Silvio Almeida deve usar informações oficiais da CGU para armar sua defesa

Reprodução / Redes Sociais

Almeida e professor de Direito e sabe como fazer a defesa

Renata Varandas
da CNN

O ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, deve usar informações da Controladoria Geral da União (CGU) para se defender. O órgão — responsável por apurar denúncias de assédio moral e sexual dentro do governo — fez uma análise de todas as acusações de assédio sexual recebidas desde o início do governo Lula. Nenhum registro contra o Silvio Almeida foi encontrado.

A ordem para o “pente-fino” na Controladoria veio ainda no fim da semana. Outros canais do governo também foram consultados, mas nenhum registro de queixa foi encontrado.

COMITÊ DE ÉTICA – Em casos de apresentação de queixa de assédio contra ministros, a denúncia é recebida e analisada pela CGU. A conclusão é enviada para análise do Comitê de Ética Pública. Segundo o “Resolveu?”, painel público da CGU, só este ano já foram registradas 571 denúncias de assédio sexual em órgãos públicos federais.

Silvio Almeida foi demitido na última sexta-feira, um dia após o Me Too Brasil confirmar o recebimento de denúncias contra o então ministro, que nega todas as acusações.

A principal suposta vítima de assédio sexual é a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A Polícia Federal também acompanha o caso e deve ouvir o ex-ministro nos próximos dias.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A ministra Anielle Franco jamais formalizou queixa, mas informou a respeito a primeira-dama Janja da Silva, que é sua amiga pessoal, que então pressionou o presidente da República a demitir o ministro, sem lhe oferecer o direito de defesa. A queixa de Anielle Franco é inverossímil, porque indica que Silvio Almeida teria abusado dela na presença do diretor-geral da Polícia Federal, delegado Andrei Rodrigues, que estava sentado ao lado da ministra, numa reunião com outras oito autoridades, e ninguém notou nada de anormal, rigorosamente nada. Ao que parece, dona Janja levou o maridão a praticar uma tremenda injustiça, já que julgou, condenou e puniu o ministro sem lhe dar chance de defesa, baseado numa falsa denúncia. (C.N.)

Joe Biden é fotografado usando boné em em apoio a Trump como “gesto de união”

Biden aparece usando boné de Trump em foto viral - 11/09/2024 - Mundo -  Folha

Joe Biden verdadeiramente não tem medo do ridículo

Deu no g1

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi fotografado colocando um boné com apoio à candidatura de Donald Trump, nesta quarta-feira (11). A imagem foi registrada durante uma visita do democrata a um quartel dos bombeiros na Pensilvânia. A foto foi feita um dia depois do debate presidencial da ABC News, entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris. A imagem acabou viralizando nas redes sociais, principalmente entre eleitores republicanos.

O comitê de campanha de Trump compartilhou a foto e agradeceu o “apoio” de Joe Biden. “Kamala sofreu uma derrota tão feia ontem à noite que até Biden agora está apoiando o presidente Trump”, escreveu no Instagram.

BIDEN E KAMALA -Eleitores de Trump aproveitaram para compartilhar uma fala do republicano durante o debate, na qual ele afirmou que Biden odeia Kamala por ter sido pressionado a desistir da reeleição.

“Ela não recebeu votos [na convenção]. Biden teve 14 milhões de votos. Você quer falar sobre ameaça à democracia? Tiraram ele da corrida. Vou contar um segredo. Ele a odeia. Ele não a aguenta”, disse. Andrew Bates, um porta-voz da Casa Branca, justificou que Biden colocou o boné em um gesto de união. Segundo Bates, o presidente estava falando que o país precisava de uma união bipartidária nos moldes do que aconteceu após os atentados de 11 de setembro de 2001.

“Como gesto, ele deu um boné a um apoiador de Trump que disse que, no mesmo espírito, o presidente deveria colocar seu boné de Trump. Ele o usou brevemente”, disse o porta-voz em uma rede social.

APOIO A KAMALA – Joe Biden desistiu de disputar a reeleição em julho, após sofrer pressões de lideranças democratas, doadores e apoiadores. No dia do anúncio da desistência, ele anunciou apoio à candidatura de Kamala. O atual presidente também reforçou o apoio à democrata durante discurso na Convenção do Partido Democrata, em agosto.

Uma pesquisa feita pela rede de TV norte-americana CNN apontou que 63% dos eleitores acreditam que Kamala Harris teve um desempenho melhor no debate da ABC News. Trump foi mais bem visto por 37%. O jornal “The Washington Post” fez uma pesquisa qualitativa para ouvir a opinião de eleitores indecisos de estados decisivos.

A grande maioria — 23 dos 25 entrevistados — disse que Kamala foi melhor do que Trump no debate.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Vivemos uma Era de Decadência, como é comum na História e que antecede uma nova Era de Avanço. A política, no Brasil e no mundo, com raras exceções, é um covil de trapaceiros, irresponsáveis e aproveitadores. Lá na matriz USA virou bagunça, pois um presidente incentiva a invasão do Capitólio, morrem cinco pessoas, e ele ainda tem direito de concorrer a outro mandato. Aqui na filial Brazil, quando a gente vê os candidatos na televisão, dá uma depressão danada. A política parece uma disputa entre os piores cidadãos. Um horror. (C.N.)

Crise e medo na Venezuela causam nova leva de migração para o Brasil

no Norte do | OIM  Brasil

Operação Acolhida dá aos venezuelanos um novo começo

Mayara Paixão
Folha

Movimento Acolhida prepara plano de contingência e cria novas vagas em abrigos; imigrantes relatam falta de esperança. O toldo que cobre a grade de ferro em zigue-zague para organizar as filas já não dá conta de abrigar os imigrantes da Venezuela que chegam à pequena cidade de Pacaraima, em Roraima, em busca de uma nova vida no Brasil.

Após a contestada reeleição de Nicolás Maduro em 28 de julho, seguida de uma forte onda de repressão, esse fluxo de venezuelanos começa a crescer. E quem chega com seus poucos pertences após horas de viagem em ônibus descreve, com cada vez mais frequência, uma relação direta entre a permanência do ditador no poder e a decisão de emigrar.

MÉDIA ALTA – As semanas que sucederam a eleição fizeram a média de 300 imigrantes que chegavam diariamente ao Brasil dar lugar a cifras que se aproximam das 600 travessias diárias. O ápice foi registrado em 26 de agosto: mais de 740 cruzaram a fronteira naquela segunda.

Foi naquele dia que o casal Jeferson Barreto, 24, e Natali Rodríguez, 25, atravessou a divisa carregando a filha, Cloe, de 1 ano. Uma semana depois, em 2 de setembro, quando a reportagem chegou ao extremo de Pacaraima, eles ainda estavam na fronteira.

O aumento do fluxo fez com que os processos de emissão de documentos para os imigrantes, como CPF e carteirinhas do SUS e de vacinação, passasse da média de um dia para ao menos cinco dias.

VACINAS OBRIGATÓRIAS – A demanda escalou, e em alguns momentos faltaram imunizantes. As vacinas contra febre amarela, tríplice viral, hepatite B e Covid, além da dupla adulto (difteria e tétano), são obrigatórias. “Viemos pela situação da Venezuela. Não há trabalho e, se você consegue um, é para ganhar US$ 20 [R$ 280], o que não te serve para muito”, diz Jeferson, que saiu com a família de Ciudad Bolívar, no sudeste venezuelano. “A esperança era de que ele [Maduro] saísse, mas não.”

Um tio de 49 anos de Jeferson foi preso após sair para comprar cigarros quando eram anunciados os resultados oficiais da eleição e os protestos começaram no país. “Ele estava abrindo a porta de casa e o levaram dizendo que estava protestando. Foi acusado de terrorismo. Minha família não pôde nem falar com ele”, afirma o sobrinho.

