Carlos Newton
Em suas quase 900 páginas, o relatório da Polícia Federal sobre o golpe que não houve e o golpe dentro do golpe está cheio de buracos e lacunas, que os responsáveis pelo inquérito procuraram preencher na base da criatividade, transformando em narrativa um relatório que deveria ser apenas técnico, com base nas provas conseguidas.
No chamado Inquérito do Fim do Mundo, quando se fala em “Polícia Federal”, por favor leia-se “força-tarefa de Alexandre de Moraes”. Não há uma ação investigatória própria e independente da PF, o que existe é o trabalho da equipe formada no Supremo para atender Alexandre de Moraes, integrada por juízes auxiliares, advogados, delegados e agentes federais assessores etc.
METE O DEDO – Esse trabalho da força-tarefa é dirigido diretamente por Moraes, que interfere nos relatórios, conforme ficou provado com a transcrição de WhatsApp em que o próprio ministro aparece direcionando os trabalhos, pelo menos em 20 oportunidades.
A imprensa submissa publica as informações sem filtrá-las, como se todas eles tivessem sido feitas pela Polícia Federal de forma independente.
O resultado é a preparação de “relatórios oficiais“ da PF que contêm informações sem a menor comprovação nas investigações. No golpe que não foi dado e no golpe dentro do golpe, por exemplo, o caso mais grave é a afirmação sobre o general Estevam Cals Teóphilo.
REUNIÃO NO PLANALTO – No dia 7 de dezembro, Bolsonaro realizou uma reunião com os comandantes do Exército, Marinha e ao Ministro da Defesa e indagou se contaria com apoio deles para. decretar o estado de emergência.
O comandante da Marinha, Almir Garnier, aceitou entusiasticamente. Mas o comandante do Exército, general Freire Gomes, disse que não foi provada a fraude eleitoral e o Alto Comando não aceitava o golpe. O comandante da Aeronáutica, Baptista Junior, deu a mesma resposta.
Freire Gomes então avisou que teria de prendê-lo, caso ele insistisse em bloquear a posse de Lula,
DIZ O RELATÓRIO – De acordo com o relatório da força-tarefa, “diante da recusa dos então comandantes do Exército e da Aeronáutica em aderirem ao intento golpista, o então presidente Jair Bolsonaro, no dia 09 de dezembro de 2022, reuniu-se com o General Estevam Theophilo, comandante do Coter, que aceitou executar as ações a cargo do Exército, caso o presidente Jair Bolsonaro assinasse o decreto”.
Segundo o depoimento do general Estevam Theophilo, que comandava todas as tropas do Exército, inclusive os “kids pretos”, a reunião foi no Palácio Alvorada e ele comunicou ao presidente que nada mudaria a decisão do Alto Comando, do qual era membro.
Neste depoimento, Theophilo disse que na mesma noite de 9 de dezembro foi à residência do comandante Freire Gomes e lhe comunicou o teor da conversa com Bolsonaro.
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P.S. 1 – A pergunta que fica é a seguinte: Quem confirmou à força-tarefa de Moraes que o general Theophilo “aceitou” dar o golpe? Uma informação como esta, que provocou o indiciamento do general, deveria ter “justificativa” no relatório, indicando qual é a prova que a sustenta, pois na reunião do Alvorada só estavam Bolsonaro e Theophilo.
P.S. 2 – Nas quase 900 páginas do relatório não está citada nenhuma tropa que iria aderir ao golpe que não houve e ao golpe dentro do golpe. Por essas e outras é que eu considero Moraes um farsante, um magistrado desequilibrado, capaz de criar ou de esconder provas, como ocorre no caso da gravação no Aeroporto de Roma, que o acusado não tem direito de usar como prova.
P.S. 3 – Por fim, é uma vergonha que a imprensa, o Supremo e o governo exaltem tanto Moraes, que decididamente não é um cidadão acima de qualquer suspeita, como diria o genial cineasta Elio Petri. (C.N.)
No caso de persistência da pergunta: Por que o golpe fracassou?
Porque era muita areia para o caminhãozinho de Bolsonaro, um estrupício que nunca foi líder de nada e só se cercou de “rataria”.
E o retumbante fracasso do golpe é, por si só, prova cabal de que Bolsonaro era o ‘líder’ da operação, dada a sua notória estupidez.
Malafaia jogou a pá de cal: “Que porcaria de líder é esse (Bolsonaro)?”
Por que o golpe fracassou ?
Por quê o plano fracassou ? é o que vc deveria estar querendo dizer, não e
? Porque por mais que a macacada, os cúmplices de ladrão, as ovelhas, o pessoal da boquinha, a petralhada toda insista em criar narrativas fictícias, nem tentativa de golpe houve, ou seja, nem o crime na forma tentada ocorreu !
