Silas Malafaia surpreendeu bolsonaristas ao se opor à cassação de Glauber Braga

Malafaia defende Glauber Braga e irrita bolsonaristas | Revista Fórum

Malafaia defende Braga e desagrada os bolsonaristas

Ivan Longo
Fórum

O pastor Silas Malafaia expôs um posicionamento que vem deixando bolsonaristas revoltados. Malafaia se colocou contra a cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), alvo de um processo na Câmara. Apesar de se referir ao parlamentar de esquerda como “asqueroso, nojento e linguarudo”, o pastor disse que ele não merece ser cassado.

“AO DEPUTADO GLAUBER BRAGA, DO PSOL! Você é um camarada asqueroso, nojento e linguarudo, que já me caluniou e difamou. Minha consciência e caráter não dependem do que as pessoas são, fazem e falam. É um absurdo querer cassar seu mandato pelas asneiras que você falou. Você merece uma punição. CASSAR SEU MANDATO, NÃO”, escreveu Malafaia, usando letras maiúsculas.

A publicação do comentário deixou bolsonaristas revoltados. Muitos acusam o pastor Silas Malafaia de estar fazendo “jogo duplo”, conforme é possível observar nos comentários da postagem.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
O mais desagradável na política atual é a obrigatoriedade de ser contra ou a favor, de acordo com a polarização. É preciso que todos nós, esquerdistas ou direitistas, incluindo a ala do centro, com seus diferentes matizes, passemos a apoiar o que é certo e a rejeitar o que é errado, sem levar em conta essas bobagens ideológicas. Afinal, ainda não se paga imposto para ser racional e inteligente. Malafaia tem toda razão, cassar Glauber Braga é uma estupidez sesquipedal, como dizia o general João Figueiredo, aquele que assumiu o poder com a obrigação de devolver o país à democracia e levou sua missão até o final. (C.N.)

PT pensa (?) que Hugo Motta será imune à pressão para pautar a anistia

Pressionado por anistia, Motta quer priorizar PL da Reciprocidade |  Metrópoles

Com 257 assinaturas, Motta é obrigado a pautar a anistia

Gustavo Zucchi
Metrópoles

Apesar de bolsonaristas terem conseguido as 257 assinaturas necessárias para o pedido de urgência, aliados de Hugo Motta (Republicanos-PB) dizem que o presidente da Câmara seguirá imune à pressão para pautar o PL da Anistia. Segundo interlocutores, Motta não teria motivo para temer as ameaças de bolsonaristas de “queimar a imagem” dele com seu eleitorado, porque o presidente da Câmara é eleito por um estado mais esquerdista.

No último dia 6 de abril, por exemplo, o pastor Silas Malafaia afirmou que Motta seria “a vergonha do povo da Paraíba”, por não ter abraçado a pauta da anistia aos condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro.

MOTTA E O PT – Lula e o PT tiveram, nas eleições de 2022, ampla vantagem na Paraíba, estado de Motta. No segundo turno, por exemplo, Lula venceu Jair Bolsonaro em todos os municípios do estado, com 66,62% dos votos válidos.

A proximidade de petistas com o atual presidente da Câmara nas disputas estaduais também se reflete em Patos (PB), cidade do atual presidente da Câmara, administrada pelo pai de Hugo Motta. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, por exemplo, esteve no município em eleições passadas, participando da campanha de familiares de Motta para a prefeitura local, como o próprio Padilha lembrou em entrevista à coluna.

Aliados de Motta explicam que, por esse motivo, ele não teme perder votos por segurar a anistia. E reforçam que a expectativa do deputado é de que uma revisão das penas possa aliviar a pressão de bolsonaristas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A matéria é interessante, mas os informantes do repórter o levaram a uma visão petista do assunto, que não tem nada a ver, está absolutamente equivocada. Ao contrário do que diz o texto, o presidente da Câmara não pode ficar segurando o projeto, sem colocá-lo em pauta. Se receber o pedido com assinatura de 257 deputados, Hugo Motta tem obrigação de colocar a anistia logo em pauta, sem possibilidade de permanecer embromando indefinidamente. O assunto é regulado de forma clara no Regimento da Câmara. (Artigo 155). (C.N.)

Foro privilegiado muda mais uma vez, e isso pega mal para o Supremo

Foro privilegiado. O retorno. A fragilidade e insegurança do sistema

Charge do Cazo (Blog dp AFTM)

Marcus André Melo
Folha

Analisar o foro revela porque ele é crucial para o exercício da competência penal do Supremo Tribunal Federal

As mudanças nas regras do foro privilegiado, ao longo do tempo, refletem um jogo cujo equilíbrio se altera devido a choques produzidos por eventos como escândalos e/ou alterações radicais no ambiente institucional. O conflito gira em termos de quem tem foro; quem detém poder de iniciativa e veto; e, quem se beneficia com a restrição/ampliação do foro ao mandato e à função, tornando-o temporário ou perpétuo (perdeu o cargo, o foro permanece).

Embora entre 1964 e 1999, o foro tenha passado a ser perpétuo, aumentando o poder do STF, só em 1969 foi estendido a parlamentares (e não só titulares de alguns cargos executivos e magistrados). Entretanto, o impacto foi muito limitado porque a abertura de processo exigia licença prévia da casa legislativa de origem —que nunca a concedia.

PODER DE VETO – O Legislativo detinha poderes de gatekeeper —o poder de vetar a iniciativa—, o que só veio a mudar com a EC 35/2001, que dispensou a licença. O STF passou a ter controle pleno sobre sua jurisdição criminal.

A mudança deveu-se ao caso da motosserra assassina de Hildebrando Paschoal e, na sequência, Mensalão e Lava Jato. No Mensalão, ficou claro que o foro privilegiado no Supremo não era garantia de impunidade.

Como no caso de Hildebrando, evidências de manipulação do foro por parlamentares, tal qual o do ex-governador paraibano Ronaldo Cunha Lima, tiveram forte impacto. Cunha Lima tentou assassinar seu antecessor, mas não pôde ser processado devido à necessidade de licença prévia da Assembleia Legislativa.

JAMAIS FOI JULGADO – Eleito senador em 1994, seu caso foi enviado ao STF, onde permaneceu parado até 2001. Com a EC 35, a autorização do Senado deixou de ser necessária, mas Cunha Lima elegeu-se deputado federal. Na véspera de seu julgamento, em novembro de 2007, renunciou ao mandato, deslocando o processo para a primeira instância, onde prescreveu.

“O gesto dele mostra como é perverso o foro privilegiado” afirmou Joaquim Barbosa, o relator, irritado porque ele esperou o Supremo incluir a ação na pauta de julgamento de segunda-feira, 14 anos após a tentativa de assassinato e 5 depois de começar o processo, para renunciar. “O que tem de fazer é acabar com o foro. Só isso”.

A incapacidade do STF de cumprir sua competência penal —realizar oitivas etc— ficou evidente. O ônus político do elevadíssimo estoque de processos —que em 2018 chegou a mais de 500 ações— passou a ser suportado não mais pelo Legislativo mas pelo STF.

GASTOS ELEVADOS – O custo do hiperprotagonismo da corte aumentou significativamente. Daí a reconfirmação em 2018 do foro, mas agora com restrições ao mandato e à função.

A reinstituição do foro perpétuo, na atual conjuntura, restaura o status quo anterior. Esta mudança, também endógena, se deve, mais uma vez, a choques no ambiente institucional mais amplo. O choque agora é o julgamento de Bolsonaro e envolvidos em um golpe. Enquanto em 1999 o STF era árbitro de processos criminais, agora é parte do processo. Ambos —a Corte e seus ministros— são vítimas.

Seus objetivos agora são mais amplos, em certo sentido existenciais: resistir a ameaças institucionais inéditas e de larga envergadura. Estrategicamente o foro perpétuo alarga o controle do Supremo sobre suas ações, pois estende o marco intertemporal de sua jurisdição.

Bolsonaro prossegue o tratamento em Brasília e está sendo operado de novo

Vídeo: Bolsonaro deixa hospital em Natal rumo a Brasília | Metrópoles

Bolsonaro, ao sair do hospital para ir ao aeroporto de Natal

Alessandra Bernardo e Madu Toledo
Metrópoles

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou às 17h30 o Hospital Rio Grande (HRG), em Natal, onde passou a madrugada deste sábado (12/4) sob monitoramento contínuo. Bolsonaro foi transferido para o Hospital DF Star, em Brasília, e está acompanhado por uma equipe especializada e pelo médico pessoal, Cláudio Birolini.

