Bela Megale
O Globo
O ex-comandante do Exército Freire Gomes entrou na mira dos militares alinhados a Jair Bolsonaro. Fardados que são investigados por tentativa de um golpe de Estado passaram a defender, nos bastidores, que o general se omitiu ou prevaricou, ao participar da reunião com o ex-presidente, na qual foram discutidos detalhes de uma minuta que abriria possibilidade para uma intervenção.
Militares ligados a Bolsonaro passaram a encampar a tese de que a PF também precisa responsabilizar Freire Gomes. Eles afirmam que, como comandante de Força, o general tinha “responsabilidade institucional” de reportar às autoridades o que ocorria.
COMANDO PROTEGE – A avaliação desse grupo é que a cúpula do Exército protege o ex-comandante e que é preciso “jogar luz” sobre seu papel naquele momento. Para isso, uma das estratégias traçadas é que os militares investigados apontem, em depoimentos para a PF, o papel de Freire Gomes nos temas investigados.
Um deles é a reunião de Bolsonaro com os comandantes das Forças Armadas descrita pelo ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, no seu acordo de delação premiada.
Cid relatou que o único comandante que se prontificou a embarcar na aventura golpista com Bolsonaro foi o então chefe da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos.
ATAQUES ÀS URNAS – Os investigados também querem que a PF questione Freire Gomes sobre o papel que teve diante dos ataques à credibilidade das urnas feitos pelos militares que integraram a Comissão de Transparência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na ocasião, o ministro da Defesa era o general Paulo Sérgio Nogueira, que também está investigado pela Polícia Federal.
Outro tema abordado pelos militares alinhados a Bolsonaro é que a PF deveria elucidar com Freire Gomes porque ele não determinou a retirada do acampamento golpista da porta do quartel-general do Exército, em Brasília, após a derrota do ex-presidente.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não mais que de repente, Freire Gomes passa a ser a peça-chave das investigações, um mês depois de a Tribuna da Internet dar essa dica. Como se dizia antigamente, antes tarde do que nunca. (C.N.)
Adendos, em: https://www.facebook.com/share/p/Fqc5bBvrxhaJxMjg/?mibextid=oFDknk
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Ora, essa estratégia dos militares golpistas de incluir o general comandante do Exército no final do governo Bolsonaro, general Freire Gomes na cena do crime golpista, está fadada ao fracasso.
Quem deu a ordem para a continuidade dos acampamentos golpistas, na frente dos quartéis do Exército, foi o comandante em Chefe das Forças Armadas, o presidente da República.
Se o general Freire Gomes desse a ordem para desmobilizar os acampamentos, Bolsonaro iria exonerar Gomes do cargo e iria nomear o General Gaspar Theóphilo, aquele que pediu ao Cid para levar a Bolsonaro o recado: assina o Estado de Sítio, que coloco as tropas na rua. O primeiro preso seria Alexandre de Morais .
Outro sinal, da atitude republicana do general Freire Gomes, foi a contrariedade do golpista, general Braga Neto, que sobre Gomes assinalou:
Major Ailton bota a cabeça do Freire Gomes as feras, cagão, traidor, perturba a família dele. Tudo isso foi capturado na delação de Mauro Cid. Os fatos são muito graves.
Uma terceira, ação em defesa do general, Freire Gomes, foi o abaixo assinado, com a rubrica de coronéis da ativa para o comandante aderir a aventura golpista.
O general Freire Gomes, diante dessas apurações, da delação premiada do ten. Coronel Mauro Cid, se for chamado a depor, nem precisa da companhia de advogados, a sua inocência na trama golpista é uma sentença irrecorrivel.
Basta o general, contar tudo o que sabe e aí da não veio a tona. Seria nitroglicerina pura. Um conselho para generais e coronéis envolvidos até o pescoço na tentativa de golpe: não cutuque a onça que tem dentro do general Freire Gomes, com vara curta. O bote pode ser inevitável.
Em resposta a Renato.
Jamais “apoiei” esta declaração, Renato Galeno. Apenas “publiquei” que bolsonaristas apresentaram essa versão.
O que denunciei, com absoluta exclusividade, foi a participação dos “kid pretos”, que só passou a ser investigada após as revelações da Tribuna.
Peço-lhe a gentileza de parar de inventar histórias a meu respeito.
Atenciosamente,
CN