Plano de Israel para tomada de Gaza precisa ser interrompido, diz a ONU

Mães de Gaza buscam desesperadamente leite para seus filhos

É uma imagem de fome, genocídio ou holocausto?

Matthias Williams
Reuters 

O plano do governo israelense para uma tomada militar em grande escala de Gaza causará mais mortes e sofrimento e precisa ser interrompido imediatamente, disse o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, na sexta-feira.

O plano é contrário à decisão do Tribunal Internacional de Justiça de que Israel deve pôr fim à sua ocupação o mais rápido possível, à realização da solução acordada de dois Estados e ao direito dos palestinos à autodeterminação, disse Turk em um comunicado.

OCUPAÇÃO – O gabinete de segurança de Israel aprovou um plano no início da sexta-feira para assumir o controle da Cidade de Gaza, enquanto o país expande suas operações militares, apesar da intensificação das críticas internas e externas sobre a devastadora guerra de quase dois anos.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia dito na quinta-feira que Israel pretendia assumir o controle militar de toda a Faixa de Gaza.

“Com base em todas as evidências até o momento, essa nova escalada resultará em mais deslocamentos forçados em massa, mais mortes, mais sofrimento insuportável, destruição sem sentido e crimes de atrocidade”, disse Turk. “Em vez de intensificar essa guerra, o governo israelense deveria colocar todos os seus esforços para salvar as vidas dos civis de Gaza, permitindo o fluxo total e irrestrito de ajuda humanitária. Os reféns devem ser imediata e incondicionalmente libertados pelos grupos armados palestinos.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGAs palavras têm peso. O governo de Israel diz que não há genocídio. Pode ser que tenha razão. Ao invés de genocídio, talvez esteja ocorrendo um holocausto. Depende de como você enxerga a situação. (C.N.)

Líderes na Câmara se dividem sobre acordo multipartidário para anistia

Hugo Motta deixa brecha para pautar anistia ao encerrar ocupação bolsonarista com discurso ambíguo na Câmara - Brasil de Fato

Hugo Motta esqueceu que fez um acordo para ser eleito

Amanda Klein

do UOL

Pouco antes de reassumir a presidência, parlamentares relatam que o presidente da Câmara, Hugo Motta, participou de reunião com lideranças do centrão e da oposição e concordou em pautar o debate sobre o fim do foro privilegiado e anistia aos golpistas de 8 de janeiro a partir da semana que vem.

O acordo foi confirmado publicamente pelo líder do PL, Sóstenes Cavalcante, no final da noite. Havia até senadores presentes na reunião.

POSIÇÃO COMUM – Um deles, que participou da conversa final, relatou à coluna que a oposição alcançou seu objetivo:

“Participamos porque o Senado também obstruiu e tinha que ter posição comum entre as duas Casas para liberar os trabalhos. Ouvimos da boca do Motta que ele vai colocar em debate e votação, a partir da próxima semana, o fim do foro privilegiado e depois a anistia”. Segundo este senador, estavam presentes líderes do PP, União Brasil, PSD, MDB, PL e Novo. Todos teriam concordado.

 

Antes disso, o ex-presidente da Câmara Arthur Lira recebeu diversos líderes e abriu caminho para o acordo que teria sido verbalizado por Motta.

FORO PRIVILEGIADO – Em 2017, o Senado aprovou mudanças nas regras do foro privilegiado, que só valeria para presidentes de Poderes. Os demais seriam julgados pela justiça comum, o que, na visão deles, poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro às vésperas do julgamento no STF por tentativa de golpe de Estado.

Líderes que não participaram da conversa demonstram surpresa. “No que eu tenha participado, não houve qualquer acordo para votação de nada. O que foi dito é que os assuntos seriam todos discutidos no colégio de líderes como sempre foram”, relatou um deles. Outro líder de centro reafirmou: “não dá pra se pensar em acordo. O que prevaleceu foi o bom senso”.

Procurada, a assessoria de Motta nega o acordo. O motim não terminou ontem. A oposição vai prosseguir com o esforço para salvar Bolsonaro, nem que isso custe colocar o Congresso e o país em polvorosa.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGO acordo para tramitar a anistia existe desde o início do ano, quando se viabilizou a eleição de Hugo Motta. Ele assumiu esse compromisso e agora os bolsonaristas estão cobrando, com apoio do Centrão. Simples assim. (C.N.)

Baderneiros da Câmara precisam aprender como se faz a boa política

Motta consegue conter baderna promovida por bolsonaristas na Câmara |  Brasil 247

É preciso reconhecer que a política já virou uma piada

Vicente Limongi Netto

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, decidiu encaminhar ao Conselho de Ética a suspensão por seis meses dos mandatos de cinco excrescências fantasiados de parlamentares. Irresponsáveis mentores da bagunça promovida por grupelho de bolsonaristas, tomando conta da Mesa Diretora, impedindo os trabalhos da Câmara. Os cinco trombadinhas baderneiros são Marcel Van Hatten(Novo-RS),  Marcos Pollon(PL-MS), Zé Trovão (PL-SC), Julia Zanatta(PL-SC) e Camila Jara(PT-MS).  

O quinteto de moleques engomados  precisa ser punido exemplarmente. Inclusive com a suspensão dos salários. Chegou a hora do deputado Hugo Motta impor a necessária autoridade do cargo que ocupa. Gancho duro e merecido para os democratas de meia pataca.

BOM EXEMPLO – Na política há aqueles que raciocinam com a própria cabeça. Não perdem tempo em tolos bate bocas.  Também há aqueles que preferem vociferar. Usam na lapela do paletó o broche, “adorador de holofotes”.

Nesta linha, o senador Ciro Nogueira, do PP do Piauí, é figura expressiva na primeira opção. Não berra pelos poros. Argumenta. Discute com isenção e qualidade. Cultiva amigos em todos os setores da política. É amigo pessoal do ministro do Supremo Tribunal Federal(STF), Alexandre de Moraes.

Não é vassalo de ideias. Defensor do contraditório.  Reiterou, deixou claro, que não participa nem concorda com a pantomima de assinar listas pedindo o impeachment de Alexandre de Moraes.

AMIGO DO JAIR – Ciro foi ministro do governo Bolsonaro. Não se arrepende. Permanece amigo do ex-presidente. Foi o primeiro a visitá-lo, em casa, com autorização de Alexandre de Moraes. O senador não age com o sentimento de vingança.

 Repele insultos de açodados e capachos. Não admite ser usado nem monitorado por grupelhos adeptos do quanto pior, melhor. Cara feia para o advogado, empresário e senador Ciro Nogueira é fome. 

Líder da extrema-direita em Portugal quer proibir entrada de Moraes no país

Líder do partido de extrema-direita Chega, André Ventura dirige-se aos apoiadores em Lisboa

Ventura é líder do partido “Chega”, que faz jus ao nome

Luis Felipe Azevedo

O Globo

Líder da extrema-direita de Portugal, André Ventura afirmou que vai propor ao governo de Luís Montenegro a proibição da entrada do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no país.