Na saída do hospital em Natal, Bolsonaro acenou para cerca de 200 pessoas que estavam no local. Depois, Jair Bolsonaro e a equipe médica seguem pela BR-101 até o aeroporto internacional Aluízio Alves, no município de São Gonçalo do Amarante (RN), na região metropolitana de Natal, de onde partiu a UTI aérea para Brasília.

O ex-presidente passou mal durante agenda política no Rio Grande do Norte por conta de uma obstrução intestinal nesta sexta-feira (11/4). Ele precisou ser retirado do local de helicóptero e foi atendido com urgência ao chegar no hospital. De acordo com o último boletim médico divulgado, o quadro clínico de Bolsonaro é grave e ele está sendo operado mais uma vez, numa longa cirurgia de alto risco.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O quadro médico de Bolsonaro é grave, porque ele é um paciente impaciente, que não se preocupa em se resguardar e viver dentro dos limites que seus médicos recomendam. Tem de evitar sobrecarregar o abdômen, nada de exercícios ou procedimentos que forcem a região, como andar a cavalo, de moto ou jet-ski, assim como não pode permitir que multidões o carreguem nos ombros, como ocorreu semana passada, antes de ter a crise de obstrução intestinal, que demorou dois dias até se detectada. Bolsonaro deve manter uma alimentação leve e moderada, nada de pastel com caldo de cana, como costuma fazer. Com essa infantil falta de cuidados, é claro que Bolsonaro não vai longe. Quando o trem de pouso toca a pista, até aquele quicada do avião na aterrissagem pode lhe fazer mal. E toda cirurgia que faz é de alto risco, devido à longa duração e ao uso de anestesia geral, mas ele não está nem aí. (C.N.)

Antes de passar mal, Bolsonaro pediu ajustes para a anistia entrar logo em pauta

Bolsonaro: 1ª Turma do STF tem maioria para manter multa de R$ 40 mil | Metrópoles

Bolsonaro está empenhado em resolver logo a anistia

Marianna Holanda e Raphael Di Cunto
Folha

Antes de passar mal e ser internado em Natal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mandou o PL estudar alternativas para tornar o texto do projeto de lei da anistia a presos no 8 de janeiro mais enxuto, segundo a Folha apurou. Essa seria uma forma de diminuir resistências ao projeto na Casa.

Uma avaliação geral dos deputados é de que as penas impostas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) teriam sido muito duras, mas que é preciso punir quem tenha depredado as sedes dos três Poderes.

FORA DA AGENDA – O pedido ocorreu após conversa com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na tarde de quarta-feira (9). O encontro aconteceu fora da agenda, apenas entre os dois, e foi cercado de sigilo.

Não está claro como o projeto seria alterado, nem se Bolsonaro e réus acusados de liderar a trama golpista estariam inclusos. Mas aliados do ex-presidente avaliam que, caso ele não seja contemplado desta vez, a aprovação da proposta de alguma forma ajudará seu caso no STF.

Enquanto previa ajustes no texto do Congresso, Bolsonaro falou a uma plateia de apoiadores nesta quinta (10) que quer “anistia ampla, geral e irrestrita”, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.

NOVO RELATOR? –

O relator do projeto na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) era o deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE). Ele é cotado para dar o parecer com as alterações também no plenário, mas Motta pode substituí-lo. Um novo nome já chegou à sua mesa: Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), que foi procurador do Ministério Público. Gaspar e Valadares são alinhados a Bolsonaro.

A aliados, o presidente da Casa tem dito que ainda busca uma solução negociada com os Poderes. Ele tem conversado com ministros do STF para tratar sobre essa possibilidade, ainda mantida a sete chaves. Já conversou, por exemplo, com Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.

257 ASSINATURAS – Motta afirma ainda que levará a proposta para deliberação dos líderes, quando o requerimento de urgência para o projeto chegar a 257 assinaturas.

Uma avaliação entre uma ala de bolsonaristas é de que aqueles que depredaram patrimônio e contra os quais há registros, imagens, poderiam ser condenados, mas apenas a esse crime, cuja pena é de até três anos.

Bolsonaro não comenta o encontro com Motta, mas demonstra otimismo. Em entrevista ao podcast Direto de Brasília, ele reafirmou que o presidente da Casa pautará a proposta. “Desde a campanha, ele fala que a maioria dos líderes querem priorizar uma pauta, então nós vamos atender à maioria. Ele não participa da votação, tanto é que o voto foi pela abstenção. Não precisa lembrá-lo disso aí, ele sabe bem o que está acontecendo. Se a gente conseguir assinatura, ele vai botar em votação, tenho certeza”, disse.

CRISE INSTITUCIONAL – Motta está numa saia-justa entre o compromisso que firmou com o partido do ex-presidente e aliados no governo e no Supremo, contrários à análise da proposta. A leitura destes é de que abriria uma crise institucional, sobretudo com o Judiciário.

Já com o PL, o compromisso, segundo dizem os parlamentares, seria de pautar em plenário quando houvesse as assinaturas necessárias. O entorno de Motta chegou a defender a possibilidade de uma comissão especial para analisar o projeto de lei, o que teria uma tramitação mais lenta, mas o partido de Bolsonaro rechaça essa possibilidade.

Diante do impasse, Motta quer ganhar tempo, e a próxima semana deixará a Câmara esvaziada. Nesta quinta-feira, cancelou a tradicional reunião de líderes da Casa e, na próxima semana, determinou que os trabalhos ocorrerão de forma remota e com sessões no início da semana, para compensar o feriado da Páscoa.

EM TRÊS SEMANAS – Apesar da antecipação das sessões, que começarão na noite de segunda-feira, ele não estará em Brasília, nem muitos dos principais líderes. Quem presidirá será o primeiro vice-presidente, Altineu Côrtes (PL-RJ).

O PL, conseguindo as assinaturas nesta semana, não deve pautar à força a proposta, mesmo com a presidência da Casa. Assim, pelos cálculos de deputados, a anistia seria votada em três semanas.

Nesta semana, Motta voltou a defender a revisão do que chamou de eventuais exageros nas penas dos condenados pelos atos de 8 de janeiro. “Eu defendo dois pontos para que a gente possa vencer essa agenda. O primeiro é a sensibilidade para corrigir algum exagero que vem acontecendo em relação a quem não merece receber punição. E o segundo é a responsabilidade de não aumentarmos a crise institucional que o país já vive”, afirmou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Motta está se equilibrando bem, mas terá de cumprir o Regimento. O PL anuncia que já chegou às 257 assinaturas (maioria absoluta). Portanto, Motta tem de pautar a anistia, e seja o que Deus quiser. É assim que funciona. (C.N.)

Cômodo e útil, o celular pode se tornar também uma máquina mortífera

Série Adolescência

A série Adolescência ensina muita coisa sobre o celular

Muniz Sodré
Folha

Muitos anos atrás, uma pesquisa sobre televisão indagava a adolescentes cariocas o que mais gostariam de ver na telinha. “Eu”, respondeu um deles. Na mesma época, parecia divertida a anedota da mãe zelosa que, passeando no parque com o bebê, escuta de uma outra o elogio: “que lindo, o seu filho”. E ela responde: “Você ainda não viu a foto”.

As duas pequenas histórias mantêm atualidade explicativa na época do celular e redes sociais. Após a crescente proibição do uso de celulares nas escolas, aparecem notícias de adolescentes que os substituem por velhas câmeras digitais, naturalmente permitidas. Com elas, podem copiar trechos de textos e, mais do que tudo, fazer selfies. É o círculo vicioso do espelho, a compulsão de se reproduzir infinitamente em imagem.

AUTOIMAGEM – A raiz atrativa dos celulares está na paixão pela autoimagem, daí a produção do espectro individual, um modo de existir na realidade virtual.

Os episódios são variantes de um fenômeno que se pode chamar de espectralização. Não se trata apenas de fazer pose conveniente para uma foto, gesto instintivo quando se é alvo de uma câmera, e sim de criar um espectro de si mesmo, isto é, a ficção de uma personalidade paralela capaz de circular em situações de comunicação diversas. Nesse duplo espectral, que é de algum modo o negativo da visibilidade comunitária, o pretenso ser real e único dá lugar à sutil simulação de um personagem.

O celular banaliza a imagem por instantaneidade e ausência de custos, de maneira irresistível para a maioria, jovens em especial. Não se trata, porém, de efeito exclusivo do artefato.

