A lógica torta do clã Bolsonaro e a barganha eleitoral de Flávio

Está chegando a hora de colocar ministros do Supremo na cadeia?

Charge do Kleber Sales (Correio Braziliense)

Malu Gaspar
O Globo

Quando Dias Toffoli chamou para si o caso do Banco Master e decretou sigilo absoluto, muita gente em Brasília dormiu aliviada. Acreditou-se que a decisão era suficiente para conter as revelações que poderiam emergir do inquérito que estava na primeira instância.

De fato, ela fez parar tudo, das oitivas à abertura de novos inquéritos, assim como as perícias no material apreendido pela Polícia Federal no dia da prisão do dono do Master, Daniel Vorcaro, e dos outros alvos da Operação Compliance Zero.

RETROCESSO – A investigação que começou com a venda fraudulenta de créditos de R$ 12,2 bilhões do Master ao estatal BRB ameaçava se espraiar por outros ramos dos negócios de Vorcaro e seus parceiros da política, mas a decisão de Toffoli parecia ter levado os potenciais envolvidos a porto seguro.

Logo se viu que a blindagem tinha furos. Só que os primeiros atingidos não foram os suspeitos habituais do Congresso, e sim os próprios ministros do Supremo. A revelação de que o próprio Toffoli viajou para o Peru com o advogado de um dos investigados no jato de um empresário amigo para assistir à final da Libertadores, horas antes de decretar o “sigilo master” sobre o processo, jogou por terra a pretensão de controlá-lo.

Dias depois, soubemos que Moraes também tinha muito a perder com o escrutínio sobre o Master. Já era público que o escritório de sua mulher e de seus filhos, o Barci de Moraes Associados, tinha um contrato com o banco. O que não se conhecia era o valor: R$ 3,6 milhões ao mês por três anos, ou R$ 129,6 milhões ao todo.

DEFESA TOTAL – O objeto da contratação é amplo. Prevê desde a defesa do banco e de seus controladores na Justiça até o “acompanhamento de projetos de lei de interesse” do Master no Senado e na Câmara Federal. Que projetos são esses e que tipo de acompanhamento? Isso ainda é mistério, já que nem Moraes nem sua mulher, Viviane, se manifestaram até agora.

Mas não precisa ter carteira da OAB para saber que a remuneração está muito acima dos parâmetros de mercado, mesmo o das grandes estrelas da advocacia.

Os defensores de Toffoli, Moraes e Viviane dizem que não há regra que impeça ministros de viajar em jatos e que não é ilegal seus parentes prestarem serviços a clientes privados — é verdade, assim como também é fato que o próprio Supremo liberou seus magistrados para julgar processos de escritórios de seus parentes.

SEM PERDÃO – Se houvesse algum argumento aceitável, porém, já teria aparecido algum acólito de plantão para defendê-lo em público.

Antes, até havia quem dissesse que o sigilo de Toffoli era necessário para impedir vazamentos ou que o caso do Master poderia se transformar em Lava-Jato 2.0 e levar ao surgimento de novos outsiders como o ex-mito, na linha do “se investigar o Master, o fascismo volta”. Agora, até esse pessoal anda calado.

No Supremo, o constrangimento pelo que já se sabe só não é maior que o pavor do que ainda pode vir à tona. Quem conhece bem as entranhas do Master, reconhece que o abalo pode ser gigante.

APOIO DE GONET – A nova esperança de Toffoli, Moraes e companhia é que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, mantenha o processo com o Supremo, endosse o sigilo e ajude a dificultar o andamento da investigação.

Não é uma expectativa descabida, dado que Moraes foi um dos principais padrinhos da indicação de Gonet ao cargo. Com Gilmar, ambos formam uma trinca azeitada. Mesmo que o caso venha a ser abafado pela PGR, porém, o estrago já está feito.

Os requintes de promiscuidade com o Master são o coroamento de uma degradação que vem de longe — e resulta da simbiose entre a onipotência alienada dos ministros e a conivência de amplos setores da sociedade.