O político do partido Chega alega que o magistrado decretou prisão domiciliar contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) porque “usou as redes sociais” e exerceu sua “liberdade de expressão”. O português não menciona, no entanto, que Bolsonaro descumpriu medidas determinadas pela Corte com a disponibilização de conteúdo nas plataformas.


BLOQUEIO TOTAL
— Vou propor ao Governo de Portugal que impeça o juiz Alexandre de Moraes de entrar em Portugal, de poder ter qualquer ligação a Portugal e de ter qualquer repercussão em termos de presença, em termos de patrimônio em Portugal. Ele tem que perceber que não estamos brincando — disse Ventura em vídeo publicado em suas redes sociais na terça-feira.

Moraes já foi alvo de sanção americana. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou a suspensão do visto do magistrado e incluiu o ministro na lista de sancionados com a Lei Magnitsky.

Na postagem, Ventura também critica o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e atribui ao petista a culpa pelo processo contra Bolsonaro.

 

DIZ O LÍDER — “Lula está transformando o Brasil em uma ditadura. O Alexandre de Moraes é o braço judicial dessa ditadura” — diz o líder da extrema-direita portuguesa, sem apresentar provas.

A decisão de Moraes contra Bolsonaro foi justificada pelo ministro por “reiterado descumprimento de medidas cautelares”.

O ministro afirmou que o ex-mandatário “ignorou e desrespeitou” a Corte e justificou a medida com base na participação de Bolsonaro por telefone na manifestação contra o STF e a favor da anistia que reuniu apoiadores em Copacabana, na Zona Sul do Rio, no domingo.


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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Se a moda pega, Moraes pode esquecer aquelas festas que Gilmar Mendes organiza todo ano lá na Terrinha, como se dizia antigamente. (C.N.)

Deputados consideram exageradas as penas pelo 8 de Janeiro, diz Hugo Motta

Hugo Motta manda duro recado após tomar mesa da Câmara - PrimeiroJornal

Hugo Motta tenta “explicar” o motim na Câmara Federal

Deu em O Globo

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta sexta-feira que há um sentimento entre os parlamentares da Casa de que parte das condenações por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro foram “exageradas”.

— O que eu vejo é que tem um sentimento na Casa de que, até essas assinaturas foram colocadas acerca do projeto da anistia, que as pessoas não concordam com penas exageradas que foram dadas por crimes não tão graves e que pessoas até hoje estão condenadas e cumprindo pena ainda — disse Motta à CNN.

E A ANISTIA? – No entanto, o presidente da Câmara disser haver um “receio de se fazer uma anistia ampla, geral e irrestrita” uma vez que parte dos temas investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) tratam sobre a apuração de planos terroristas e de assassinato de autoridades.

— Não vejo que os parlamentares têm interesse de anistiar essas pessoas que fizeram isso. Não acho que esse seja o sentimento da Casa. O sentimento da Casa é muito mais de sensibilidade às pessoas mais humildes, aquelas que participaram do movimento e não cometeram delitos tão graves, tão pesados, e receberam penas elevadas — disse Motta na entrevista.

O presidente da Câmara disse não achar que a Casa “tem ambiente” para anistiar crimes graves, como “planejar a morte de alguém” e afirmou que uma “alternativa legislativa” para aqueles que não cometeram “delitos tão graves” pode atender a maioria dos deputados. Segundo Motta, uma iniciativa neste sentido precisará ser debatida e acordada no colégio de líderes para avançar.

MOTIM NO PLENÁRIO – Na entrevista, Motta disse que defenderá uma punição “pedagógica” a deputados de oposição que ocuparam o plenário da Casa há dois dias em protesto pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O parlamentar afirmou que a ala política “extrapolou tudo aquilo que poderia ser o limite do razoável”.

— Eu acho que deve ter (punição) porque o que aconteceu foi grave, até para que isso não volte a acontecer (…) Nós não podemos concordar com o que aconteceu, até porque nós temos que ser pedagógicos nesta situação — afirmou Motta em entrevista à CNN.

Para Motta, o entendimento de que a oposição extrapolou limites é “majoritário”. O presidente da Câmara definiu o episódio como “muito grave” e disse que nunca tinha se visto um movimento feito desta forma.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Para ser eleito presidente da Câmara, o desconhecido Hugo Motta fechou um acordo com a direita para tramitar a anistia, se houvesse acordo de lideranças, porém logo esqueceu o compromisso.
Agora, procura uma forma de driblar os companheiros, mas está difícil. A Câmara quer votar a anistia e pronto. Comprem muitas pipocas. (
C.N.)

Sob o Direito criado por Moraes, tinha como Bolsonaro não ser preso?

OAB-SP critica uso da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes | Agência  Brasil

Moraes cria suas próprias leis e depois as coloca em vigor

Carlos Andreazza
Estadão

Não há dúvida de que Bolsonaro tenha descumprido a medida cautelar baixada por Alexandre de Moraes, obra-prima de um poder abusado que autoriza o juiz a engatilhar armadilhas. Não há dúvida de que o ex-presidente poderia – deveria – ser preso.

(Mesmo sem demanda da PGR – quem liga para formalidades?) A questão é: tinha como ele não ser preso? Sob o Direito produzido, criado, por Xandão, tinha como ele não ser preso? A resposta: não.

SEM LIMITES – O que nasce viciado, tanto mais em processo penal, não encontrará o limite estrito da lei. O problema sendo – tendo sempre sido – a cautelar que, na prática, impedia Bolsonaro de se manifestar. Impede, provado está.

O sujeito – tão golpista quanto ainda não condenado – teve a palavra cassada, caso alguém ainda tivesse dúvida. Esse é o significado objetivo da proibição do uso de redes sociais. A supressão da palavra. Censura prévia.

Fala-se em haver Bolsonaro provocado, conscientemente, essa prisão. Não duvido. Seja como for, algo secundário. Que arrisca colocar a análise do que se passou na cama da acomodação, minimizado o fato de estar o cara com o direito de se expressar interditado.

CONTROLAR O VERBO – Xandão quis – quer – controlar o verbo. Tudo cabendo, a depender da lei xandônica, no conceito de “burla à proibição de uso de redes sociais, diretamente ou por terceiros”. Todo mundo é um terceiro doloso em potencial – a depender da lei xandônica.

A razão para que Bolsonaro tivesse levado a tornozeleira eletrônica é autoexplicativa: falou em público, mostrou o aparelho, o conteúdo foi retransmitido nas redes. Pronto. A armadilha evidenciada.