Antevendo um aumento no fluxo, a Operação Acolhida, força-tarefa do governo brasileiro e da ONU que desde 2018 cuida dos abrigos públicos que recebem esses migrantes, está reativando o abrigo 13 de Setembro, antes fechado, e ampliando sua capacidade de 200 para 500 vagas, relatam militares à reportagem em Boa Vista. Hoje, a operação acolhe 6.200 imigrantes em seis de seus abrigos, sendo dois deles destinados a indígenas. A capacidade é de 8.000.

NA FILA – Sentada no meio-fio ao lado dos filhos Joseph, 8, e Leanne, 3, que usam mochilas estampadas com personagens de desenho animado, Loanny Cardiero, 35, cuida das crianças enquanto o marido ocupa um lugar na fila. “Tudo está lento, há muita gente.”

Por que vieram agora? “Estávamos esperando e apostando numa mudança… Votamos. Mas nos roubaram o voto. Não é que perdemos: eles nos roubaram”, diz ela, que afirma ter votado em Edmundo González, opositor que se asilou na Espanha após se tornar alvo de um mandado de prisão da Justiça venezuelana, cooptada pelo chavismo. “Às vezes os próprios vizinhos denunciavam os outros, diziam que tinham ido às marchas da oposição, que eram ‘guarimbeiros'”, segue Loanny, usando o termo com que o regime se refere a opositores. “Nos colocam como inimigos e somos hostilizados.”

“Pensamos: vamos aguentando. Mas não podemos seguir lutando e ‘meio sobrevivendo’. Nós somos adultos, mas não podemos colocar eles [os filhos] nessa situação.” A caçula de Loanny tem epilepsia. O primogênito, um sopro no coração. O Brasil também é para essa família uma esperança de acesso ao sistema de saúde.

PF ouve, sob sigilo, suposta vítima de nova denúncia contra Silvio Almeida

Silvio Almeida está sendo fritado sem que o govern... | VEJA

Até agora, nenhuma denúncia concreta contra Almeida

Bela Megale
O Globo

A Polícia Federal ouviu, nesta terça-feira, uma nova denúncia de assédio sexual contra ex-ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida. A suposta vítima falou aos investigadores sobre o episódio na investigação preliminar aberta sobre o caso. Agora, a PF vai submeter essa apuração preliminar ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a corte se manifeste sobre a competência do caso, já que a jurisprudência sobre o foro não é tema pacífico. O foco dos investigadores é evitar qualquer possível nulidade.

Se o STF bater o martelo e confirmar que a ação vai tramitar na corte, a PF transformará a investigação preliminar sobre Almeida em inquérito.

AS DENÚNCIAS – Na semana passada, o movimento Me Too Brasil, que presta apoio a vítimas de violência sexual, informou que recebeu denúncias de assédio envolvendo Silvio Almeida, que nega as acusações.

Entre os alvos estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A informação sobre as denúncias foi antecipada pelo site “Metrópoles”. Anielle confirmou em reunião com o presidente Lula que foi alvo de importunação sexual por parte do colega de Esplanada.

Diante dos fatos, a PF abriu uma investigação preliminar e enviou um ofício à organização Me Too, à Corregedoria-Geral da União (CGU) e à Advocacia-Geral da União (AGU) solicitando informações sobre as denúncias de assédio sexual envolvendo o ex-ministro dos Direitos Humanos. A denúncia culminou na demissão de Almeida.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Vamos ver o que diz essa segunda denunciante, pois a acusação da ministra Anielle Franco é cheia de furos, não pode ser levada a sério. Uma investigação criteriosa desmonta em poucos minutos a narrativa da irmã de Marielle Franco. Por enquanto, é só conversa fiada. Manter sob sigilo as investigações é impedir que haja ampla defesa de Silvio Almeida. Quando houver alguma acusação criteriosa, podem deixar que a gente avisa. (C.N.)

Supremo se preocupa mais com anistia a Bolsonaro do que com impeachment

Anistia - Charge do desenhista Solda - Disciplina - HistóriaVera Rosa
Estadão

Sob o argumento de que é preciso conceder anistia aos condenados pelos ataques do 8 de janeiro de 2023, aliados de Jair Bolsonaro se movimentam para tentar derrubar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que julgou o ex-presidente inelegível até 2030. É este o pano de fundo da polêmica sobre o perdão a quem praticou atos golpistas, simultaneamente ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

A menos de um mês das eleições para as prefeituras e na esteira de uma acirrada disputa pela presidência da Câmara, o projeto de lei que prevê a anistia aos presos do 8 de janeiro virou instrumento de barganha política e de “lacração” nas redes sociais.

COMISSÃO DE JUSTIÇA – Uma sessão desse teatro ocorreu na terça-feira, dia 10, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Diante de uma reprodução do famoso quadro de Rafael Falco “Tiradentes ante o carrasco” – que, pendurado na sala da CCJ, mostra o mártir da Independência Mineira recebendo a veste que usaria em sua execução –, bolsonaristas tentaram de todo jeito votar o projeto da anistia.

Mas questões de ordem para lá e para cá, manobras de obstrução e um bate-boca sem fim entre apoiadores de Bolsonaro e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabaram barrando o avanço da proposta.

Antes, o deputado Patrus Ananias (PT-MG) tentou encaixar, fora da pauta daquela reunião, a análise de um projeto que aumenta as penas para quem comete crimes ambientais, sob a justificativa de que mais da metade do País está pegando fogo. Foi prontamente rechaçado. Em tom de deboche, integrantes da oposição cantarolaram “Salve a Amazônia, salve a Amazônia!”.

DEMOCRACIA??? – Munido de uma foto que associava o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, a incêndios, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) disse ali, em outro momento da discussão, que a esquerda não tinha “envergadura moral” para falar em democracia.

“Lave a sua boca para dizer que deputado de direita não respeita a democracia”, gritou Nikolas, dirigindo-se à deputada Erika Kokay (PT-DF). “O seu presidente recebeu de tapete vermelho o Nicolás Maduro”, completou ele, numa referência à recepção oferecida por Lula ao ditador da Venezuela, em maio do ano passado. Perto do colega, o deputado Sanderson (PL-RS) ironizou: “Viva Maduro e a Venezuela!”

Depois de quase três horas de gritos, vaias e troca de insultos, os governistas conseguiram adiar a votação. “Isso aqui não é terreiro de briga de galo, não”, protestou o líder do governo, José Guimarães (PT-CE). “Vamos deixar essa discussão para depois das eleições até para estabelecer uma convivência mínima entre nós, e não fazer da nossa relação uma praça de xingamento.”

BOLSONARISTAS – Na plateia havia parentes de presos do 8 de janeiro, pessoas enroladas na bandeira do Brasil e outras segurando cartazes que pediam anistia. Entre elas, Jane Duarte, a viúva de Cleriston Pereira da Cunha, empresário que morreu na Papuda, em novembro.

“Aqui não estão preocupados com bagrinhos condenados”, disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). “Querem é fazer desse projeto de anistia um terceiro turno de eleição indireta para resgatar Bolsonaro.”

Para obter o aval do PL à candidatura de Hugo Motta (Republicanos) na eleição que vai escolher o sucessor do presidente da Câmara, Arthur Lira, o PP patrocinou uma manobra na Comissão de Constituição e Justiça. Antes do início da sessão, o partido de Lira trocou deputados que votariam contra a anistia.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Bem, esta foi apenas a primeira batalha. Muitas outras vão ocorrer. Podem comprar muita pipoca. (C.N.)

Moraes pune 20 milhões de brasileiros que não cometeram nenhum crime

X é bloqueado no Brasil após Musk descumprir decisão de Moraes | Jornal Tradição Regional

Moraes não entende que puniu também os usuários do X

J.R. Guzzo
Estadão

Os principais acusados no caso X por Mores já estavam punidos e silenciados, mas o ministro fez questão de “condenar” outros 20 milhões de brasileiros que usavam as redes dentro da lei e da ordem.