GELÉIA MORAL – O temor de Moraes e seu modus operandi faz com que muita gente prefira não dizer em público o que fala todo dia em Brasília, na Faria Lima, ou na Central do Brasil: “O STF, fundamental para assegurar a estabilidade democrática e proteger a Constituição, desmoralizou a si próprio ao se afundar na geleia moral dos centrões da vida”.

A escolha que os ministros têm diante de si, agora, não é entre matar ou não o inquérito do Master, e sim entre aceitar que não são intocáveis e devem satisfação ao público ou se preparar para um futuro descrito de forma bastante crua nesta semana pelo senador Alessandro Vieira na CPI do Crime Organizado: “Este é um país que já teve presidente preso, já teve ministro preso, senador preso, deputado preso, prefeito, vereador, mas ainda não teve ministros de tribunais superiores. E me parece que esse momento se avizinha”.

Pode parecer exagero, mas talvez seja melhor não pagar para ver.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Este é um artigo histórico, que mostra a importância da imprensa e a coragem de Malu Gaspar, que brilhou na cobertura da Lava Jato e agora se confirma como uma das maiores jornalistas brasileiras. Em Brasília, a imprensa costuma se curvar diante do poder. Mas ainda há quem saiba colocar essa gentalha no seu devido lugar. (C.N.)

Câmara lamenta “transtornos”, mas isenta Polícia Legislativa e atribui caos a Glauber

Motta impediu a cobertura da imprensa na última terça-feira

Luísa Marzullo
O Globo

Dois dias depois de jornalistas terem sido expulsos do plenário em meio ao episódio em que Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupou a Mesa Diretora, a Câmara divulgou nesta quinta-feira uma nota em que “lamenta os transtornos” causados à imprensa, mas responsabiliza integralmente o deputado pelo colapso dos trabalhos.

O episódio ocorreu no dia anterior à sessão que suspendeu o mandato do parlamentar por seis meses. Na terça-feira, o protesto de Glauber paralisou os trabalhos da Casa por cerca de uma hora, levou ao corte do sinal da TV Câmara e resultou na expulsão de profissionais de comunicação.

CRONOLOGIA – A nota remonta a cronologia da sessão, afirmando que Glauber “iniciou manifestação antirregimental e afirmou que não deixaria a cadeira da Mesa Diretora”, o que, segundo a Presidência, tornou “impossível” a continuidade dos trabalhos.

Segundo a Câmara, a suspensão repentina da sessão se deu às 17h42, quando o Primeiro-Secretário formalizou a determinação de Hugo Motta (Republicanos-PB). A nota afirma: “Diante da impossibilidade de continuidade dos trabalhos, o presidente da Câmara determinou a imediata suspensão da sessão.”

Sobre o corte simultâneo da transmissão da TV Câmara, a nota alega que, conforme uma ordem de serviço de 2022, “a interrupção de uma sessão plenária acarreta automaticamente a veiculação do evento legislativo subsequente” — no caso, a reunião da Comissão de Saúde.

OBRIGADOS A SAIR – A troca de programação, contudo, impediu jornalistas de acompanhar o que se passava, já que os profissionais foram obrigados a deixar o plenário. Sobre a retirada da imprensa, a Casa afirma que a Polícia Legislativa agiu “em conformidade com o Ato da Mesa nº 145/2020”, que permite o esvaziamento do plenário para “garantir a segurança dos presentes”. Profissionais relataram empurrões e impedimento de registrar a retirada de Glauber. Ainda assim, a Câmara diz que “não houve intenção de limitar o exercício da atividade jornalística”.

Associações relacionadas à imprensa condenaram “com veemência” o cerceamento ao trabalho dos jornalistas que faziam a cobertura. Em nota, as organizações afirmam que o impedimento do trabalho e o corte de sinal da TV Câmara “são incompatíveis com o exercício da liberdade de imprensa”.

