As coisas mudam, mas Lula e Bolsonaro ainda não conseguiram se adaptar a elas

Tribuna da Internet | Lula imita Bolsonaro e tem mais medidas provisórias caducadas do que aprovadas

Charge do Amarildo (Arquivo Google)

José Roberto de Toledo
do UOL

Lula e Bolsonaro estão saindo mais fracos do que entraram nesta eleição municipal. Não atenderam às expectativas dos aliados nem dos eleitores. Os polarizadores polarizaram menos. Seus campos magnéticos encolheram – mas por razões diferentes.

Bolsonaro encolheu enquanto a direita cresceu. Foi na contracorrente da eleição. Lula perdeu força junto com a esquerda.

LULA EM BAIXA – A esquerda encolheu, e Lula não foi aquele grande eleitor em que os esquerdistas depositavam suas esperanças. Nem tanto porque o presidente foi a menos palanques do que lhe pediram para ir, ou por participar de menos passeatas e gravar menos propagandas do que o esperado. Lula continua fazendo o que sempre fez. Mudou o eleitorado, ou parte dele. Trataremos disso mais adiante.

Já a direita cresceu. E cresceu mesmo com Bolsonaro se omitindo. Deixou de fazer campanha para muitos vitoriosos. Nos casos mais vexaminosos, como em São Paulo, o ex-presidente se escondeu no primeiro turno. “Uma porcaria de líder”, como disse o pastor Malafaia.

Bolsonaro reapareceu no segundo turno numa performance patética ao lado do governador Tarcísio de Freitas e do prefeito Ricardo Nunes. Só para dizer que o candidato a presidente em 2026 “sou eu”. Quem precisa dizer isso sobre si próprio mostra fraqueza. Talvez desespero.

BOLSONARO FALHA – A porcariada cometida por Bolsonaro lhe custou caro. O vácuo que ele deixou na eleição foi rapidamente ocupado por seus concorrentes à direita. Muitos cresceram e apareceram. Acabou-se o monopólio bolsonarista no polo de oposição a Lula e ao PT.

Pablo Marçal escancarou a porta, mas muitos outros candidatos a líderes de direita já estavam à espreita. Viram a brecha e entraram para ocupar o espaço deixado pela “porcaria de líder”.

É o caso de Nikolas Ferreira. É o caso de Ronaldo Caiado. É o caso de Tarcísio de Freitas. Os três elegeram bancadas de prefeitos próprias. Caiado elegeu-a enfrentando bolsonaristas. Saem mais fortes do que entraram na eleição municipal.

PORCARIA DE LÍDER – Bolsonaro era um grande líder? Nunca. Bolsonaro foi um surfista que pegou a onda certa em 2018 e perdeu a prancha em 2020, em 2022 e em 2024. Mudou de sigla partidária 11 vezes. Jamais constituiu um partido político. Notabilizou-se por deixar aliados caídos pelo caminho. Sempre foi uma porcaria de líder.

Em 2018, Bolsonaro simbolizou o antissistema, bancando o personagem que joga sozinho contra tudo e contra todos. Colou à época, mas esse papel cola cada vez menos. O ator é ruim.

Antes de ser presidente, Bolsonaro vivia das carcaças deixadas pelos grandes predadores. Hoje, é um assalariado relapso de Valdemar Costa Neto, o dono do PL. Voltou à necrofagia.

CENTRÃO VORAZ – Já os grandes predadores estão se saciando como nunca. O PL de Valdemar Costa Neto cresceu, o PP de Arthur Lira cresceu, o PSD de Gilberto Kassab cresceu mais do que todos. Por quê?

O Arenão, o Centrão – ou seja lá como se queira chamar a liga dos apex, dos partidos que estão no topo da cadeia alimentar da política – demostrou na eleição de 2024 que não há ninguém capaz de se alimentar deles. Eles não têm predadores naturais.

Os bilhões de reais do fundo partidário somados aos bilhões do fundo eleitoral se juntaram às ainda mais bilionárias emendas impositivas ao orçamento da União e produziram uma formidável máquina de eleger prefeitos, vereadores e deputados federais.

BENEFÍCIOS PALPÁVEIS – Pela primeira vez ouve-se em grupos de pesquisa qualitativas eleitores citando deputados pelo nome porque levaram dinheiro de emendas para seus municípios. Porque as emendas se materializam em benefícios palpáveis para o eleitor na forma de posto de saúde, hospital, quadra esportiva, escola, estrada, mirante…

As expectativas de consumo dos eleitores mudaram. Eles querem mais e melhor. Políticas de transferência de renda já não dão conta. Literalmente: o dinheiro do Bolsa Família não cobre mais a conta do mercado e do aluguel porque a fatia gasta com o pagamento de dívidas aumentou muito. Daí o estímulo para arriscar – e perder – uma graninha em jogo do tigrinho ou em bet casada sobre número de escanteios e cartões amarelos.

GRAU DE SATISFAÇÃO – As expectativas são parte determinante da avaliação do governo. É uma equação: o grau de satisfação é igual à expectativa menos a realidade. Se a realidade atende à expectativa, a resultado é positivo, e a avaliação do governo também. Se o eleitor espera mais, mas a entrega pelo governo permanece a mesma, o resultado é frustração da expectativa e desaprovação. Fazer o mesmo de sempre, ou de uma década e meia atrás, já não basta.

Lula e Bolsonaro mudaram? Não. Mudaram as circunstâncias, e eles não se adaptaram. Não se ajustaram às expectativas dos novos eleitores.