A história oficial do Brasil de hoje, narrada, revisada e aprovada pelo STF, registra que, no final do mês de agosto de 2024, a plataforma X foi expulsa do país por desobedecer a ordens judiciais. Também se recusava a cumprir as leis que obrigam todas as empresas estrangeiras a manter um representante no Brasil, segundo consta em sua bula de excomunhão.0

Mais que tudo, sempre segundo a versão ora em vigor, era uma operação tóxica que se valia da liberdade de expressão para espalhar notícias falsas, calúnias, desinformação, discurso do ódio e ataques às instituições.

OS PUNIDOS -A história contada com apoio nos fatos registra os mesmos eventos sob um outro prisma. No final de agosto de 2024, por decisão individual de um ministro do STF, 20 milhões de cidadãos brasileiros foram proibidos de escrever e de ler mensagens no X. Não eram parte da demanda judicial que envolvia a plataforma. Não tinham usado a rede para espalhar nenhuma notícia falsa, calúnia, desinformação etc. etc. etc. Não estavam indiciados em nenhum inquérito – e não foi por falta de inquérito, pois o ministro Alexandre de Moraes tem pelo menos uns dez em andamento, com todos os acusados que quis incluir.

Nenhum dos indiciados pelo ministro pode publicar uma única sílaba no X, ou em qualquer rede social da qual seus perfis estão banidos. Aliás, se alguém divulgar qualquer notícia falsa etc. etc. etc., em qualquer lugar, vai ser bloqueado também. O empresário Elon Musk, dono do X, vai continuar usando a rede para falar o que quiser a seus outros 500 milhões de usuários. Feitas todas as contas, o que realmente se tem de prático é que 20 milhões de brasileiros não podem mais dizer ou ouvir nada na maior rede social que havia no País.

CONTRA A DEMOCRACIA – A história do STF, sustentada pelos fiéis de sua religião, diz que as redes sociais, a começar pelo X, são um instrumento da extrema direita para destruir a democracia no Brasil. A história segundo os fatos diz que crimes cometidos através da liberdade de expressão, da calúnia à injúria, do racismo à pregação da derrubada do Estado de Direito, são punidos pelas leis em vigor no país.

Quem não faz nada disso perdeu o direito de usar o X por atos cometidos por outros – os descritos acima e todos os que o ministro considera “antidemocráticos” e inclui nos seus inquéritos.

Os brasileiros que o Supremo acusa de transgressão têm seus perfis derrubados, sofrem bloqueio de contas bancárias, são alvo de pedidos de extradição à Interpol e de mais tudo o que o STF, PF, MP etc. podem jogar em cima deles. Já estão punidos e silenciados; não são eles o problema. O problema eram os outros 20 milhões. Pelo visto, não são mais.

Kamala conseguiu encurralar Trump, mas ele diz que foi vencedor do debate

EUA. Kamala 'encostou' Trump à parede no 1.º debate entre os candidatos

Trump chamou Kamala de marxista e ela deu uma risada

Patrícia Campos Mello
Folha

Na categoria previsões furadas, o governador da Flórida, o republicano Ron De Santis, caprichou. De Santis previu no X (antigo Twitter) como seria o desempenho da democrata Kamala Harris no debate da noite desta terça-feira (10) com o republicano Donald Trump: “Serão 90 minutos de saladas de palavras temperadas com platitudes”, disse, referindo-se à dificuldade de Kamala de exprimir ideias em poucas palavras e sua tendência de perder o foco.

Nada mais distante da realidade. No debate, Kamala surpreendeu até os democratas mais otimistas. Após a entrevista anódina e cheia de clichês que a candidata concedeu ao lado do vice Tim Walz à CNN, a campanha estava receosa. Mas Kamala conseguiu tirar Trump do sério inúmeras vezes e cunhou frases memoráveis, enquanto mostrou seu amplo domínio sobre diversos temas e se apresentou ao público americano.

CONHECER KAMALA – Esse era um dos maiores desafios para a vice-presidente. A democrata precisava mostrar a que veio. Segundo a última pesquisa Siena-New York Times, 28% dos eleitores diziam que precisam saber mais sobre Kamala —e apenas 9% afirmavam isso sobre Trump.

Trump tinha muito menos a perder na contenda. Já se esperava que o republicano fosse caótico e agressivo. Ninguém realmente acreditava que Trump seria disciplinado e se ateria a criticar as políticas que são flancos dos democratas, como o descontrole na imigração e a inflação.

Mesmo com todas essas expectativas reduzidas, Trump decepcionou. O republicano caiu em todas as cascas de banana e ficou a maior parte do tempo na defensiva. Quando Kamala disse que as pessoas vão embora cedo dos comícios de Trump porque ficam “exaustas e entediadas” com as conversas intermináveis sobre “personagens ficcionais como Hannibal Lecter” e “moinhos de vento que causam câncer”, o republicano não se segurou. “As pessoas não vão embora dos meus comícios, nós temos os maiores comícios da história da política”, protestou.

OS IMIGRANTES – O republicano reiterou seu alarmismo xenófobo recorrendo a hipérboles de milhões de imigrantes saindo de prisões e manicômios e levando o crime para os EUA. E insistiu até na teoria da conspiração de que imigrantes haitianos (que estão no país legalmente, aliás) estariam degolando e comendo gatos e patos em Springfield, no estado de Ohio, mentira lunática espalhada por seu vice, J.D. Vance. “Eles estão comendo os cachorros, estão comendo os gatos”, disse Trump.

Para quem queria se livrar da pecha de “esquisitos” que os democratas tentam colar na chapa republicana, não pareceu muito estratégico. Como disse um consultor republicano ao site Politico: “Ela amassou ele. Ele não estava preparado e ficou divagando.”

Kamala teve bons momentos ao falar de forma enérgica sobre o que batizou de “vetos de Trump” ao aborto, referindo-se a estados que restringiram o acesso ao procedimento após a Suprema Corte reverter Roe vs Wade, e descrever mulheres vítimas de estupro e incesto que seriam obrigadas a manter gestações. “Donald Trump não deveria dizer o que as mulheres podem fazer com seus corpos”, disse Kamala.

PUTIN EM KIEV – Também marcante foi o momento em que afirmou que, se Trump fosse presidente, o autocrata russo Vladimir Putin “estaria, neste momento, sentado em Kiev [a capital da Ucrânia]”. E após Trump se recusar, mais uma vez, a admitir a derrota para Joe Biden na eleição de 2020, a candidata democrata afirmou: “Donald Trump foi demitido por 81 milhões de pessoas, mas ainda está com dificuldade de entender isso.”

Trump não passa recibo. Da mesma maneira que faz com as eleições, quando ele perde um debate, fala que “foi roubado”. Sua campanha disse que eram 3 contra 1 (os dois âncoras, David Muir e Linsey Davis, além de Kamala, contra Trump).

Na verdade, Muir e Davis foram os grandes heróis do debate. Para desespero de Trump e estrategistas republicanos, fizeram intervenções pontuais e necessárias para corrigir as mentiras mais gritantes do republicano. Davis corrigiu a declaração falsa de Trump de que alguns estados permitem a morte de um bebê após o nascimento. E Muir afirmou que o administrador da cidade de Ohio desmentiu a fake news de pessoas comendo gatos.

EMPATE ETERNO – Infelizmente para os democratas, o triunfo de Kamala no debate pode não fazer muita diferença na disputa por votos. Segundo a maior parte das médias de pesquisas, Kamala está de um a três pontos à frente de Trump nos levantamentos nacionais, e os dois estão praticamente empatados em estados pêndulo.

Considerando o funcionamento do colégio eleitoral americano, para vencer, a candidata democrata precisa estar alguns pontos à frente nas pesquisas nacionais. As últimas pesquisas têm assustado estrategistas democratas, que esperavam uma alta por causa da convenção democrata. Não apenas não houve avanço de Kamala nos levantamentos, como ela parece ter estagnado.

E os eleitores de Trump, como ele mesmo deu a entender, são impermeáveis a gafes ou atrocidades. “Eu poderia ficar de pé no meio da Quinta Avenida e atirar em alguém, e mesmo assim não perderia nenhum voto”, afirmou certa vez.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Será uma eleição eletrizante. Trump comemorou, dizendo que foi seu melhor debate. Mas pouco significa. Em 2016, Hillary Clinton fez três debates com Trump. Segundo pesquisas na época, ela teria vencido os três. Mesmo assim, perdeu a eleição. (C.N.)