A raiz atrativa está na paixão pela autoimagem, daí a produção do espectro individual, um modo de existir na realidade virtual criada pela rede eletrônica e pelas máquinas de visão, que não param de surgir. É uma forma de vida paralela, ainda mal compreendida, mas já nomeada pelo antigo grego como “bios”.

CONSEQUÊNCIAS – São fortes as consequências na formação da personalidade. E costumam enganar cientistas atentos a mudanças sociais apenas por aspectos fisicamente observáveis. Mal se dão conta do universo imaterial sobreposto ao real-histórico com outra linguagem, feita de códigos digitais e figurativos.

 Notável é o impacto sobre o psiquismo plástico, senão enigmático, do adolescente. É esse o fio dramático de “Adolescência”, série televisiva sobre a assustadora captura de uma consciência ainda púbere pela realidade dúbia e sombria do celular.

Já no filme “Emília Perez”, a protagonista transgênero reflete que “há sempre dois: meu eu verdadeiro e o animal que me segue como uma sombra”. “Animal” é metáfora para a contraparte obscura da alma.

EPIDEMIA MORAL – Nas redes, entretanto, animalidade ou bestialidade (racismo, misoginia, sociopatia) torna-se vetor de um regime de epidemia moral suscetível de abalar a estabilidade do laço social. Infecciosa é a irrupção de formações perversas, inequívocas reações a dificuldades afetivas no mundo real.

A “machosfera” é um exemplo: agregado de ideias e emoções confusas sobre o feminino, com efeitos de ressentimento e ódio. Danosa à consciência adulta, é uma usina de monstros juvenis.

O cômodo e útil celular é também máquina de morte. Olho vivo, pais e educadores.

“Plano” de Motta para reduzir punições sem anistia é Piada do Ano

Hugo Motta: de pupilo de Cunha a presidente da Câmara - Nexo Jornal

Motta devia ser proibido de ter ideias; é perda de tempo

Mario Sabino
Metrópoles

Não presto atenção ao que diz homem que usa gel no cabelo. É porque as ideias também têm gel, e basta dar uma enxaguada e o lustro vai embora. Mas, contrariando a minha resolução existencial, prestei atenção ao que disse o deputado Hugo Motta, presidente da Câmara, sobre o abacaxi dos condenados pelo 8 de Janeiro.

Pressionado pelos bolsonaristas a colocar o projeto de anistia em votação e obsequioso com o STF, tudo ao mesmo tempo agora, o gajo disse aos jornalistas Luciana Lima e Eumano Silva que negocia uma solução para o imbróglio com Lula, em nome da pacificação do país (quando ouço falar em pacificação, penso sempre nas 50 mil vítimas de assassinato a cada ano). Alguém precisa fazer política, não é?

ENTENDIMENTO? – A ideia é chegar a um entendimento entre os Três Poderes para que as penas pesadíssimas impostas aos participantes do 8 de Janeiro sejam aliviadas.

“O que tenho defendido é a capacidade de a gente se entender. Eu tenho conversado com muita gente. Também o Executivo tem um papel importante a cumprir nisso”, disse Hugo Motta.

Depois de ler a frase, perguntei aos meus botões (eu estava de camisa social) se não foi “muita gente” que deu esta ideia a ele: substituir o projeto de anistia com outro que prevê o abrandamento de condenações, de tal modo que tiraria a maioria dos depredadores da cadeia e daria aos brasileiros, eternamente em busca de uma ilusão, o sentimento de que a Justiça finalmente voltou ao seu leito.

PETISTAS GOSTAM – Segundo os autores da reportagem, alguns petistas gostam da ideia, porque esvaziaria o discurso bolsonarista (como eles poderiam ser contra aliviar sentenças condenatórias?) e concentraria as punições em quem eles apontam como os cabeças do 8 de Janeiro.

Assim, Jair Bolsonaro e o seu entorno não teriam mais como misturar-se à geleia geral de uma anistia que beneficiaria tubarões e bagrinhos.

SEM O ABACAXI – É bom para todos os interessados: Hugo Motta se livraria do abacaxi da anistia; Lula transmitiria a imagem de misericordioso com chance de ganhar pontos de popularidade nas proximidades de um público que o detesta; e o STF deixaria de ser o antipático antagonista de uma anistia humanitária e passaria a ser o simpático protagonista de uma, vamos lá outra vez, pacificação nacional que não fere a sua autoridade.

Será que a ideia é mesmo de Hugo Motta? De qualquer modo, preciso começar a prestar atenção ao que dizem homens que usam gel no cabelo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– A ideia é absolutamente idiota e inexequível. Para diminuir as penas tem de mudar artigos do Código Penal e de outras leis, como a do Terrorismo. É uma imbecilidade a ser esquecida. Quanto ao gel nos cabelos, Motta estava ficando careca e fez um implante muito bem executado, mas faltou cabelo para implantar e ele tem de botar gel para esconder a calvície. Motta não tem cabelos nem nada na cabeça. (C.N.)

Bolsonaro vai viajar de UTI a Brasília para “possível intervenção cirúrgica”

Bolsonaro internado: Médico que atendeu presidente após facada vai avaliar  necessidade de cirurgia - 03/01/2022 - UOL NotíciasPor g1 — Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou neste sábado (12) um vídeo na rede social X em que, deitado em um leito hospitalar, fala em deslocamento para Brasília para dar continuidade a tratamentos médicos e, também, em uma “possível intervenção cirúrgica”.

Nesta sexta-feira (11), Bolsonaro passou mal em um evento do PL no interior do Rio Grande do Norte. Ele foi atendido e encaminhado, de helicóptero, para o Hospital Rio Grande em Natal, capital do estado, onde está internado.

NOVA OPERAÇÃO – “Ontem [sexta], fui socorrido de emergência no Hospital de Santa Cruz (RN). Há uma possibilidade muito grande de eu ser deslocado para Brasília, para continuarmos o tratamento e com a possível intervenção cirúrgica”, afirma o ex-presidente no vídeo.

Na gravação divulgada neste sábado, Bolsonaro também agradece aos profissionais de saúde pelo atendimento “carinhoso” e “atencioso” que recebeu nos dois hospitais pelos quais passou. Ele diz ainda que pretende reagendar a agenda política no Rio Grande do Norte.

Há a previsão de Bolsonaro ser transferido para um hospital de Brasília (DF) neste sábado. O transporte deve ser realizado, no período da tarde, em uma UTI aérea.

DISTENSÃO DIMINUIU – De acordo com informações do Hospital Rio Grande, a transferência é uma decisão conjunta de Bolsonaro e familiares. Com um cargo no PL, o ex-presidente reside atualmente em Brasília.

Conforme boletim médico, o quadro de saúde de Bolsonaro é “estável” e a distensão abdominal que ele sofreu foi reduzida. O documento diz ainda que o ex-presidente teve uma “noite tranquila” de sexta para sábado e apresenta “excelente estado de humor”.

Nesta sexta, o perfil de Bolsonaro na rede X já havia publicado uma foto do ex-presidente no leito hospitalar. Na legenda da imagem, Bolsonaro afirmou que teve complicações intestinais, como “consequência das múltiplas cirurgias que precisei realizar após o atentado sofrido em 2018”.

“VOLVEREMOS…” – Mais cedo neste sábado, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, publicou uma imagem de uma videochamada que realizou com o ex-presidente Jair Bolsonaro e com Mario Abdo Benítez, ex-presidente do Paraguai.

A publicação foi repostada por Jair Bolsonaro. No print, o ex-presidente do Brasil aparece deitado em um leito hospitalar, conectado a aparelhos. O filho Eduardo e o aliado Mário Benítez estão sorrindo.

“Agradeço ao eterno presidente do Paraguai Marito Abdo por ter conversado com meu pai para saber como andava sua recuperação. Na oportunidade, Jair Bolsonaro falou: ‘Volveremos'”, diz a publicação do deputado licenciado.

Alcolumbre quer derrubar Silveira e insinua que ele está envolvido em corrupção

Quem é Davi Alcolumbre, favorito à presidência do Senado Federal | Metrópoles

Alcolumbre pode acusar alguém de corrupção ou é piada?

Victoria Azevedo e Bruno Boghossian
Folha

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), fez duras críticas ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), em um almoço nesta semana com integrantes do União Brasil e do governo, entre eles a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT).

De acordo com cinco políticos que estavam no encontro ou ouviram relatos dos participantes, o presidente do Senado insinuou que há suspeitas de corrupção envolvendo Silveira, sem citar especificamente quais seriam.