Moraes diz que o ex-presidente pode falar, dar entrevistas. Não pode. Porque tudo vai às redes – e tudo pode ser “postagens coordenadas” de “material pré-fabricado”. Tudo cabe – pode caber – no conceito xandônico de “instrumentalização” a serviço da lei penal tornada massinha de modelar. Quando Bolsonaro falou, pagou. E de novo agora.

ATO DE COAÇÃO – Não pode passar despercebido, na decisão de Moraes, o que flertará com a criminalização das manifestações de rua. Carece de clareza o texto do ministro, redator hostil. Claro sendo, conforme a Constituição brasileira, que um protesto popular como o havido no domingo – por estúpido que seja – não pode ser tratado como ato de coação ao STF.

Não há crime em erguer a bandeira americana e exaltar as sanções de Donald Trump contra o País, por bizarro que essas celebrações nos pareçam. Não há crime em dizer que o “Brasil é maior que o STF”, ou que “Bolsonaro foi calado à força”.

É importante fazer essas observações, ante o espalhamento do Direito xandônico, porque gente foi e ficou presa no Brasil em função do que falou ou republicou em rede social; aqui em xeque, conforme o dicionário autoritário xandônico, a ampliação infinita do que caberá como sentido para “ataque”. Tudo vira – pode virar, inclusiva este artigo – ataque à democracia, ao estado de direito ou a um ministro do Supremo; sendo democracia, estado de direito e ministro do Supremo sinônimos.

Trump eleva tarifa média de 1,9% para 32% e Lula não quer negociar

Charge do JCaesar: 14 de julho | VEJA

Charge do JCaesar (VEJA)

Alexa Salomão
Folha

Ainda que a lista de exclusão seja relevante, a guerra comercial do presidente americano Donald Trump provocou um expressivo salto no valor da tarifa aplicada a produtos brasileiros. Antes do início do embate comercial, os Estados Unidos adotavam uma tarifa efetiva média de 1,9% para os produtos importados do Brasil. Com a entrada em vigor do aumento nesta quarta-feira (6), essa média subiu para 32,2%, segundo levantamento realizado pela equipe de economistas da LCA Consultoria.

O levantamento mostra que, apesar de o decreto assinado por Trump (leia a íntegra) ter isentado 44,6% das exportações, as novas alíquotas, significativamente mais altas, vão pesar bastante.

ABAIXO DE 5% – Antes de Trump iniciar a guerra tarifária, 97% das exportações tinham uma tarifa abaixo de 5%. Agora, além do aumento, a variação é muito ampla. Para alguns produtos fica valendo uma taxa de 10%, anunciada na primeira rodada de aumento, em abril. Outros sofrem a sobretaxa adicional, de 40%, elevando o percentual a 50%.

Os dados da LCA confirmam que o setor mais prejudicado é a agroindústria, cuja tarifa média foi multiplicada por dez, indo de 4% para 40,8%. Na sequência, entre os setores mais impactados estão químicos (de 2,3% para 40,1%), minérios e aço (de 0,5% para 38,7%), máquinas e equipamentos (de 0,8% para 38,2%).

“A média vai variar por setor, porque não é uma decisão homogênea”, explica a diretora de economia do direito na LCA, Verônica Cardoso.

HÁ EXCEÇÕES – “Dentro do agro, tem o café, que ficou de fora da isenção, por exemplo, e tem o suco de laranja que ficou na isenção. No caso de minério e aço, alguns tipos de aço ficaram de fora. Na química, é a mesma coisa.”

Entre os setores que ficaram com alíquota no piso estão aeronaves, cuja tarifa média foi de zero para 10%, e combustíveis, com elevação média de 1,5% também para 10%, porque a maior parte dos itens desses segmentos ficou na lista de isenção.

A lista de exceção conta com 694 itens. Destes, 565 estão relacionados ao segmento de aeronaves e 76 a petróleo, carvão, gás natural e seus derivados. Entre os alimentos, escaparam da taxação apenas castanhas-do-pará e polpa e suco de laranja.

PEQUENO ALÍVIO  – “Não dá para dizer que, ao final, tivemos um alívio. Se por um lado houve um ganho, porque não vai ter um aumento para praticamente metade da pauta de exportação, que ficou na lista de isenção, a outra parte vai ter um aumento significativo de alíquota”, diz Cardoso.

A sobretaxa de 50% a exportações brasileiras para o mercado americano entrou em vigor à 1h01 (horário do Brasil) desta quarta-feira (6) como a mais alta até o momento.

Na mesma quarta, no entanto, Trump afirmou a repórteres na Casa Branca que vai impor uma tarifa de cerca de 100% sobre chips semicondutores importados para o país, sem ainda detalhar como será o processo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Reina a esculhambação aqui e nos Estados Unidos. Ninguém sabe como o mercado irá responder ao tarifaço, mas certamente haverá uma acomodação. Além disso, Trump não será presidente eterno. Quem quiser que tenha saudades desse maluquete. (C.N.)

Autoridades pelo mundo reagem ao plano de Israel de tomar a Cidade de Gaza

Joseph Ataman e Catherine Nicholls
da CNN

O gabinete de segurança de Israel aprovou, nesta sexta-feira (8), um plano para ocupar a cidade de Gaza. A aprovação aconteceu após quase dez horas de votação. Enquanto o gabinete votava, protestos em massa aconteciam em Israel devido ao temor de que a decisão de expandir as operações militares colocasse os reféns em perigo, e a crescente pressão internacional sobre Israel para encerrar o conflito e permitir a entrada de mais alimentos no território, à medida que a fome se espalha.

Estes são os cinco princípios do plano israelense: 1) O desarmamento do Hamas; 2) O retorno de todos os reféns – os vivos e os mortos; 3) A desmilitarização de Gaza; 4) O controle de segurança israelense em Gaza; 5) O estabelecimento de uma administração civil que não seja nem o Hamas, nem a Autoridade Palestina

CRÍTICAS SEM PARAR – O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, instou Israel a “reconsiderar imediatamente”. O Reino Unido estava trabalhando para garantir a paz “como parte de uma solução de dois Estados”, disse ele.

O líder da oposição israelense, Yair Lapid, disse que o plano era “completamente contrário à posição das Forças Armadas e do establishment de defesa, sem levar em consideração o esgotamento e a exaustão das tropas de combate”.

O político palestino Mustafa Barghouti afirmou que a decisão de Israel foi uma “declaração de crime de guerra”. Ele afirmou que a medida demonstra que as “verdadeiras intenções” do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e de seu governo eram “a limpeza étnica de todo o povo palestino na Faixa de Gaza”.

OUTROS PAÍSES – A Austrália instou Israel a recuar em seu plano. A ministra das Relações Exteriores, Penny Wong, afirmou que “o deslocamento forçado permanente é uma violação do direito internacional”.

O embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Dmitry Polyanskiy, classificou o plano como um “passo muito ruim na direção absolutamente errada”. Moscou criticou repetidamente as ações de Israel em Gaza, tendo pedido um cessar-fogo desde o início da guerra.