Lembrando uma bela canção de protesto de Marcos e Paulo Sérgio Valle

Os irmãos Marcos e Paulo Valle são os Donos da Música - Rede E

Paulo Sérgio e Marcos, irmãos e parceiros

Paulo Peres
Poemas & Canções 

O cantor, instrumentista, arranjador e compositor carioca Marcos Kostenbader Valle e seu irmão Paulo Sérgio retratam na letra de “Terra de Ninguém”, onde a submissão, a injustiça, o sofimento, a luta, a fé e a esperança que o nordestino carrega em busca de um pedaço de terra para plantar, porque “Quem trabalha é que tem / Direito de viver / Pois a terra é de ninguém”, condições estas que, historica e politicamente, originaram os Sem-Terra atuais. Esta bossa-nova foi gravada por Elis Regina e Jair Rodrigues no LP Dois Na Bossa, em 1964, pela Philips .

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TERRA DE NINGUÉM
Marcos e Paulo Sérgio Valle

Segue nessa marcha triste
Seu caminho aflito
Leva só saudade
E a injustiça que só lhe foi feita
Desde que nasceu
Pelo mundo inteiro
Que nada lhe deu

Anda, teu caminho é longo
Cheio de incerteza
Tudo é só pobreza
Tudo é só tristeza
Tudo é terra morta
Onde a terra é boa
O senhor é dono
Não deixa passar.

Para no final da tarde
Tomba já cansado
Cai um nordestino
Reza uma oração
Prá voltar um dia
E criar coragem
Prá poder lutar
Pelo que é seu.

Mas…
O dia vai chegar
Que o mundo vai saber
Não se vive sem se dar
Quem trabalha é que tem
Direito de viver
Pois a terra é de ninguém

Anistia pelo 8 de janeiro é a principal arma da Congresso contra o Supremo

Anistia | Charge | Notícias do dia

Charge do Frank (Arquivo Google)

William Waack
CNN Brasil

Nem impeachment de ministro do Supremo nem leis para alterar decisões tomadas por esse tribunal. O principal movimento do Legislativo em relação ao Judiciário está no projeto de lei que visa anistiar os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. Esse projeto conta com apoio político no Congresso e tem chances de ser votado na Câmara nos próximos dias, ao contrário do impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e de outras medidas.

A questão é mais abrangente do que simplesmente anistiar aqueles que participaram dos atos violentos na Praça dos Três Poderes. Os atos golpistas, como ficaram conhecidos, foram uma forma de insurreição que foi, em parte, dirigida, financiada, organizada e resultante de um movimento destinado a contestar o resultado de uma eleição democrática.

SEM JULGAMENTO – Um grande número de participantes do quebra-quebra foi condenado a penas de até 17 anos de prisão, enquanto os mandantes e dirigentes ainda não enfrentaram condenações. Até o momento, as investigações não concluíram qual foi o papel e o grau de envolvimento direto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesses eventos.

O processo legal, cujas falhas têm sido reiteradamente criticadas por vozes que pedem o fim do Supremo, continua em andamento. Contudo, o argumento pela anistia é predominantemente político e não jurídico.

Os autores do projeto de lei argumentam que a anistia circunscrita aos eventos de 8 de janeiro serviria para pacificar.

CLAMOR POPULAR – Muitos no Legislativo desejam explorar o que chamam de clamor popular contra o Supremo, surgido por diversos motivos.

De fato, quer se queira ou não, o STF está no centro do turbilhão político. E, com o interminável inquérito das fake news e o julgamento dos eventos de 8 de janeiro, o tribunal não sairá desse turbilhão tão cedo.

A ideia de qualquer tipo de anistia parece improvável. Assim, enfrentamos mais um impasse institucional.

Supremo despreza constitucionalidade em favor da “conveniência” do governo

Sei distinguir o papel de um juiz e de um político', diz Flávio Dino

Dino fez um bom trabalho que os três poderes estragaram

Carlos Andreazza
Estadão

O Supremo decide e vai à mesa. O tribunal constitucional cujas determinações servem à acomodação posterior. Uma decisão impecável — como a de Flavio Dino sobre a corrupção das emendas parlamentares, chancelada em plenário — é convertida em corda esticada para que tratativas de ordem política produzam-distribuam concessões e conchavos.

É o STF quem cede. O vício do descomedimento a multiplicar senadores togados — uma manifestação primorosa sob a desconfiança de ser obra de líder do governo no STF. A Corte é que decide para, então, sentar e conversar — e pactuar. Recuar. Afrouxar. Lavar as mãos.

NADA MUDA – Talvez mesmo piore. Mais emendas impositivas? Sempre se pode constitucionalizar desequilíbrio adicional à República, aos poucos incorporado o parlamentarismo orçamentário. A decisão firme, nos autos, no entanto pautadora de acordo, que gerou nota, uma carta de intenções — acordo que enfraquecerá o formalmente decidido.

Declara a nota: “Firmou-se o consenso de que as emendas parlamentares deverão respeitar critérios de transparência, rastreabilidade e correção”.

Esse consenso foi firmado pela Constituição, sob os princípios que fundamentariam as disposições de Dino. Princípios que, materializados em decisões do Supremo em 2021 e 2022, Parlamento — sob Lira e Pacheco — e governo (Bolsonaro e Lula) já desrespeitaram. A mesa está posta, pelo STF, para que desrespeitem novamente.

INVERSÃO DE VALORES – O Supremo decide — exerce o controle de constitucionalidade — e convida para o almoço. Decide e subordina sua atividade à linguagem da conciliação circunstancial. Adotada a inversão de valores, O STF só se enfraquece.

O exercício do controle de constitucionalidade a serviço da negociação política. Do controle de conveniência. O problema maior não estando na formação de 2 x 1, e sim em o STF compor com (para) os interesses do governo; em criar melhores condições para uma parte comerciar.

O Supremo agente político que se enfraquece é o que terá — já tem — suas decisões burladas.

AS EMENDAS – O grande lance, o que importa ao Lirão, é a garantia de manutenção de seus fundos orçamentários e a transição-evolução das emendas de comissão, superfície corrente para a dinâmica do orçamento secreto. A carta-retrocesso não fala, por exemplo, em identificação dos padrinhos das emendas.

O acordo estabelece que Parlamento e Planalto se acertem — o Supremo abençoa. Têm se acertado desde 2022. Aceita-se entregar os anéis das emendas Pix dando-lhes objeto.

Depois do almoço, é feita a cama para o arranjo-partilha que encontrará, no corpo da LDO ainda aberta, a nova superfície — ou a superfície adaptada — para que a operação do orçamento secreto, ininterrupta desde 2019, continue em 2025.

Vem PEC aí.

 AGU recorre contra a decisão que pode beneficiar Bolsonaro no caso das joias

Tribuna da Internet | Sob o signo da Liberdade

Charge do Spacca (Arquivo Google)

Rayssa Motta
Estadão

A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com recurso no Tribunal de Contas da União (TCU) para tentar reverter o resultado do julgamento que abriu margem para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ser poupado no caso das joias sauditas. Bolsonaro é acusado pela Polícia Federal de desviar joias e relógios de luxo da Presidência avaliados em R$ 6,8 milhões. O escândalo das joias foi revelado pelo Estadão em março do ano passado.

Os ministros do Tribunal de Contas decidiram, por maioria de votos, que a Corte não pode obrigar os presidentes a devolverem presentes recebidos no exercício do mandato até que o Congresso aprove uma lei específica que reconheça esses itens como bens públicos.

ALEGA A AGU – Em recurso enviado na sexta-feira, dia 6, a AGU argumenta que o posicionamento do TCU viola o interesse público, afronta os princípios da razoabilidade e da moralidade administrativa e compromete o patrimônio da União.