Na sua obra “Meditaciones del Quijote”, o filósofo espanhol José Ortega y Gasset escreveu: “Eu sou eu e minha circunstância, e se não a salvo, não me salvo.” Qualquer liderança política que não compreenda o ambiente onde opera, que não se adapte a ele ou que não consiga adaptá-lo às suas necessidades, vai falhar em sua missão.

Analistas da GloboNews quebraram a cara ao criticar Tarcísio de Freitas

Natuza Nery comenta declaração do governador Tarcísio sobre interceptação de mensagem

Informação que Tarcísio deu virou “crime eleitoral” na GloboNews

Vicente Limongi Netto

Deploráveis, patéticas, ridículas e nada republicanas – assim devem ser consideradas as análises apressadas, maldosas e infames, dos sabidões da GloboNews na apuração do segundo turno.

Empolados e arrogantes, na falta de argumentos, dispararam insultos ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por haver revelado, amparado em investigações da Secretária de Segurança paulista, que a facção criminosa PCC orientara para votar no desprezível Guilherme Boulos.

INFORMAÇÃO CERTA – Quebraram a cara, mais uma vez, porque no dia seguinte ficou provado e demonstrado que, na votação dentro dos presídios, perto de 80% dos votos foram em Boulos. Numa das penitenciárias, o total foi de 100%.

E agora, Merval, Natuza, Miriam, Julia etc.? Coitados! Jornalismo ruim, péssimo, da pretensiosa GloboNews.  Assinantes merecem e exigem mais respeito! Nas eleições norte-americanas, a postura cretina e indecente dos meninos e meninas da GloboNews é semelhante.

Ou seja, infame e patética. Vale tudo contra o republicano Donald Trump. Com sangue e ódio nos olhos. Tenho ânsia de vômito. 

CADEIA NELES – Imagens deploráveis, vergonhosas, absurdas e cruéis, exibindo a ação de um bando de covardes e canalhas que agrediram torcedores do Cruzeiro.

Merecem cadeia dura. Cenas que envergonham o futebol e agridem o ser humano. Não eram cenas tenebrosas da Faixa de Gaza ou de assassinatos no Líbano. Mas, aqui mesmo, do Brasil que se diz país bom e justo. 

A lamentar, também, o comportamento dos torcedores do Peñarol uruguaio. Resultado: levaram uma varada do Botafogo, estão fora da Libertadores.

CONSTITUINTE – Dia 6 de outubro a Constituição brasileira completou 36 anos. Data quase esquecida, mas que precisa ser exaltada e lembrada. A Constituição é mãe da democracia e das liberdades. Recordo, nessa linha, aquele que se dedicou, de corpo e alma, na elaboração da Carta Magna, o relator-geral Bernardo Cabral.

Deputado constituinte pelo Amazonas. Hoje com 94 anos de idade, morando no Rio de Janeiro, Cabral merece elogios dos patriotas autênticos. Disputou o cargo, em eleições diretas, com o então senador Fernando Henrique Cardoso e o deputado mineiro Pimenta da Veiga. A

 Constituição defende direitos trabalhistas, individuais, sociais e direitos humanos. A Carta Magna existe para ser cumprida e não mutilada. Também trabalharam duro, com Bernardo Cabral, os relatores adjuntos, Adolfo de Oliveira, Antônio Carlos Konder Reis e José Fogaça. O ex-senador e ex-deputado gaúcho permanece entre nós. Lúcido, com saúde, Fogaça poderá endossar ou desmentir minhas afirmações.

Exército indicia três dos coronéis que defendiam golpe contra Lula em 2022

Exército aguarda desfecho de investigação para punir militares

Comandante Tomás Paiva não faz comentários sobre  o assunto

Sérgio Roxo e Dimitrius Dantas
O Globo

O Exército concluiu nesta semana o inquérito policial militar (IPM) e indiciou três dos quatro coronéis apontados como autores de uma carta de 2022 que pressionava o comando da instituição a dar um golpe e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Foram indiciados um coronel da ativa, Anderson Lima de Moura, e dois da reserva, Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo Cardoso. A investigação concluiu que os três cometeram os crimes previstos no Código Penal de Militar de incitar a indisciplina militar, que prevê pena de dois a quatro anos de reclusão, e crítica indevida, com pena de dois anos de detenção.

LIMINAR – A investigação contra o quarto coronel, Alexandre Castilho Bitencourt da Silva, também da ativa, ainda não foi concluída porque ele conseguiu uma liminar (decisão provisória) que suspende parte dos atos da sindicância que deu origem ao IPM.

Agora, a 2ª Procuradoria de Justiça Militar em Brasília irá analisar o conteúdo do inquérito e decidir se serão apresentadas denúncias contra os três coronéis. O Ministério Público Militar também poderá optar por requisitar novas diligências.

A determinação para abertura do inquérito foi dada, em agosto, pelo comandante do Exército, general Tomás Paiva, após uma sindicância apontar “indícios de crimes” na elaboração da carta.

46 OFICIAIS – Ao todo, o Exército investigou em sindicância 46 oficiais que assinaram a carta usada como instrumento de pressão ao então comandante do Exército, General Freire Gomes, para aderir à tentativa de golpe.

O documento, intitulado “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”, teve “clara ameaça de atuação armada” após as eleições, segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A sindicância concluiu que 37 militares tiveram algum tipo de participação no episódio que envolveu o documento. Desses, quatro escreveram o texto e 33 o assinaram. Os que apenas assinaram a carta cometeram transgressão disciplinar. Dos 37 envolvidos no episódio, 11 escaparam de punição após darem explicações. Já 26 sofrem punição que variaram de prisão à advertência.

O advogado Elder Alves da Silva, que defende o coronel José Otávio Machado Rezo Cardoso, afirmou que o Exército conduziu as investigações internas sobre a carta de 2022 de maneira “açodada”, o que, na sua avaliação, prejudicou os oficiais.