SAÍDA DE JUSCELINO – O almoço ocorreu na terça-feira (8), na casa do presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, em Brasília. Ao menos oito pessoas, entre integrantes do governo e parlamentares, passaram por lá.

A conversa se deu durante uma discussão sobre a saída de Juscelino Filho (União Brasil) do Ministério das Comunicações, após a PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciá-lo sob acusação de corrupção passiva e crimes relacionados a suposto desvio de emendas.

O encontro já estava marcado previamente para discutir a relação do União Brasil com o governo federal. Diante da denúncia, no entanto, a saída de Juscelino foi o tema mais discutido à mesa.

JÁ É COSTUME – A Folha apurou que essa não é a primeira vez que o presidente do Senado faz esse tipo de insinuação contra o ministro, segundo políticos que estiveram com o senador nas últimas semanas.

Procurada, a assessoria de Alcolumbre afirmou: “O presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre, não comentará sobre falsas intrigas e especulações que não são verdadeiras. A sua prioridade é seguir trabalhando para melhorar a vida dos brasileiros”.

A equipe de Silveira afirmou que o ministro “não comenta fofocas”. “Até mesmo por entender que o presidente Davi jamais faria qualquer tipo de afirmação inverídica ou maldosa ao seu respeito. Lamenta também a tentativa de criar intriga entre os dois, uma vez que mantém com o presidente do Senado, há anos, uma relação extremamente respeitosa”, diz, em nota.

ROMPIMENTO – Silveira chegou ao Ministério de Minas e Energia, na montagem do governo Lula (PT), na cota de seu partido, o PSD, com o apoio de Alcolumbre e do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Alcolumbre, no entanto, rompeu com Silveira e tem transmitido a integrantes do governo, desde o fim do ano passado, seu descontentamento com a atuação do ministro.

Nessas conversas, tem dito que Silveira não tem mais o seu apoio para permanecer no posto, assim como teria perdido a sustentação de outros antigos aliados do ministro, como Pacheco e outros senadores.

TENTOU DERRUBAR – Diversos políticos afirmam que Alcolumbre faz uma articulação explícita para tentar derrubar Silveira do posto.

O presidente do Senado tem afirmado, por exemplo, que o ex-aliado agora é da cota pessoal de Lula —ou seja, não representa mais o grupo político que o indicou para a vaga. Esse movimento acontece num momento em que membros do centrão têm expectativas de que o petista possa fazer novas mudanças em seu ministério.

Integrantes do PSD, no entanto, dizem que uma eventual troca no comando da pasta pode acirrar ainda mais a insatisfação de membros da legenda com o governo. A bancada do partido na Câmara, por exemplo, diz que não se sente mais representada pelo Ministério da Pesca e pleiteia uma pasta mais robusta.

NA COTA DE LULA – A Folha mostrou no fim do ano passado que, para expandir sua influência na administração pública, Silveira fez movimentos que não ganharam respaldo de antigos aliados no Senado, ao mesmo tempo em que se aproximou diretamente do presidente da República. As desavenças envolvem indicações para agências reguladoras.

Segundo auxiliares de Lula, Alcolumbre já levou essas queixas ao próprio presidente. Em almoço recente com o petista e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ele criticou Silveira e comunicou que o ministro não tinha mais apoio dos senadores para permanecer no cargo.

De acordo com parlamentares que ouviram o relato desse encontro, Lula teria respondido que um ministro só permanece no cargo se tiver respaldo político —frase que foi interpretada pelos congressistas como uma sinalização de que o petista poderia demitir Silveira.

MINISTRO FORTE – A interpretação de políticos próximos é que a construção de uma relação pessoal com o presidente e seu apoio à pesquisa nao Amazonas deram forças ao ministro para permanecer no cargo até aqui.

Um cardeal do centrão diz, no entanto, que uma das principais missões de Alcolumbre agora é ver Silveira fora do cargo na Esplanada. Até mesmo aliados de Lula reconhecem que será difícil conter a pressão que o presidente do Senado vem fazendo pela demissão.

Alcolumbre e Silveira viajaram juntos na comitiva internacional de Lula ao Japão e ao Vietnã no fim de março. De acordo com relatos de três pessoas que estiveram na viagem, o ministro não interagiu nem com o presidente do Senado nem com Pacheco.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Alcolumbre é um amigo poderoso e perigoso. A grande Piada do Ano é ele acusar alguém de corrupção, como se ele fosse o mais honesto dos homens, título que todos sabem pertencer a Lula, que ficou 580 dias no xilindró por engano, na maior inocência. (C.N.)

Fux libera caso Débora para julgamento e vai propor pena menor para ela

Luiz Fux está fazendo um favor ao Supremo e ao Brasil

Cézar Feitoza
Folha

O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), concluiu nesta quinta-feira (10) a análise do caso de Débora Rodrigues do Santos e devolveu o processo para análise da Primeira Turma.

Os ministros retomam o julgamento em sessão virtual que começa em 25 de abril. O ministro-relator Alexandre de Moraes votou pela condenação de Débora a 14 anos de prisão, e o ministro Flávio Dino o acompanhou.

“PERDEU, MANÉ” – Débora Rodrigues dos Santos foi a mulher que escreveu “perdeu, mané” na estátua em frente ao Supremo durante os ataques golpistas de 8 de janeiro. Ela se tornou um símbolo para o bolsonarismo na defesa da anistia aos condenados pelos crimes contra a democracia.

Ela é acusada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por cinco crimes: golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado do patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado.

A denúncia diz que Débora cometeu os crimes contra a democracia de forma multitudinária —um conceito do direito penal que se refere a crimes cometidos por multidão em tumulto.

GOLPE DE ESTADO – A PGR entende que, nesse tipo de crime, cada pessoa que atuou no ataque às sedes dos Poderes tinha o mesmo objetivo: forçar as Forças Armadas a dar um golpe de Estado contra o presidente Lula (PT).

Fux anunciou que revisaria o processo contra Débora durante o julgamento que tornou réu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas pela trama golpista de 2022.

“O ministro Alexandre, em seu trabalho, explicitou a conduta de cada uma das pessoas. E eu confesso que, em determinadas ocasiões, eu me deparo com uma pena exacerbada. E foi por essa razão, dando satisfação à Vossa Excelência, que eu pedi vista desse caso. Eu quero analisar o contexto em que essa senhora se encontrava”, disse Fux.

PENAS ALTAS DEMAIS – O ministro afirmou que o Legislativo estabeleceu penas altas para os crimes contra a democracia, com “grande preocupação para que não tenhamos a mesma indiferença em relação ao nosso período passado”.

Mas ele destacou que a fixação da dosimetria das penas é responsabilidade do magistrado. “Debaixo da toga bate o coração de um homem, então é preciso que nós também tenhamos essa capacidade de refletir”.

A posição de Fux gerou incômodo no Supremo. Integrantes do tribunal afirmaram, sob reserva, que o ministro acompanhou Moraes em todas as 500 condenações relacionadas aos ataques de 8 de janeiro —e logo no caso mais midiático, em julgamento transmitido na televisão, anunciou sua mudança de postura.

PEDIU PERDÃO – Em depoimento ao Supremo, Débora pediu perdão pelo ato e disse que pichou a estátua com batom por ter sido levada pelo calor do momento.

“Lembro que uma semana antes meu filho fez uma pergunta coincidentemente sobre escrita em muro e eu falei ‘isso é ilegal, isso não se faz, porque é uma poluição visual’, e eu fiz todo um texto para ele sobre isso, e eu não sei o que aconteceu comigo naquele dado momento, pelo calor da situação, de cometer esse ato [a pichação]. Eu me arrependo muito, muitíssimo, e eu jamais faria isso em sã consciência. O calor do momento alterou minhas faculdades mentais”, disse.

Em sua reconstituição, Débora afirmou que entrou em pânico com as vidraças quebradas e que saiu da praça dos Três Poderes por temor de se machucar e de que outras pessoas se ferissem. Ela então disse ter voltado ao acampamento que ficava em frente ao quartel-general do Exército, no qual estava desde sábado (7), quando chegou de Campinas (SP).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Fux deve propor a redução das penas através da eliminação de crimes duplicados. Com isso, Débora já teria cumprido toda a pena e seria imediatamente libertada da prisão domiciliar. (C.N.)