A Advocacia-Geral da União afirma que o TCU contrariou um entendimento que havia sido firmado pelo próprio tribunal em 2016. Na ocasião, os ministros definiram que, ao deixar o cargo, os presidentes só podem ficar com “itens personalíssimos” e todos os outros presentes recebidos na qualidade de chefe de Estado devem ser incorporados ao acervo da União.

O recurso menciona o artigo 20 da Constituição Federal, que prevê que “são bens da União os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos”. “Nessa lista, portanto, figurariam os presentes entregues aos chefes de Estado durante eventos diplomáticos, visitas oficiais ou quaisquer outras circunstâncias similares”, argumenta a AGU.

EFEITO CASCATA – Os advogados que representam o governo Lula também alertam para o risco de um efeito cascata, ou seja, de outros ex-presidentes requisitarem presentes que tiveram que devolver ao patrimônio da União.

A defesa de Bolsonaro se apoia na decisão do TCU para pedir o arquivamento do inquérito das joias. Os advogados argumentam que, por “isonomia”, o Tribunal de Contas da União deve reconhecer que o ex-presidente não cometeu irregularidade ao ficar com os presentes.

Ou seja, pedem que a mesma interpretação deve prevalecer tanto na esfera administrativa quanto na seara penal.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGO nome que se dá a essa situação é altamente significativo – insegurança jurídica. A esculhambação interpretativa chegou a tal ponto que ninguém agora sabe que leis e jurisprudências devem ser obedecidas. Veja-se o caso da “presunção de culpa”. Depois que Alexandre de Moraes criou esse retrocesso doutrinário junto com Benedito Gonçalves, para cassar Deltan Dallagnol, qualquer maluquice pode ser permitida. (C.N.)

Nova ministra de Lula teve os bens bloqueados em ações de improbidade

Quem é Macaé Evaristo? Conheça a nova ministra dos Direitos Humanos | O  Tempo

Nova ministra era da equipe de Pimentel, o corrupto

Artur Búrigo
Folha

A deputada estadual Macaé Evaristo (PT-MG), nova ministra dos Direitos Humanos do governo Lula (PT), assinou em 2022 um acordo de R$ 10,4 mil com o MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais) para encerrar um conjunto de ações de improbidade administrativa. A reportagem encontrou ao menos 13 processos que se referem ao seu período como secretária estadual de Educação do governo Fernando Pimentel (PT), de 2015 a 2018. As ações da Promotoria investigavam a aquisição de carteiras escolares durante o período de Macaé à frente da pasta.

Procurada, a assessoria da deputada afirmou que, enquanto foi secretária estadual, foram realizadas licitações para a compra de mobiliário e kits escolares, que posteriormente foram alvo de investigações do Ministério Público. Ela ainda afirmou que cumpriu todas as obrigações impostas no acordo.

BLOQUEIO DE BENS – Em uma das decisões antes de celebrado o acordo, o juiz Rogério Santos Araujo Abreu, da 5ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte, determinou o bloqueio de bens de Macaé e das empresas envolvidas. Ele também afirmou que havia “prova satisfatória de que houve o superfaturamento no contrato para aquisição de carteiras escolares” para todo o estado.

Diferentemente do que ocorre na esfera criminal, as ações de improbidade não visam a prisão, mas sim o ressarcimento de recursos públicos e sanções, como a perda de função pública. Esses processos abordam, entre outros casos, situações de dano ao erário e de violação dos princípios da administração pública.

O promotor Leonardo Barbabela afirmou que o acordo cumpriu aos critérios de artigo da lei de atos de improbidade administrativa, que prevê “considerar a personalidade do agente, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público, da rápida solução do caso”.

R$ 10 MIL – O valor de R$ 10.440,45 previsto pelo acordo referia-se à remuneração de Macaé como secretária e foi destinado ao fundo estadual do MP-MG. Procurada, a Promotoria confirmou o acordo, mas não quis comentá-lo.

“Esses processos pelos quais respondi resultaram na celebração de acordos para resolução célere e eficiente sobre questões ligadas à administração pública. Destaco ainda que sempre colaborei com a Justiça de forma engajada, reafirmando meu compromisso com a transparência, responsabilidade e defesa do interesse público”, disse Macaé Evaristo, em nota.

Com o acordo de não persecução civil assinado com a Promotoria, os processos contra ela foram extintos e os recursos antes apreendidos foram disponibilizados à ré.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGA nova ministra foi uma decisão acertada de Lula, pois está no padrão de um governante ex-presidiário. Ela foi da equipe do governo do petista Fernando Pimentel, que quase levou Minas Gerais às ruínas. (C.N.) 

Justiça condena o governo a indenizar Bolsonaro e Michelle por danos morais

Lula passa réveillon com Janja e filhos em hotel de Brasília; veja como foi

Lula e Janja não economizam no cartão corporativo dele…

Elijonas Maia
da CNN

Em janeiro do ano passado, durante uma coletiva de imprensa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse a jornalistas que “antigos ocupantes da residência oficial teriam ‘levado’ e ‘sumido’ com 83 móveis”. Agora, o governo está sendo obrigado a indenizar Bolsonaro e Michelle, e a Justiça destaca no processo que as falas “alcançaram grande repercussão na mídia nacional e internacional, acarretando mácula à sua imagem e reputação do casal”.

“Dessa maneira, à luz da subsequente comprovação de que os itens em referência sempre estiveram sob guarda da União durante todo o período indicado, entendo configurado dano à honra objetiva e subjetiva da requerente”, complementou o juiz federal Diego Câmara, em decisão assinada nesta segunda-feira (9).

TUDO COMPROVADO – A defesa do ex-presidente declarou no processo que o casal Bolsonaro optou por usar seus móveis pessoais no palácio e que a mobília pertencente ao acervo federal ficou em um depósito, o que ficou comprovado posteriormente pela União. Mas no “Café da Manhã com Presidente”, Lula afirmou, à época, que Bolsonaro e Michelle “levaram tudo”.

O juiz afirmou ainda que os comentários do atual presidente foram além do “direito de crítica” ao sugerirem o envolvimento de seus adversários “em desvio de móveis do palácio presidencial que, conforme apurado, sequer ocorreu”.

A CNN procurou o Palácio do Planalto e a Advocacia-Geral da União para comentarem a decisão. A AGU informou que vai recorrer da decisão.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Quem deveria ser condenado não é o governo, mas Lula e sua senhora, individualmente. Na matéria faltou dizer que Janja da Silva, após fazer um escândalo na época, passou a mão no cartão corporativo do maridão e comprou os móveis mais caros que encontrou à venda no sofisticado comércio de Brasília, a cidade com população de maior poder aquisitivo do país. Gente fina é outra coisa. (C.N.)

Quem é Macaé Evaristo, nova ministra  dos Direitos Humanos do governo Lula

O presidente Lula e a deputada Macaé Evaristo, convidada para assumir o Ministério dos Direitos Humanos

Macaé é sobrinha da escritora mineira Conceição Evaristo

Rayanderson Guerra
Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu a deputada estadual do PT de Minas Gerais Macaé Evaristo para assumir o Ministério dos Direitos Humanos. A parlamentar mineira entra para o governo após o chefe do Executivo demitir o advogado Silvio Almeida, envolvido em acusações de assédio sexual.

Mineira de São Gonçalo do Pará, no centro-oeste mineiro, Macaé Maria Evaristo dos Santos tem 59 anos, é formada em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) e mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

ELEITA DEPUTADA – Atualmente, exercia o primeiro mandato de deputada estadual na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) após dois anos como vereadora de Belo Horizonte. Foi eleita em 2020 para a Câmara Municipal, e em 2022, para a Assembleia. Com um histórico de atuação na área da educação, Macaé Evaristo foi a primeira mulher negra a ocupar os cargos de secretária municipal da capital mineira, entre 2005 e 2012, e do Estado, entre 2015 e 2018, nas gestões de Fernando Pimentel (PT) e Marcio Lacerda (PSB).