DEFESA RESTRITA – O defensor disse ainda não ter conhecimento sobre a conclusão do inquérito policial militar contra o seu cliente. “Já li e reli a carta várias vezes e não constatei nenhum teor golpista”.

Alves da Silva afirma ainda que ele e os advogados dos outros coronéis não tiveram acesso, em tempo hábil, à sindicância que deu origem ao inquérito para fazer a defesa dos militares. Ele cita também uma decisão da juíza Luciana Raquel Tolentino de Moura, da 7ª Vara Cível da Justiça Federal do Distrito Federal, em favor do coronel Alexandre Castilho Bitencourt da Silva, que também é seu cliente.

Na decisão de 10 de outubro, a magistrada “declara nulo todos os atos da sindicância” tomados antes de 17 de julho, quando o militar teve acesso aos autos. O defensor argumenta que a anulação vale para todos os militares que eram alvos da sindicância.

O advogado Felipe Trompowsky, que defende o coronel Anderson Lima de Moura, também diz que não teve acesso aos autos.

— Nos parece que Alto Comando do Exército Brasileiro está agindo de forma politicamente persecutória (…). Os oficiais superiores, que conduziram tanto a Sindicância quanto o IPM, possivelmente, ao que parece, estão dolosamente fazendo uma interpretação de um texto, ressalte-se, sem autoria comprovada, para justificar a narrativa de tentativa de golpe, e tentando usar os investigados como uma espécie de exemplo para a corporação – disse, acrescentando:

— A defesa acredita que o MP Militar, órgão jurisdicional, com a devida competência técnica e jurídica, em face da total ausência de provas “de verdade” para comprovar autoria e materialidade dos crimes indicados no IPM, não irá apresentar denúncia e pedir o arquivamento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGEstá ficando engraçado. A anistia avança no Congresso justamente quando os coronéis são indiciados. Em tradução simultânea, ninguém será punido, a não ser aqueles pés de chinelo que o Supremo considerou “terroristas” altamente perigosos e que ainda estão presos ou já usam tornozeleira. São mais de 1,2 mil brasileiros, cujo crime foi acreditar em políticos desprovidos de caráter. (C.N.) 

Caiado faz novas críticas a Bolsonaro e repete que “a direita não tem dono”

Ninguém aguenta mais", diz Caiado sobre jeito como Bolsonaro faz política - Dia Online

Caiado é do centro e condena o extremismo de direita

Weslley Galzo
Estadão

A disputa eleitoral do segundo turno em Goiânia deixou marcas profundas na direita. De um lado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado estadual Fred Rodrigues (PL) saíram derrotados em uma campanha com ataques virulentos aos adversários. No outro flanco, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), saiu mais do que vitorioso ao quebrar um tabu histórico e eleger o aliado Sandro Mabel (União Brasil) em um processo que consolidou sua liderança no Estado.

Questionado sobre a força de Bolsonaro na direita, Caiado rebate que o segmento não tem dono e que não teme sofrer retaliação de uma oposição bolsonarista no Estado que governa.

O senhor avalia que a direita saiu rachada em Goiânia?
A centro-direita, em Goiânia, saiu vitoriosa. Eu ganhei a eleição. E tenho credenciais de uma vida para falar pela direita no Brasil, quando era palavrão, em 1986. Então aqui, em Goiás, ela saiu vitoriosa.

O senhor coloca Bolsonaro, Fred Rodrigues, Gustavo Gayer, no grupo extrema direita, em outra banda?
É outro raciocínio. A centro-direita saiu vitoriosa e o candidato foi eleito. Então eles saíram derrotados? O que aconteceu foi exatamente não fazer a política de entendimento e de coligação e de construção de candidatura. Eu o chamei (Bolsonaro) no começo do ano para que nos entendêssemos, compuséssemos chapas nas cidades de Goiás, ou seja, de acordo com o candidato em cada região e cidade. Certo? Eu fui surpreendido simplesmente por eles lançarem candidatos no Estado inteiro. Sem sequer ter conversado. Eles sequer sentaram para conversar.

Qual é o tamanho dessa vitória em Goiânia para o projeto político do senhor?
Você sabe que há 36 anos um governador não elege um prefeito na cidade de Goiânia. Então, já existia esse tabu aqui no Estado de que o governador não elege o prefeito. Segundo ponto, eu não tive aqui a pretensão de inventar candidato. Eu fiz pesquisas qualitativas e todas elas mostravam que a população queria um gestor que tivesse habilidade política.

Como o senhor avalia os ataques do ex-presidente Bolsonaro e dos seus familiares ao senhor?
Desrespeitoso, deselegante, sem necessidade, até porque eu o apoiei em todas as eleições que ele participou no cenário nacional. Aí ele lançou o candidato contra mim em 2022 na minha reeleição. Eu ganhei no primeiro turno. Lançou o candidato contra nós aqui, depois nós buscamos o entendimento na capital. Ganhamos a eleição dele. O que eu espero é que isso também possa fazer repensar esse seu comportamento no momento da eleição de 2026. Eu acho que a gente não ganha eleição sozinho. Está claro aí.