Agora, joga-se nas quatro linhas quando o outro lado também o faz. Ora, tentaram matar o cara e a corte maior insistiu que o criminoso era um “lobo solitário”. Depois, o próprio José Dirceu disse que o ocorrido “foi um erro nosso” e a corte nem intimou o terrorista a prestar depoimento. Ali restou comprovado que a corte tinha um lado, no qual não tocaria nunca.
Quatro linhas da Constituição ? Pois sim ! Dos ratos que aqui pululam, apresente-se quem sofreu mais com o governo militar. Aliás, onde foram enterrados Caetano, Gil e Chico Buarque, já que se torturava e matava todos os opositores ? Estão cada vez mais ricos às vossas custas, idiotas !
Ah: Faltaram os “adevogados” na lista.
Quem?
Três hipóteses:
Ou um infiltrado e Bolsonaro e Theophilo deven saber o nome, uma gravação clandestina ou nada mais que uma invenção!
Cid, não estava lá?
Boa pergunta!
O relatório da PF partidária é uma peça de ficção, não apresenta provas alguma do que afirma. O A_Lei_xandre de Moraes é um transgressor da lei contumaz. Como diz o Elon Musk, um dia estará “atrás das grades”.
Depois dizem que os leitores da tribuna, ficam ” se achando”…..
Somente agora a pf e globo descobrem o que CN fala a dois anos:
Golpe de Estado não ocorreu porque maioria do Alto Comando e chefes do Exército e da Aeronáutica não ‘cederam a pressões’, diz PF
Conclusão está em relatório final da PF do inquérito sobre tentativa de golpe. Ministro Alexandre de Moraes retirou sigilo da operação e encaminhou caso à PGR.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2024/11/26/pf-diz-que-golpe-de-estado-nao-ocorreu-porque-comandantes-do-exercito-e-da-aeronautica-nao-cederam-a-pressoes.ghtml
Parabens ao nosso condutor
Nesta hora, a minha lista rejeita veementemente a globo.
Pelos indícios, a tentativa de golpe ocorreu. Somente não foi adiante pela recusa dos comandantes do exército, da aeronáutica e da maioria do alto comando (doze, segundo conversas).
Dizer que a força tarefa da PF inventou o relatório põe suspeitas na instituição. Será que é convicção ou vontade?
As conversas e as reuniões entre os idealizafores do plano de golpe de Estado foram inventadas?
A tática de desqualificar alguém para argumentar é antiga, tem até nome:
“Argumentum ad hominem abusivo: é o ataque direto à pessoa, colocando seu caráter ou sua reputação em dúvida, como forma de desqualificar o argumento. Isso pode se manifestar com insultos ou comentários depreciativos com o objetivo de minar a credibilidade do interlocutor.”
Que tempos.
Bem, a menos que tenham outra orientação, muitos homens deveriam ser presos por estupro, não ? Pensaram, planejaram uma forma de se aproximar da mulher, abordar etc. Mas nem tentaram colocar em prática o plano.
Crie seu próprio código penal e o ofereça ao Legislativo.
Talvez seja hora de neurónios desequilibrados por narrativas neofascistas e jabás da elite reacionária, voltar para a casinha e analisar a realidade dos fatos para não servirem de chacota num futuro logo aí atrás da porta.
Um trechinho do texto devastador de Felipe Moura Brasil no OA:
nquanto isso, no mesmo dia, Bolsonaro participa de reunião com os chefes das Forças Armadas, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, além do Advogado-Geral da União, Bruno Bianco, na qual autoridades presentes, segundo depoimento posterior do comandante da Aeronáutica, Carlos Baptista Jr., “expuseram” ao então presidente “que não tinha ocorrido fraudes nas eleições”; “que todos os testes realizados não constataram qualquer irregularidade e que era preciso reconhecer o resultado das eleições, com o objetivo de acalmar o país”.
Bolsonaro “perguntou ao então AGU se haveria algum ato que se poderia fazer contra o resultado das eleições”; mas “Bruno Bianco expôs que as eleições transcorreram de forma legal, dentro dos aspectos jurídicos” e “que não haveria alternativa jurídica para contestar o resultado das eleições”.
Como bem disse o LADRÃO, condenado e preso pelos inúmeros crimes que cometeu, “temos que construir a narrativa correta…”
Em outras palavras, quem precisa de provas? Basta uma boa narrativa.
Fazem isso aqui todos os dias. Até em Direito Penal dão palpite.