A decisão de Israel de tomar a Cidade de Gaza “constitui uma nova fase de sua política expansionista e genocida na região”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores turco na sexta-feira. “Cada medida tomada pelo governo fundamentalista de Netanyahu para continuar o genocídio contra os palestinos e expandir a ocupação representa um duro golpe para a paz e a segurança internacionais, aumentando a instabilidade regional e aprofundando a crise humanitária”, afirmou o ministério.

MAIS QUEIXAS – O ministro das Relações Exteriores da Suíça afirmou estar “profundamente preocupado” com o anúncio, acrescentando que a intensificação das hostilidades “corre o risco de deteriorar ainda mais a já catastrófica situação humanitária”.

José Manuel Albares, ministro das Relações Exteriores da Espanha, condenou o plano de Netanyahu escrevendo em uma publicação no X que isso “só levaria a mais destruição e sofrimento”.

Ele acrescentou que a paz definitiva na região “só pode ser alcançada através do estabelecimento de uma solução de dois Estados, incluindo um Estado da Palestina realista e viável”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O único apoio é dos Estados Unidos. É bastante compreensível. (C.N.)

Na democracia, não se deve “comemorar” prisão sem haver julgamento

Vamos ser honestos, não precisa de mais tempo', diz Baleia Rossi sobre reforma tributária

Rossi diz que absurdo comemorar prisão de Bolsonaro

Deu na CNN

 

O MDB emitiu posicionamento pedindo “equilíbrio” e “responsabilidade”, após a decretação de prisão domiciliar contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Por isso mesmo, não considera saudável comemorar a prisão de um ex-presidente, ainda sem julgamento”, acrescenta.

SEM JULGAMENTO – A prisão de Bolsonaro foi decretada na segunda-feira (4), pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Embora Bolsonaro seja réu em um processo sobre o que seria um plano golpista contra o resultado da eleição de 2022, o ex-presidente foi preso no âmbito de um inquérito que investiga uma suposta tentativa de obstrução de Justiça.

O processo mira o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Jair, que está nos Estados Unidos afirmando estar buscando sanções — como a aplicada pela Lei Magnitsky — contra Moraes, que é relator da ação do plano golpista.

Porém, Moraes considerou que, no final de semana, em meio a atos contra o STF, Bolsonaro infringiu as cautelares ao aparecer em vídeo em rede social de outro filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), se dirigindo aos manifestantes.

“O MDB insiste que é preciso foco na melhoria da vida do povo brasileiro: garantir comida na mesa, trabalho, saúde, educação e segurança. A instabilidade política só atrapalha tudo isso”, frisa a nota do MDB.

Desde a prisão de Moraes, a oposição no Congresso faz um movimento de obstrução nas duas casas legislativas, cobrando o avanço de projetos que diminuam os poderes do STF e prevejam anistia aos condenados pelos ataques de 8 de Janeiro.

Bolsonaro pode passar um Dia dos Pais excelente, ao lado de sua família

Jair Bolsonaro tem 'festinha' de aniversário no Palácio da Alvorada com  familiares

Ficar em prisão domiciliar tem muitas vantagens, é claro

Vicente Limongi Netto

“Vô, quero nadar”, vó, estou com fome”. Netos de Bolsonaro correm pelos jardins, brincam no pula-pula. Se agarram nos pés do vovô.  Gritam com energia. Tudo com ternura divertida. Bolsonaro, com chinelos, bermuda e camisa da seleção brasileira, feliz com a algazarra das crianças.

A casa do ex-presidente é ampla e agradável. Dois andares.  O sol forte e alto bate na piscina. Na cozinha, panela grande de feijoada. Na garagem, 3 carros. Na rua, curiosos atentos para visitantes chegando.

ABRIU O CORAÇÃO – Bolsonaristas não podem reclamar do ministro Alexandre de Moraes. O severo e carrancudo ministro do Supremo Tribunal Federal(STF) abriu o coração.

Permitiu ao ex-presidente, com tornozeleira e prisão domiciliar, receber caravanas de amigos, admiradores e familiares. Moraes também é pai. Domingo é especial dos pais.

Amigos chegando. Ambiente de amizade fraterna. A vice-governadora Celina Leão levou morangos grandes e deliciosos produzidos em Brasília. Governador Tarcisio de Freitas prometeu brindar Bolsonaro com garrafas de vinhos portugueses. O mundo  não conhece tornozeleira mais democrática.
É DIA DELE – Pai é calor humano. Vigilante. Carinhoso. Amoroso. Zeloso. Elogia e puxa as orelhas. Deixa de comer para alimentar os filhos. Vai no posto encher os pneus da bicicleta. Bota carga no celular.
Acompanha o filho nas compras. Incentiva a prática de esportes. Orienta e recomenda boas leituras. Acorda no meio da noite para embalar filho pequeno chorando. Ensina lições de virtudes, respeito ao próximo, decência nas atitudes. Abre conta no banco. Torcem juntos nos estádios. Uniformizados e boné.
Pai sugere, alerta, lamenta, aplaude. Viajam juntos. Pegam cineminha, museus e teatros. Feliz do filho que ainda tem ombro carinhoso e amigo do pai para abraçar, beijar e agradecer.
DECADÊNCIA POLÍTICA – Deploráveis cenas de patetice e idiotice, mostrando senadores e deputados com esparadrapo na boca, ocupando as Mesas do Senado e da Câmara. É a decadência completa do bom senso. É a atividade política entrando no terreno da galhofa e da ordinarice. Vitória de pirro.
No frigir dos ovos desmoralizaram os próprios mandatos. Um  senador capixaba, não digo o nome para não poluir meu texto,  falastrão e evangélico, estava algemado na poltrona. Francamente. Abusaram da tolerância dos justos.  A ânsia de aparecer é medonha. Existem formas mais inteligentes e democráticas de protestar. 

Ações coordenadas, pressão internacional e o risco da normalização do absurdo

Bolsonaristas tentaram fazer um cerco à democracia

Pedro do Coutto

A recente tentativa de bolsonaristas de ocupar o plenário da Câmara dos Deputados não é um episódio isolado ou casual. Trata-se de mais uma peça de um enredo articulado e cuidadosamente montado para desestabilizar o governo Lula, enfraquecer instituições democráticas e criar um ambiente de pressão contra o ministro Alexandre de Moraes, símbolo da resistência judicial à escalada autoritária do bolsonarismo.

A entrevista de Eduardo Bolsonaro ao jornal O Globo, na qual o deputado licenciado admite atuar diretamente junto ao governo dos Estados Unidos contra decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), expõe de forma cristalina a extensão dessa cruzada antidemocrática. Não se trata apenas de retórica política – há, sim, uma ação coordenada no tabuleiro institucional e internacional.

