Maduro mandou Lula tomar chá de camomila e o presidente não gostou

Via @horabrasilia Nesta terça-feira, 23, o ditador da Venezuela, Nicolás  Maduro, respondeu de maneira irônica aos comentários do presidente  brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva sobre suas declarações de um possível  “banhoVicente Limongi Netto

Lula não gostou da educada sugestão do desprezível Nicolás Maduro, mandando ele tomar chá de camomila para acalmar os nervos. Prontamente Lula enviou a Caracas o conselheiro da República para assuntos de comidas, ingredientes e bebidas leves, Celso Amorim, para dizer nas fuças do insolente companheiro Maduro que Lula não é homem de forrar o estômago com chá. Respeito é bom e Lula gosta, enfatizará o barbudinho Amorim.

Nascido em Garanhuns, agreste de Pernambuco, ex-torneiro mecânico e ex-líder sindical, Lula enfrentou todo tipo de dificuldades encarando suculentas rabadas, cozido de bode, sarrabulho (guisado com miolos de porcos e cabrito com sangue), mocotó, dobradinha, farofa de tatu.

PIMENTA E CACHAÇA – Com bastante pimenta e cachaça compondo a coreografia. Sem faltar rapadura de sobremesa. Hábitos de uma mesa saudável de todo exigente nordestino, que o falante chefe da nação mantém até hoje.

Emocionado, o economista Aloisio Mercadante, presidente do BNDES declarou que o Brasil “sente muitas saudades de Dilma Rousself”.

Bem, não pertenço ao Brasil saudoso da ex-presidente, apregoado pelo seu ex-chefe da Casa Civil. Desautorizo Mercadante a usar meu nome em vão com destrambelhos próprios de petistas.

BAITA PREJUÍZO – Estudo da CNC aponta prejuízo de 97 bilhões de reais à economia brasileira com enchentes no Rio Grande do Sul. Para evitar perdas de 305 mil empregos, a entidade sugere medidas adicionais de flexibilização de jornada, ampliação de acesso ao crédito e alivio tributário a empresas gaúchas.

Por fim, também está no prejuízo o empresário Luis Carlos Bassetto, que xingou o ministro do STF, Cristiano Zanini, no banheiro do Aeroporto de Brasília, foi condenado a pagar 10 mil reais de indenização ao ex-advogado de Lula. Seu xixi saiu caro.

Kamala inicia firme sua campanha e está fazendo um discurso por dia

Kamala celebra apoio de delegados: “Ansiosa para aceitar nomeação”

Kamala Harris diz estar ansiosa para aceitar a nomeação

Roberto Nascimento

A vice-presidente Kamala Harris discursou nesta quinta-feira no Estado de Indiana. Repetiu o mesmo script de quarta-feira no Estado de Wisconsin, acrescido de dados sobre a morte de mulheres negras, na hora do parto, nos EUA, é o índice maior dos países ricos.

Assim, Kamala está fazendo um contraponto ao candidato Donald Trump, que demoniza as mulheres, tratando-as como objeto de seu prazer, ridicularizando o feminino como nunca se viu na América.

QUESTÃO DO ABORTO – Trump, como Arthur Lira, o PL, os pastores e o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor da proposta de criminalização da mulher, que praticar aborto após o prazo, mesmo nos casos previstos lei, exemplo do estupro, que prevê pena de 20 anos, enquanto o estuprador só pode ser penalizado por 6 a 12 anos.

Pois bem, Donald Trump pensa como Sóstenes Cavalcante, a ponto de querer implantar o mesmo projeto contra a mulher lá nos Estados Unidos. Um absurdo completo.

Falando nas mulheres, sempre atacadas por Trump, a senadora e ex–candidata a presidente dos EUA, Hillary Clinton, enviou uma carta aos jornais em apoio a Kamala Harris. Está demorando a manifestação de Barack Obama e Michele Obama. Talvez seja por que Obama magoou Biden, seu grande amigo, ao pedir a renúncia dele.

LIBERDADE E CAOS – No primeiro comício de Kamala em Wisconsin, a candidata disse que o povo americano vai escolher entre a liberdade ou o caos. Esse mencionado caos e o perigo para a democracia têm nome: Donald Trump., que já tentou aplicar um golpe em 6 de Janeiro de 2020, quando ele incentivou e tramou a invasão de seus apoiadores ao Capitólio, no Congresso, provocando cinco mortos e dezenas de feridos.

Trump responder, dizendo que Kalama é doida, porque ri demais. Sinceramente, numa disputa pela presidência da maior potência mundial, usar um argumento desse tipo é demonstrar um amadorismo político estarrecedor.

Desse jeito, Trump será derrotado por ele mesmo.

Omissão  política do governo causa decepção em setores da economia

Governo Lula bateu recorde de gastos

Charge do Cícero (Correio Braziliense)

William Waack
Estadão

A incapacidade política por parte do governo Lula está ajudando a aumentar a decepção de vastos setores da economia com dois grandes temas de forte impacto: desoneração da folha de pagamento e regulamentação da reforma tributária.

No caso da desoneração comprou-se uma briga com o Congresso na suposição de que o respaldo político e jurídico do STF compensaria a falta de votos do Planalto. O resultado até aqui é uma formidável confusão que produziu um limbo contábil para enorme número de empresas. Nem se fala do mérito da questão, que ficou esquecido apesar de sua relevância.

TAMANHO DO BURACO – Técnicos da Receita e do Senado estão disputando qual o tamanho do buraco que terá de ser coberto por conta de desonerações, mas a questão está no âmbito da política e não dos especialistas. O Congresso tem atualmente uma formidável capacidade de encurralar o Executivo quando se sente encurralado – e é o que acontece no momento.

Não há qualquer chance hoje de aumento de alíquota de impostos para compensar desonerações, tal como sugerido pela Fazenda (leia-se Receita). Não “há clima”, como se diz no Legislativo, para ajudar um governo pouco empenhado em cortar gastos a equilibrar contas públicas via arrecadação. Despesas criadas pelos parlamentares são parte evidente do problema mas o governo não sabe pressioná-los.

A questão da regulamentação da reforma tributária é ainda mais complexa do ponto de vista geral da política brasileira. Ela expõe uma situação que vem se agravando ao longo de sucessivos governos: a incapacidade do sistema político de equilibrar demandas regionais ou setoriais tendo como horizonte final o conjunto do País.

PUXADINHOS – É bastante óbvio que benefícios de um lado teriam de ser compensados por sacrifícios de outro. Mas o Congresso, onde os puxadinhos dos puxadinhos são erguidos, não tem condições de ser “condutor” e nem “árbitro” numa questão dessa magnitude devido a fatores estruturais conhecidos, entre os quais se destaca a debilidade dos partidos e a fragmentação do Legislativo.

Circunstâncias atuais tornaram a situação ainda mais precária. Os mais variados grupos organizados representando setores da economia, categorias profissionais e regiões do País operam com desenvoltura no Legislativo, dentro de um ambiente de crescente permissividade.

QUEIXAS ESTRANHAS – Advogados tributaristas queixam-se de demandas pouco republicanas em negociações sobre inclusão ou exclusão de impostos, por exemplo.

A regulamentação da reforma, com seus regimes específicos, exceções e impostos seletivos, ameaça o próprio espírito da reforma tão aguardada e, especialmente, a promessa pouco crível de que não haverá aumento da carga. O “teto” de uma alíquota geral nos 26,5% é ridicularizado pelos especialistas.

Talvez os operadores políticos do governo, começando pelo próprio Lula, não tenham percebido o quanto esse ambiente de que “tudo parece que só se complica” impacta no capacidade de dialogar com os setores produtivos. Preferem falar de problemas de comunicação. Mas é problema de política, mesmo.

