
Ilustração reproduzida do Arquivo Google
Carlos Pereira
Estadão
Partidos políticos brasileiros sempre foram criticados por sua baixa definição ideológica e fraca aderência programática. Suas campanhas, marcadas pelo personalismo, tendem a privilegiar conexões diretas entre candidatos e eleitores, em detrimento de vínculos partidários duradouros.
No entanto, tem-se observado uma inflexão: partidos de direita vêm assumindo identidades ideológicas mais claras e plataformas programáticas mais consistentes. Vêm se posicionando com mais nitidez no espectro conservador e, cada vez mais, demonstram menor disposição de negociar cargos e recursos em troca da diluição de seus princípios em coalizões heterogêneas.
DISPUTAR OU NÃO? – O que explica essa mudança? A chave está na decisão estratégica de disputar ou não a Presidência.
No presidencialismo multipartidário brasileiro, partidos que optam por lançar candidatura própria ao Planalto tendem a desenvolver um perfil ideológico mais definido. Ao buscar projeção nacional, são compelidos a oferecer programas de governo e a se diferenciar de seus concorrentes.
Em contraste, partidos que renunciam à disputa presidencial e adotam uma estratégia estritamente legislativa têm incentivos distintos. Coerência ideológica pode ser um fardo, não uma vantagem – pois reduz sua flexibilidade para aderir a governos ideologicamente distantes.
REPOSICIONAMENTO – Nesse contexto, ambiguidade programática torna-se uma estratégia racional: permite manter portas abertas para futuras negociações.
A inelegibilidade de Jair Bolsonaro, principal figura da direita, criou um vácuo que impulsiona os partidos conservadores a se reposicionarem. Sem um candidato natural, abriu-se espaço para o fortalecimento ideológico da direita – agora menos dependente da liderança personalista e mais voltada à construção de plataformas próprias.
Já no campo da esquerda, a dominância do presidente Lula tem interditado esse mesmo processo. Desde 1989, o PT tem oferecido o candidato presidencial da esquerda. Com isso, os demais partidos progressistas tornaram-se satélites do lulismo, com baixa autonomia programática.
SEM LULA – Uma eventual saída de Lula da disputa em 2026 poderá alterar esse quadro estático. Sem um candidato unificador, é provável que esses partidos abandonem sua posição subalterna e passem a investir na construção de identidades mais nítidas, inclusive com candidaturas próprias ao Planalto.
Disputar a Presidência define não só o tamanho da ambição partidária, mas também o grau de coerência ideológica que o partido irá adotar.
No Brasil, a trajetória majoritária é a principal bússola ideológica dos partidos.
Bolsonaro banido da política. A culpa é dele mesmo.
“Não tem para onde recorrer mais ali [no STF]. Se eu for condenado, pronto, acabou, é ‘game over’. (…) Não aguento disputar uma eleição daqui a oito, dez anos. Não dá mais”, disse Bolsonaro ontem em entrevista ao UOL.
Bolsonaro sabe que será condenado pelos crimes de tentativa de golpe, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e danos ao patrimônio público.
Sabe também que (…) ao fim e ao cabo (…) a justiça manterá sua decisão. Ele continuará preso (…).
O fim da carreira do presidente mais acidental que o país já teve desde a redemocratização há 40 anos foi escrito quando Bolsonaro tornou-se réu pelos crimes aqui já mencionados.
Ao denunciá-lo, Paulo Gonet, Procurador-Geral da República observou:
“Quando um Presidente da República, que é a autoridade suprema das Forças Armadas, reúne a cúpula dessas Forças para expor planejamento minuciosamente concebido para romper com a ordem constitucional, tem-se ato de insurreição em curso”.
Ao aceitar a denúncia, o ministro Alexandre de Moraes decretou:
“Não é normal que o presidente que acabou de perder uma eleição se reúna com o comandante do Exército, o comandante da Marinha e o ministro da Defesa para tratar de uma minuta de golpe”.