A nota é assinada pelas associações Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), Nacional de Editores de Revistas (ANER) e Nacional de Jornais (ANJ). “A ANJ, ABERT e ANER esperam a apuração de responsabilidades para que tais práticas de intimidação não se repitam e que sejam preservados os princípios da Constituição Brasileira, que veda explicitamente a censura”, dizem.

Sete anos depois, inquérito das fake news segue aberto e expõe divisão no STF

Em suas reflexões, Ferreira Gullar sabia tudo, mas não conhecia nada

Porque nada do que foi feito satisfaz a... ferreira gullar - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, crítico de arte, teatrólogo, biógrafo, tradutor, memorialista, ensaísta e poeta maranhense José Ribamar Ferreira, o famoso Ferreira Gullar (1930-2016), no poema “Menos a Mim”, confessa que conhecia tudo, menos ele próprio. Em suas reflexões, descobriu que nada conhecia.

MENOS A MIM
Ferreira Gullar

Conheço a aurora com seu desatino
Conheço o amanhecer com o seu tesouro
Conheço as andorinhas sem destino
Conheço rios sem desaguadouros
Conheço o medo do princípio ao fim
Conheço tudo, conheço tudo
Menos a mim.

Conheço o ódio e seus argumentos
Conheço o mar e suas ventanias
Conheço a esperança e seus tormentos
Conheço o inferno e suas alegrias
Conheço a perda do princípio ao fim
Conheço tudo, conheço tudo
Menos a mim.

Mas depois que chegaste de algum céu
Com teu corpo de sonho e margarida
Pra afinal revelar-me quem sou eu
Posso afirmar enfim
Que não conheço nada desta vida
Que não conheço nada, nada, nada
Nem mesmo a mim.

Hugo Motta é derrotado na Câmara e não consegue cassar Glauber Braga

Hugo Motta se enfurece e bate na mesa em reunião de líderes

Câmara fez Hugo Motta engolir a cassação que pretendia

Vicente Limongi Netto

O espertalhão Arthur Lira inventou o obscuro e dócil Hugo Motta para sucedê-lo na presidência da Câmara dos Deputados. Tiro de canhão no pé.  Engomadinho, rico, cabelos bem implantados, olhos miúdos, Hugo Motta é um desastre no comando da Câmara Federal. Especialista em morde e assopra.

Triste Câmara Federal. A casa legislativa presidida por Ulysses Guimarães virou deboche. Piada de mau gosto, junto aos cidadãos. E o nome de Motta agora é palavrão político. Cabra ruim de serviço. Certamente se reelege deputado, porque é rico. Porém, retornar à presidência da Câmara, nem por milagre divino.

GLAUBER BRAGA – O insignificante Motta tentou vingar-se do deputado Glauber Braga, do PSOL fluminense, colocando em plenário, as pressas, votação para cassá-lo. Vingança e torpeza imundas. Braga é parlamenta muito mais qualificado, de convicções, lutador, do que ele.

]Motta pegou como justificativa o protesto de Braga, sentando na cadeira da presidência. Que resultou nas cenas de truculência absurdas para retirar Braga da cadeira do destrambelhado presidente. Motta perdeu mais uma, Glauber não foi cassado, mas suspenso por 6 meses.

Motta deslustra o cargo. Cassar Glauber Braga seria um ultraje a democracia e levaria a Câmara dos Deputados para o fundo do poço. Embora não esteja longe disso.  Motta é fraco. Não agrega. É insignificante. 

ETERNO CANHOTINHA – O cerebral meia Gerson Nunes craque em campo, permanece craque fora das quatro linhas. Próximo dia 13, em Niterói, festa da cidade e do Rio de Janeiro, com comemorações pelos 27 anos do vitorioso Instituto Canhotinha de Ouro.