Governo Lula só reconhecerá resultado na Venezuela se comprovar eleição justa

Lula reprova fala de Maduro e pede respeito a resultado da eleição na Venezuela – É ASSIM

Maduro ameaça resistir e o Lula acha isso normal

Caio Junqueira
CNN Brasil

O Palácio do Planalto e o Itamaraty planejam só reconhecer a vitória do mais votado na eleição deste domingo (28) da Venezuela após a garantia de que as eleições ocorreram de maneira justa.

A informação foi passada à CNN por interlocutores do presidente Lula e também por diplomatas brasileiros que acompanham as eleições.

SEM COMPROMETIMENTO – O plano é que os procedimentos formais e diplomáticos tomados em situações semelhantes — uma nota do Itamaraty reconhecendo o resultado e um telefonema do presidente ao vencedor parabenizando pela vitória — só ocorrerá com a garantia de que o resultado da urna foi obtido sem sobressaltos que possam comprometê-lo.

Isso significa que, se um dos lados que perderem a disputa contestarem formalmente o resultado, a ideia é adotar a cautela como regra e aguardar o momento seguro para levar adiante os procedimentos. Segundo fontes graduadas que acompanham de perto a movimentação na Venezuela, não pode haver precipitação.

A avaliação do governo brasileiro até agora, porém, é de que o processo tem transcorrido dentro da normalidade, a despeito das declarações do ditador Nicolás Maduro colocando sob suspeição o resultado. A leitura em curso é a de que os comícios da oposição ocorrem tranquilamente.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Só pode ser Piada do Ano. A Justiça venezuelana impõe os maiores obstáculos à oposição. Proíbe a candidatura das duas mais fortes candidatas, e mesmo assim o governo brasileiro diz que o processo tem transcorrido dentro da normalidade, isso só pode ser Piada do Ano. Vamos ver até que ponto chega a enganação do governo em relação ao eterno apoio que dá a um ditador vulgar como Maduro, que nem se preocupa em pagar as dívidas bilionárias com o Brasil. (C.N.)

STF faz escambo na questão indígena: Quer negociar seu direito comigo?

Bem Viver na TV mostra o Acampamento Terra Livre que começa | Geral

Indígenas não negociam seus direitos e lutam por eles 

Conrado Hübner Mendes
Folha

No país da “pacificação”, a jurisdição tornou-se insuportável. Vai virando transação. Essa pacificação não tem a ver com qualquer ideia de paz, mas com rendição ao mais forte. O escamoteamento retórico da violência é técnica neocolonial envernizada pela linguagem jurídica, um simulacro magistocrático para suprimir direitos. O legado de sofrimento deixado por nosso panteão de pacificadores não pode ser calculado.

O STF rejeitou a tese do marco temporal para reconhecimento de terras indígenas. Essa fraude interpretativa já é bem conhecida. O Congresso Nacional editou nova lei que ressuscitou a tese e nova ação constitucional chegou ao STF contra essa lei.

GILMAR EM AÇÃO – O ministro relator sorteado, Gilmar Mendes, sem apreciar o pedido de que a ação fosse distribuída ao ministro Fachin, relator de ações sobre o tema; sem apreciação do plenário; ignorando que o plenário do STF já invalidou a tese; e, juntando no mesmo bolo uma ação sobre mineração, agendou “comissão de conciliação” para decidir.

Quando um tribunal constitucional não aguenta o peso de aplicar a Constituição em favor do mais fraco, e monta mesa de “conciliação” entre “partes”, deixa de ser participante do constitucionalismo e entra para o clube privê do “constitunegocialismo”. Juízes constitunegocialistas não vieram ao mundo para julgar. Vieram a negócios. Negociam o público para ganhos privados.

A proposta traz à memória o quadro “Foguetinho”, do programa de Silvio Santos. “Evani, você troca um televisor colorido e um automóvel por um chifre de boi premiado?” “Siiim!”, dizia a mulher fechada na cabine, sem saber o que escolhia. O jogo da sorte induzia frustrações de consumo e deleitava apresentador e audiência.

NOVO MODELO – O STF não está adotando um novo modelo de foguetinho. Criou negociação compulsória entre violadores e violados, se é que você entende essa contradição em termos, onde apenas uma parte tem autonomia da vontade.

Você troca sua liberdade por um chokito? Seu hospital por uma paçoca? Sua escola por um amendoim? O rio onde pesca seu alimento por uma batata frita? Seu modo de vida por moradia precária na periferia? Não é assim que se começa uma conversa sobre direitos fundamentais. Mas é esse tipo de pergunta que o STF impõe a indígenas.

Direitos fundamentais servem como anteparo contra interesse público cujos meios possam violar a dignidade individual (como a tortura em busca da segurança pública). Ou contra interesse privado predatório e práticas de opressão e exclusão.

SÃO ÚTEIS – Servem para que o torturado não precise se sentar à mesa com o torturador, a criança grávida não se submeta a um “meio-termo” com seu estuprador, a pessoa negra não seja forçada a apertar a mão do racista. Para que o artista não seja obrigado a cortar a letra da canção, o jornalista a omitir fatos da reportagem, o cientista a se curvar ao negacionismo. Para que ninguém se sinta pressionado a abdicar da dignidade para sobreviver.

Se a definição do conteúdo de um direito fundamental vai para a mesa de conciliação, já não é mais direito fundamental, mas outra coisa. Temos candidatos conceituais para essa outra coisa: favor, migalha, concessão; assédio, exploração, expropriação; desfaçatez, manipulação, dominação; escambo, comércio, leilão.

No século 19, esse STF proporia conciliação entre senhores de engenho e escravos. No século 20, exigiria consenso entre Forças Armadas e famílias de mortos e desaparecidos pela delinquência militar.

NEGOCIALISMO – No século 21, oficializou câmara de conciliação e a chamou de “nova abordagem”. Tenta vender como revolução científica e institucional. Mas é só depravação autoritária.

Em vez de aperfeiçoar, renuncia a jurisdição constitucional. Transformar constitucionalismo em constitunegocialismo, direito fundamental em título de escambo, é o projeto do centrão partidário e magistocrático para o país.

Paulo Sérgio Pinheiro lembrou que Severo Gomes dizia: “Os juízes julgam de acordo com os interesses dos fazendeiros ou dos garimpeiros”. No STF conciliatório, fazendeiros estão representados.

Kamala pode incentivar mais eleitores a irem votar, e isso importa muito

Charge de 24 de julho de 2024 - Leandro Assis e Triscila Oliveira

Charge de 2 Leandro Assis e Triscila Oliveira (Folha)

Luciana Coelho
Folha

A troca do nome de Joe Biden pelo de Kamala Harris na chapa democrata para a Casa Branca não garante caminho aberto para a vitória em 5 de novembro, mas é inegável que ela abastece a campanha do partido com uma energia não vista após Barack Obama se eleger em 2008. Lá se vão 16 anos.

Há indícios desse “boost”. Primeiro, nas 24 horas após seu nome aparecer na carta de desistência de Biden como a melhor opção para substituí-lo, a ex-procuradora-geral da Califórnia, ex-senadora e atual vice-presidente amealhou US$ 81 milhões em doações (R$ 450 milhões). O montante é histórico e veio de 888 mil pessoas, das quais 60% não haviam aberto a carteira a ninguém neste pleito, segundo seu comitê eleitoral.

TENDEM A VOTAR – Esse dado importa porque, além de encher o caixa da campanha, pessoas que dão dinheiro a um político tendem a de fato… votar. Além disso, microdoações deram impulso e lastro à campanha de Obama como força de renovação política, algo que Kamala e Trump (até certo ponto) emanam, mas Biden, decano do Senado, não.

Como nos Estados Unidos o voto é facultativo, motivar o eleitor é crucial — eis aí, aliás, um dos motivos de as pesquisas por lá terem mais dificuldade em apontar o resultado final.

