Ricardo Rangel
Veja
O discurso continua o mesmo: “Foram elementos isolados”, “Não representam as Forças Armadas”. Mas a atitude mudou. A paciência, a solidariedade silenciosa e a passação de pano parecem ter acabado.
Na entrevista que o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, nos concedeu ao programa Os Três Poderes, não houve complacência nem solidariedade para com os oficiais que estiveram na reunião do golpe.
Múcio não nega a alegada adesão de Garnier e a atribui a “entusiasmo com o poder”. E insiste com vigor que os golpistas serão punidos.
AVENTURA MALUCA – O comandante do Exército, general Tomás Paiva, informa Eliane Cantanhêde, do Estadão, diz que a adesão de Garnier ao golpe foi “bravata” e “aventura maluca”, sem sustentação das tropas. E reafirma a disposição em punir os criminosos.
Maria Cristina Fernandes, do Valor, conta que o então comandante do Exército, general Freire Gomes, negou apoio ao golpe. E encerrou: “Se o senhor for em frente com isso, serei obrigado a prendê-lo”.
Não está claro se Freire Gomes foi firme por legalismo ou por saber que os comandantes de pelo menos metade dos comandos militares brasileiros não adeririam. Ninguém dá golpe contra metade do Exército. Maria Cristina declina, e vale repetir, os nomes desses generais legalistas: Tomás Paiva, Fernando Soares, André Novaes e Richard Nunes.
TOQUE DE DESPERTAR – As revelações de Mauro Cid parecem ter funcionado como um toque de despertar para os quatro-estrelas (pelo menos os do Exército): ou cortam os laços com os golpistas de maneira completa e imediata ou afundam — e afundam as Forças Armadas — junto com eles. É excelente notícia. Mas restam duas dúvidas:
Qual será o ânimo para punir oficiais que são vistos como heróis por grande parte da tropa?
Combater o espírito golpista que existe em grande parte da tropa exigirá mudança nos currículos das escolas militares e a proibição de que militares da ativa exerçam qualquer cargo político que não esteja ligado à defesa. Existe disposição para fazer isso?
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Jamais haverá disposição para punir generais. A grande maioria dos militares apoiava Bolsonaro por ter horror a Lula. Apenas isso. (C.N.)
A grande maioria dos apoiava apoiava Bolsonaro por ter horror a Lula. Apenas isso. (C.N.)
Os militares arranjaram essa desculpa de ter horror ao Lula porque queriam o poder a qualquer custo.
Que horror é esse que o ladrão tem militares ao seu lado?
Horror por horror, os dois são ladrões.
A diferença é que com o demo, a roubalheira passaria a ser militar e não civil.
O negócio é ter acesso aos cofres públicos pra roubar sem dó.
Em definitiva, prefiro o roubo do ladrão que está no poder.
Um dia ele acaba, pois não é eterno.
Os milicos não acabam nunca e é papo pra permanecerem no poder uns 30 anos no mínimo.
Melhor deixar quieto, o cachaça tá acabando aos poucos…
Só quero que os dois sejam presos!
Não merecem ser presidentes nem dos banheiros do Maracanã.
Um forte abraço pro Sr. e um excelente domingo.
José Luis
Que horror é esse que o ladrão tem militares ao seu lado?
Amigão essa foi na mosca.
Pensei a mesma coisa, generais ao lado da ladrão e ainda batendo continência para preservar a democracia.
E eu sou o duende verde.
Esses generais são o que são, só estão interessados nas benesses, que são muitas, fora o pijama de bolinhas e as pantufas do Mickey mouse.
Assim como o ladrão e sua quadrilha de bandidos estão se lixando para o povo
Querem que o povo se exploda.
Forte abraço.
É isso aí!
Um excelente domingo, Amigão
José Luis
Hilário.
Horror a Lula? Ou muito amor ao dim-dim e outras cositas más?
Não se trata de punir ninguém. Muito pelo contrário.
Serão promovidos a presidente das revendedoras de geladeiras e freesers nos polos; Norte e Sul.
O viés ideológico do articulista é bem claro.
Seu juízo de valor sobre os militares e os currículos das academias militares tem tento valor quando a cagada de um pato com diarreia, se é que pato tem diarreia.
Corrupção tem em toda parte, os jornalistas não são exceção.
Punir militar que não presta continência pra ladrão pode ser contraproducente.