Este ano realiza-se a Oitava Copa Gerson Será disputada a grande final nas categorias sub-10, sub-12, sub-14 e sub-16. Atualmente o Instituto Canhotinha de Ouro atende perto de 1.600 adolescentes em situação de vulnerabilidade. Sucesso ao notável e celebrado Gerson. Amado e respeitado. 

Câmara abre guerra contra o STF e se recusa a cassar Carla Zambelli

Zambelli está internado e não vai mais participar de audiência no STF | CNN Brasil

Carla Zambelli está presa na Itália aguardando julgamento

Carolina Linhares
Folha

A Câmara dos Deputados salvou o mandato da bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), nesta quarta-feira (10), por 227 a 170 — era necessário haver maioria de 257 votos para cassá-la. A deputada está presa na Itália, para onde fugiu após ter sido condenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

A decisão do plenário contrariou a votação de mais cedo na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania), que obteve maioria pela perda do mandato com a ajuda de deputados do centrão. Em 2022, Zambelli foi a deputada mulher mais votada e a terceira no ranking geral, com mais de 946 mil eleitores.

DE SURPRESA – Na terça (9), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou, para surpresa dos líderes partidários, que pautaria o caso de Zambelli no plenário no dia seguinte. Ele também decidiu que, até o recesso na próxima semana, a Casa vai decidir sobre as cassações de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), além da votação que suspendeu Glauber Braga (PSOL-RJ) também nesta quarta.

Zambelli foi condenada, em maio, à perda de mandato e a dez anos de prisão por invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) com ajuda do hacker Walter Delgatti Neto, também condenado.

O plenário da Câmara deliberou a respeito da perda de mandato, seguindo o entendimento de Motta de que, de acordo com a Constituição, cabe ao Congresso a palavra final em caso de parlamentar condenado criminalmente. Motta havia dito inicialmente que a Mesa da Câmara homologaria a ordem do STF imediatamente, mas recuou após pressão do PL e mandou o caso para a CCJ em junho.

MEDIDA DRÁSTICA – Pesou a favor de Zambelli, assim como no caso de Glauber, o corporativismo dos deputados e a avaliação de que a cassação é uma medida drástica. Além disso, a votação se soma aos recados de insatisfação dos parlamentares em relação ao STF.

Adversários de Zambelli, por outro lado, lembraram, durante a votação, o episódio em que ela sacou e apontou uma arma para um homem na véspera do segundo turno das eleições de 2022, o que também lhe rendeu uma condenação.

Com a deputada ausente no plenário, sua defesa foi feita pelo advogado Fabio Pagnozzi, que disse que a deputada, mesmo absolvida da perda de mandato, renunciaria. “Zambelli foi muito clara: quando ela ganhasse aqui no plenário, ela pediria a renúncia, porque não quer incomodar seus colegas, ela só quer dignidade”, afirmou.

SEM PROVAS – “Ela não cometeu e nem ordenou invasão ao CNJ. […] A única prova que eles julgam ser prova é o depoimento de um hacker”, disse ainda o advogado. Segundo ele, uma decisão pela cassação abriria um precedente perigoso para os deputados que são alvos, segundo ele, de mais de cem ações no STF.

Durante a tarde, a deputada participou de forma remota da CCJ, e seu filho estava presente na comissão. “A justiça que eu peço hoje é a justiça para que o Parlamento continue sendo honrado. […] Eu fui a primeira pessoa que levantou a voz contra a ditadura do Supremo Tribunal Federal”, disse.