OBSTRUÇÃO – A articulação vista no Congresso reflete uma tentativa de obstrução total do funcionamento da Câmara dos Deputados, liderada por um grupo que não reconhece os limites da legalidade e que opera pela chantagem política. A ocupação do plenário, que se estendeu pela madrugada, ultrapassou os limites da oposição parlamentar legítima.

Diferente da obstrução regimental – ferramenta democrática do jogo legislativo –, o objetivo claro era travar qualquer votação, inclusive a de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que poderia anistiar Jair Bolsonaro e restituir-lhe a elegibilidade. A ironia perversa é que os mesmos que insuflam o caos institucional são os que se beneficiariam diretamente de um projeto que ignora a gravidade dos ataques à democracia de 8 de janeiro.

Esse tipo de conduta abre um precedente perigoso: a transformação do Parlamento em campo de batalha para interesses pessoais e antirrepublicanos. O Congresso deixa de ser o espaço do diálogo para se tornar um refém de agendas radicais.

EXTREMA-DIREITA –  Não se pode ignorar o pano de fundo internacional. Eduardo Bolsonaro, com seu histórico de aproximação com a extrema-direita global, tenta novamente instrumentalizar atores externos – no caso, a gestão Donald Trump – para legitimar sua narrativa interna de perseguição. O recente “tarifaço” decretado por Trump confere ainda mais instabilidade ao cenário, embaralhando o xadrez geopolítico e alimentando a retórica conspiratória da direita brasileira.

O que se viu na Câmara não foi um ato espontâneo de indignação política. Foi uma investida calculada, sem a devida lógica jurídica ou institucional. E é justamente essa ausência de lógica, esse desprezo pelas regras do jogo, que torna tudo ainda mais perigoso. Uma democracia não se sustenta apenas pelo rito formal das eleições, mas pelo respeito contínuo às instituições, aos princípios constitucionais e à ordem pública.

É hora de reconhecer os sinais. A tentativa de ocupação do Congresso, o lobby internacional contra o STF e a sabotagem legislativa não são eventos desconexos. São parte de uma estratégia de erosão institucional que precisa ser enfrentada com firmeza, sob pena de nos acostumarmos com o absurdo. A democracia, para continuar sendo mais do que uma formalidade, exige vigilância constante. E coragem.

Congresso acorrentado: o teatro político e a ameaça à democracia

Centrão pega carona em motim bolsonarista para escapar do Supremo

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), consegue abrir sessão após bloqueio bolsonarista

Hugo Motta foi acossado e desmoralizado pelo centrão

Josias de Souza


A sublevação foi suspensa entre a noite de quarta-feira e a manhã desta quinta, em meio a negociações para a inclusão na pauta da Câmara de proposta que acaba com o foro privilegiado para os poderosos.


IMPASSE
– O bolsonarismo deseja tirar Bolsonaro do Supremo. O centrão quer blindar parlamentares afundados no pântano das emendas. O objetivo é enviar o processo da trama do golpe e os casos de malversação de verbas federais para a estaca zero da primeira instância.
 

Ali, abre-se a perspectiva de uma infinidade de recursos, que conduzem os crimes à prescrição —um outro nome para impunidade.


Na hipótese de avançar, a manobra tira da grelha do Supremo a delinquência das emendas. Mas é improvável que chegue a tempo de acudir Bolsonaro, cujo julgamento está previsto para o mês que vem. Ciente dos riscos, o bolsonarismo sustenta que o acordo inclui também a votação da anistia. Mas nesse ponto, o centrão topou apenas debater a matéria, sem compromisso com a aprovação.


FORO PRIVILEGIADO
– Não é a primeira vez que o Congresso trata do fim do foro privilegiado. Em 2017, num instante em que o Supremo estava prestes a limitar a abrangência do “privilégio”, o Senado aprovou projeto que extinguia a prerrogativa para todas as autoridades, exceto os chefes dos Três Poderes.


O então senador Romero Jucá resumiu a proposta em três frases: “Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba.” Aprovada pelos senadores, a proposta passou pelas comissões da Câmara. Estacionou no porta do plenário.


Nessa época, o centrão estava enrolado no petrolão, um escândalo que impulsionou a vitória de Bolsonaro em 2018. O mesmo Jucá havia sido pilhado num grampo em que defendia a costura de um “grande acordo nacional.” Um acordo “com o Supremo, com tudo.” Agora, deseja-se retomar o acerto que transfere a “suruba” para a primeira instância.

 

Prisão de Bolsonaro destaca a zona cinzenta entre lei e liberdade do juiz

𝐁𝐑𝐔𝐍𝐀𝐙𝐄𝐏𝐀𝐌 - 𝑳𝒖𝒍𝒂 𝟚𝟘𝟚𝟞🔥🚩 on X: "CHEGA DE GOLPE BOLSONARO  PRESO #SemAnistiaParaGolpistas SEM ANISTIA #SemAnistia CONGRESSO INIMIGO DO  POVO Bolsonaro preso https://t.co/iiz6Stzziu" / X

Charge do Gizânio (Arquivo (Google)

Arthur Guimarães de Oliveira

Folha

 

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de impor novas restrições ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reforça um ponto de tensão entre o aspecto formal da lei e a margem de discricionariedade do magistrado para aplicá-la.

Na segunda-feira (4), Moraes decretou a prisão domiciliar do ex-presidente em vez da preventiva, em regime fechado. Também o proibiu de receber visitas, a não ser de advogados e pessoas autorizadas, e de usar celular, diretamente ou por meio de terceiros.

MUITAS CRÍTICAS – Advogados e professores de direito ouvidos pela Folha divergem sobre a escolha do ministro de decretar a prisão domiciliar em vez da preventiva. Também há crítica sobre a imposição de medidas restritivas não previstas de forma expressa na legislação.

Coordenador do curso de direito da ESPM-SP, Marcelo Crespo diz que qualquer pessoa no lugar de Bolsonaro já estaria presa. Via de regra, quando se entende que houve descumprimento de cautelar, revoga-se a medida e decreta-se a prisão preventiva.


CAUTELOSO DEMAIS
– “Neste caso, no meu entender, ele [Alexandre de Moraes] está sendo mais cauteloso do que normalmente os magistrados seriam, porque já haveria o espaço pela interpretação de que a cautelar foi descumprida, para revogação e decreto de prisão”, afirma Crespo.

De acordo com o professor, “juridicamente, essa decisão dele não é uma decisão questionável. Ela está sendo até um pouco mais cautelosa no sentido de, primeiro, ir para prisão domiciliar do que efetivamente já ter decretado uma prisão preventiva do Bolsonaro”.

Maíra Salomi, vice-presidente da Comissão de Direito Penal do IASP (Instituto dos Advogados de São Paulo), afirma que, sob uma ótica tecnicista, Bolsonaro deveria ter sido preso preventivamente, embora avalie que Moraes ficou sem saída diante das pressões externas.