O que o eleitor prefere?
A gente não ganha eleição em posições extremadas. As pessoas querem moderação, querem equilíbrio. A população brasileira está cansada dessa queda de braço, desse processo de enfrentamento todo dia. O povo não aguenta mais esse nível de fake news, rotulando, se não concorda com a ideia deles, daí sai como comunista, sai como pessoa que não tem respeito à família. Pessoas totalmente desqualificadas para falar de família e falar de Deus. Tem que ter respeito com Deus. Deus é uma coisa que todos nós somos tementes. Vamos respeitar, certo? Falar em

Com quem o senhor pretende compor? Tendo em vista que o Bolsonaro, por ser essa liderança nacional, domina esse campo…
Vamos lá, vamos lá. O Pablo Marçal mostrou que não tem essa tese, não. A direita e o centro não têm dono de nenhum lado. Cada eleição é uma eleição. Em cada momento você vai apresentar suas ideias e não quer dizer que você está em um lado que você vai ganhar, não. Você ganha se você tiver os melhores argumentos, as pessoas mais preparadas, se você voltar a fazer política na vertente daquilo que a sociedade espera. Então, não tem esse voto cego, não tem esse voto encabrestado. E você viu que essa eleição foi a eleição da lucidez. Ou seja, as pessoas passaram a refletir e excluíram os extremismos, tá certo? E votaram na experiência, na moderação, na competência.

O senhor acredita que o resultado em Goiânia consolida o poder do senhor no Estado com vistas a disputar o Palácio do Planalto em 2026?
Eu sou candidato daqui a dois anos. Até porque eu me sinto credenciado para dar, diante dos meus seis mandatos. Sobre a primeira pergunta é dizer a você que eu não busquei isso que aconteceu. De maneira nenhuma. Quem veio aqui para Goiânia me enfrentar foi o ex-presidente Bolsonaro. Eu não fui enfrentá-lo em São Paulo ou no Rio de Janeiro, certo? Essa situação você coloca, não fui eu quem a criei, pelo contrário, eu insisti várias vezes para que houvesse uma convergência nas nossas alianças. Ele, ao invés de priorizar onde se existia uma disputa ideológica, que era em Fortaleza, do PT contra o candidato dele, ele preferiu vir para Goiânia, tá certo? E passar o dia inteiro aqui. Chegou aqui às oito e meia da manhã, saiu daqui às seis horas da tarde. Não fui eu que criei essa situação.

A anistia avança com PT, PL e MDB anunciando que apoiam Hugo Motta 

Lira oficializa apoio a Hugo Motta à presidência da Câmara - 29/10/2024 -  Poder - Folha

Hugo Motta agradece o apoio de Arthur Lira, seu maior padrinho

Guilherme Caetano, Iander Porcella, Levy Teles e Victor Ohana
Broadcast

Os principais partidos da Câmara dos Deputados anunciaram nesta quarta-feira, dia 30, apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Casa. O PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o MDB e o Partido Liberal (PL) confirmaram adesão ao nome de Motta, que tem o aval do próprio Lira. A federação liderada pelo PT tem 80 deputados; o PL, 92; e o MDB 44 deputados.

O apoio do PL foi anunciado pelo líder do partido, deputado Altineu Cortes (RJ), em frente à sala da liderança do PT. Os petistas também declararam apoio a Motta nesta quarta-feira, 30. A candidatura já recebeu o aval do Podemos e do PP.

FORMALIZAÇÃO – “Eu quero formalizar o apoio do PL à candidatura do deputado Hugo Motta”, declarou Altineu.”Vai ser formada uma comissão do partido com alguns deputados para levar algumas pautas importantes para o partido”, emendou. “Essa comissão vai tratar disso com o deputado no próximo mês, mas o apoio do PL está formalizado”, emendou.

Uma ala bolsonarista defendia uma postura mais intransigente na disputa, com uma lista de reivindicações para condicionar o apoio a determinado candidato ou até mesmo uma candidatura própria. Por outro lado, um grupo majoritário queria apoiar Motta.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, defendeu o apoio ao candidato de Lira. “Hugo Motta é muito equilibrado e tende a ser um bom presidente”, afirmou Valdemar.

PELA ANISTIA -Na lista dos pedidos feitos pelo PL está a exigência de que o novo presidente da Câmara ponha em votação o projeto da anistia para os condenados de 8 de janeiro. O PL também quer a vice-presidência e ampliar espaços em comissões importantes. “Tivemos uma reunião muito boa com a bancada. Agora, o pessoal só está acertando os espaços e a nossa pauta”

A costura feita por Lira para conseguir amplo apoio ao seu nome na disputa pela sucessão desagradou parte dos bolsonaristas.

Nesta semana, Lira tirou da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o projeto de lei que prevê anistiar os bolsonaristas condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos ataques de 8 de Janeiro e o transferiu a uma comissão especial — o que deve atrasar a sua tramitação. O projeto é peça-chave para a tentativa de reverter a inelegibilidade de Jair Bolsonaro.

PROTESTO -O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP) deixou o auditório nesta quarta-feira chamando Lira de o “pior presidente da Câmara na história do Brasil”. Ele diz que a bancada deve divulgar nos próximos dias uma longa lista de demandas para condicionar o apoio da bancada.

Júlia Zanatta (SC), por sua vez, defendeu postergar a discussão de modo a dar tempo para viabilizar uma candidatura que agrade a ala bolsonarista. A deputada, da tropa de choque de apoio a Bolsonaro na Câmara, se incomoda com o apoio dos petistas a Motta.

“Alguns deputados têm desejo por candidatura própria, mas acho que foi bastante entendido que esse encaminhamento do (apoio a) Hugo Motta já é uma realidade no partido. Estamos formando essa maioria dos deputados”, afirmou o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ). “Diante do posicionamento da maioria da bancada, isso (candidato próprio) está descartado”.

APOIO DO PL – A medida teve apoio de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e o próprio ex-presidente, mas desagradou a deputados federais, como Caroline de Toni (SC), presidente da CCJ e que colheria os louros por ter aprovado uma pauta tão estimada pela militância bolsonarista. Os parlamentares têm relatado pressão cada vez maior do eleitorado para dar um jeito de atenuar a punição aos condenados. Algumas penas chegam a 17 anos de prisão.