Afinal, sem obrigatoriedade, obstáculos brotam até a urna: falta de transporte (algo frequentemente usado para excluir eleitores mais pobres), perder um dia de trabalho (a eleição nos EUA ocorre sempre em uma terça, porque na época dos “founding fathers” era preciso viajar de carroça aos distantes centros de votação, e não é feriado); o clima (fila sob sol? Tempestade? Precisa querer muito).

DESÂNIMO DO ELEITOR – Sobretudo, pesa o desânimo com os candidatos, venha ele da descrença na aptidão de seu preferido para fazer diferença ou da baixa expectativa de que ele possa vencer.

Por tudo isso, embora seja difícil supor que um eleitor democrata com dúvidas sobre a capacidade de Biden o troque por Trump, não é improvável que essa pessoa desista de sair de casa para lastreá-lo.

Salvo, claro, se a ojeriza ao empresário convertido em político prevalecer, algo que explicou parte do índice de comparecimento recorde em 2020, quando 2 de cada 3 americanos aptos a votar o fizeram.

MEMES EM ALTA – Outro sinal da injeção de adrenalina que a campanha democrata recebeu é a enxurrada de memes e declarações de artistas e intelectuais a favor da vice-presidente

Não, nem o melhor dos memes nem o hit de Beyoncé converterá o voto de quem rejeita a plataforma de centro-esquerda do partido (ou esquerda, no caso da candidata, embora na quase-socialista Califórnia sua fama seja de moderada). Ambos, contudo, falam efetivamente ao eleitor jovem.

E, se por um lado o grupo dos 18 aos 29 anos tem se tornado cada vez mais participativo (55% deles votaram em 2020, o maior índice desde 1972, segundo a consultoria Statista), por outro ele ainda está abaixo da média nacional, o que pode indicar (1) terreno a conquistar e (2) desconexão desse público com as mensagens políticas de praxe.

KAMALA É ATRAÇÃO – Ademais, a torrente viral tanto reflete que Kamala capturou a atenção do público —pouco mais de uma semana após Trump ser alvo de atentado— quanto lhe oferece vitrine ampla e reverberação longa para sua campanha, o que pode animar quem não pensava em votar.

Dançando (muito). Rindo (sempre). Às vezes trocando palavras, mas saindo com graça por cima (Joe, aprenda). E usando a oratória polida por anos de tribunal para apresentar propostas e criticar Trump de forma eloquente, tudo em intervalos e cenas que funcionam em redes sociais, o canal de massa desses nossos tempos. O cansaço e o etarismo que abateram Biden pairam agora sobre Trump, que depende de seu jovem vice, J.D. Vance, para fazer frente à inquietude da adversária.

Se isso será suficiente para derrotar a azeitada máquina eleitoral de Trump, em um sistema onde o que conta não é ganhar o voto de mais gente e sim obter maioria nos estados de maior peso no anacrônico colégio eleitoral, reza o bom senso que é cedo demais para prever. Faltam 105 dias até a eleição.

Moraes nega semiaberto a Daniel Silveira e ainda aumenta a multa dele

Silveira não entendeu que era proibido defender o AI-5

Mariana Brasil

O STF (Supremo Tribunal Federal) negou o pedido de progressão de pena do ex-deputado federal Daniel Silveira para o regime semiaberto. Silveira foi condenado em 2022 a oito anos e nove meses de prisão, em regime inicial fechado, pelos crimes de ameaça ao Estado Democrático de Direito ao promover ataques aos ministros da corte e estimular os atos antidemocráticos.

Daniel Silveira, que era filiado ao PTB, também responde por coação no curso do processo.

FALTAM MULTAS – Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, aponta que o ex-deputado não pagou a multa de 175 salários mínimos fixada pelo Supremo ao condená-lo, que é um dos requisitos para progressão de regime de pena.

A defesa de Daniel Silveira alegou que o ex-deputado não possui renda, nem bens suscetíveis à penhora, portanto, não teria como pagar o valor estipulado. A alegação foi negada por Moraes, que ainda pediu a atualização do valor da multa prevista para os índices atuais, já que a pena foi de 2022.

O ministro também negou o pedido da defesa de compensar a multa penal com R$ 624 mil bloqueados do ex-parlamentar. O relator explicou que o bloqueio visa garantir o pagamento de multas por sucessivos descumprimentos de medidas cautelares.

ALEGA MORAES – “Assim, inviável o deferimento da progressão de regime prisional pretendida pela defesa sem que haja o efetivo pagamento da pena pecuniária fixada, até porque o executado, como já dito, não cumpriu o requisito objetivo, tampouco adimpliu com a pena de multa”, diz a justificativa.

Além da atualização o valor da multa, Moraes solicitou que sejam

listados os ativos financeiros e os bens do ex-deputado que foram bloqueados por decisão do Supremo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como se vê, o ministro Moraes não tem vocação para juiz. As condenações que ele determina sempre têm agravantes e mutas altíssimas, porém jamais são aceitas as circunstâncias atenuantes. É triste a constatação, mas necessária. Moraes é um juiz que demonstra rigor mais que excessivo. (C.N.)

Programa Voa Brasil, mesmo desidratado, é uma ‘genialidade’ que viu a luz do dia

Governo lança a 1ª fase do Voa Brasil, voltada a aposentados; entenda as  regras – Economia – CartaCapital

Ministro diz que o programa só vai beneficiar aposentados

Bruno Boghossian
Folha

No início do governo, Márcio França tentou fabricar uma notícia em seu Ministério de Portos e Aeroportos. Ele anunciou um plano para vender 15 milhões de passagens aéreas a aposentados, pensionistas, estudantes e servidores a R$ 200 por trecho. Sem modéstia, disse que seria “uma revolução na aviação brasileira”.

Depois de vagar por escaninhos por 16 meses, o Voa Brasil foi lançado por outro ministro, com mais recato. O plano foi adiado um punhado de vezes, emagreceu e foi apresentado nesta quarta (24) como um projeto piloto: só para aposentados e com previsão de 3 milhões de bilhetes. Em vez de quatro passagens por pessoa a cada ano, serão duas.

BOA IDEIA – Estimular a venda de assentos ociosos para quem não costuma voar não é má ideia. Sem dinheiro público, o plano facilita a busca por bilhetes que já seriam oferecidos por um preço baixo. Se tivesse sido anunciado com menos pretensão, o programa teria evitado que o governo se expusesse a certos constrangimentos.

O ministro responsável pela pasta dizia, em março de 2023, que o plano estava montado. Faltava um detalhe banal: “o governo concordar”.

Algum alarme soou no Planalto, pois Lula deu uma bronca em sua equipe e, sem citar França, disse que “o autor da genialidade” deveria ter combinado com o chefe antes de anunciar o programa.

NA GAVETA – O plano foi desidratado à luz do dia pelo ministro da Casa Civil. Há poucos meses, Rui Costa disse que o programa era válido, mas não deveria “criar uma falsa expectativa”, pois não resolveria o problema do custo das passagens. A “revolução na aviação” acabou vendida como um programa de inclusão social direcionado a aposentados.

As negociações do plano abriram uma janela para as empresas aéreas reforçarem antigos pleitos. Pediram medidas para baratear o querosene de aviação, ampliar o acesso a empréstimos e reduzir o custo de processos judiciais.

No lançamento, o novo ministro da área, Silvio Costa Filho, celebrou a abertura de uma linha de crédito para as companhias.

China tem partido único comunista, mas sabe adaptá-lo ao capitalismo

Presidente chinês, Xi Jinping

Presidente Xi Jinpin tem bom jogo de cintura ideológica

Merval Pereira
O Globo

Ao mais uma vez constatar que o ex-presidente Donald Trump tem o controle completo do Partido Republicano, na convenção que o escolheu como candidato à Presidência, lembrei-me do comentário do cientista político Eric X. Li, também empreendedor de risco na China:

— A China tem muitos problemas, mas o sistema chinês de Estado-partido tem provado a todos uma extraordinária habilidade em mudar. Na América, você pode mudar de partido político, mas não pode mudar a maneira política de ele agir. Na China, você não pode mudar de partido, mas pode mudar a maneira política de ele atuar.

