Vinícius Sales
Gazeta do Povo
Ao protocolar uma representação no Ministério Público Eleitoral (MPE) contra o ato convocado para o dia 25 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta terça-feira (20), o Partido dos Trabalhadores tem como estratégia classificar o ato como antidemocrático e imputar crimes aos participantes do evento.
A legenda solicitou ao MPE que determine medidas de prevenção e investigação para conter eventuais crimes contra o Estado Democrático de Direito, de financiamento irregular e de propaganda eleitoral antecipada. Os autores ainda argumentaram que a manifestação pode virar um “novo 8 de Janeiro”, em referência à invasão às sedes dos Três Poderes em Brasília.
DIREITO DE REUNIÃO – Em contrapartida, a defesa do ex-presidente Bolsonaro já havia acionado o STF, no fim de semana, para garantir que ele possa discursar durante o evento deste domingo.
Segundo o jornal O Globo, o advogado de Bolsonaro, Jeffrey Chiquini, pediu que a presença do ex-mandatário e o discurso dele “sejam garantidos como exercício constitucional da manifestação do pensamento e direito legítimo de reunião”. A análise deve ser feita pelo ministro Luiz Fux, segundo o advogado.
Além dessa representação do PT ao MPE, publicações de importantes figuras da legenda mostram o tom adotado pela esquerda para tentar minar o ato convocado por Bolsonaro. Em seu perfil no “X” (antigo Twitter), o líder da bancada do partido na Câmara dos Deputado, deputado Odair Cunha (MG), afirmou que o ex-presidente busca “comparsas” ao convocar a manifestação.
DIZ O PETISTA – “Os próprios aliados de Bolsonaro já sabem: ele procura por comparsas. E aqueles que participarem de mais essa manifestação golpista convocada por ele poderão incorrer nos mesmos crimes que o inelegível. Bolsonaro nunca defendeu a democracia antes, e não será agora que o fará”, disse o parlamentar na última sexta-feira (16).
A tese de uma manifestação golpista também foi ventilada pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). Em suas redes sociais, ele classificou a manifestação como “tapetão”.
“Sabendo que será preso, mais cedo ou mais tarde, Bolsonaro quer pressionar as autoridades judiciais e a polícia com manifestações a seu favor. Quer se impor no ‘tapetão’. Quer permanecer livre para continuar a ameaçar a democracia”, disse o deputado.
GLEISI ATACA – Já para a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, manifestação na Paulista não será para Bolsonaro se defender, e sim para “se contrapor ao devido processo legal, já que as provas contra ele e sua turma não param de aparecer”.
“É esse chefe terrorista que agora invoca, em seu exclusivo benefício, o estado de direito e a liberdade de expressão e manifestação que tentou, reiteradas vezes, destruir. É esse fascista que agora quer vestir o manto da democracia para mais uma vez atacá-la”, atacou Gleisi em uma longa postagem na rede social X, citando uma lista de supostas ações que ela atribuI ao ex-presidente, como manifestações em rodovias, decreto de estado de sítio, etc.
Porém, na leitura do cientista político Adriano Cerqueira, do Ibmec de Belo Horizonte, o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá adotar uma estratégia “tradicional” do mundo político.
SEM NOVIDADES – “É um roteiro conhecido. Eles querem transmitir que Bolsonaro está querendo atentar contra a democracia brasileira, que está querendo desestabilizar as instituições do Estado Democrático de Direito, que está querendo caracterizar como perseguição política um processo que seria da Justiça, que vai tentar também explorar eventuais ausências em termos de apoio político. Esse é o roteiro tradicional dos últimos meses”, disse Cerqueira.
Comentando o caso, o cientista político Elton Gomes, professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), avalia que o objetivo do PT é fragilizar Bolsonaro em um momento em que demonstra força. “É interessante para o presidente Lula e para o seu grupo político eliminar as capacidades de Bolsonaro como cabo eleitoral, como alguém que pode subir no palanque e transferir votos”, disse Gomes.
E acrescentou: “A estratégia de você questionar a legalidade, acionar os meios legais, fazer pressão sobre figuras da magistratura, em especial ministro de Tribunais Superiores, promover uma ofensiva judicial e policial, tudo isso é interessante para o PT, porque mesmo que não leve o adversário à prisão, deixa o Bolsonaro em uma situação de fragilidade”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A matéria enviada por Mário Assis Causanilhas mostra que a iniciativa do PT é uma bobajada, como se diz atualmente. A Constituição assegura o direito de manifestação, desde que haja respeito às instituições. Por isso Bolsonaro pede que não levem faixas e cartazes. Na forma da lei, a população não pode ser impedida de se manifestar. (C.N.)
E quem disse que temos constituição aqui nesse país?
Vencer a eleição com 17 ou 39%, causa muita insegurança, além de drama de consciência para quem ainda a tem, daí esses intermináveis pesadelos!
O MEDO DA ESQUERDA É GRAAANDE!
Se fosse para manifestação gay, de marcha de maconheiros ou dos bandidos do MST a “Amante” da Odebrecht estaria toda feliz da vida. Acho primeiro que a anta deveria devolver o dinheiro roubado dos aposentados. Ela e o seu maridinho na época.
1) Ninguém me perguntou, mas eu digo: votei no atual Presidente, não vejo problema no Comício do ex-presidente em SP.
2) Ainda há pouco, tipo 12 horas, passei na Cinelândia, RJ, e havia um ato público do PCO – Partido da Causa Operária e bandeiras da Palestina. Tudo pacífico…
3) Antigamente, o PCO chamava as esquerdas de “Camarilha dos 4”: PT, PCdoB, PCB, PSOL.