É SUBSTITUIÇÃO – A advogada diz que a domiciliar não constitui uma medida autônoma, ou seja, não pode ser determinada por si só. Na prática, ela só pode ser decretada como substituição à prisão preventiva, quando presentes os requisitos para isso.

O Código de Processo Penal elenca as hipóteses nas quais ela pode ser decretada, como em casos de gestantes, maiores de 80 anos e mulheres com filho de até 12 anos ou extremamente debilitado por motivo de doença grave. Nenhuma dessas situações foi analisada na decisão.

“O ministro relator preferiu trazer mais um instrumento [a prisão domiciliar] que está previsto no código, embora não nessa situação específica, para poder evitar um encarceramento”, diz. “Agora, é uma medida ilegal. Ela é preferível a uma prisão preventiva, mas ela não é prevista como uma medida autônoma, então ela não é correta nos termos como aplicado.”

“No processo penal, medidas cautelares, sejam patrimoniais, sejam pessoais, dependem de expressa previsão legal, porque sempre será uma intervenção mais ou menos castradora da liberdade de uma pessoa”, afirma o advogado.

MENOS RIGOR – Há um debate antigo, e não restrito ao STF, sobre a possibilidade de o juiz poder adotar uma medida mais branda para evitar a prisão mesmo sem previsão expressa. Vieira rejeita essa corrente, mas observa que o caso em questão não foge à regra.

“Isso não é uma característica específica deste processo”, afirma o advogado. “Não significa por si só uma perseguição contra alguém, reflete um entendimento que está disseminado”.

Em nota, a OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro) afirmou ser “preocupante a escalada nas restrições impostas às liberdades de quem ostenta a condição de réu e de investigado”.

PRUDÊNCIA – O texto é assinado pela presidente da ordem no estado, Ana Tereza Basilio, e pelo presidente da Comissão de Estudos do Direito Penal da OAB-RJ, Ary Bergher.

“Em investigações criminais em curso é necessário prudência no uso de medidas restritivas às liberdades, sobretudo na sua imposição de ofício, a bem do Estado de Direito. De igual modo, o devido processo legal criminal é personalíssimo e não admite sanções por atos de terceiros. Devemos todos obediência às disposições da Constituição, sob pena de enfraquecimento das liberdades públicas e dos direitos fundamentais”, diz o texto.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG Não existe  divergência sobre legalidade de decretação de prisão domiciliar em substituição à preventiva. É absoluta e totalmente ilegal. Se o suspeito oferece risco à sociedade tem de ser prisão preventiva, jamais domiciliar. Moraes é uma piada como juiz. (C.N.)

Ao aceitar a anistia a Bolsonaro, Motta participa de um atentado à democracia

Wálter Maierovitch

Segundo declarou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o presidente Motta comprometeu-se a colocar em pauta os projetos de anistia e, também, aquele que coloca fim ao foro por prerrogativa de função, conhecido por foro privilegiado.

PACOTE DA PAZ – A anistia e o fim do foro privilegiado constavam do chamado “pacote da paz”, anunciado pouco antes, na frente do Congresso, pelo senador Flávio Bolsonaro. Motta cedeu e, num abraço de afogados, levou junto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

Na verdade, trata-se, caso aprovadas as duas propostas, de capitulação do Estado nacional ao desejo de impunidade do golpista Jair Bolsonaro, que está, no processo sobre golpe de Estado e outros delitos, a um passo de conquistar o histórico título de “delinquente”.

LEI COM OBJETIVO – O “pacote da paz” representa uma proposta para a formulação de legislação “ad personam”. Trata-se, de acordo com os dicionários de política e constitucional, de texto legal “aprovado com o objetivo específico — com a intenção induvidosa — de favorecer uma pessoa específica, uma pessoa certa, ao invés de ser aplicada no interesse de toda a sociedade”.

Trocando em miúdos, o tal “pacote da paz” busca uma legislação, lei ou emenda constitucional para um indivíduo certo, que é Jair Bolsonaro. No popular, seria um pacote “salva-Bolsonaro”.

As expressão “legislação ad personam”, como ensina a italiana “Enciclopedia Treccani”, aparece no mundo político europeu a partir da segunda metade dos anos 1990. Essa locução política possui o “específico escopo de favorecer (privilegiar) um indivíduo determinado ou um grupo muito restrito de pessoas”.

LEI PESSOAL – Não fosse a força político-partidária de Bolsonaro e a pressão trumpista, seria incogitável uma legislação “ad personam”. Incogitável diante da sucedida tentativa de golpe de Estado e da futura tirania buscada por Bolsonaro “et caterva”.

Conforme doutrinou o falecido Aureliano Leal, político, advogado, jornalista e interventor federal do Rio de Janeiro em 1923, a anistia “é o esquecimento de uma ou mais infrações criminais”.

Pela nossa Constituição e tradição jurídico-política, a anistia pode ser concedida antes de uma condenação criminal.

PASSA A BORRACHA – A anistia extingue totalmente a punição e os seus efeitos. Passa a borracha até nos inquéritos policiais apuratórios. Com a anistia a crimes comuns e aos eleitorais, Jair Bolsonaro, em termos de cidadania ativa e passiva, sairia “zero quilômetro”. Ou melhor, pronto para concorrer à próxima eleição presidencial.

Como lei, dependerá de sanção do presidente Lula. Salvo, lógico, se sair uma anistia por emenda constitucional.

Por ter natureza de lei, a anistia é interpretada e aplicada pelo Poder Judiciário. É aí, como se diz no popular, que o “bicho pode pegar” para Bolsonaro.

TORTURADORES – A lembrar, no entanto e com tristeza: no passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu anistia ampla, plena, irrestrita e incondicional a todos os torturadores e golpistas da ditadura militar iniciada em 1964.

FORO PRIVILEGIADO – Com relação ao processo criminal em tramitação final no STF, referente às imputações criminosas de golpe de Estado, atentado violento ao estado democrático de Direito, associação criminosa etc., muito já se discutiu sobre o foro competente.

Alegou-se que o foro por prerrogativa de função, nome dado pela lei processual penal, não caberia a Bolsonaro em razão de, com o fim do mandato presidencial, não ter mais função pública.

Mas o STF chamou a competência para si em razão de se tratar de imputações de crimes contra o Estado nacional e a sua constituição. Crimes anteriormente previstos na revogada Lei de Segurança Nacional.

JAMAIS RETROAGE – Como se sabe, foro é matéria processual e, como tal, tem aplicação imediata. Seu efeito é para frente, ou seja, não se aplica retroativamente.

Caso o STF julgue antes da alteração legislativa processual, a condenação, caso lançada, terá plena validade. Mas, tudo deverá ser preparado na legislação para anular o decidido com base em violação ao juiz natural pela inexistência da função pública de Bolsonaro.