ERRO DE AVALIAÇÃO – Antes de Trump, era uma constatação, hoje é simplesmente um erro de avaliação. Trump transformou o Partido Republicano numa agremiação política à sua imagem e semelhança, fechada em si mesma, favorável ao isolacionismo comercial, ao protecionismo.

Houve época em que governos brasileiros preferiam trabalhar com presidentes republicanos. Mas hoje, levados por Trump, os republicanos são menos abertos ao mundo comercial e aos organismos internacionais, o que pode ser decisivo neste período de guerras que estamos vivendo.

Ao mesmo tempo, a oposição ferrenha à China ganhará destaque nas prioridades da política externa dos Estados Unidos, que teve no presidente republicano Richard Nixon o mentor da aproximação com a China.

HABILIDADE DE TRUMP – O domínio de Trump sobre o partido, a ponto de alterar alguns de seus pontos programáticos, mostra que ele soube, ao contrário de Bolsonaro aqui no Brasil, usar o aparelho partidário para garantir sua ascendência política.

Bolsonaro não conseguiu formar um partido seu. Já passou por mais de dez legendas sem deixar sua marca, embora tenha transformado o PL no maior partido brasileiro. Mas é Valdemar Costa Neto quem o controla.

Outro que acredita nos partidos, tanto que criou um para si, é o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que quer transformar o PSD numa legenda de liderança nacional. Quer fortalecer essa ideia nas eleições municipais, aumentando a marca de mil prefeitos que já detém, e levar o governador Tarcísio de Freitas à Presidência da República em 2026.

PARTIDO COMUNISTA – O presidente da China, Xi Jinping, ressalta o papel central que o Partido Comunista Chinês (PCC) ocupa na sociedade chinesa. “Dediquem tudo, até mesmo suas preciosas vidas, ao partido e ao povo” — disse ele recentemente, no aniversário do PCC.

O mesmo cientista político Eric X. Li explica a importância do PCC: “Nestes últimos anos, a China tem sido administrada por esse único partido e, ainda assim, as mudanças têm sido extensas e amplas, possivelmente maiores que em qualquer outro grande país. A China é uma economia de mercado, mas não é um país capitalista. Não há jeito ou maneira de um grupo de bilionários controlar o comando das decisões políticas, como os bilionários americanos controlam os fazedores de política dos partidos. Na China, você tem uma economia vibrante, mas o capital não se sobrepõe às autoridades políticas. Capital não tem direitos eternos e entronizados. Na América, capital e juros se colocaram acima dos interesses na nação americana. A autoridade política não pode auditar o poderio do capital, por isso a América é um país capitalista, e a China não é”.

Eric X. Li é um típico empreendedor chinês que entendeu os limites de sua ação diante de um governo autoritário, que conteve por meio de diversos mecanismos a ascensão do bilionário Jack Ma, dono do Alibaba. A crítica sobre o modelo chinês, que eles classificam de “meritocracia” e, no Ocidente, chamamos simplesmente de “ditadura”, está em discussão há muito na China e ganha cada vez mais destaque à medida que o modelo ocidental de democracia representativa está em crise.

Kamala já foi lançada em empate técnico com Trump prevendo-se uma eleição duríssima

Levantamento foi feito após a desistência de Biden da corrida eleitoral

Pedro do Coutto

A primeira pesquisa realizada nos Estados Unidos sobre a sucessão presidencial entre Kamala Harris e Donald Trump apresentou pequena vantagem para a vice-presidente, com 44% a 42%. O levantamento reflete uma campanha na qual não falta entusiasmo dos eleitores americanos. Kamala subiu acentuadamente para uma pessoa que não era candidata e agora se vê protagonizando um episódio fundamental para o país.

O levantamento, realizado na segunda e terça-feira, vem após Donald Trump aceitar formalmente a nomeação de seu partido e o anúncio de Biden de deixar a corrida eleitoral. A diferença está dentro da margem de erro de 3 pontos percentuais. Harris e Trump ficaram empatados com 44% dos votos, em um levantamento feito entre 15 e 16 de julho. Em uma pesquisa anterior do dia 1 e 2 de julho, Trump liderou por um ponto percentual, ambos dentro da mesma margem de erro.

TRUMP NA FRENTE – Nesta quarta-feira, a pesquisa mais recente, segundo o estudo da CNN conduzido pelo instituto de pesquisa SSRS, traz Trump na frente. Ele seria a escolha de 49% dos eleitores americanos registrados nas urnas. Já Kamala —considerada a virtual candidata do Partido Democrata apesar de seu pleito não ter sido oficializado ainda— teria 46% das intenções de voto.

O cenário focaliza um panorama difícil de ser diagnosticado, mas que sem dúvida reflete-se nas intenções de voto de hoje para um confronto direto do amanhã. Harris demonstrou que não se intimida diante da responsabilidade de substituir Joe Biden no quadro sucessório, e também assume uma atitude bastante firme contra o antagonista.

Os resultados daspesquisa surpreendeu Trump que não contava com  uma divisão de números tão intensa. Cada voto computado será muito importante, incluindo o destino dos Estados Unidos.

OFENSIVA – Uma vitória de Kamala Harris significará o êxito da democracia americana, enquanto cada voto em Trump apontará o retorno ao passado de 2021 com a invasão do Capitólio. Kamala Harris está consciente de sua missão e por isso partiu para ofensiva, não perdendo tempo para enfrentar o seu rival.

É assim que agem as pessoas de fé democrática e que reúnem em torno de si as condições para decidir uma eleição. Donald Trump sentiu o golpe eleitoral que foi desfechado não tanto por Kamala Harris, mas sobretudo pelo povo americano. Ele esperava, evidentemente, após o atentado que sofreu, um reflexo favorável nas urnas. Mas isso não ocorreu.

Jorge Faraj ficou famoso como o poeta dos amores impossíveis na música popular

Nostalgia. - * Há 56 anos, no dia 14/06/1963, morria no... | Facebook

Obra de Faraj é cantada em serestas

Paulo Peres
Poemas e Canções 

O jornalista e compositor carioca Jorge Faraj (1901-1963) é considerado o poeta dos amores impossíveis, onde a mulher é sempre adorada sem saber e ignorando ser objeto de uma paixão. Em “A Deusa da Minha Rua”, um de seus grandes sucessos, cuja primeira gravação foi em 1939, por Silvio Caldas, pela RCA Victor, Faraj descreve o contraste entre a beleza da musa e a pobreza da rua.

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A DEUSA DA MINHA RUA
Newton Teixeira e Jorge Faraj

A deusa da minha rua
Tem os olhos onde a lua
Costuma se embriagar

Nos seus olhos eu suponho
Que o sol num dourado sonho
Vai claridade buscar

Minha rua é sem graça
Mas quando por ela passa
Seu vulto que me seduz
A ruazinha modesta
É uma paisagem de festa
É uma cascata de luz

Na rua uma poça d’água
Espelho da minha mágoa
Transporta o céu para o chão
Tal qual o chão da minha vida
A minha alma comovida
O meu pobre coração

Infeliz da minha mágoa
Meus olhos são poças d’água
Sonhando com seu olhar
Ela é tão rica e eu tão pobre
Eu sou plebeu e ela é nobre
Não vale a pena sonhar

Acredite se quiser! 8 em cada 10 evangélicos não votam em indicado pelo pastor

Nani Humor: PT QUER APOIO EVANGÉLICO

Charge do Nani (nanihumor.com)

Maria Hermínia Tavares
Folha

Se o resultado das eleições de 2022 tivesse sido ditado pelos eleitores evangélicos, Jair Bolsonaro estaria no Palácio do Planalto. Afinal, as pesquisas de intenção de voto — e mesmo as que continuaram medindo a preferência dos brasileiros depois de abertas as urnas — confirmam a resistente simpatia que parcela daqueles fiéis nutre pelo ex-capitão.