Fonte: Metrópoles, Opinião, 15/05/2025 05:30 Por Ricardo Noblat
Mitomania delirante
“Tive muita conversa com o Trump. Tínhamos tudo para fazer um bom governo juntos. Ele queria a minha reeleição”, disse Bolsonaro ontem.
“Muita conversa com Trump”? Teria sido por telepatia?
“Fazer um governo juntos”? Trump anexaria o Brasil, no caso?
“Queria minha reeleição”? Para fazer o que com ela?
A icônica Mafalda e seu espetacular pai, Quino.
José Luis
“Mafalda
Protagonista das tiras cômicas de Quino, Mafalda é uma menina argentina que está sempre questionando a realidade. O sucesso da personagem perdura desde os anos 1960.
Mafalda é a famosa personagem de Quino, um autor argentino. Ela é uma menina questionadora que representa a liberdade de pensamento e de expressão, além da emancipação feminina. As tiras de Quino apresentam humor, ironia e refletem o contexto político e social argentino e mundial. Mafalda é um ícone da cultura argentina e conhecida em vários países.
Mafalda é a famosa personagem das tiras do escritor e desenhista argentino Quino.
O sucesso dessa questionadora personagem teve início na década de 1960.
Mafalda interage com personagens como Felipe, Miguelito, Manolito e Susanita.
A personagem Mafalda é um símbolo de liberdade e emancipação feminina.
História da Mafalda
Mafalda é uma famosa personagem do escritor e desenhista argentino Quino e foi criada em 1963. No entanto, foi em 29 de setembro de 1964 que a tira com a personagem foi publicada, pela primeira vez, no periódico Primera Plana. Mafalda é uma menina contestadora que todo o tempo questiona a realidade.
A personagem de Quino, segundo as pesquisadoras Raquel Cardonha Piacenti e Maria do Carmo Martins, está presente em cerca de 2000 tiras aproximadamente. Desse modo, participa de breves e diversas histórias que tratam do cotidiano da classe média argentina por meio do olhar atento dessa irônica menina.
O que a Mafalda representa?
Mafalda representa o pensamento crítico, bem como o poder de contestação feminino. Ela é um modelo para pessoas críticas, opinativas, irônicas e questionadoras. Assim, a personagem é símbolo da liberdade de pensamento e de expressão. Aliás, nas tiras de Quino, a sopa aparece como metáfora do autoritarismo, rejeitado pela personagem, que odeia sopa.
Importância da Mafalda
A personagem Mafalda tem uma importância política, já que é marcada pelo seu caráter contestador. A princípio, as ideias e os questionamentos da personagem estão relacionados ao contexto político e social argentino. No entanto, o sucesso de Mafalda em outros países mostra que tais questões ultrapassam fronteiras e se mostram universais.
Além disso, a personagem se tornou um ícone cultural, não só na Argentina como também no Brasil. Mafalda, ao longo de sua história, se manifestou acerca de várias temáticas, como a ditadura na América Latina, a Guerra do Vietnã e a Guerra Fria. Dessa forma, ela é uma representante da classe média, mas com pensamento crítico.
Quino é o apelido e pseudônimo do argentino Joaquín Salvador Lavado Tejón, o criador da Mafalda. Esse escritor e desenhista nasceu em 17 de julho de 1932, na cidade de Mendoza. Estudou na Escola de Belas Artes entre 1945 e 1949. Publicou sua primeira tira no periódico Esto es, em 1954; mas só experimentou o sucesso quando criou a personagem Mafalda, em 1963.
Com o golpe militar na Argentina, em 1976, foi embora para a Itália. Retornou ao seu país natal apenas em 1983, quando a democracia foi restabelecida no país. Durante sua vida, o escritor recebeu homenagens da Argentina, França e Espanha. O autor faleceu em 30 de setembro de 2020, em Mendoza.”
Fonte: Wikipédia