah aproximação à linha azul da ONU, de modo a ter visão para mirar nas casas do lado israelense da Galileia.

Pela resolução 1.701 do Conselho de Segurança da ONU, o Hezbollah deveria desarmar-se e manter afastamento de 105 km de distância de fronteira.

CHUVA DE MÍSSEIS  – Ainda quanto à guerra de propaganda, o primeiro-ministro de Israel, logo depois da agressão iraniana pela “chuva de mísseis”, prometeu dura resposta. A réplica foi pronta. O presidente iraniano advertiu que, se houver ataque israelense, as ações por parte do Irã irão liquidar com o adversário. Para o bom entendedor, poderá haver emprego de armas atômicas.

Pouco antes, o embaixador iraniano na ONU justificava a legalidade da “chuva de mísseis” com apoio no Direito Internacional, ou seja, na legítima defesa. O mencionado embaixador citou o artigo 51 da Carta constitucional das Nações Unidas.

Tal artigo reconhece, no caso de ataque armado contra um estado membro da ONU, o direito de autotutela individual ou coletiva. Isso até que o Conselho de Segurança não adote medidas necessárias para a manutenção da paz.

DIZ NETANYAHU – Deixada a propaganda de guerra de lado e diante da promessa de represália por parte de Netanyahu — e todos sabem que Bibi nunca deixa promessa descumprida—, os especialistas em geoestratégia militar e os 007 dos serviços de inteligência ocidentais apontam para duas vertentes reativas.

1- ataque aos sítios nucleares iranianos, a incluir os locais de enriquecimento de urânio. Para os assessores militares disponíveis no mercado, Israel não possuiria capacidade para, sem operação conjunta com os EUA, destruir todos os sítios nucleares existentes no Irã. De se observar, sob o prisma político-eleitoral, que Joe Biden não entraria nessa aventura. Afundaria a candidatura de Kamala Karris e, para piorar, assumiria uma parceria com o incontrolável Bibi Netanyahu.

2- ataque às plataformas petrolíferas iranianas e a toda a estrutura de escoamento. Com isso, Israel golpearia a economia iraniana. Essa hipótese seria, para os especialistas, viável, ou melhor, Israel poderia, com as suas forças armadas, ter sucesso e, caso exitosa a operação, causaria profundo abalo nas finanças do teocrático Irã.

REUNIÃO INÚTIL – A última reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas foi desanimadora. Pelos desencontros e possibilidade de se invocar o poder de veto, nada foi aprovado, em especial ordem para interrupção de hostilidades futuras.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, visto como parcial e ‘persona non grata’ a Israel, perdeu prestígio faz tempo, em especial diante das suspeitas referentes à URWA, a agência para refugiados nascida em 1949.

Essa agência, com fundamental papel protetor aos sobreviventes e refugiados dos assassinatos em massa de palestinos — a desumana “Makba” —, possui 13 mil funcionários. Conforme apurações administrativas realizadas, 10% deles mantêm vínculos com o Hamas e a Jihad palestina e 50%, possuem parentesco próximo com combatentes do Hamas.

GUERRA REGIONAL -No momento, pode-se concluir por uma guerra regional a envolver, diretamente, Israel, Irã, Hezbollah, Hamas e os houthis do Iêmen.

A diplomacia, em especial a da União Europeia, está em campo para “apagar o incêndio” decorrente do alargamento do conflito entre Israel e Irã. A diplomacia dos países islâmico-sunitas não reúne condições para intermediar acordo que envolva o Irã xiita.

Num pano rápido: os dois gigantes, Israel e Irã, já mostraram músculos, e o mundo civilizado se mantém assustado. Basta.

O sal da terra, na visão genial de Ronaldo Bastos e Beto Guedes

Ronaldo Bastos - Ronaldo Bastos adicionou uma nova foto.

Beto, Gal e Ronaldo, nos bons tempos

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, produtor musical e compositor Ronaldo Bastos Ribeiro nascido em Niterói (RJ), mostra no título da música “Sal da terra” uma passagem bíblica, quando Jesus diz aos homens “vós sois o sal da terra”, ou seja, aquilo que dá sentido, sabor ao mundo. Logo, a letra retrata um mundo que pede socorro, pois está sendo maltratado pela má administração do homem.

É um chamado para melhorar a Terra, “vamos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois”. O que precisamos fazer para mudar a situação, é conscientizar a população de que a natureza é a nossa casa, nossa mãe, se ela morrer, morreremos com ela.

“O Sal da Terra” é uma obra tão genial que poderia ser inserida na nossa Constituição, além de ser tocada e cantada pelo país inteiro em todas as épocas que virão a nossa frente, porque representa um “louvor ao nosso chão e teto naturais, a percorrer o espaço vazio”. A música “Sal da Terra” foi gravada por Beto Guedes no Lp Contos da Lua Vaga, em 1981, pela EMI-Odeon.

O SAL DA TERRA
Beto Guedes e Ronaldo Bastos

Anda!
Quero te dizer nenhum segredo
Falo nesse chão, da nossa casa
Vem que tá na hora de arrumar…

Tempo!
Quero viver mais duzentos anos
Quero não ferir meu semelhante’
Nem por isso quero me ferir

Vamos precisar de todo mundo
Prá banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova
Vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado
E quem não é tolo pode ver…

A paz na Terra, amor
O pé na terra
A paz na Terra, amor
O sal da Terra…

Terra!
És o mais bonito dos planetas
Tão te maltratando por dinheiro
Tu que és a nave nossa irmã

Canta!
Leva tua vida em harmonia
E nos alimenta com seus frutos
Tu que és do homem, a maçã…

Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Prá melhor juntar as nossas forças
É só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora
Para merecer quem vem depois…

Deixa nascer, o amor
Deixa fluir, o amor
Deixa crescer, o amor
Deixa viver, o amor
O sal da terra