Somada ao comportamento de parlamentares da chamada bancada evangélica, essa constatação tornou sabedoria convencional afirmar que pentecostais e neopentecostais seriam o arrimo mais entusiasmado do discurso e das iniciativas políticas da extrema direita sobre segurança, educação e normas de conduta privada.

SEM GENERALIZAR – Uma pesquisa do Datafolha, realizada entre 24 e 28 de junho com paulistanos de fé evangélica, desaconselha generalizações apressadas. Além de constatar a diversidade de opiniões naquele grupo, a sondagem atestou que a maioria está distante das posições extremadas dos bolsonaristas raiz.

De fato, parcela majoritária dos evangélicos repudia o porte de armas pelos cidadãos (66%); é contra o ensino em casa (77%); rejeita a condenação e a prisão da mulher que resolve abortar (53%); declara-se a favor de que as escolas ofereçam educação sexual (74%) e de que suas igrejas acolham homossexuais e pessoas trans (86%); enfim, considera que homens e mulheres devem ter papel igual na família (81%) e na sociedade (89%).

A parcela que adere à agenda extremista varia conforme o assunto, mas raramente ultrapassa 1 a cada 4 entrevistados, tamanho estimado do bolsonarismo irredutível.

SEM POLITIZAR – Os entrevistados também preferem que a disputa eleitoral não seja levada aos cultos. A maioria não gosta que pastores apoiem e indiquem candidatos, recomendem em quem não votar ou se valham do púlpito para falar de assuntos relacionados a eleições.

Por se limitar ao município de São Paulo, a pesquisa obviamente não permite que se extrapolem os seus resultados para todo o país.

Mas, com a cautela necessária, é plausível dizer que, no conjunto, os fiéis evangélicos não parecem destoar da maioria dos brasileiros, conservadora e profundamente religiosa. Oito em cada dez dizem que jamais votaram em alguém indicado por pastor.

VÁ COM DEUS – Afinal, esse é o país onde “vá com Deus” e “fique com Deus” são expressões de amabilidade que mais se ouvem no dia a dia, substituindo o “bom trabalho” ou o “bom descanso”.

Em resumo, a extrema direita, da qual os evangélicos são parte significativa, é barulhenta, porém minoritária. Majoritário é o conservadorismo enraizado na pluralidade religiosa que caracteriza o país.

Eis o verdadeiro limite à agenda progressista.

Piada do Ano! Filho de Maduro diz que, se perder, seu pai entregará o poder

Filho de Maduro afirma que governistas aceitarão derrota se Edmundo  González vencer na Venezuela | Brasil 247

Filho de Nikolás Maduro deu uma resposta indireta a Lula

Carlos Newton

Virou piada. Poucos dias depois de Nicolás Maduro avisar que haverá um “banho de sangue” na Venezuela se a oposição vencer as eleições neste domingo (dia 28), o filho do ditador, que se chama Nicolás Maduro Guerra, deu uma entrevista ao jornal espanhol El País, dizendo exatamente o contrário:

“Se Edmundo vencer, entregamos e seremos oposição, pronto. Não nasci na Presidência, meu pai não nasceu presidente”, disse ele, acrescentando: “E, se acabarmos virando oposição, seremos.”

NA OPOSIÇÃO? – Membro da Assembleia Nacional da Venezuela, Nicolás Maduro Guerra disse durante a entrevista em Caracas que, nesse papel de oposição, que os bolivarianos já não exercem há 25 anos, eles não pretendem facilitar a vida de seus adversários, representados pelo diplomata Edmundo González, que está liderando com folga as pesquisas.

“”Se Edmundo vencer, entregamos e seremos oposição, pronto. Não nasci na Presidência, meu pai não nasceu presidente. E, se acabarmos virando oposição, seremos”. Mas fez a ressalva: “Não sei se eles nos aguentam como oposição, somos incômodos”.

Mas o filho de Maduro logo se corrigiu, dizendo que tudo isso são apenas hipóteses, porque tem certeza de que seu pai ganhará a eleição: “Vamos vencer, eu garanto.”

RESPOSTA A LULA – A entrevista a El País funcionou como uma resposta ao presidente brasileiro Lula da Silva (PT), que sempre apoiou Hugo Chávez e seu sucessor Nikolás Maduro. Numa entrevista a agências internacionais na última segunda-feira (dia 22), Lula comentou as declarações de Maduro sobre um banho de sangue caso a oposição vença as eleições.

“Fiquei assustado com as declarações”, disse Lula, acrescentando: “Quem perde as eleições toma um banho de votos, não de sangue. Maduro tem de aprender: quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora e se prepara para disputar outra eleição”, assinalou o petista.

As pesquisas indicam que a vitória de Edmundo González seria por 8% a 10%. De acordo com dois dos principais institutos do país, o oposicionista González tem 60% da preferência, ante uma média de 25% a 28% para Maduro.

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P.S.
Devido às críticas de Maduro às eleições brasileiras e às urnas eletrônicas, o TSE não vai mandar observadores às eleições. Mas o senador Chico Rodrigues (PSB-RR), aquele que foi preso com R$ 30 mil na cueca, já confirmou presença. E o que ele disser estará valendo sobre a eleição venezuelana. É um observador isento e um avaliador nato, altamente respeitado pelos venezuelanos. (C.N.)

Aras recorre após derrota para Hübner Mendes e quer anular o julgamento

Augusto Aras encerra mandato na PGR criticando incompreensões | CNN Brasil

Augusto Aras foi chamado de “poste-geral da República”

 

Mônica Bergamo
Folha

O ex-procurador-geral da República Augusto Aras decidiu contestar uma decisão da Justiça Federal que barrou a continuidade de uma queixa-crime apresentada por ele contra Conrado Hübner Mendes, professor da USP e colunista da Folha.

Aras reivindica que Mendes seja condenado pelos crimes de calúnia, injúria e difamação. Ele cita postagens de redes sociais e uma coluna de sua autoria, publicada na Folha, intitulada “Aras é a antessala de Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional”.

POSTE-GERAL – Na época, o professor também chamou o então PGR de “poste-geral da República” e o classificou como o “grande fiador” da crise sanitária vivida no Brasil durante a epidemia de Covid-19, sob Jair Bolsonaro (PL).

Em outubro do ano passado, a Segunda Seção do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) determinou que a ação retornasse à primeira instância e fosse encaminhada para arquivamento.

Ao votar contra o ex-PGR, o desembargador Marcus Vinícius Reis Bastos afirmou que “esse tipo de ação” tem como única função “intimidar quem exerce a liberdade de expressão” e “calar o crítico”.

QUER ANULAR – Aras, agora, pede a anulação do julgamento. O ex-PGR afirma que as críticas feitas pelo professor da USP desonraram sua “trajetória de vida imaculada, pessoal e profissional” e o expuseram “à execração pública mediante afirmações que transcendem a informação ou a crítica”.

Ele ainda afirma que os desembargadores do TRF-1 que votaram contra a sua demanda foram omissos e desconsideraram provas que endossariam a tese de que Mendes cometeu os crimes de calúnia, injúria e difamação.

“O embargado [Mendes] não se limitou a promover crítica mediante narrativa ou simplesmente formulou uma crítica ácida ou com teor altamente negativo, ele imputou ao embargante [Aras] a prática do crime de prevaricação”, diz o recurso apresentado por Aras.