Glauber e a mulher do batom mostram que vivemos tempos de desequilíbrio e paixão

Conselho de Ética e Decoro Parlamentar aprovou a cassação do mandato do parlamentar

Glauber faz greve de fome e dorme no Conselho de Ética

Fabiano Lana
Estadão

De um lado, a cabeleireira Débora Rodrigues. Ela pode ser condenada a 14 anos de prisão por tentativa de golpe de estado e de abolição do Estado de direito. Mas ficou conhecida mesmo pela pichação com batom da frase “Perdeu, Mané”, na estátua de João Ceschiatti localizada em frente à sede do Supremo Tribunal Federal, que representa a Justiça (há bastantes imagens).

A acusada alega que não participou da depredação das instalações das sedes de três poderes no infortunado dia 8/1 de 2023 (parece não haver imagens).

CASSAÇÃO – Do outro lado, o deputado Glauber Braga, do PSOL do RJ. Sua cassação foi aprovada por 13 votos a 5 no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados esta semana. Ele pode ser punido pela agressão física a um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) ocorrido em 2024 (há um vídeo com o ocorrido). Glauber tem alegado que está sendo punido não pelo que fez, mas por sua postura usual de enfrentamento, inclusive contra o todo-poderoso ex-presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-PB). O caso vai ao plenário.

Enquanto isso, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) permanece na câmara dos deputados, em Brasília, em greve de fome. Parecem situações distintas. Mas a estrutura é bastante parecida.

Em ambos, há a suspeita de que a proposta de pena tenha sido desproporcional à infração cometida. Que a vingança é o que move os algozes, tanto no STF quanto no Congresso. Que ambos, Débora e Glauber, pagarão não só pelo que fizeram, mas pelo que representam.

LADOS RADICAIS – Há também uma diferença fundamental aí. Em geral, percebam, quem quer a anistia para a cabeleireira espera a cassação de Glauber. E quem quer a absolvição de Glauber, quer que a cabeleireira seja punida por mais de uma década.

A suspeita, como desconfiava um pensador do século 19 como Friedrich Nietzsche, é que mesmo os sentimentos de indignação moral e de justiça se subordinam aos nossos afetos, às nossas preferências pessoais. E na política a questão se exacerba.

Em outras palavras. Se o sujeito não é da minha simpatia, não é da minha ideologia, não pertence ao grupo político que eu me identifico, que se opõe ao que acredito, mesmo que seja apenas no campo das ideias, não ligo tanto para que ele seja punido. Aliás, posso torcer até que ele tenha um castigo rigoroso. Mas se a pessoa for de um grupo com o qual tenho afinidades, que se opõe ao que me oponho, e por aí vai, minha tendência é não querer sua punição. Quero, na verdade, sua absolvição, sua anistia.

DESEQUILIBRIO SOCIAL – Noções como justiça e equilíbrio, no dia a dia das pessoas, ficam em segundo ou terceiro plano frente aos sentimentos envolvidos.

É dessa maneira que as pessoas funcionam, incluindo os grupos sociais, as nações: em bando. A individualidade não é um artigo apreciado nem em pensamento. O risco ocorre quando o desequilíbrio passa a dominar as instituições. Quando os critérios objetivos não parecem mais valer nas entidades que deveriam cuidar disso.

Assim, Glauber e Débora, em seus âmbitos específicos, podem ser penalizados com sanções maiores do que as recebidas por um assassino. É justo? Lembrando que no Código Penal a pena é de seis a vinte anos. E, no caso da Câmara, há suspeitos de homicídio que não tiveram seu caso nem analisado ainda pelo Conselho de Ética. Vivemos tempos de desequilíbrio e paixão.

Bolsonaro poderá ser transferido para São Paulo e sofrer uma nova cirurgia

Bolsonaro posta foto internado e diz que teve complicações no intestino -  Rádio Santana FM - Notícias de Itaúna e Região

Médicos ainda aguardam o resultado dos medicamentos

Mariana Rosário
O Globo

O médico de Jair Bolsonaro não descarta a possibilidade de que o ex-presidente passe por uma nova cirurgia diante do quadro de obstrução intestinal que o levou à internação nesta sexta-feira. O cirurgião Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo passou o dia atendendo em consultório na cidade de São Paulo, mas acompanha à distância o caso de Bolsonaro, que foi transferido de Santa Cruz, para Natal, no Rio Grande do Norte.

— Por enquanto não irei a Natal. Sei que ele está doente, mas ainda não sei qual será a evolução do caso. Provavelmente, ele será transferido de onde está para São Paulo e poderá ser operado — afirmou. — Ele está com o intestino completamente paralisado. Ele está com um problema sério agora. Mas não há nada decidido. Ele está sendo avaliado.

O abdome do ex-presidente está distendido e ele tem paralisia total no intestino. A conduta a ser tomada para aplacar as dores e resolver o problema de saúde, porém, ainda está sob avaliação.

— Ainda não o examinei. O Leandro Echenique, clínico-geral dele, quer que ele venha para São Paulo — afirmou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O problema de Bolsonaro é grave desde a origem. Ele precisa ter uma vida mais sossegada e que não force o abdômen. Não deve andar de moto, jet-ski, cavalo, jumento e jegue. Não deve permitir ser carregado pela multidão, como ocorreu esta semana, na viagem ao Nordeste. Faz mal a ele até aquela quicada do avião quando o trem de pouso toca o solo. Mas Bolsonaro não liga para nada e faz tudo ao contrário. Deveria deixar a política e cuidar da saúde, mas a vaidade não deixa. (C.N.)

Lula “acerta” ao não fazer nada sobre inflação, diesel, ovo e guerra a Trump

As desventuras de um presidente que desaprendeu a governar | Metrópoles

Desventuras de um presidente que desaprendeu a governar

Vinicius Torres Freire
Folha

Carestia da comida, diesel caro na bomba, atravessador do ovo, imposto de importação de Donald Trump. Desde o início do ano, o governo disse umas demagogias sobre cada um desses assuntos, mas acabou por não fazer nada. Pelo menos do ponto de vista das políticas públicas e da economia, melhor assim.

Pode ser que o povo cisme com o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tanto falar sobre certos assuntos, sem notícia de ação. Mas isso é problema dos marqueteiros.

E AS MEDIDAS? – Na volta das férias de final de ano, o presidente cobrou os ministros, em reunião geral em Brasília: queria medidas para lidar com a inflação da comida, carestia que pouco tinha a ver com o governo e a respeito da qual o governo poderia fazer muito pouco.

Na verdade, Lula queria uma reação à perda de prestígio nas pesquisas, de resto ainda chocado pelo pânico do dólar de dezembro e pela “revolta do Pix”. Na mesma semana da reunião ministerial, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, diria, de modo desajeitado, que haveria “intervenções” nos preços de alimentos.

Se corrigiu logo, mas disse também que o governo começaria sua campanha contra a carestia com a adoção de sugestões dos supermercados. Houve mais blablablá sobre o assunto, que morreu ao longo do verão.

PIORADA PELO DÓLAR – O que aconteceu, dois meses e meio depois? Nada. O governo até baixou o imposto de importação de alguns produtos, sardinha inclusive. Em si, não se tratava de providência ruim, mas não adiantaria quase nada.

O problema é a inflação mundial de alimentos, piorada um tanto aqui pelo dólar, que em parte subiu porque o governo fez bobagens macroeconômicas.

Em fevereiro, em público, Lula pediu a Magda Chambriard, presidente da Petrobras, que desse um jeito nos atravessadores que encareceriam o preço do diesel, um “assalto”. Quem sabe houvesse um cartel de distribuidores de combustível, mas Lula jamais contou ao menos que mandaria investigar o problema. E o que aconteceu? Nada.

ATRAVESSADOR DO OVO? – Em março, foi a vez da carestia do ovo. Lula discursava: “O que nós precisamos é saber que tem atravessador no meio. Entre o produtor e o consumidor deve ter muita gente que mete o dedo no meio. E nós vamos descobrir quem é o responsável por isso”. Isto é, quem “passava a mão no direito do povo brasileiro” de comer ovo. Quem sabe houvesse também o cartel da distribuição do ovo. Nunca soubemos.

Também jamais soubemos que “coisa errada” houve na licitação cancelada que o governo havia feito para comprar arroz de maio de 2024. A ideia era conter preços, que viriam a cair sem ajuda oficial, e colocar a marca do governo no pacote de comida.

O que o governo fez dos ovos? Nada.

RETALIAR TRUMP – No começo deste abril, uma parte não muito inteligente do governo vazou para a mídia que o Brasil até poderia retaliar as medidas lunáticas e imperiais de Donald Trump. O que também “estaria sobre a mesa”?