A insatisfação dos deputados vem ao lado de uma sensação de que eles não podem fazer nada para acelerar a tramitação da anistia. Os parlamentares dizem que Lira ofertou ao PL que a comissão especial daria seu parecer ainda neste ano, mensagem reverberada pelo próprio Bolsonaro na terça-feira, mas eles mesmos descreem que isso pode acontecer.

Um deles lembrou que foi numa comissão especial, inclusive, que o voto impresso foi derrubado na Câmara dos Deputados.

LULA DÁ AVAL – O presidente Lula da Silva deu aval para o PT apoiar a candidatura do deputado Hugo Motta, apurou o Estadão/Broadcast com parlamentares da legenda. O anúncio foi feito pelo líder do partido na Câmara, Odair cunha (MG). “Compreendemos que o bloco que vai apresentar a candidatura do nosso deputado Hugo Motta é o bloco que vamos construir”, disse.

“Queremos anunciar que nossa bancada vai apoiar a candidatura do deputado Hugo Motta”, afirmou Odair. Ele disse que a sigla comunicará a decisão ao PV e ao PCdoB, partidos com os quais o PT forma uma federação.

Odair afirmou que a bancada tem “profundo respeito” pelos deputados Elmar Nascimento (União-BA) e Antonio Brito (PSD-BA), adversários de Motta na disputa, mas preferiu embarcar na candidatura do líder do Republicanos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Com isso, avança a anistia que vai beneficiar Bolsonaro, para reeditar em 2026 o duelo contra Lula, registrado em 2022. A candidatura de Bolsonaro é tudo o que Lula pediu a Deus e a Papai Noel. (C.N.)

STJ despreza a decisão polêmica de Gilmar e vai julgar José Dirceu de novo

Gilmar: É um direito nosso decidir contra a PGR | CNN PRIME TIME

Gilmar não conseguiu rebater os fortes argumentos da PGR

Basilia Rodrigues
CNN Brasil

Apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter anulado as condenações da Lava Jato contra o ex-ministro José Dirceu, recursos movidos por ele no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda vão ser julgados no dia 3 de dezembro.

A ministra Daniela Teixeira, relatora do caso, liberou o processo para análise da Quinta Turma. A data foi publicada oficialmente nesta terça-feira (29).

OFÍCIO DE GILMAR – Mais cedo, o ministro Gilmar Mendes, do STF, enviou ofício ao STJ informando da decisão de anular as condenações que foram impostas inicialmente a Dirceu pela 13ª Vara Federal de Curitiba, quando Sérgio Moro era juiz.

Mas os integrantes do STJ entendem que a decisão do Supremo anulou as condenações, mas não o processo todo, tampouco declarou a inocência de Dirceu. Por isso, o novo julgamento foi marcado.

Caso o tribunal rejeite os recursos, isso não interfere no fim da inelegibilidade de Dirceu, mas o caso pode voltar à estaca zero para nova análise da Justiça Federal do Paraná, por um juiz que seja considerado imparcial e competente.

QUINTA TURMA – A turma que julgará os recursos no STJ é formada por três dos cinco ministros que condenaram ou o petista no passado: Reynaldo Fonseca, Joel Paciornik e Marcelo Navarro Ribeiro Dantas continuaram. A relatora Daniela Teixeira — indicada pelo presidente Lula da Silva (PT) — e Messod Azulay — indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — entraram depois.

Na decisão desta terça, Gilmar Mende entendeu que Moro era suspeito para julgar Dirceu, o que inviabilizaria a análise do caso desde o início. Dessa forma, o ministro avaliou a forma do julgamento, sem entrar na questão do mérito das acusações. A defesa de José Dirceu, por sua vez, avalia que o caso perdeu o objeto após a manifestação de Mendes.

Desdobramento semelhante ocorreu com processos da Lava Jato contra Lula. Apesar do STF anular a decisão de Moro, o tribunal também remeteu o caso para primeira instância que pode recomeçar a análise. A 12ª Vara Federal do Distrito Federal acabou decidindo pela prescrição do caso.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Cercado pelos jornalistas, que foram cobrar o desrespeito ao minucioso e bem-fundamentado parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que apontou a impossibilidade de cancelar as condenações de José Dirceu, um titubeante Gilmar Mendes não conseguiu se explicar nesta quarta-feira. Gaguejando e procurando as palavras, mostrou-se totalmente perdido. Ao final, sem ter justificativas, buscou socorro no coletivo do Supremo: “É um direito nosso decidir contra a Procuradoria”, disse. E deu um sorriso sem graça. Com a máxima vênia, nenhum integrante do Supremo tem direito de ignorar um trabalho primoroso da Procuradoria e decidir contra, sem sequer citá-lo e rebater seus argumentos. É preciso lembrar que a Procuradoria é “fiscal da lei”, estava avisando que o recurso de Dirceu não tinha substância jurídica, mas Gilmar Mendes desprezou tudo isso e jogou no lixo o parecer de Gonet, que é seu amigo íntimo e ex-sócio. Em tradução simultânea, capitaneado pelo decano Gilmar Mendes, o Supremo tornou-se uma vergonha nacional. O ministro que deveria dar o exemplo é o pior de todos. (C.N.)

Haddad diz que não há prazo para corte de gastos e dólar atinge maior valor desde 2021

Haddad terá reuniões com Lula para tratar do corte de gastos públicos

Pedro do Coutto

A afirmação do ministro Fernando Haddad na última terça-feira de que os cortes das despesas do orçamento não têm data certa para ocorrerem, causou um alarme no mercado, pois demonstrou a resistência de setores do próprio governo. Após a declaração, o dólar registrou alta de 0,92% e terminou o dia cotado a R$ 5,761.