PENA DE OMISSÃO – “A indicação de afirmações infamantes específicas que, em tese, se qualificam como comprovadamente injuriosas, difamantes, caluniosas e mentirosas deve ser expressamente enfrentada, sob pena de omissão”, afirma ainda.

Além da queixa-crime, Aras fez uma representação contra o professor junto à Comissão de Ética da USP, mas o colegiado rejeitou a denúncia em decisão unânime.

O parecer destacou que os artigos e pronunciamentos mencionados são compatíveis com a atuação de Mendes enquanto pesquisador e especialista em direito constitucional e em teorias da democracia e da Justiça, que incluem a análise das decisões do Ministério Público contra o interesse público.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Aras pensou (?) que a Ditadura do Judiciário já estava implantada no Brasil, mas se enganou. Está implantada apenas no Supremo, porque ainda há juízes no Brasil e em Berlim. A ditadura deita e rola apenas em Brasília, a famosa Ilha da Fantasia. (C.N.)

Banho de sangue e guerra civil na Venezuela? Tudo é possível na ditadura.

Unasul condena manifestações violentas na Venezuela - Rede Brasil Atual

A violência já é uma constante na política venezuelana

Rubens Barbosa
Estadão

Na eleição presidencial da Venezuela, que será realizada no próximo domingo, a oposição tem chances reais de vitória contra o regime autoritário de Caracas. As pesquisas mostram vitória tanto da oposição como de Nicolás Maduro (certamente manipuladas).

O governo Maduro dificultou por todas as formas a indicação de um candidato competitivo de oposição. Dissidentes foram presos arbitrariamente, eleições foram fraudadas, eleitores foram cooptados com a distribuição de alimentos, 15 prefeitos contra o governo foram destituídos e 50 cabos eleitorais da oposição, nos últimos meses, foram presos. Por mudança de regras, apenas 1% dos 4,5 milhões de venezuelanos exilados, que poderiam votar no exterior (cerca de 25% do eleitorado nacional), poderá votar.

FAVORITA AFASTADA – A oposição venezuelana, sempre dividida, conseguiu, inicialmente, unir-se em torno de María Corina Machado, que havia sido inabilitada pela Justiça Eleitoral de apresentar-se como candidata. Sua substituta, Corina Yoris, professora de 80 anos, por dificuldades técnicas colocadas pelo governo, não pôde inscrever-se, sendo substituída por Edmundo González, diplomata, sem participação política.

A eleição ocorre depois de conversações dos EUA, Brasil e países europeus com Maduro para realização de um pleito transparente e justo em troca da suspensão de algumas sanções econômicas impostas por Washington.

Maduro aceitou os entendimentos e assinou com a oposição um acordo em Barbados em outubro, comprometendo-se a realizar uma eleição democrática.

ROMPEU O ACORDO – Pouco depois, rompeu o acordo com a desculpa de que os EUA não ajudaram a Venezuela a recuperar o acesso às contas internacionais congeladas, e as arbitrariedades continuaram.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, apresentou a Maduro e aos líderes da oposição a ideia de que o vencedor da eleição estendesse ao opositor alguma forma de anistia.

A situação às vésperas do pleito torna-se ainda mais confusa quando se observa que o governo Maduro retomou as conversas com os EUA, desconvidou a União Europeia a mandar observadores para a eleição e segue com os preparativos para eventual ataque à Guiana.

ABUSO DE PODER – Os problemas com a cúpula do regime – investigação internacional por corrupção e abusos de direito, além de acusações dos EUA de narcoterrorismo – poderão dificultar eventual saída de Maduro, que conta com o apoio de grupos radicais (liderados pelo poderoso deputado Diosdado Cabello) e, até agora, das Forças Armadas.

Em vista das incertezas que cercam o resultado eleitoral, é possível considerar quatro cenários:

1) Vitória de Maduro: pelas informações disponíveis e pesquisas de opinião pública até aqui, a vitória de Maduro só poderá acontecer pela manipulação da apuração e dos resultados eleitorais, aceita pelo Conselho Eleitoral, controlado pelo governo. Com poucos observadores internacionais independentes – Carter Center, Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro –, essa atitude geraria forte reação internacional, imposição de novas sanções econômicas à Venezuela e nova onda de refugiados para o exterior.

2) Vitória da oposição: as pesquisas indicam ampla vitória de González, pela maciça participação da população, urbana e rural, votando contra o governo. Esse resultado pode ensejar uma reação antidemocrática de Maduro ao se recusar a aceitar a vitória da oposição, durante o período de transição de seis meses até a posse do novo governo, gerando grave crise institucional. Para acalmar a cúpula do governo, González poderia oferecer garantias confiáveis de segurança e uma possível anistia a Maduro e a algumas autoridades do regime para fazê-los desistir do poder. Sem anistia, dificilmente haverá transição. González não se pronunciou sobre essa questão, afirmando em artigo nesta semana que, se vitorioso, promoverá a reconciliação nacional.

3) Suspensão da eleição: o governo Maduro denunciou supostos “planos violentos e desestabilizadores”, com a interferência de agentes externos, especialmente dos EUA, e a ameaça de guerra civil, fatos que, junto com uma ação militar contra a Guiana, podem ser invocados para adiar a eleição.

4) Contestação da eleição: com as ameaças do governo e as denúncias da oposição de prisões e restrições violentas ao voto livre e democrático, é muito provável que qualquer resultado da eleição seja contestado por um dos lados, o que torna incerto o reconhecimento do vencedor no período de transição.

CONSTRANGIMENTO -A reação do governo Maduro à voz das urnas pode representar um forte constrangimento ao governo do PT. Lula da Silva sempre apoiou Hugo Chávez e Maduro, classificando o regime atual de democrático, mas procurou influir junto ao governo de Caracas para garantir legitimidade das eleições pela transparência e lisura. Lula teria apoiado a proposta de anistia apresentada pelo presidente da Colômbia e teria insistido para que a União Europeia enviasse observadores para acompanhar a eleição e a apuração.

Maduro agora fala em “banho de sangue e guerra civil” em caso de derrota na eleição. Lula declarou que vai reconhecer o resultado da eleição e que “se assustou com” a ameaça de Maduro. O governo brasileiro vai manter o apoio a Maduro se o resultado for contestado? A repercussão internacional poderá respingar na credibilidade do governo Lula e deixar exposta a baixa influência do Brasil na região.

Novas pesquisas mostram que há um empate técnico entre Trump e Kamala

A imagem apresenta dois retratos lado a lado. À esquerda, um homem com cabelo loiro e uma expressão sorridente, falando ao microfone. À direita, uma mulher com cabelo castanho escuro, olhando para a esquerda com uma expressão serena. O fundo é desfocado, destacando os rostos.

Tudo indica que será uma eleição duríssima, voto a voto

Deu na Folha

Um dia depois de uma pesquisa da Reuters/Ipsos pôr Kamala Harris numericamente à frente de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, um levantamento divulgado nesta quarta-feira (24) inverte as posições, dando vantagem numérica do republicano.

Segundo o estudo da CNN conduzido pelo instituto de pesquisa SSRS, Trump seria a escolha de 49% dos eleitores americanos registrados nas urnas. Já Kamala —considerada a virtual candidata do Partido Democrata apesar de seu pleito não ter sido oficializado ainda— teria 46% das intenções de voto.

MARGEM DE ERRO – A diferença entre os dois líderes não é, porém, considerada estatisticamente relevante, uma vez que está dentro da margem de erro da pesquisa, de três pontos percentuais para mais ou para menos.

O mesmo havia ocorrido com a pesquisa da Reuters/Ipsos veiculada na terça (23).

A pesquisa da CNN foi realizada virtualmente na terça (22) e quarta-feira (23). Os entrevistados são eleitores registrados que já tinham participado de uma edição anterior dela, em abril ou em junho. A emissora americana justifica essa metodologia afirmando que, a entrevistar as mesmas pessoas, o levantamento tem mais chances de refletir mudanças reais de opinião ao longo do tempo.