Uma vez estabelecido o fim do foro privilegiado, o processo referente a Bolsonoro será remetido ao primeiro grau de jurisdição (primeira instância), mas os atos de instrução serão aproveitados. Idem, a delação premiada de Mauro Cid.

GOLPISMO – Atenção: a condenação eleitoral de Bolsonaro só poderá ser rescindida por anistia. Bolsonaro, desde que assumiu o mandato presidencial, preparou um golpe de Estado para perpetuar-se no poder. O 8 de Janeiro fez parte dessa tentativa golpista.

O golpismo progrediu e passou-se a atacar a soberania nacional com condutas no estrangeiro a cargo de Eduardo Bolsonaro e tendo por meta desestabilizar o país.

O presidente americano Donald Trump, seja por carta barganhando pela impunidade de Bolsonaro, seja pelo tarifaço e pela arbitrária aplicação da Lei Magnistiky, intrometeu-se em nossas questões.

NAÇÕES UNIDAS – Assim, para apoiar Bolsonaro, o presidente Trump violou a Carta das Nações Unidas, essa garantidora da soberania dos Estados nacionais e da autodeterminação dos povos.

Por tudo isso, nem com anistia, borrachas, deslocamentos de foros e alegadas nulidades e abusos, os democratas deverão jogar a toalha em favor de tiranos de plantão.

E tiranos são tão perversos que Tomás de Aquino, doutor e santo da Igreja, defendeu a legitimidade do tiranicídio.

 

 

Bolsonaro confronta, Moraes radicaliza e as armas de Trump miram o Brasil

Bolsonaro diz em depoimento à PF que compartilhou 'sem querer'

Charge de I Convergente, de 2023, era premonitória

Eliane Cantanhêde
Estadão

Quanto mais Jair Bolsonaro estica a corda e confronta, mais o ministro Alexandre de Moraes reage endurecendo as medidas cautelares. É assim que os dois vão acostumando a sociedade com a possibilidade de prisão do ex-presidente após a condenação final pelo Supremo, prevista para setembro, por tentativa de golpe. Quando, e se, ocorrer, a prisão definitiva já terá sido “naturalizada” até pelos bolsonaristas.

Há, porém, um obstáculo no meio do caminho: a chantagem de Donald Trump, exigindo o fim imediato dos processos contra Bolsonaro, em troca do recuo da tarifa de 50% para grande parte de produtos exportados pelo Brasil para os EUA. Moraes não tem alternativa. Ceder a Trump está fora de cogitação.

TÁTICA DA PROVOCAÇÃO – Ao confrontar Moraes, o Supremo e as instituições, mais e mais, Bolsonaro só agrava a sua própria situação jurídica e a do filho 03, Eduardo Bolsonaro, também adepto da tática de provocação.

De outro lado, ao reagir com tornozeleira e agora com prisão domiciliar, Moraes pode agravar a retaliação de Trump contra ele, sua família, os colegas ministros, o Supremo, as indústrias, os empregos e o PIB do Brasil. E não tem saída.

Depois da tornozeleira e da restrição de circulação e comunicação, Bolsonaro sabia o que estava fazendo, ao entrar no domingo, ao vivo, pelo celular do senador Flávio Bolsonaro, num ato ostensivo contra o STF e a soberania brasileira.


TUDO COMBINADO
– São movimentos combinados com Eduardo Bolsonaro, que ataca governadores, presidente da Câmara, aliados e até o porta-voz do grupo, deputado Nikolas Ferreira.

Nikolas engoliu em seco e foi ao ato da Avenida Paulista, mas Tarcísio de Freitas, Ratinho Júnior, Romeu Zema e Ronaldo Caiado não deram as caras.

Cada um tem lá o seu pretexto, mas vamos combinar? Como um governador poderia ir a ato contra o STF e de adoração a Trump, algoz do Brasil?

No dia seguinte, horas antes da decretação da prisão domiciliar de Bolsonaro, o peculiar senador Marcos Do Valpousou no aeroporto de Brasília, foi recebido pela PF e também ganhou tornozeleira, por desdenhar da proibição de sair do País e usar um passaporte diplomático escondido em casa. Coincidência de datas? Ou parte da provocação?

SUSPENSE TOTAL – Moraes devolve aprofundando as cautelares, inclusive uma nova busca e apreensão contra Bolsonaro, mas as armas e as sanções de Trump continuam viradas para o Brasil: as investigações com base na Seção 301, até do Pix e da Rua 25 de Março, e o veto a negócios com a Rússia.
Todos os lados estão radicalizando e a pergunta imediata é: como fica o início do tarifaço nesta semanaa? Que surpresa Trump nos reserva?

Aliados temem depressão de Bolsonaro após prisão domiciliar decretada por Moraes

O ex-presidente Jair Bolsonaro

Envelhecido, Jair Bolsonaro está pintando os cabelos

Bela Megale

O Globo

A possibilidade de Jair Bolsonaro entrar em um processo depressivo depois de ter a prisão domiciliar decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, colocou aliados do ex-presidente em alerta. Há o receio de que ele repita os momentos que viveu em 2022, depois de ser derrotado por Lula nas urnas.

Desde que passou a usar tornozeleira eletrônica por uma ordem de magistrado proferida em 18 de julho, Bolsonaro já vinha “oscilando entre bons e maus momentos”, segundo correligionários do PL. Não por acaso, eles se revezavam em visitas ao capitão reformado e evitavam deixá-lo sozinho.

PRESO EM CASA – Mais de um aliado relatou à coluna que era durante à noite, após as 19h, o momento que o ex-presidente se mostrava mais abalado, já que, a partir desse horário, ele estava proibido de sair de casa.

Com a prisão domiciliar decretada nesta terça-feira (4), Bolsonaro não pode deixar sua residência em momento algum.

— Ele já se referia às medidas que o proibiram de deixar Brasília e de sair de casa após às 19h e aos fins de semana como prisão — resumiu um auxiliar do ex-presidente que convive com ele diariamente.

SEM AGENDA – Segundo familiares e integrantes do PL, as atividades na rua e reuniões com parlamentares da base são as agendas que mais animam o ex-presidente.

Pouco antes de ter a ordem de prisão domiciliar decretada contra ele, o capitão reformado estava celebrando as manifestações de apoio ao seu nome realizadas no domingo (3) e não tinha ideia de que poderia sofrer uma nova medida cautelar, segundo relato do deputado estadual Lucas Bove (PL-SP).

O parlamentar disse ainda que, antes, chegou a pedir uma foto para Bolsonaro com a tornozeleira à mostra, que mas que o ex-presidente recusou.

Câmara quer ouvir Zambelli e hacker no processo de cassação

A imagem mostra uma mulher com cabelo cacheado e castanho claro, usando uma camiseta cinza. Ela está olhando diretamente para a câmera com uma expressão séria. O fundo é uma parede clara, sem detalhes visíveis.