Este foi o maior patamar da moeda americana desde 2021. Além da incerteza fiscal no Brasil, a expectativa dos dados de emprego dos Estados Unidos também impactou o dólar. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, fechou em queda de 0,37%.

REUNIÕES – Haddad disse que tem uma série de reuniões com o presidente Lula da Silva para tratar do corte de gastos. “Não tem uma data [para o anúncio], ele [Lula] que vai definir. Mas a gente está avançando a conversa, estamos falando muito com o [Ministério do] Planejamento também”, disse o ministro a jornalistas.

No último dia 15, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, anunciou que o governo avalia uma série de medidas para cortar gastos. Ela destacou que apenas o aumento de receitas não resolverá o desequilíbrio fiscal. “O Brasil já fez o dever de casa, o governo, o Congresso, do lado da receita. Não é possível mais apenas pela ótica da receita resolver o problema fiscal do Brasil”, frisou.

A ministra não deu detalhes sobre as propostas, mas disse que apenas uma delas poderia abrir um espaço fiscal de R$ 20 bilhões ao ano no orçamento. No início da semana, ela reforçou que o momento atual exige coragem para que sejam cortados gastos com políticas públicas ineficientes.

CORTES – “Não existe social sem fiscal. Os números estão aí mostrando que tudo que tinha que dar certo, deu. Só falta uma coisa: ter coragem de cortar aquilo que é ineficiente. Erros e fraudes já foram cortados no ano de 2023 porque vieram como fruto da pandemia”, disse Tebet durante o 7º Fórum Brasil de Investimentos, em São Paulo.

A fala de Haddad foi uma escorregada que vulnerabiliza o setor do governo que defende os cortes, deixando no ar uma perspectiva de que poderia ocorrer a qualquer momento, e a ameaça paira no ar. O governo ficou assim fragilizado em sua posição política em defender os cortes orçamentários para equilibrar as finanças públicas do Brasil.  

A lua branca que marcou o amor perdido de Chiquinha Gonzaga

Chiquinha Gonzaga - Portal Sorocaba.Com - O Portal da cidade de Sorocaba na  Internet - Agenda Cultural, Notícias, Cinemas, Guia Comercial

Chiquinha é um nome na História da MPB

Paulo Peres
Poemas & Canções

A regente, pianista e compositora carioca Francisca Hedwiges de Lima Neves Gonzaga (1847-1935) invoca da “Lua Branca” a verdade que ao amor tu dás abrigo, qual panaceia, para substituir o sofrimento que uma perda acarretou. A modinha Lua Branca faz parte do LP Ternas e Eternas Serestas lançado, em 1980, pela Atlantic/Wea.

LUA BRANCA
Chiquinha Gonzaga

Ó, lua branca de fulgor e desencanto
Se é verdade que ao amor tu dás abrigo
Vem tirar dos olhos meus o pranto
Ai, vem matar essa paixão que anda comigo

Ai, por quem és, desce do céu, ó, lua branca
Essa amargura do meu peito, ó, vem, arranca
Dá-me o luar de tua compaixão
Ó, vem, por Deus, iluminar meu coração
E quantas vezes lá no céu me aparecias
A brilhar em noite calma e constelada
E em tua luz então me surpreendias
Ajoelhada junto aos pés da meu amado

E ele a chorar, a soluçar, cheio de pejo
Vinha em seus lábios me ofertar um doce beijo
Ele partiu, me abandonou assim
Ó, lua branca, por quem és, tem dó de mim

Decisão de Gilmar beneficiando Dirceu aumenta a podridão reinante no STF

Para isso Paulo Gonet está acordado?

Desta vez, o cheiro da podridão está incomodando Gonet

Carlos Newton

Demorou, mas acabou acontecendo. Desta vez, o ministro Gilmar Mendes ultrapassou todos os limites, ao desprezar o minucioso parecer da Procuradoria-Geral da República e anular todas as condenações do ex-ministro José Dirceu, sob argumento de que ele teria de ser beneficiado, por extensão, pelo cancelamento das condenações de Lula da Silva, como se os processos fossem semelhantes, embora sejam absolutamente desiguais.

Para o ministro-relator, porém, haveria pelo menos uma semelhança, porque as condenações de Lula foram anuladas por imparcialidade do então juiz Sérgio Moro, o mesmo magistrado que condenara Dirceu, vejam a que ponto chegamos.

ERROS SUCESSIVOS – Aliás, em matéria de erros gravíssimos em processo da maior importância, envolvendo corrupção de presidente da República e outras autoridades, o Supremo brasileiro hoje é portentoso.

No caso da “descondenação” de Lula, por exemplo, o Supremo  só poderia anular as condenações feitas pelo juiz Moro. Na prática, porém, foi anulada também a sentença da juíza Gabriela Hardt, no caso do sítio em Atibaia, que tinha sido confirmada por unanimidade em segunda e terceira instâncias (TRF-4 e STJ).

Ora, como não é possível confundir Gabriela Hardt com Sérgio Moro, desta vez o Supremo cometeu um erro essencial de pessoa, o mais primário e ridículo dos tropeços judiciais. Portanto, o acórdão do STF jamais poderia limpar a ficha imunda de Lula, para ele ser candidato em 2022. E Lula jamais poderia ser candidato, pois nunca foi anulada sua condenação pela juíza Hardt, tecnicamente está valendo até hoje

GILMAR SE SUJA – Agora, o prepotente Gilmar Mendes se suja e enlameia o Supremo, ao conceder a Dirceu o mesmo suposto direito de Lula. Na ânsia de servir ao petismo, ele esqueceu que os casos são totalmente diversos, jamais foi hackeada nenhuma conversa do juiz Moro sobre Dirceu.