Aumentar o imposto de importação sobre óculos de sol, produtos de beleza, fones de ouvido e cerejas. Uma tolice econômica, comercial, política e de dimensão ridícula.

O que aconteceu até agora? Felizmente, nada. Há pessoas sensatas no Itamaraty e na Fazenda, pelo menos, para quem, por ora, é melhor o Brasil se fazer de morto. De resto, começou um lobby de empresas, algumas até industriais e muitas do agro, que pedem cautela máxima nessa situação, até porque alguns setores podem ganhar com a guerra comercial.

Boa Vida! Ministro do TCU ficou 124 dias fora do país e superou até Lula

Parente de Mares Guia trabalha com o relator da ár... | VEJA

Walton Alencar está sempre de olho numa nova viagem

Thiago Herdy e Tiago Mali
do UOL

O ministro Walton Alencar Rodrigues, do TCU (Tribunal de Contas da União), passou 124 dias fora do país em 2024 a trabalho, bancado pelo Estado brasileiro, indica levantamento do UOL. O custo para o TCU com as viagens de Walton foi superior a R$ 1 milhão: R$ 513 mil em diárias e R$ 500 mil em passagens.

Superou o presidente Lula, nos dois primeiros anos de seu 3º mandato, ficou 91 dias fora do país.VIA

ALTOS CUSTOS – No total, o TCU gastou ano passado R$ 4,4 milhões com passagens e diárias de viagens para 11 ministros —os nove titulares e dois substitutos.

Walton foi o campeão de viagens, mas logo atrás dele vem o ministro Bruno Dantas. O então presidente do TCU passou 103 dias viajando em 2024, entre destinos nacionais e internacionais, ao custo de R$ 969 mil: foram pagos R$ 624 mil de passagens e R$ 345 mil de diárias.

Levantamento do UOL indica que, nos dez tribunais de contas estaduais com maior média mensal de remuneração líquida, um grupo de 74 conselheiros foi ressarcido por diárias que, somadas, totalizam outros R$ 2,8 milhões. O cálculo não inclui custos de viagens de assessores e acompanhantes.

MISSÃO DE PAZ – Entre os eventos frequentados pelo ministro Walton no período estão uma missão para verificar a atuação da Missão de Paz da ONU em Kosovo e um congresso nas Ilhas Cook com o tema “Fortalecendo o desempenho: fazendo a diferença na vida das pessoas do Pacífico”.

O ministro também esteve em Washington, Nova York, Paris, Lisboa, Shenzhen (China), Pequim, Seul, Bonn (Alemanha), Bucareste (Romênia), Ninh Binh (Vietnã) e Nairobi (Quênia).

A reportagem procurou o TCU, que enviou a resposta abaixo. Entrou em contato também com o gabinete do ministro Walton para saber se desejava acrescentar algo, mas não obteve resposta.

AÇÃO EXTERNA – Questionado então sobre a necessidade desses deslocamentos, o TCU creditou o número de viagens do ministro ao fato de o órgão presidir atualmente a Organização Internacional das Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai).

O TCU afirma que também assumiu posição no Conselho de Auditores da ONU e que Walton é o supervisor de uma nova secretaria criada para exercer essa função.

Antes de o TCU estar no conselho de auditores da ONU, no entanto, o ministro já tinha o hábito de passar dias no exterior. Em 2022 foram 59 diárias internacionais, incluindo uma viagem para as Maldivas. Em 2023 foram 66 diárias.

PASSAPORTE EM DIA – Não foram apenas os conselheiros do TCU que realizaram viagens internacionais bancadas pelos tribunais. Apenas no ano passado, o conselheiro do TCE-PR Ivan Lelis Bonilha recebeu R$ 137,4 mil como pagamento por 67 diárias.

Foram quase dez semanas remuneradas para participar de compromissos em Salamanca (Espanha), Paris, Graz (Áustria), Roma, Lisboa e Bruxelas.

Em nota, Bonilha disse ser vice-presidente de relações institucionais de uma organização que promove a pesquisa entre tribunais de contas, o Instituto Rui Barbosa (IRB).

“AÇÕES INOVADORAS” – Segundo ele, a participação nos eventos permite aos tribunais de contas “terem informações práticas das ações inovadoras que são tomadas, visando coibir o mau uso dos recursos públicos não apenas no âmbito de nosso país, mas especialmente das instituições europeias, com destaque para as de Portugal, Espanha e Itália”.

Quem esteve com Bonilha em Salamanca foi o conselheiro do TCE-MG Durval Ângelo, que recebeu R$ 17 mil pela viagem, entre 16 e 22 de março do ano passado.

Segundo o tribunal, Durval apresentou a palestra “A inteligência artificial e o controle externo” no V Congresso Internacional de Controle Público e Luta contra a Corrupção.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
As desculpas são variadas, mas no fundo é tudo a mesma coisa, com desfaçatez no uso privado de dinheiro público. Como dizia o Barão de Itararé, esses servidores sem caráter deveriam abandonar a vida pública e se meter na privada. (C.N.)

Líder do PL tem maioria (263) para anistia e quer colocar em pauta no dia 30

O deputado Sóstenes Cavalcante em coletiva no Rio

Sóstenes mostra que a maioria pretende aprovar a anistia

Luísa Marzullo
O Globo

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), agradeceu os dirigentes de partidos da base após anunciar que conseguiu as 257 assinaturas necessárias para protocolar a urgência do PL da Anistia aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro de 2023. Conforme informou a colunista Bela Megale, a assinatura de parlamentares da base de Lula causou indignação no Palácio do Planalto.

O deputado ainda ressaltou o papel do líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas Fernandes. Ele foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como novo ministro das Comunicações nesta quinta-feira.

DISSE SÓSTENES — “Temos como aliados o presidente Antônio Rueda, do União Brasil, bem como seu líder na Câmara dos Deputados, que foi o segundo que deu mais assinaturas”, afirmou o líder do PL. Questionado pelo GLOBO se estava se referindo a Pedro Lucas Fernandes, Sóstenes confirmou.

Outros caciques foram citados, como Marcos Pereira, do Republicanos, e Gilberto Kassab, do PSD. Sóstenes afirmou que Kassab telefonou para parabenizá-lo. “Gilberto Kassab me ligou para festejar que nós pudéssemos ter alçado essa grande marca.

Na semana passada, Kassab afirmou que o partido estava “dividido” sobre o tema da anistia aos condenados pelo 8 de janeiro. O presidente nacional do PSD disse que ele próprio ainda não havia formado posição sobre o tema.

CASO DE BOLSONARO – Sóstenes Cavalcante também afirmou que o projeto de lei não irá beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, em um dos textos, o antigo relator, Rodrigo Valadares (União-SE), previa a anistia a condenados e réus dos atos, além de todos que tiveram participação direta ou indireta no 8 de janeiro e em atos relacionados aos protestos. Nesse contexto, os políticos seriam abarcados.

Não é certo que a proposta seguirá esses moldes, mas o PL pleiteia que Valadares seja mantido na posição. O projeto a ser votado dependerá do clima na Casa.

Sóstenes, contudo, diz que Bolsonaro pediu para se autoexcluir. “Só se anistia quem já está condenado. Não é, neste momento, uma discussão. Se for condenado, os advogados vão avaliar|” — disse o parlamentar.

TEXTO INDEFINIDO – Segundo o deputado, não é possível precisar qual texto será aprovado, podendo haver mudanças ao longo da tramitação do projeto. Primeiramente, ele afirmou que apenas condenados seriam beneficiados, mas depois se contradisse.

Segundo Sóstenes, até esta manhã já são 263 assinaturas, mas, por enquanto, ele não irá divulgar os nomes dos deputados até atingir ampla maioria, acima de 280. A estratégia é respaldada por Bolsonaro que, mesmo internado, o orientou a não expor. O mínimo necessário é mais da metade do quórum, de 257. Ele também afirmou que integrantes de siglas mais à esquerda pediram para serem preservados da exposição.

O líder do PL também fez elogios ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que, segundo ele, teria sido transparente ao longo de todo o processo.

— Não falei com ele ainda, está em viagem no exterior. Uma vez atingida a maioria, tenho convicção do bom senso político do presidente Hugo Motta. Ele esticou a corda até onde deu e nunca escondeu isso da gente. Agora demos conforto a ele, de dizer que somos maioria.

AINDA EM ABRIL – Em viagem internacional, Motta volta ao Brasil no dia 20. Sóstenes quer se reunir com ele já no dia 22 e falar sobre a anistia na próxima reunião de líderes, que ocorre na quinta-feira (24). A expectativa do deputado é pautar a urgência em plenário até 30 de abril.