O deputado Diego Garcia (Republicanos-PR) —cujo relatório a favor da deputada foi derrotado na CCJ— argumentou que o processo contra Zambelli não garantiu ampla defesa, tem sinais de perseguição política e é mantido em sigilo. “Esta Casa não pode ser carimbadora de decisões do STF, esta Casa precisa zelar pelas suas prerrogativas”, completou.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGEste é o ponto. O Supremo, de repente, passou a se julgar acima dos demais poderes, fazendo condenações de caráter político e claramente exageradas. Agora, ganhou o troco, com a Câmara se recusando a cassar Zambelli, cujas provas eram fraquíssimas, porque não se pode confiar na palavra de um criminoso notório para condenar um representante do povo. É uma questão que se inclua nas salvaguardas da democracia, que precisamos de respeitos. (CN)

A sessão da Câmara que envergonhou a democracia e a suspensão de Glauber Braga

Vice-líder do governo acusa Hugo Motta de se tornar refém da ultradireita

Câmara reescreve crimes para reabilitar o golpismo

Imprensa quer ocultar a podridão que atinge a família de Moraes

Trump aplica Lei Magnitsky a esposa de Alexandre de Moraes - 22/09/2025 -  Poder - Folha

Contrato com Master destrói a idoneidade do ministro

Carlos Newton

É alarmante constatar que o país já não pode contar com a chamada grande imprensa, que prestou grandes serviços na fase da Lava Jato, mas depois passou a ser conivente com a corrupção e com as irregularidades cometidos pelo Supremo e pelo governo Lula, passando a criticar preferencialmente o Congresso, por causa das emendas parlamentares.

Não se fez a ressalva de que as emendas fazem parte da práxis democrática e existem em muitos países, inclusive nos Estados Unidos. Seus excessos já foram contidos pelo ministro Flávio Dino, mas a imprensa agora fica procurando recapitular e renovar as denúncias, para enfraquecer o Legislativo, justamente quando ele mais precisa de força, para enfrentar os desmandos do Judiciário e do Executivo.

PASSANDO PANINHO – O mais inacreditável é que, ao mesmo tempo, a mídia procure não somente esfriar, mas também esconder e sepultar os seguidos escândalos que atingem ministros do Supremo, como Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes.

Nesta terça-feira, por exemplo, enquanto a internet e as redes sociais desancavam a blindagem de Gilmar a ministros ameaçados de impeachment e o envolvimento de Moraes e Toffoli com a corrupção do Banco Master, a grande imprensa tentava desesperadamente abafar os dois casos.

Embora a notícia fosse originária de O Globo, pelo colunista Lauro Jardim, o jornal dos irmãos Marinho não deu importância ao descaminho da família Moraes. Da mesma forma, outros jornais, como Folha, Estadão, Valor, Zero Hora, O DIa e Correio Braziliense, tentaram ocultar o escândalo que destruiu a suposta idoneidade de Moraes.

FALSO DESMENTIDO – O mais incrível nesse comportamento da chamada grande imprensa foi a matéria defendendo a mulher de Moraes, publicada pelo Projeto Comprova, uma coalizão que reúne 41 veículos na checagem de fake News nas redes sociais.

A “apuração” do caso Master nas postagens das redes foi feita por Folha e O Dia, tendo sido depois “verificada” por UOL, GZH e A Gazeta. Com base nessa “apuração”, a Folha publicou no dia 1º a reportagem sem assinatura, afirmando que “não há indícios de que a mulher de Moraes tenha envolvimento no caso do Banco Master”.

A matéria diz que “seu escritório foi contratado pela instituição, mas o post mente ao dizer que prisão de Bolsonaro foi para acobertar participação dela no escândalo”. E completa: “O conteúdo também desinforma ao dizer que ministro teria tirado do ar publicações ligando a parceira à fraude”.

E COMPLETA – “Não é verdade que Viviane Barci de Moraes, mulher do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, tenha envolvimento no escândalo do Banco Master, ou que o magistrado tenha mandado derrubar posts associando o nome dela ao da instituição financeira, diferentemente do que afirma um post viral no Instagram”, diz a matéria da Folha, acrescentando:

“Como verificado pelo Comprova, o escritório de advocacia Barci de Moraes, onde atuam Viviane e dois filhos do casal, foi contratado pelo banco para representá-lo judicialmente, segundo publicou O Globo em abril deste ano. De acordo com fontes ligadas ao banco, Viviane representa o Master em algumas poucas ações”, diz a reportagem.