Entre 2013 e 2014, foi titular da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (MEC) durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Coordenou a implantação de programas de inclusão de indígenas na rede municipal de Belo Horizonte e as cotas para ingresso de estudantes de escolas públicas, negros e indígenas no ensino superior, quando esteve no governo federal.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Foi escolhida para o cargo exclusivamente por ser negra. Seu perfil era mais adequado para o Ministério da Educação. Mas quem se interessa? Depois que um general intendente virou ministro da Saúde, em plena pandemia, tudo pode acontecer na administração deste estranho país. (C.N.)

Briga entre Marçal e Malafaia é muito antiga e já teve até pedido de perdão

Malafaia: “Marçal mente ao dizer que foi recusado no carro de som” | Metrópoles

Marçal e Malafaia, dois perdidos numa política suja

Anna Virginia Balloussier
São Paulo

Em vídeo compartilhado em maio de 2022, Pablo Marçal fez uma promessa ao pastor Silas Malafaia que não conseguiu cumprir: “Nunca mais vou ser um problema na sua vida”.Os dois hoje travam uma briga que começou na avenida Paulista, no feriado da Independência, e se estendeu à lona virtual. Marçal, pré-candidato do PRTB a prefeito de São Paulo, disse que tentou entrar no trio elétrico onde Jair Bolsonaro (PL) e aliados estavam neste 7 de setembro, mas foi barrado.

Coordenador do ato, o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo o acusou de ser um “safado” que quis “lacrar em cima de mim”. Afirmou à Folha no dia: os discursos já haviam acabado, ninguém mais subiria depois disso. Marçal que tivesse chegado mais cedo, como fizeram dois oponentes no pleito municipal, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e a candidata Marina Helena (Novo).

MAIS ATAQUES – Malafaia voltou à carga em novo vídeo, divulgado nesta segunda (9). Marçal “não é vítima, é lacrador, é mentiroso, manipulador”, diz. Afirma ainda que Bolsonaro havia convocado “todos os candidatos a prefeito”, mas que o ex-coach só chegou depois do fim, daí ser impedido de subir.

Malafaia sugere que Marçal não quis correr o risco de se indispor com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) tido como inimigo maior dos bolsonaristas. “Ele, que usa com tanta força as redes sociais, por que não usou com força para convocar o povo para o 7 de setembro? Quer a resposta? Porque ele sabia que lá nós íamos pedir o impeachment de Alexandre de Moraes. Ou ele tem acordo ou tem medo.”

Pastor e ex-coach já haviam se desentendido publicamente dois anos atrás, quando Marçal ainda era pré-candidato à Presidência, ambição que atolou em questões partidárias —seu partido à época, o Pros, rifou sua candidatura para apoiar Lula (PT).

PEDIU PERDÃO – Marçal compartilhou a gravação de 2022 para “pedir perdão” a Malafaia. A rixa entre eles começou a escalar após o pastor chamá-lo de “psicopata” e “megalomaníaco” num culto. E a troca de ofensas continuou, com o goiano chamando Malafaia de “pessoa desbaratinada” com algum “grau na maçonaria”, um “bandido” que tem “problema com dinheiro”.

O pastor retrucou: como repetiria dois anos depois, tascou nele os adjetivos “mentiroso” e “manipulador”. Seria um “Pablociolo”, referência a Cabo Daciolo, o presidenciável evangélico de 2018 que encharcou sua campanha com premissas bíblicas. “Tem a mesma megalomania do Cabo Daciolo, de achar que vai ser presidente do Brasil.”

Ao pedir desculpas a Malafaia na ocasião, Marçal também afagou Bolsonaro. “Você é o atual rei, né? Que na democracia a gente chama de presidente.” Afirmou, contudo, não crer, “do fundo do coração”, que ele fosse capaz de vencer Lula, o que de fato não aconteceu. “Sei que você [Malafaia] está fechado com ele [Bolsonaro]. E eu posso falar para você. Existe um Saul nessa guerra, existe um Davi e existe o Golias.”

“NÃO DESISTA” – O homem que agora concorre à prefeitura paulistana pediu há dois anos que Malafaia o desbloqueasse no WhatsApp e mostrou uma Bíblia que o pastor teria lhe dado de presente, com um recado escrito: “Pablo Marçal, não desista”. Marçal disse que respeitava o líder evangélico. “Todo esse escarcéu que foi implantado, tanto da sua parte como da minha parte, vai finalizar agora.”

Corta para 2024. À Folha Malafaia afirma que suas desavenças com o ex-coach, mais do que políticas, têm fundo doutrinário. “Ele começou a ensinar que ninguém precisa de igreja, não precisa de pastor, que qualquer um pode batizar. E olha a jogada dele, ele formou um tal de Quartel General do Reino. Quer dizer, uma igreja dele, em outras palavras.”

Marçal afirma que tem raízes na Assembleia de Deus e depois passou 20 anos na goiana Igreja Videira, onde por sinal esteve na noite de sábado (7), depois de ir à Paulista. Mas rejeita o rótulo de evangélico e prefere ver o cristianismo como “lifestyle”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Briga de Marçal e Malafaia é exclusivista, apenas entre os dois, e não dá para ninguém tomar partido. Então, que os dois se arrebentem juntos. (C.N.)

Suspensão do X produz danos colaterais e a censura não é solução democrática

Tribuna da Internet | Musk faz papel ridículo ao denunciar a ocorrência de  censura aqui no Brasil

Charge do Rico (Arquivo Bring)

Carlos Alberto Sardenberg
O Globo

Decisão deixou 22 milhões de brasileiros sem acesso a uma plataforma em que tinham liberdade para falar o que quisessem. — “E agora, sem Twitter, como a gente vai derrubar o técnico? Como criticar as séries? Como falar mal do trânsito e dos políticos?”. Piada à parte, a suspensão do X deixou 22 milhões de brasileiros sem acesso a uma plataforma em que tinham liberdade para falar o que quisessem.

Verdade que se fala muita bobagem, cretinice, coisas de péssimo gosto. Verdade também que há baixaria da pior espécie. Mas também foi no X que tomei conhecimento de bons artigos, belos argumentos, sacadas divertidas, polêmicas inteligentes. Verdade também que o X aceita manifestações antidemocráticas e foi amplamente usado na tentativa do golpe bolsonarista.

MAS POR QUÊ? – Colocando tudo na balança — pelo menos na minha visão —, tem mais porcaria que coisa boa. Mas e daí? Acontece nas conversas por aí, também em outras plataformas. Dos 22 milhões de usuários do X, quantos seriam criminosos ou “supostos criminosos”? Dito de outra maneira: “quase” 22 milhões de brasileiros inocentes que foram apanhados nessa história. Como chegamos a esse ponto?

No plano imediato, todos sabem a resposta. Alexandre de Moraes suspendeu o X porque o dono, Elon Musk, se recusa a nomear um representante legal no Brasil. Não pode, ponto. Mas tem muita história antes disso que envolve algo essencial. Tempos atrás, publiquei um livrinho intitulado “Neoliberal, não. Liberal”, pela Editora Globo. São ensaios variados, a partir de colunas no jornal. É como me considero: liberal. E, para um liberal, o valor essencial é a liberdade de expressão.

Corolário: não pode haver censura prévia. Não precisam me dizer que liberdade supõe responsabilidade ao praticá-la. Todo mundo é responsável pelo que diz e pelo que faz. Claro que ninguém pode gritar fogo numa sala de cinema lotada. Mas também não se pode proibir que falem dentro do cinema. Liberdade e democracia supõem riscos, que devem ser controlados.

CONTROLE DA JUSTIÇA – Como controlar o que sai? Em princípio, é simples, para um liberal, claro. Se o cidadão comete um crime no discurso ou nos atos, tem de ser punido por isso — para isso existe a Justiça independente. Para apurar, investigar, processar e sentenciar. Isto mesmo: primeiro a liberdade, depois a punição, se o crime for devidamente provado. E a Justiça tem de ser pública, transparente e a tempo. O que inibe o criminoso é a certeza de que será apanhado e punido. Os menores índices de criminalidade ocorrem justamente nos países onde a polícia e a Justiça mais resolvem os crimes.