Também participaram da coletiva de imprensa o senador Carlos Portinho e os deputados federais Alexandre Ramagem e Roberto Monteiro. Ao longo das últimas duas semanas, Sóstenes organizou as assinaturas pela urgência do PL da Anistia.

Entre os assinantes, 13 partidos deram apoio. A pauta, inicialmente da oposição, furou a bolha e conta com endossos entre siglas que fazem parte do governo federal.

BASE DO GOVERNO – Juntas, as bancadas de PP, União Brasil, Republicanos, PSD, MDB e PSB somam mais de 130 assinaturas. Embora sejam de partidos da base do governo, parte desses deputados já se posiciona contra o Palácio do Planalto em diversas questões.

Essa adesão, porém, reflete uma fragilidade na gestão de Lula (PT), que tem se oposto à anistia. No caso do União Brasil, Celso Sabino (Turismo) lidera o ministério, e a pasta de Comunicações deve ser novamente ocupada pelo partido. Já o PSD e o MDB controlam três ministérios cada.

A federação PT-PV-PCdoB e outros partidos à esquerda, como PSOL e PDT, não têm parlamentares que tenham aderido à proposta.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Fica claro um embate entre Congresso e Supremo. Conforme anunciamos aqui na Tribuna da Internet, a culpa pela anistia é do próprio Alexandre de Moraes, que inventou esses terroristas e essas penas pesadas demais. Isso não é justiça, nem é democracia. (C.N.)

Bolsonaro passa mal, tem atendimento de urgência e é transferido para Natal

Bolsonaro passa mal no interior do RN e é transferido para Natal - Portal  do RN

Bolsonaro sentiu fortes dores e precisou ser internado

Karina Ferreira e Juliano Galisi
Estadão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou mal durante viagem ao Nordeste e foi atendido com urgência no Hospital Municipal Aluízio Bezerra, em Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, nesta sexta-feira, 11. Bolsonaro sentiu fortes dores decorrentes da facada que sofreu em Juiz de Fora (MG) durante a candidatura à Presidência em 2018.

Segundo o hospital, após o atendimento de urgência, o ex-presidente foi caminhando até a ambulância, que o levou até o estádio da cidade, o Iberezão. De lá, um helicóptero levou Bolsonaro para um hospital na capital do Estado, Natal.

Santa Cruz é uma cidade do interior do Rio Grande do Norte de 38.996 habitantes, localizada a 116 quilômetros da capital estadual.

ESTÁ EM TURNÊ – O ex-presidente está em turnê por Estados do Nordeste, apelidada de “Rota 22″. O objetivo é se aproximar do eleitorado da região. Na última eleição presidencial, Lula da Silva (PT) venceu Bolsonaro nos nove Estados do Nordeste com uma margem expressiva de votos.

A iniciativa foi idealizada por Rogério Marinho (PL-RN), líder da Oposição no Senado. O Estado de Marinho foi escolhido como o pontapé da iniciativa.

Segundo um dos filhos do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o pai sentiu dores abdominais ao longo da manhã, mas escolheu não cancelar as agendas. “No percurso, não aguentando mais as dores, foi levado ao hospital de Santa Cruz (RN), onde foi avaliado com reflexos de aderências (consequências permanentes da facada que sofreu) e, então, foi sedado para exames”, escreveu em seu perfil do X (antigo Twitter).

TOTAL EMPENHO – A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), também fez uma publicação na rede social, informando que determinou “total empenho e a adoção de todas as providências necessárias por parte das equipes das Secretarias de Saúde e de Segurança Pública do Rio Grande do Norte para prestar assistência ao ex-presidente da República”.

Jair Bolsonaro foi vítima de uma facada durante um evento da campanha à Presidência da República em 2018 em Juiz de Fora. O então candidato foi atendido na cidade mineira e transferido para São Paulo. Ele já realizou cinco cirurgias abdominais desde então, além de outras intervenções médicas por complicações da facada.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Bolsonaro não tem saúde para fazer política num país continente como o Brasil. Jamais deveria forçar o abdômen, mas vive andando de jet-ski, motocicleta ou cavalo. Na Av. Paulista, permitiu que os manifestantes o carregassem no colo, um absurdo total. Até a aterrissagem do avião tem risco, com a quicada do trem de pouso ao tocar a pista. Mas ele não liga, não se cuida e ainda se diz imbrochável, quando se sabe que é a maior dificuldade ter relações usando uma tela dentro do abdômen. Bolsonaro deveria desistir de ser presidente, mas quem se interessa? (C.N.)

Cassar Glauber Braga, ao invés de advertir, é mais um exagero na política

Conselho de Ética analisa parecer que pede cassação de Glauber Braga - Notícias - Portal da Câmara dos Deputados

Glauber perdeu a linha com manifestante que o provocou

Lucas Schroeder e Manoela Carlucci
da CNN

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 13 votos a 5, o pedido de cassação de Glauber Braga (PSOL-RJ), na quarta-feira (9). Agora, cabe ao plenário da Casa decidir pela perda ou não do mandato do parlamentar. Ainda não há data para a análise da matéria.

O deputado é acusado de empurrar e expulsar um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) do Congresso Nacional em abril de 2024. Na ocasião, Glauber e o influenciador identificado como Gabriel Costenaro discutiram dentro da Câmara. O deputado expulsou Costenaro do prédio com empurrões e chutes, com a confusão se arrastando até a rua.

AMEAÇOU AGREDIR – Uma representação contra o parlamentar foi apresentada ainda em abril passado pelo partido Novo. A legenda argumentou à época que Glauber ameaçou agredir o integrante do MBL caso ele tentasse entrar novamente no anexo.

Na semana passada, o relator da ação no Conselho de Ética da Câmara, Paulo Magalhães (PSD-BA), deu seu parecer favorável à cassação do mandato do colega de Casa.

O relator alegou que os empurrões e chutes do deputado do PSOL foram comprovados por vídeos e que Costenaro não reagiu, além de ter sido agredido fora das dependências da Câmara.

SEM DECORO – “A instrução probatória nesses autos revelou prática por parte do representado de procedimento incompatível com o decoro parlamentar. Exige-se do congressista a adoção de conduta irretocável, uma vez que o interesse público não aceita deslizes na sua atuação”, declarou o relator.

“Diante das provas produzidas nos autos, verifica-se que o representado [Glauber Braga] extrapolou os direitos inerentes ao mandato, abusando, assim, das prerrogativas que possui. (…) É uma quebra nítida de decoro parlamentar. (…) Diante o exposto, voto pela procedência da representação número 5 de 2024 com a consequente aplicação ao deputado Glauber Braga da sanção de perda de mandato”, concluiu.

GLAUBER RESPONDE – O parlamentar do PSOL afirma que o ativista do MBL tinha um histórico de provocações contra ele que culminaram em ofensas à sua mãe.

Ele não poupou críticas ao relator do caso e acusou o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) de ser o real autor do parecer exposto por Paulo Magalhães.

“O relator, no seu desespero em poder agradar quem de fato escreveu o relatório, nem disfarçou. O que eu disse naquele dia, deputado, e o que eu repito aqui no dia de hoje, é que quem escreveu o seu relatório foi o senhor Arthur Lira.”

A CNN entrou em contato com o deputado Arthur Lira e aguarda retorno.

GREVE DE FOME – A sessão que analisou o pedido de cassação do mandato de Glauber foi marcada por confusões e a promessa de uma greve de fome pelo próprio deputado. De acordo com o parlamentar do PSOL, a ação não foi motivada pelo desentendimento, mas por declarações suas a respeito do orçamento secreto.

“A partir do dia de hoje, vou permanecer neste Plenário. Quem quiser chamar de greve pode chamar. Vou dar início a uma ação de não rendição ao orçamento secreto”, disse Glauber.

Durante a sessão de ontem, parlamentares do PSOL criticaram o presidente do conselho, Leur Lomanto Júnior (União-BA), por pautar um requerimento para encerrar a discussão do parecer e iniciar a votação antes que a lista de oradores fosse esgotada.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como apurou a CNN, o PSOL prepara um recurso ao Conselho e outro ao Supremo Tribunal Federal. Cassar um político como Glauber Braga é um bocado de exagero. O Congresso está cheio de corruptos e criminosos notórios. Glauber é um homem de bem que perdeu a cabeça diante de um provocador, apenas isso. Merece punição? Sim. Mas cassá-lo seria uma boçalidade coletiva. (C.N.)