O fato de ela ser advogada da instituição não significa que tenha envolvimento no escândalo envolvendo o Master, liquidado pelo Banco Central em 18 de novembro, após a Polícia Federal deflagrar a Operação Compliance Zero, com o objetivo de combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional”.

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P.S.
Esse tipo de jornalismo envergonha a nação. Quer dizer que a dra. Viviane Moraes estava ganhando R$ 129 milhões para defender apenas “algumas poucas ações”? Portanto, não é coincidência que o impoluto ministro tenha comprado em agosto uma mansão em Brasília por R$ 12 milhões, como cerca de 750 metros quadrados de área construída. Se Francelino Pereira e Renato Russo ainda estivessem entre nós iriam bradar, em uníssono: “Que país é esse?”. (C.N.)

Flávio supera o pai e redes têm primeira transferência real de votos bolsonaristas

Flávio absorve capital digital de Bolsonaro no WhatsApp

Felipe Bailez
Folha

Há três semanas, na coluna Encaminhado com Frequência, mostramos que a direita chegava a 2026 sem sucessor definido porque continuava estruturalmente dependente da decisão de Jair Bolsonaro. A partir do monitoramento de mais de 100 mil grupos públicos de WhatsApp da Palver, utilizamos modelos de Inteligência Artificial para ir além da simples contagem de menções. Cada mensagem foi lida por um modelo de linguagem treinado para identificar apoio explícito de usuários de direita a possíveis presidenciáveis, classificando objetivamente a preferência expressa em cada interação.

Naquele momento, a disputa ainda se concentrava quase inteiramente no nome do ex-presidente, e nenhum outro candidato chegava perto, nem de dentro nem de fora da família. Desde então, o impasse foi rompido. Na semana passada, Jair fez o movimento que todos da classe política aguardavam ao apontar Flávio Bolsonaro como seu sucessor na disputa presidencial, transformando a sucessão em um teste real de transferência de capital eleitoral dentro da base bolsonarista.

REAÇÃO – Esse movimento provocou reação imediata na elite política e no mercado financeiro. No mesmo dia do anúncio, a Bolsa despencou, o dólar subiu e a Faria Lima reagiu como se a direita tivesse optado pelo caminho de maior risco. Ao mesmo tempo, circularam teses de que a indicação funcionaria mais como um balão de ensaio do que como uma decisão definitiva, uma forma de testar a reação da sociedade, do mercado e da própria base, sem fechar, ainda, a porta para uma alternativa fora da família.

Além disso, o movimento concede a Flávio a legitimidade de falar por Bolsonaro, costurar acordos políticos e tomar decisões sobre as alianças, reduzindo a possibilidade de um embate dentro do bolsonarismo, como o que aconteceu com Michelle Bolsonaro na semana passada.

Com dados inéditos, reproduzimos agora a mesma análise feita há três semanas, ampliando o recorte para incluir outros nomes da direita, justamente para testar se o movimento se concretizou como uma transferência de capital político no ambiente digital. O resultado não deixa dúvidas.

Monitoramento de mais de 100 mil grupos públicos de WhatsApp mostra apoio a candidaturas da direita – Palver

SUPERAÇÃO – Pela primeira vez desde o início do monitoramento, Jair Bolsonaro deixa de ser percebido como o candidato de 2026, sendo superado por Flávio, que ultrapassa a marca dos 50% de apoio explícito entre os usuários de direita nos grupos analisados. Mesmo com a indicação explícita do pai, ainda há um grupo resiliente, de mais ou menos 30%, que prefere o nome do ex-presidente para a disputa, a despeito da situação jurídica.

Após o anúncio, é possível notar um achatamento imediato do apoio à candidatura de outros nomes da direita, o que confirma a tese central que vínhamos sustentando: Bolsonaro não apenas mantinha o capital digital da direita, como também demonstrou capacidade efetiva de transferência.