Mendes esqueceu também que o próprio Supremo já firmou jurisprudência contra a extensão do benefício de Lula a outros meliantes.

Mas chegamos à hora da verdade. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, é amigo íntimo e ex-sócio de Gilmar, mas tem de cumprir seu dever de apresentar recurso contra a decisão monocrática do velho companheiro. Caso contrário, vai se misturar à imundice.

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P.S.
O erro de Gilmar é tão podre que o fedor chegou até o Superior Tribunal de Justiça, cujos ministros decidiram desprezar a anulação das condenações e até marcaram para 3 de dezembro o julgamento de um recurso apresentado por José Dirceu. E o cheiro da podridão está aumentando, enquanto la nave va, cada vez mais fellinianamente. (C.N.)

Congresso não cumpre as exigências do STF e mantém o impasse das emendas

Lira indicou R$33 milhões do orçamento secreto para compra de kit de  robótica investigado pela PF, diz jornal – Política – CartaCapital

Lira não aceita essa cumplicidade entre governo e Supremo

Dora Kramer
Folha

Foi cedo em agosto —quando se anunciou um pacto— para se comemorar um acerto disciplinar no uso de emendas parlamentares. Agora ainda é cedo para se acreditar que o problema esteja resolvido com a promessa de votação de um projeto de lei com novas regras de transparência.

Há mais de dois meses se reuniram representantes dos três Poderes no Supremo Tribunal Federal e ali se estabeleceu que em dez dias o Congresso Nacional apresentaria suas credenciais no tema; daria as informações necessárias e diria como iria atender as exigências do Judiciário ao qual se aliava o Executivo.

DESCONTENTAMENTO – Algo já se viu que não combinava com a versão otimista do resultado da reunião quando se soube que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PL-AL), pontuou aos presentes seu descontentamento com uma negociação em ambiente de “dois contra um”.

Se detectara e denunciara claramente a aliança do STF com o Planalto, era de concluir que saíra de lá na posição de antagonista.

Bastava ler a cena. E não deu outra: vencido o prazo, solicitou-se um adiamento de mais dez dias ao fim dos quais pediu-se a suspensão dos trabalhos por tempo indeterminado. E já com um aviso: as informações pedidas eram impossíveis de ser fornecidas por inexistentes.

SEM OS DADOS – Traduzindo, o Legislativo não tinha os registros completos sobre os autores e a destinação dos recursos provenientes das emendas transacionadas na obscuridade. O ministro Flávio Dino concordou, mas não conversou: mandou suspender os pagamentos até o esclarecimento dos dados.

Agora que o fim do período eleitoral destravou a liberação de dinheiro, o Congresso corre para acenar com a concordância sobre transparência e rastreabilidade, mas daqui para a frente. O passado ficaria naquele lugar onde fica o que acontece em Vegas.

Dino não desiste de pôr as mãos no passivo, dando com isso uma ajuda ao Executivo para recuperar parte do poder sobre o Orçamento e ainda reduzir o volume de recursos das emendas, hoje em R$ 50 bilhões com previsão para R$ 52 bilhões em 2025. Continua o impasse que parece acordo, mas ainda não é.

Maduro reclama da “agressão” de Celso Amorim e convoca embaixador no Brasil

Maduro escala crise diplomática com Brasil após Lula barrar entrada do país vizinho no Brics, em cuja cúpula o chavista esteve

Maduro esquece que tem uma vultosa dívida com o Brasil

Felipe Frazão
Estadão

Em uma escalada na crise diplomática, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiu nesta quarta-feira, dia 30, convocar para consultas seu representante em Brasília, o embaixador Manuel Vicente Vadell. Maduro reagiu às declarações do ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na véspera expôs detalhes do que definiu como “mal-estar” na relação do petista com o chavista.

Além de chamar seu embaixador ao país, um gesto de repúdio na diplomacia, o regime venezuelano também fez outra manifestação de descontentamento ao convocar para uma reunião, na sede chancelaria em Caracas, o engarregado de negócios da embaixada brasileira, Breno Herman, o número dois na hierarquia, abaixo da embaixadora Glivânia Maria de Oliveira, que está de férias.

SEM COMENTÁRIOS – O diplomata brasileiro foi cobrado pelo chanceler venezuelano, Yván Gil. O Itamaraty informou que não vai comentar o caso.

“Convocamos, hoje, o encarregado de negócios da República Federativa do Brasil para manifestar a nossa mais firme rejeição às recorrentes declarações de ingerência e grosseiras de porta-vozes autorizados pelo governo brasileiro, em particular às oferecidas pelo assessor especial em Assuntos Externos, Celso Amorim, que se comportando mais como um mensageiro do imperialismo americano, dedicou-se de forma impertinente a emitir julgamentos de valor sobre processos que só pertencem aos venezuelanos e às suas instituições democráticas”, divulgou o regime de Maduro, em nota.

O estopim foi o veto brasileiro ao ingresso da Venezuela no Brics, exercido na semana passada, durante a Cúpula de Líderes realizada em Kazan, na Rússia.

“TRAIÇÃO” – Embora contasse com amplo apoio e patrocínio de russos, chineses e iranianos, Maduro passou pelo constrangimento de viajar até solo russo e ver a pretendida adesão ao Brics barrada pelo Brasil. Ele acusou o Itamaraty de traição.