HAVIA VANTAGEM – Realizados antes do atentado contra Trump e de Biden anunciar sua desistência da corrida, ambos os levantamentos de abril e de junho mostravam o republicano à frente do democrata por seis pontos percentuais, ou seja, fora da margem de erro.

Embora a nova pesquisa mostre Kamala numericamente atrás de Trump, nela a democrata teria conseguido, portanto, diminuir a distância entre ela e o republicano, empatando tecnicamente com ele.

Além disso, metade dos que demonstram apoio a Kamala na nova pesquisa (50%) afirmam que seu voto é mais a favor dela do que contra Trump.

ENTUSIASMO – A cifra representa um aumento do entusiasmo dos eleitores do Partido Democrata em relação à figura que possivelmente os representará nas urnas —na pesquisa da CNN de junho, 37% dos que declararam voto em Biden disseram que sua principal motivação para apoiá-lo era expressar apoio ao presidente.

As sondagens são um importante indicador para as campanhas, mas estar à frente nelas não significa necessariamente estar mais perto da vitória nos EUA. A eleição é indireta, por meio do Colégio Eleitoral — formado por 538 delegados, divididos proporcionalmente entre os estados. Um candidato precisa obter 270 deles para se eleger, e isso pode ocorrer mesmo se este não for o ganhador no voto popular.

Em 2016, por exemplo, Hillary Clinton teve 48% dos votos, ante 45,9% de Donald Trump, mas o republicano se elegeu com 306 delegados (ela teve 232).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Será uma eleição duríssima e que mostra as contradições da política. De um lado, um empresário sonegador de impostos e com uma vida pregressa de irregularidades; de outro lado, uma candidata bem qualificada e de passado limpo. É impressionante que essa diferença de procedimento pessoal não faça diferença na política dos Estados Unidos, a maior potência do mundo. Assim, a luta do Bem contra o Mal na verdade depende da ótica do espectador, e não da ética. (C.N.)   

Convidado para o PL, Tarcísio nega interesse: “Estou confortável no Republicanos”

Tarcísio de Freitas | Político | G1

Ao privatizar a Sadesp, Tarcisio deu uma guinada à direita

Deu em O Globo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afastou os rumores de que iria trocar sua atual legenda pelo Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista à GloboNews, na manhã desta quarta-feira, o político afirmou que “está confortável no Republicanos”.

“Não tem nada previsto. Eu estou muito confortável no Republicanos e devo permanecer no Republicanos”, disse o governador à GloboNews.

COSTA NETO – Em maio, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que o governador de São Paulo tinha comunicado a decisão de sair do Republicanos, o que ocorreria até julho.

— Estive em um jantar com o (senador) Rogério Marinho e com o governador Tarcísio. Ele me disse que vem antes das eleições, acredito que até julho. O PL fará uma festa para recebê-lo — disse Valdemar à época.

Depois da declaração a Costa Neto, no entanto, Tarcísio negou a troca e disse que não faria mudança naquele momento. Mesmo sem uma definição sobre o melhor momento, Tarcísio chegou a externar a vontade de ir para o partido de Bolsonaro.

NA AV. PAULISTA – Após o concorrido ato na Avenida Paulista em que esteve ao lado do ex-presidente, se tornou ainda mais incômodo o fato de o Republicanos estar mais próximo do governo Lula e ter um ministério, o de Portos e Aeroportos.

Com a inelegibilidade de Bolsonaro, Tarcísio é visto como uma das alternativas da direita para a disputa com o atual presidente Lula,  mas tudo dependerá da inelegibilidade de Bolsonaro, que espera ser anistiado por um dos projetos que já tramitam no Congresso.

Na mesma entrevista à GloboNews, o governador de São Paulo defendeu o avanço do modelo de privatização dos serviços públicos do país. Na terça-feira (dia 23), a gestão estadual concluiu a venda de 32% da Sabesp e arrecadou 14,8 bilhões.

PRIVATIZAÇÕES – “Há espaço para avançar mais nas privatizações. Eu acredito que com o passar do tempo a gente foi aprendendo a modelar e estruturar melhor os projetos. A gente compreende melhor os riscos, a gente foi se aprofundando na temática da regulação”, falou Tarcísio.

O gestor voltou a minimizar a falta de concorrência e o valor de venda das ações da Sabesp, uma vez que o modelo desenhado pela gestão estadual recebeu apenas um interessado, a Equatorial, empresa que não tem tradição no setor de saneamento.

Desconhecido pela população, Novo PAC não decola e frustra expectativas de Lula

O humor como forma de protesto: a importância das charges na imprensa  brasileira | Laboratório de Ensino e Material DidáticoJeniffer Gularte, Patrik Camporez e Sérgio Roxo
O Globo

Às vésperas de completar um ano do seu lançamento, o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ainda não trouxe os ganhos políticos esperados para o governo. Gestado para impulsionar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ser um símbolo do terceiro mandato do petista e transformar o país em um canteiro de obras, o programa não conseguiu criar uma marca de entregas e enfrenta desconhecimento por parte da população.

No Palácio do Planalto, há um sentimento de decepção pelo inexpressivo impacto político do programa, comandado pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa. E uma avaliação de que parte das obras e projetos tocados dentro PAC levam apenas a ganhos indiretos pelo governo e nem sempre são associados ao programa.

DIZ A PESQUISA – Pesquisa Genial/Quaest divulgada no início deste mês aponta que 51% da população ignora o Novo PAC. O nível de desconhecimento em relação à política pública supera percentuais que a aprovam (44%) e desaprovam (5%). Outros projetos, como o Farmácia Popular e o Bolsa Família, mantêm índices de aprovação próximos a 80%.

Lançado com pompa no Theatro Municipal, no Rio, em agosto do ano passado, o Novo PAC prevê oficialmente R$ 1,7 trilhão em investimentos totais — parte será concretizada depois do terceiro mandato de Lula — em projetos de setores como rodovias, ferrovias, energia e petróleo.

A maior parcela desse montante é composta por investimentos privados e financiamentos por bancos públicos e outros agentes, incluindo projetos que independem da marca PAC e já ocorrem continuamente no país, como obras de energia.

REUNIÃO MENSAL – O programa não decolou em popularidade mesmo sendo uma das prioridades diretas do presidente, que se reúne uma vez por mês no Palácio do Planalto com a equipe responsável por capitanear o PAC. Ele recebe um cardápio de sugestões de obras que podem ser lançadas ou inauguradas com sua presença. No segundo semestre, o foco será em lançamentos de projetos de drenagem, mobilidade urbana e água e esgoto.

Integrantes da Casa Civil admitem que o PAC ainda não tem uma marca, ou uma obra-símbolo nacional, como foi a Ferrovia Norte-Sul na primeira versão do programa, comandada pela ex-presidente Dilma Rousseff — e que isso é um dos fatores que levariam ao desconhecimento da população.

Foi com a alcunha de “mãe do PAC” que Lula construiu a candidatura de Dilma para ser a sua sucessora na eleição presidencial de 2010. A justificativa é de que dessa vez o programa é mais pulverizado pelo país.

FERROVIA NA BAHIA – Com o programa em andamento, uma das apostas para alcançar mais visibilidade e construir essa marca é a conclusão da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), primeira obra anunciada a compor o Novo PAC, que tem 1,5 mil quilômetros.

A estrada de ferro vai ligar Figueirópolis (TO) a Ilhéus (BA) e passa majoritariamente no meio da Bahia, estado governado pelo PT e do qual Rui Costa foi governador até 2022. O Orçamento deste ano prevê R$ 3,9 bilhões apenas para esta obra, de acordo com dados de sistema do Ministério do Planejamento.