Zambelli será ouvida através de videoconferência

Carolina Linhares
Folha

A comissão da Câmara dos Deputados que analisa a cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália na semana passada, definiu que vai ouvir cinco testemunhas e a própria parlamentar antes de votar o caso.

O relator é o oposicionista Diego Garcia (Republicanos-PR), que terá cinco sessões após o fim das oitivas para apresentar sua conclusão, que então será votada pelo plenário da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, presidida pelo deputado Paulo Azi (União Brasil-BA).

NO PLENÁRIO – De qualquer forma, a decisão final caberá ao plenário da Câmara. O assunto divide a própria bancada do PL —enquanto alguns deputados acreditam que o relatório será pela não cassação e que haverá votos para salvá-la, outros afirmam que, mesmo se não for extraditada, Zambelli não terá como exercer o mandato da Itália.

A deputada fugiu do Brasil para escapar do cumprimento da pena de dez anos de prisão imposta pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Ela foi condenada por participar da invasão do sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

O pedido para que testemunhas sejam ouvidas foi feito pela defesa de Zambelli, o que deve arrastar o processo por várias sessões. Azi e Garcia ainda não definiram as datas dessas sessões.

VIDEOCONFERÊNCIA – Zambelli deve ser ouvida por vídeoconferência. Entre as testemunhas, está o hacker Walter Delgatti Neto, além do general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa; Michel Spiero, assistente técnico da defesa; delegado Flávio Vieitez Reis e do policial federal Felipe Monteiro de Andrade.

Em nota, Azi afirmou que o objetivo é “assegurar o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa parlamentar e os ritos regimentais”.

Bolsonaro e Moraes nasceram um para o outro, com sede de vingança

Vaza a resposta do STF ao "pedido-chave" de Bolsonaro contra Moraes

É uma animosidade que ultrapassa todos os limites

Fabiano Lana
Estadão

Excepcionais circunstâncias históricas brasileiras fizeram os destinos de duas figuras públicas tão indomáveis como o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e o ex-presidente Jair Bolsonaro se cruzarem. Personagens que não recuam, que sempre dobram a aposta, que não têm o dom da sutileza. Impulsivos, a agir com o fígado. Um deles colocar outro na cadeia é um desfecho inevitável dessa vendeta, o que não deixa de ser dramático.

Hoje, Bolsonaro e Moraes são as duas mais relevantes figuras da esfera pública brasileira. Resta ao presidente Lula um não tão honroso terceiro lugar. Mas o encontro de um político impulsivo, que sempre via as instituições apenas como um entrave aos seus objetivos, com um juiz ao qual foram concedidos poderes quase ilimitados para cerceá-lo, dificilmente não teria uma finalização teatral.

DENTRO DA LEI? – Dos juristas que estão a discutir se as armas que Moraes usa para frear Bolsonaro estão realmente dentro da lei. Mas é fato que o magistrado foi no limite de nossa legislação para encurralar o político. Censurou pessoas, usou linguagem coloquial quase apelativa para fundamentar (?) suas decisões, agiu como uma espécie de gladiador jurídico. Tinha de dar em sangue.

Bolsonaro, por sua vez, é preciso nunca esquecer, sempre foi um defensor do regime autoritário brasileiro. Já disse que a ditadura matou menos gente do que devia. Defendeu o fuzilamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Cuspiu na estátua do ex-deputado Rubens Paiva, no Congresso, entre tantos outros casos. Ter tentado um golpe de Estado seria uma consequência lógica de sua trajetória truculenta.

SEDE DE VINGANÇA – Para segurar Bolsonaro militar/político, foi preciso uma espécie de Bolsonaro jurídico. Imbuído de uma missão, talvez com sede de vingança, Alexandre cumpre com afinco a tarefa.

O Bolsonaro original, quando no poder, chegou a chamar Moraes de canalha, em 2021, em uma escalada de antagonismos. No ano seguinte, perdeu as eleições – que considerou fraudadas. Cogitou reverter o resultado, viu impassível a sua base tentar destruir as sedes dos Três Poderes, e agora responde por tentativa de golpe de Estado, numa ação conduzida pelo seu grande inimigo. Investiga-se até se o ex-presidente participou de um plano para matar o juiz.

Determinar a prisão – mesmo que seja por um motivo lateral, como descumprir medidas cautelares – é apenas um destino natural dessa vendeta. Se fosse um filme, haveria uma escaramuça pessoal, talvez uma troca de socos, para dar mais sentido ao roteiro.

BRIGA DE PODER – O problema é que não se trata apenas de uma disputa entre duas pessoas físicas. Ambos trazem atrás de si milhões de apaixonados que torcem para um lado ou outro. Virou algo afetivo, longe da racionalidade.

 Mas é a sina da nação que está em jogo. Nunca, um simpatizante de Bolsonaro irá considerar um julgamento conduzido por Moraes justo, e eles formam multidões a ir para as ruas para protestar.

A tarefa da sociedade é curar um dia as cicatrizes dessa história, para que as feridas não se tornem eternas e deixem acesa a sede de vingança.

Distensão! Moraes autoriza Bolsonaro a receber visitas de Tarcísio e aliados políticos

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o ex-presidente Jair Bolsonaro a receber a visita de todas as pessoas que protocolaram pedidos à Corte, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Na decisão, Moraes estabelece um calendário para as visitas, que não ocorrerão ao mesmo tempo e deverão seguir determinações legais e judiciais. O primeiro que poderá visitar Bolsonaro será o governador de São Paulo, nesta quinta-feira. Na sequência será a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, na sexta-feira. Todas as agendas devem ocorrer entre 10h e 18h.


INTIMAÇÃO
– Nesta quarta-feira, o ministro havia determinado a intimação dos advogados do ex-presidente para que informassem sobre o interesse do político em receber visitas solicitadas por aliados desde que passou a cumprir prisão domiciliar, na segunda-feira.


APÓS A PRISÃO –
As solicitações foram feitas nos dias 5 e 6 de agosto, logo após a decretação da prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada por Moraes. O ministro entendeu que o ex-presidente desrespeitou medidas cautelares ao usar redes sociais de terceiros, como a do filho senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), para divulgar mensagens com ataques ao Supremo e defesa de intervenção estrangeira no Judiciário.

O despacho não analisou o mérito dos pedidos de visita, e apenas condiciona o exame ao consentimento do próprio Bolsonaro, a ser informado por sua defesa.

Agora, com a declaração do ex-presidente de que deseja receber as visitas, Moraes irá deliberar sobre as solicitações.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGMoraes está dando sinais de que pretende afrouxar as cordas. Mas agora, pouca diferença faz. Moraes apertou tanto os nós ilegais em torno de Bolsonaro que estava transformando o ex-presidente em perseguido político. (C.N.)