MUDANÇA DE ROTA – Ainda há tempo para recuos até o período de desincompatibilização, mas, à medida que a base se solidifica em torno de Flávio, mudanças de rota passam a ter um custo político crescente. Declarações como a de que o senador admitiu a possibilidade de desistir da candidatura podem ter como plano de fundo a estratégia de pautar a imprensa como o que aconteceu ontem, em que seu nome foi manchete em todos os veículos.

A partir de agora, o principal termômetro será a reação das pesquisas e, sobretudo, a real capacidade de construção política de Flávio, variável que deve pesar diretamente na definição do cenário que chegará às urnas.

Relator diz que crise com Gilmar força Senado a votar lei do impeachment

STF acelera processo e mira inelegibilidade de Eduardo antes da disputa de 2026

Ação deve ser julgada no primeiro semestre de 2026

Luísa Martins
CNN

O STF (Supremo Tribunal Federal) quer concluir a ação penal contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), réu pelo crime de coação, antes de a Justiça Eleitoral abrir o prazo para registros de candidaturas às eleições de 2026, em meados de julho.

Segundo interlocutores da Corte, o cenário ideal é que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já conheça a condição de elegibilidade ou não do parlamentar no momento de julgar o seu pedido de registro, caso ele opte por disputar o pleito.

DENÚNCIA – Eduardo virou réu no STF por decisão da Primeira Turma. O colegiado recebeu a denúncia oferecida pela PGR (Procuradoria-Geral da República), em julgamento finalizado no dia 26 de novembro.

De acordo com a acusação, a atuação do deputado nos Estados Unidos buscou constranger o Poder Judiciário brasileiro a “frear” o avanço das investigações sobre a trama golpista – que acabou por condenar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com a proximidade do recesso do STF, que começa no próximo dia 20, a expectativa é de que a instrução da ação penal contra Eduardo tenha início apenas em fevereiro, quando a Corte retomar os trabalhos.

Essa etapa inclui produção de novas provas, a indicação e a oitiva de testemunhas e o interrogatório do próprio réu. Depois, vêm as alegações finais das partes e, por fim, o julgamento de mérito. A eventual condenação geraria a inelegibilidade do deputado.

CONCLUSÃO – Ministros do STF preveem tempo hábil para concluir o julgamento até fim de junho. Assim, a definição sobre “sujar a ficha” de Eduardo (ou absolvê-lo) ocorreria antes das escolhas dos candidatos nas convenções partidárias.

Pelo calendário eleitoral, as convenções costumam ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto. O partido pode solicitar o registro imediatamente após a reunião, sendo 15 de agosto a data-limite.

A ofensiva improvisada do clã Bolsonaro e o risco de novo fiasco político

Como o Congresso distorce a democracia ao capturar o Orçamento da União

Em vídeo do União, Caiado reforça pré-candidatura contra hegemonia de Flávio

Entre com cuidado, para não machucar o coração delicado de Alice Ruiz

Passei o dia com teu céu lá fora... Alice Ruiz - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

A publicitária, tradutora, compositora e poeta curitibana Alice Ruiz Scherone mostra poeticamente como é duro ter coração mole.

É DURO TER CORAÇÃO MOLE
Alice Ruiz

Por favor
não me aperte tanto assim
tenha cuidado, pega leve
olha onde pisa
isso é meu coração
meu ganha-pão
instrumento de trabalho,
meio de vida, profissão
meu arroz com feijão
meu passaporte
para qualquer parte
para qualquer arte
não machuque esse meu coração
preciso dele
para me levar a Marte
sem sair do chão
não me aperte
não machuque
tome cuidado
eu vivo disso
poesia, sonhos
e outras canções
sem emoção
morro de fome
sinto muito
mas não há nada
que eu possa fazer
sem coração

Flávio desafia Tarcísio e diz que só derrotar Lula salva o pai da prisão

Fachin quer abrir a caixa-preta dos cachês pagos a ministros do Supremo