Por enquanto, Bolsonaro estará fora da eleição, mesmo se houver anistia

Lawmaker son of Brazil's Bolsonaro announces relocation to the US as father  faces legal woes | AP News

Bolsonaro vive em campanha, mas não pode se candidatar

Merval Pereira

Levar milhões de pessoas às ruas ficou difícil depois que a moderna tecnologia possibilitou contar com exatidão as grandes manifestações. Os bolsonaristas dizem que 1 milhão estiveram presentes na manifestação da Avenida Paulista a favor da anistia, mas os números verdadeiros sugerem que havia entre 45 mil e 60 mil manifestantes. Pela visão dos vídeos do pico de presença, era gente que não acabava mais.

Os números podem enganar, mas não é possível nem ao mais fanático petista negar que Bolsonaro é o único líder político hoje capaz de colocar tanta gente na rua com convocação pelas redes sociais.

COMPARAÇÕES – O aparente fracasso da manifestação anterior, em Copacabana, não significou que o bolsonarismo houvesse refluído, mas algum erro de convocação aconteceu.

Mesmo assim, houve mais gente no Rio que na manifestação contra a anistia promovida pelo líder do PSOL, Guilherme Boulos, em São Paulo.

Desde que os sindicatos perderam o subsídio obrigatório recebido dos associados, perderam igualmente a capacidade de mobilizá-los, o que dava à CUT e ao PT a aparência de controlar as manifestações populares.

CEM MIL – Quando não se podia contar com precisão pessoas presentes nas ruas, falar em Passeata dos Cem Mil contra a ditadura militar era uma maneira de realçar a grandiosidade da manifestação, especialmente naquele momento em que recrudescia a opressão. Hoje, não dá mais para negar se uma manifestação “flopou”.

A demonstração de força na Paulista, no entanto, não quer dizer que a pressão popular tenha influência para obrigar os parlamentares a aprovar a anistia dos presos pela tentativa de golpe do 8 de Janeiro.

Não parece haver disposição para comprar mais uma briga com o Supremo Tribunal Federal (STF), sobretudo uma briga perdida, pois é óbvio que, aprovada a anistia no Congresso, o Supremo decidirá que ela é inconstitucional.

BRIGA INSENSATA – É uma briga indesejada, a não ser para os fanáticos bolsonaristas, que jogam na anistia a possibilidade de Bolsonaro ser liberado para disputar a eleição presidencial de 2026.

 No entanto, anistia restrita aos punidos pela tentativa de golpe não anularia a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de torná-lo inelegível, tomada devido a abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação na campanha presidencial de 2022.

Sua punição não tem nada a ver com a tentativa de golpe. Por isso, o projeto de anistia não se refere à data de 8 de janeiro de 2023, mas fala num prazo mais amplo, que pegaria a condenação eleitoral de Bolsonaro. O ex-presidente enfrenta um paradoxo difícil de superar.

CABO ELEITORAL – Não podendo se candidatar, ele se torna um excelente cabo eleitoral, mas não para quem ostenta seu próprio nome. As pesquisas mostram que somente ele pode enfrentar Lula em igualdade de condições.

Qualquer um que tenha seu sobrenome, a mulher Michelle ou os filhos Eduardo e Flávio, não tem chance eleitoral e, colocado como vice na chapa de alguém, enfraquece o candidato a presidente. Especialmente porque ficará pairando no ar a suspeita de que o candidato a presidente está ali apenas para guardar o lugar para um Bolsonaro assumir a Presidência e governar sob orientação dele.

Resta testar a possibilidade de Bolsonaro apoiar um dos governadores de direita que estiveram na manifestação da Paulista. Enquanto sua sombra permanecer encobrindo os candidatos de direita, um grupo dividido não chegará a lugar nenhum. Ao contrário, aumenta a chance de o presidente Lula se reeleger, apesar das dificuldades que enfrenta. Chegamos a um ponto em que só Lula e Bolsonaro mobilizam os eleitores. Sem os dois no páreo, abre-se uma imensa gama de alternativas ao eleitor brasileiro.

Malafaia acusa Hugo Motta de tentar impedir o avanço do projeto da anistia

Condução coercitiva de Silas Malafaia atrai holofotes para nova ação da  Polícia Federal | Brasil | EL PAÍS Brasil

Nem Bolsonaro consegue controlar a língua de Malafaia

Deu no Poder360

Aliado de longa data e amigo pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o pastor Silas Mafalaia voltou a criticar nesta quinta-feira (10.abr.2025) o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Segundo o religioso, o congressista trabalha em parceria com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes para impedir o avanço do projeto de lei que quer anistiar os presos do 8 de Janeiro.

“Ele [Hugo Motta] cancelou a reunião de líderes desta quinta-feira. Sabe por quê? Com medo de o líder Sóstenes Cavalcante apresentar mais de 257 assinaturas pedindo a urgência do projeto de anistia. Na semana que vem, todas as sessões serão remotas”, disse Malafaia em vídeo publicado em seu perfil no X. E acrescentou:

MAIS ATAQUES – “A verdade é que ele está afinadíssimo com o ditador da toga Alexandre de Moraes Atenção, Brasil! Mais uma denúncia grave contra o presidente da Câmara Hugo Motta”, escreveu nas redes sociais o pastor  Silas Malafaia, da corrente evangélica Vitória em Cristo.

A declaração do pastor se dá menos de 24 horas depois de Bolsonaro recomendar que ele recuasse nas críticas a Motta para não contaminar as negociações no Congresso para pautar o pedido de urgência do PL da anistia.  

Em entrevista na quarta- feira (9.abr) ao podcast Direto de Brasília, o ex-presidente afirmou que Malafaia é um líder religioso e “não entende o Parlamento”.

NA AV, PAULISTA – No domingo (6.abr), durante discurso em ato realizado na av. Paulista, em São Paulo, o pastor Silas Malafaia também fez críticas a Motta.

Afirmou que o presidente da Câmara “envergonha o honrado povo da Paraíba”, porque ele teria orientado líderes partidários a não assinarem o pedido de urgência do projeto que propõe anistia aos envolvidos nos atos do 8 de Janeiro.

Agente Laranja devasta o sonho americano e sua liderança mundial

Charge do Zé Dassilva: Donald Trump e as eleições nos EUA - NSC Total

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Hélio Schwartsman
Folha

Medidas de Trump mostram que EUA são menos confiáveis do que se supunha, o que compromete posição de liderança do país. Apesar de Donald Trump ter suspendido o efeito do tarifaço por 90 dias, exceto para a China, ele já causou aos EUA danos difíceis de reverter.

Muito do poderio americano derivava do fato de o país ser visto como porto seguro, na economia, na geopolítica, na estabilidade democrática e na capacidade de produzir inovação. Não é mais.

SEM CONFIANÇA – A fase mais aguda do tumulto econômico das tarifas deverá passar em dias, mas o mundo se deu conta de que os EUA são um parceiro comercial menos confiável do que se supunha. Vários países procurarão colocar-se em posição de menor dependência, desacoplando suas economias da americana.

Pode sobrar até para o dólar. A moeda americana não vai deixar imediatamente de ser a grande reserva global de valor, mas Trump criou um incentivo a que se busquem alternativas.

No plano militar, a Europa percebeu que não pode mais contar com Washington para encabeçar a defesa do continente contra a Rússia.

GROENLÂNDIA – Não dá nem para descartar a possibilidade de os EUA se tornarem uma ameaça mais concreta do que Vladimir Putin, o que ocorreria caso Trump decidisse mesmo tomar a Groenlândia, que é parte da Dinamarca, à força.

Também estamos vendo coisas que até há pouco seriam inimagináveis, como a imprensa (a tradicional, não a satírica) discutindo planos do presidente para violar a Constituição e turistas europeus desistindo de viajar à América por medo de sofrer prisões arbitrárias.

FUGA DE CÉREBROS – É possível até que os EUA estejam vivendo as fases iniciais de um “brain drain”, a fuga de cérebros, que é o fenômeno pelo qual países instáveis perdem suas melhores mentes científicas para outras nações. Timothy Snyder, por exemplo, já anunciou que trocou Yale pela Universidade de Toronto.

O problema de base são os eleitores. Eles não sabem a força que têm. É verdade que trumpistas radicais votaram por uma delirante reforma da natureza. Mas parte considerável dos americanos foi de Trump em protesto contra os preços de Joe Biden. Compraram mais inflação e muita devastação pelo Agente Laranja.