Lula apoia anistia ao 8 de janeiro, para sonhar em vencer Bolsonaro em 2026

Tribuna da Internet | Lula parece tratar os ataques e as críticas ao  Supremo como se fossem uma coisa só

_Charge do Clayton (O Povo)

Carlos Newton

O futuro a Deus pertence, costumava dizer o ex-deputado cearense Armando Falcão, que o todo-poderoso empresário Roberto Marinho conseguiu emplacar como ministro da Justiça no governo do general Ernesto Geisel. Poucos sabem que Falcão eram um homem do gabinete de Marinho e dava plantão no segundo andar da sede de O Globo. Ele sabia quem mandava no país e sua dedicação a Marinho chegava a ser comovente. Vivia dentro do jornal, mas tinha horror de dar entrevistas.

De toda forma, Falcão era melhor do que Gama e Silva (governo Costa e Silva), e Alfredo Buzaid (Médici). Mesmo assim, não teve coragem de levantar a perseguição à Tribuna da Imprensa, o único jornal brasileiro a sofrer censura prévia de 1968 a 1978, enquanto os demais veículos da grande mídia usufruíam as verbas publicitárias dos governos militares.

OMISSÃO CANINA – Apesar de sua militância política no antigo PSD, Armando Falcão, Armando Falcão jamais lutou pela redemocratização do país, omitiu-se completamente. Enquanto esteve no poder junto com Geisel, jamais se viu o ministro defender a anistia, que viria a ser bandeira do general João Figueiredo no poder.

Agora, 45 anos depois, a anistia volta a ser tema político, e o presidente Lula da Silva (PT) admitiu na quinta-feira passada (dia 27) ser favorável a que se conceda o benefício aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, mas afirmou que não se pode “precipitar a discussão”.

Lula chutou ter defendido a anistia durante a ditadura militar no Brasil. “Passei parte da minha vida brigando pela anistia e não vou ser contra, mas nesse caso eles nem foram condenados ainda. A gente ainda nem sabe sobre todos que praticaram o golpe. É preciso que a sociedade saiba quem tentou dar o golpe nesse país”, ressalvou.

AGENTE INFILTRADO – Uma das principais características de Lula é sua capacidade de adaptação. Quem o vê criticando abertamente quem tenta dar golpe e, ao mesmo tempo, defendendo uma anistia, nem lembra que ele tem experiência contraditória no assunto, porque servia ao regime militar como infiltrado no movimento sindicalista do ABC, em São Paulo, seu contato era o delegado federal Romeu Tuma, cuja casa o jovem Lula frequentava assiduamente, conforme relato do também delegado Romeu Tuma Filho, em seus livros de memórias.

Agora, o que o Barba pretende é dar um jeito de o Congresso anistiar os envolvidos no 8 de Janeiro, para que Bolsonaro seja candidato;

Lula sabe que é proveitoso manter a polarização acesa, para enfrentar Bolsonaro na eleição de 2016, por entender que será mais fácil derrotá-lo do que vencer Tarcísio de Freitas, que está muito bem avaliado no governo paulista. E o resto é folclore, como diz Sebastião Nery, um dos heróis da resistência democrática de verdade.

5 thoughts on “Lula apoia anistia ao 8 de janeiro, para sonhar em vencer Bolsonaro em 2026

  1. E quem ainda pode confiar na higidez mental de sua excelência. Consolida-se o diagnóstico de que para ser mandatário-geral desta birosca é necessário alguns parafusos frouxos.

  2. Que bom saber, que ainda temos pessoas com boas memórias e que não deixam cair no esquecimento, tantos fatos vergonhosos ,vindos de personagens tão repugnantes e inconsequentes…
    Parabéns, novamente, Sr. C. Newton!
    Como, e por onde anda, o magistral Sebastião Nery?
    O Sr. tem notícias dele ?
    Obrigado.

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