Portanto, o inquérito presidido por Alexandre de Moraes ofende o liberalismo. Não é aceitável que um único juiz investigue e decida, em sigilo, sem dar ciência sequer a seus pares, que certos cidadãos não podem falar nas redes.

Sim, ele obteve apoio unânime, na Primeira Turma do STF, à decisão de suspender o X. E foi só. Não colocou na mesa de seus pares outras duas decisões inaceitáveis para um liberal: bloquear as contas da Starlink e ameaçar com multa absurda o brasileiro que tentar acessar o X via VPN.

NADA A VER – O principal acionista da Starlink é o mesmo Musk, mas se trata de empresa diferente, para público brasileiro diferente, com outros acionistas que não têm nada a ver com o X. E ameaçar com multa quem tentar acessar o X é coisa de regime arbitrário. O que vai fazer o STF: criar um sistema para vigiar o acesso de todos os brasileiros às redes sociais? Não, o processo de banimento das redes tem de ser aberto, transparente, dando aos alvos, de qualquer lado, o direito de se defender nos foros apropriados. O que não é possível quando tudo ocorre em sigilo.

Musk não é liberal, nem democrata. Como diz a revista The Economist, ele “processa judicialmente aqueles com quem não concorda, proíbe palavras de que não gosta em sua plataforma e é cordial com Vladimir Putin, cujo instrumento preferido de moderação de conteúdo é o Novichok”, um veneno fatal. Cabe processo? Que se processe. Mas ninguém é obrigado a abrir conta no X ou em qualquer outra plataforma.

Sei que há muitas outras questões envolvendo as redes e as big techs. Mas os diversos problemas são usados para justificar a censura prévia, e secreta, daqui a pouco batendo na imprensa.

Oposição entrega ao Senado mais um pedido de impeachment de Moraes

Oposição diz que Moraes 'abusou do poder' como ministro do STF.

Oposicionistas deram entrevista coletiva no salão do Senado

Levy Teles
Estadão

Deputados e senadores apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolaram, nesta segunda-feira, 9, pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Cabe ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), instaurar o processo. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro acusam magistrado de agir de forma incompatível com o cargo de magistrado.

O documento diz que o magistrado forjou provas, cerceou a liberdade de expressão e abusou do poder com o objetivo de perseguir opositores políticos. Os argumentos justificariam a instauração do processo em razão de um suposto crime de responsabilidade cometido por Moraes. O texto foi apresentado dois dias após o ato na Avenida Paulista que reuniu Bolsonaro e seus apoiadores com palavras de ordem contra o ministro do STF.

DIZEM ELES – “Estamos aqui pedindo impeachment de Alexandre de Moraes como último recurso para que possamos resgatar a normalidade”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente. Já o senador Eduardo Girão (Novo-CE), um dos principais articuladores, falou que essa deveria ser a principal causa a ser avaliada pelo Senado. “Não existe mais clima de votar qualquer outra matéria nessa Casa”, afirmou.

O deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) é o autor do pedido, subscrito por outros 151 deputados. Senadores bolsonaristas optaram por não assinar a proposta, por entenderem que poderia criar suspeição sobre um eventual julgamento de Moraes no Senado.

Gayer, autor do pedido, já chamou Pacheco de “capacho do crime organizado”. No ato do 7 de Setembro, o deputado Nikolas Ferreira disse que o presidente do Senado é “covarde”.

IRÁ ENGAVETAR – O deputado Delegado Caveira (PL-PA) chamou Pacheco de “frouxo” e disse que ele irá engavetar o pedido. “Estive na entrega do pedido de impeachment de Alexandre Moraes ali com o presidente desta casa de leis (Rodrigo Pacheco). É uma conversa fiada, uma conversa mole que vocês vão ver nas redes sociais. O presidente desta Casa, frouxo como ele é, querendo passar manteiga no bigode de gato, passar pano. Pela conversa que ele teve, este pedido de impeachment deve ir para o lixo. Não podemos permitir”, afirmou.

Como instrumento de pressão, a oposição trabalha por uma obstrução — procedimento adotado para barrar votações de projetos — no Congresso Nacional. Paralelamente, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o grupo planeja votar um projeto de lei que visa anistiar os detidos por terem participado dos ataques golpistas do 8 de Janeiro, chamados pelos bolsonaristas de “presos políticos”.

“Já não aguentamos mais ver o Supremo legislar”, disse De Toni. Na comissão dela ainda há pelo menos mais quatro propostas que limitam o poder do STF e outras duas que criam novas possibilidades para abertura de processo de impeachment contra um ministro da Corte. “A resposta do Legislativo está vindo”, completou.

ILEGALIDADES – O texto do pedido de impeachment, protocolado em uma plataforma de assinaturas online, diz que Moraes ordenou a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no inquérito das fake news no STF de maneira ilegal, o que incorre, diz o documento, “em indiscutível abuso de poder”.

“A eventual conduta do ministro do STF, exigindo a produção de provas aos seus subordinados com o propósito de atingir várias pessoas apoiadoras do ex-presidente Jair Bolsonaro para aplicar-lhes medidas restritivas de direitos e sanções, deve ser objeto de uma avaliação objetiva, sendo imprescindível a instauração de um processo, no qual se deve perquirir sobre a existência de crime de responsabilidade”, escreveram os parlamentares.

Esse pedido diz que Moraes produziu provas irregularmente ao ordenar de forma extraoficial, por meio de seus assessores do STF, o órgão de enfrentamento à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para esses parlamentares, Moraes foi “negligente” e “violou direitos constitucionais” e que usa “indevidamente” a prisão preventiva como um “mecanismo de coerção, com o objetivo de forçar delações premiadas”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Pelo conjunto da obra, Moraes merece o pedido de impeachment. Mas ainda não será desta vez. O Supremo nos condenou a aturar Moraes e outros ministros que deixam muito a desejar, como se dizia antigamente. (C.N.)

Não há arrecadação capaz de repor os gastos obrigatórios do governo

Charge do Duke: Receita Federal tem novo prato: apostas esportivas - Rádio  Itatiaia

Charge do Duke (Rádio Itatiaia)

Carlos Andreazza
Estadão

Seria o caso de Simone Tebet e Dario Durigan – que é Haddad – conversarem. Ambos deram, com horas de diferença, entrevistas ao Estadão. O tema é revisão estrutural de gastos obrigatórios. O produto, bateção de cabeças. A ministra do Planejamento falou antes: “Ninguém vai mexer nos pisos de saúde e educação. Nem devemos. E não tem discussão sobre a valorização real do salário mínimo e sobre desvincular o salário mínimo das aposentadorias.”

Estabelecidos o imexível e o indiscutível, não terá sobrado muito de onde cortar para valer. Este, já ido, é ano eleitoral. O próximo, véspera daquele em que Lula concorrerá à reeleição. A ministra – informa-nos – está conformada à enxugação de gelo que chamam de pente-fino.

AJUSTE NECESSÁRIO – Simone Tebet disse que tem consciência de que governo precisará das receitas extraordinárias. O número 2 da Fazenda falou depois. Respondeu sobre se haveria a possibilidade de as despesas com previdência social, saúde e educação serem submetidas ao limite do arcabouço fiscal. “Temos feito esse debate. Ele está amadurecendo no governo e, na hora certa, vamos anunciar. Vamos fazer esse ajuste necessário, como a gente tem feito.”

É o oposto do que dissera Tebet. O que vale? Excluída a discussão – ora inexistente – sobre como se calcula a valorização do salário mínimo, os outros assuntos estão na ordem do dia. A vinculação dos pisos constitucionais de saúde e educação ao crescimento da arrecadação consiste na própria explicação da inviabilidade do natimorto arcabouço fiscal. A trajetória é asfixiante. Idem o atrelamento das despesas previdenciárias ao crescimento – acima da inflação – do salário mínimo.

Não há arrecadação recordista capaz de responder à escalada de gastos obrigatórios – que a própria arrecadação puxa.