Com escassez de recursos públicos para outros projetos dessa dimensão, a expectativa do governo é criar “símbolos” em cada estado. Esse objetivo, porém, pode esbarrar nos governadores, principalmente de oposição, que criticam o programa reservadamente.

POUCAS OBRAS – Uma das principais queixas é que o Novo PAC tem poucas obras novas e muitas das intervenções incluídas do pacote já estavam sendo tocadas. Também afirmam que o governo federal tem cobrado eventos para divulgar as ações nos estados.

Há uma percepção no Palácio do Planalto de que foi lançado um programa antigo, embora haja algumas novidades no atual formato, como um foco maior para parcerias público-privadas (PPPs).

Além disso, em projetos de infraestrutura com possível impacto positivo da economia, o entendimento no Executivo é de que os efeitos políticos só são sentidos nos médio e longo prazos e muitas vezes não são necessariamente creditados ao governo federal.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Lula quer fazer uma repetição de seus governos anteriores, mas isso não dá certo. Como dizia Cazuza, fica parecendo um museu de grandes novidades. (C.N.)

Julgamento de Cláudio Castro recomeça com um novo ministro no TRE do Rio

Castro teria recebido R$ 326 mil e US$ 20 mil de forma ir... | VEJA

Cláudio Castro foi absolvido e serão julgados os recursos

Bruna Lima
Metrópoles

O julgamento do governador Cláudio Castro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro tem uma incógnita. A dúvida no governo é sobre o voto do novo desembargador Rafael Estrela, que assumiu a cadeira no Tribunal após o julgamento que absolveu Castro em maio. Estrela substituiu o desembargador Gerardo Carnevale, aposentado do tribunal.

Os desembargadores vão analisar recurso do Ministério Público Eleitoral contra a absolvição de Castro e aliados.

DESEMPATE – O resultado foi 4 a 3 votos, absolvendo os réus. Carnevale votou a favor do governador. Caso o novo magistrado mude de voto e todos os outros mantenham suas posições, a votação ficará empatada. Nessas condições, o desempate caberá ao presidente do TRE, Henrique Vieira, que rejeitou absolver Castro no primeiro julgamento.

O governador, o seu vice e aliados respondem na Justiça Eleitoral por abuso de poder político e econômico na campanha de 2022. Os políticos foram acusados pelo MP Eleitoral de criar mais de 20 mil cargos secretos na Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisa e Formação de Servidores do Rio de Janeiro (Ceperj).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A reportagem leva a crer que se trata de um novo julgamento, mas não é bem assim. Estarão sendo examinados os embargos de declaração, que não alteram o voto anterior, apenas pedem explicações sobre a decisão tomada pelo TRE e só têm efeito modificativo em circunstâncias muito especiais. O novo julgamento, que realmente começará do zero, somente ocorrerá no Tribunal Superior Eleitoral, possivelmente no início de 2025. (C.N.)

Rui Costa e a Casa Civil ganharam apelidos nada amigáveis no governo Lula

O presidente Lula e o ministro da Casa Civil, Rui Costa

Lula confia em Rui Costa, que não confia em ninguém

Rafael Moraes Moura
O Globo

À frente da Casa Civil, o ministro Rui Costa tem acumulado desgastes na relação com integrantes do governo ao longo de um ano e sete meses de administração petista. A fama de centralizador, intransigente e de ter um “difícil temperamento” já rendeu a ele – e por extensão, à própria pasta– uma série de apelidos por parte de seus colegas, insatisfeitos com a atuação do homem de confiança do presidente Lula.

Uma das principais queixas nos bastidores é a de que Costa teria privilegiado na sua rotina de trabalho audiências com o chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e ministros da área econômica, como Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão e Inovação) – e relegado a segundo plano ministérios de baixo orçamento ou menor projeção. Esses acabam despachando com a secretária-executiva, Miriam Belchior.

PRIMEIRO-MINISTRO – Tanto poder nas mãos de Costa, que despacha no quarto andar do Palácio do Planalto, um piso acima do gabinete de Lula, lhe deu o apelido “primeiro-ministro”, “reizinho” e “Rui Corta” entre autoridades do primeiro escalão do poder Executivo.

No governo e no Congresso, o ministro é responsabilizado pela paralisação de projetos como a reabertura da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) e do programa das passagens aéreas a R$ 200.

No caso da comissão, que tem entre suas funções emitir pareceres sobre indenizações a familiares e mobilizar esforços para localizar os restos mortais das vítimas do regime militar, a Casa Civil exigiu uma nova manifestação da Justiça, mesmo após o ministério já ter o dado o sinal verde à reinstalação do grupo, em outubro do ano passado.

RESISTÊNCIA  – A alegação era a de que, com a saída de Flávio Dino e a posse de Ricardo Lewandowski, era necessário que a nova gestão também opinasse sobre a medida, que enfrentou resistência dentro do governo por conta do potencial de tensionar a relação com as Forças Armadas.

A manobra foi interpretada como forma de ganhar tempo e adiar uma definição sobre o retorno do grupo, que só foi oficializado no início deste mês, após mais de um ano de impasse.

Já o programa “Voa Brasil”, que previa passagens a R$ 200 para aposentados, servidores públicos e estudantes, virou um problema para o Planalto, e acabou não sendo lançado até hoje.

FALTA DINHEIRO – Nesse caso, o temor de Costa é que, como não há dinheiro do governo federal para subsidiar as passagens, também não há garantias de que a oferta de passagens mais baratas vai mesmo se concretizar, conforme informou o Globo.

A questão foi informada ao presidente Lula, que alfinetou o então ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, na reunião ministerial em que ele lançou o projeto.

“Qualquer genialidade que alguém possa ter, é importante que antes de anunciar faça uma reunião com a Casa Civil. Para que a Casa civil discuta com a presidência da República e que a gente possa chamar o autor da genialidade e a gente então anuncie como se fosse uma coisa do governo”, disse o presidente em março do ano passado.

MUITAS CRÍTICAS – Apesar de Costa contar com a ampla defesa e a confiança de Lula, as críticas a ele se multiplicam.

“O problema é que o Rui Costa não cobra. Na verdade, o que os ministros reclamam é de uma falta de coordenação e de comando por parte da Casa Civil, que só sabe dificultar o acesso ao presidente e embarreirar de forma injustificada e até grosseira iniciativas dos colegas. É a Casa Funil”, resumiu um integrante do governo ouvido reservadamente pela equipe da coluna.

“Ele não tem paciência para ouvir”, disse outro interlocutor que pediu para não ser identificado, e que reclama de ver o ministro da Casa Civil distraído com o celular nas audiências privadas.

Uma das principais lideranças petistas na Bahia, Costa governou o estado de 2015 a 2023 e pretende disputar o Senado em 2026.

DESABAFO – “Quando cheguei em Brasília, me incomodava com esse tipo de observação e aí um assessor meu, que tem muitos anos aqui, disse ‘Não se incomode com isso, não, não tem nada de pessoal, é a função, o ministério’. Todos vão sempre responsabilizar a Casa Civil, mesmo que não seja responsabilidade…”

Em meio ao fogo cruzado nos bastidores do governo, Lula recorreu às suas tradicionais metáforas futebolísticas:  Rui Costa e Miriam Belchior formam, na Casa Civil, uma dupla muito melhor do que Romário e Bebeto. Eles não deixam nada escapar, nenhum ministro conta uma mentira para mim sem que eles me falem. Por isso, às vezes, vocês ouvem que o Rui Costa tem divergência com ministros do governo. Isso é muito importante porque a presença do Rui Costa na Casa Civil é a certeza de que ninguém vai tentar me dar uma rasteira”, discursou Lula em Feira de Santana.

Outra certeza é a de que não faltam caneladas do próprio time petista no “capitão” da Casa Civil.