META REBAIXADA – A ministra quer mais: “E temos a consciência de que vamos precisar das receitas extraordinárias, ou seja, das receitas que não são correntes. Nós estamos contando com elas para zerar a meta. E tudo bem em relação a isso. (…) Não importa a cor do gato, desde que ele cace o rato. Ou seja, não importa de que forma nós vamos fazer. Nós temos e vamos cumprir a meta zero.”

A forma importa, sim. A meta para 25 não era zero. Foi rebaixada. E mesmo sobre a meta de 24 já se pedalou para fabricar-antecipar dinheiros. Ainda assim, improvável que seja cumprida. O rato é gordo. No acumulado até julho, o déficit primário do governo central no ano chegou a quase R$ 78 bilhões. Tudo bem?

A forma importa, repita-se. Os criativos da contabilidade estão na pista. Sempre atuam oferecendo atalhos cumpridores de meta. O auxílio gás, cujo valor o governo quer quadruplicar até 2026, foi manobrado para que seu espalhamento ficasse de fora dos limites das regras fiscais. O gato caça engordando. Nem um foge nem o outro corre.

Silvio Almeida quer transparência total em sua ação contra a ONG Me Too

Presidente do Supremo diz que Silvio Almeida tem direito à ampla defesa -  Rádio Pampa

SIlvio Almeida foi “julgado” e “condenado” sem defesa

Caio Junqueira
CNN Brasil

O Ministério Público do Distrito Federal se manifestou nesta segunda-feira (9) afirmando entender que é competência da Justiça comum de São Paulo a interpelação judicial apresentada pelo ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida contra a organização Me Too. A defesa, porém, avalia que há compreensão do Superior Tribunal se Justiça de que a competência é do local onde a vítima tomou conhecimento da acusação.

No documento, protocolado na quinta-feira, ele pede que a ONG dê transparência aos critérios utilizados, técnicas e registros dos depoimentos, preservando as supostas vítimas. Almeida deixa claro que o fundamento do pedido não diz respeito a qualquer tentativa de silenciamento, mas sim para dar publicidade e transparência ao processo.

DIZ A DEFESA – “Se nós discutimos as técnicas e exigimos controle sobre a atividade da polícia e ministério público, por qual razão uma ONG deve se imiscuir?“, questiona a defesa de Almeida.

Ela também diz que “O sistema de justiça é, ou deveria ser, programado por estruturar e promover garantias em favor do réu, sem lançar mão do acolhimento e proteção às vítimas”. E completa: “Se tememos contaminação e manipulação dos agentes estatais, por que temos que confiar cegamente em quem não está sujeito à controle?”, conclui a defesa.

Procurado, o Me Too disse que não recebeu a interpelação ainda e que, portanto, não irá se manifestar.

Antes mesmo de ser condenado, Bolsonaro já sonha com a aprovação de uma anistia

charge de fred ozanan

Charge do Fred Ozanam (Arquivo Bing)

Gabriel de Sousa, Karina Ferreira e Rubens Anater
Estadão

Um dos temas centrais da manifestação bolsonarista na Avenida Paulista ocorrida neste sábado, 7, foi a anistia aos golpistas condenados pelos ataques aos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. O benefício, que garante um perdão aos criminosos que vandalizaram os prédios públicos, foi defendido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e por outras figuras que discursaram no evento.

Uma proposta de lei que defende o perdão dos condenados pelos atos antidemocráticos, conhecida como “PL da Anistia”, já tramita no Congresso. Aliada próxima de Bolsonaro, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Caroline de Toni (PL-SC) colocou o tema na pauta da sessão da próxima terça-feira, 10. No mesmo dia, outra sessão da CCJ deve votar um pacote de Propostas de Emendas à Constituição que limitam poderes do Supremo Tribunal Federal (STF) – que também foi alvo prioritário durante a manifestação deste sábado, principalmente com ataques ao ministro Alexandre de Moraes.

“ARMAÇÃO” – Bolsonaro já havia defendido o perdão aos golpistas em outro ato que fez na Paulista em fevereiro. Neste sábado, o ex-presidente voltou a tocar no assunto e chamou o 8 de Janeiro de “armação”. Ele ainda disse que a invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) “jamais foi um golpe de Estado”.

“Quis Deus que eu me ausentasse do País no dia 30 de dezembro. Algo ia acontecer. Eu tinha esse pressentimento, mas não sabia que seria aquilo”, afirmou Bolsonaro, classificando o episódio de depredação como uma “catarse”. “Aquilo jamais foi um golpe de Estado e estamos vendo pessoas ainda serem julgadas e condenadas como integrantes de um grupo armado que visava mudar o nosso Estado Democrático de Direito. E eu lamento por essas pessoas presas”, concluiu o ex-presidente, reforçando a necessidade de a Câmara aprovar a anistia aos presos no 8 de janeiro.

Tarcísio de Freitas, por sua vez, afirmou que a anistia seria um “remédio político” para os condenados pelo vandalismo em Brasília. “Hoje estamos aqui, de novo na arena, de novo por uma devoção, por uma causa. Estamos aqui para fazer a diferença: e a nossa causa hoje é a liberdade, é a anistia para aqueles apenados de forma desproporcional, de forma cruel. Anistia, sim”, afirmou o governador de São Paulo.

“PERDEU, MANÉ” – Outros aliados de Bolsonaro que discursaram no sábado também abordaram o tema, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que citou o empresário baiano Cleriston Pereira da Cunha, que morreu após passar mal na prisão, e Débora Rodrigues dos Santos, denunciada ao STF por ser flagrada escrevendo a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça, durante ataques antidemocráticos em Brasília. O tema também estava presente na camiseta de aliados, como os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Magno Malta (PL-ES), que estampavam a frase “Anistia já! Presos 8 de Janeiro”.

Até o início deste ano, o projeto de lei que tramita na CCJ era relatado pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que já havia divulgado parecer pela rejeição da anistia. No entanto, a parlamentar ficou fora da Comissão este ano e a relatoria passou para o deputado Rodrigo Valadares (União-SE), por indicação de Caroline de Toni.

Como mostrou o Estadão, a escolha de Valadares foi parte de uma articulação do líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), como gesto de aproximação aos bolsonaristas em meio à sua campanha para suceder Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Casa. Valadares é apoiador de Bolsonaro, mas também um expoente de um partido do Centrão, com facilidade para transitar até mesmo entre partidos da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O deputado ainda não apresentou parecer.

O QUE É ANISTIA? – Prevista no Código Penal brasileiro, a anistia é uma forma de extinção da punibilidade de um crime. Ou seja, é a concessão de um perdão a um delito cometido por um brasileiro ou grupo de brasileiros. A Constituição brasileira prevê que os crimes que não podem ser anistiados são os hediondos. Neste rol, estão delitos como homicídio, tráfico de crianças, estupro, genocídio, tortura, tráfico de drogas e o terrorismo.

Os vândalos que já foram condenados pelo 8 de Janeiro tiveram a pena imputada a partir de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Nenhum destes é considerado hediondo, o que abre margem à proposta discutida na Câmara e defendida pelos bolsonaristas no ato de sábado.

Como a anistia é aprovada? Para valer, a anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro precisa ser avalizado pelo Congresso Nacional. Primeiro, o tema deve passar pela Câmara e depois pelo Senado. Aprovado pelas duas casas, é necessário ainda passar pela sanção do presidente da República.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Sonhar ainda não é proibido nem paga imposto, mas dificilmente o Congresso aprovará a anistia, que é mais do que merecida pelos manifestantes do 8 de Janeiro, que foram manipulados para fazer o quebra-quebra. Moraes foi inclemente com eles. Manteve quase um ano na cadeia um morador de rua, preso por engano, e deixou morrer na prisão um manifestante muito doente, cuja libertação já tinha sido pedida pelo Ministério Público. Eu não aguentaria carregar em minha consciência essas sinistras decisões, mas quem falou que Moraes tem coração? (C.N.)