Amorim confirmou à Câmara dos Deputados que a delegação brasileira discordou da adesão da Venezuela como país parceiro, uma nova categoria criada para qual foram convidados 13 países. O ex-ministro e principal conselheiro de Lula reputou a decisão do Brasil ao “mal-estar”.

Ele disse que o governo brasileiro discorda que o regime de Caracas possa colaborar com o Brics agora, execendo influência e demostrando peso político e econômico “no momento”.

DESPROPORCIONAL – Amorim também disse que foi “totalmente desproporcional” a reação de representantes do chavismo, entre eles o próprio Maduro, que acusam o governo Lula de inimizade “injustamente”.

O presidente brasileiro vem sendo classificado, em reiteradas declarações públicas de próceres do regime venezuelano, como agente “imperialista” e “cooptado” pela agência de inteligência dos Estados Unidos, a CIA.

Amigos de longa data, Lula e Maduro vivem sua pior fase na relação, desde o não reconhecimento alegada vitória do chavista nas eleições de 28 de julho. Sem demonstrar provas do resultado de votação, as atas eleitorais, os órgãos eleitorais venezuelanos, controlados pelo chavismo, proclamaram Maduro como reeleito contra o opositor Edmundo González, que se exilou na Espanha.

MUDANÇA RADICAL – Antes, o governo Lula havia sido entusiasta da reabilitação política de Maduro e atuara como incentivador dos Acordos de Barbados, assinados com a oposição e sob observação internacional, para levantamento de sanções e a realização de eleições justas, livres e transparentes – o que foi descumprido pelo regime.

Embora tenha dito que mantém com Maduro uma relação de “coleguismo”, Amorim afirmou aos deputados que houve uma “quebra de confiança”, que o regime não cumpriu suas promessas e que as eleições não foram transparentes.

Ele reiterou que o governo Lula não reconhece a reeleição de Maduro e que os dois presidentes não se falaram mais. Amorim disse que o “mal-estar” poderia vir a se dissolver a depender de ações por parte de Caracas e que o Brasil ainda pretendia exercer um papel de mediação na crise política do país vizinho. Ele evitou classificar o regime como ditadura – embora não tenha o definido como democracia – em nome da tentativa de manter interlocução.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Com isso, Maduro vai se livrando da dívida com o Brasil, de US$ 1,507 bilhão ao BNDES, US$ 722 milhões ao governo brasileiro e mais US$ 84 milhões a vencer, O total dá uns R$ 12,5 bilhões, fora a correção monetária. Detalhe: Maduro não ficou devendo à Odebrecht, porque o governo petista bancou, com recursos da Fazenda Nacional. (C.N.)

Decisão de Gilmar sobre José Dirceu é tão suspeita quanto a de Moro

Gilmar Mendes diz que STF pode analisar validade de impeachment de ministros e é criticado

Gilmar não é apenas suspeito, deve ser tido como suspeitíssimo

Wálter Maierovitch
do UOL

É conhecida a passagem da música do compositor Cícero Nogueira: “O pau que nasce torto não tem jeito, morre torto”. Um processo de conhecimento criminal pode nascer e morrer torto. A diferença em relação ao pau torto é que, depois de corrigidas as nulidades, pode endireitar. Isso se não for alcançado pela prescrição, que extingue a punição.

Todo processo criminal nasce torto quando o juiz condutor e sentenciante atua com parcialidade. Ainda que tenha duração longa, morrerá torto. Eles precisam ser retos, sem desvios.

IMPARCIALIDADE – O processo é garantia de julgamento imparcial, desinteressado, sem vícios e máculas. Precisa ser formalmente justo para que o Estado, titular exclusivo do direito de punir, possa declarar, pela sentença, se existe a responsabilidade criminal do acusado.

Atenção: uma coisa é a forma, outra é o mérito (o exame isento sobre a culpabilidade). Nos dois casos referentes a José Dirceu —condenações às penas de 23 anos de reclusão (em 2016) e 11 anos e 3 meses de reclusão (em 2017), os processos estavam contaminados pela falta de imparcialidade do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara federal de Curitiba. O ministro do STF Gilmar Mendes anulou as condenações.

Diz a lei processual penal: “A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: incompetência, suspeição ou suborno do juiz”.

SUSPEIÇÃO – No STF, a suspeição do juiz Sérgio Moro foi reconhecida em julgamento da Segunda Turma, em 2021, e confirmada no Plenário no mesmo ano —quanto a isso, nada mais se pode discutir processualmente, já que a última palavra cabe ao STF, segundo a regra constitucional republicana.

O ministro Gilmar Mendes nada mais fez do que dar efeito extensivo, no caso concreto envolvendo o réu José Dirceu, à nulidade absoluta reconhecida pelo Plenário do STF.

No popular, se diz que o macaco não olha o próprio rabo. Que o Moro era suspeito, nenhuma dúvida. Só que Gilmar Mendes também é suspeitíssimo em apreciar casos que envolvem decisões pretéritas do então juiz Moro.

DECISÃO NULA – Em síntese, sua decisão, mesmo que de natureza meramente de dar efeito extensivo, é nula de pleno direito.

Por adiantar inúmeras vezes juízos negativos sobre Sergio Moro e a Lava Jato, o ministro Gilmar Mendes é suspeito de parcialidade.

Em síntese, no rigor técnico, a sua decisão de reconhecer nulidade em favor de José Dirceu é tão suspeita como a de Moro em relação ao então réu Lula da Silva.

PROVA ILÍCITA – E muito se fala da prova ilícita, decorrente de interceptação e gravações de conversas mantidas entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol.

Em princípio, tal prova é nula. Mas, no mundo civilizado, a prova ilícita tem valor caso favoreça o acusado (réu). Não poderia ser diferente, pois existe em todo o processo uma finalidade ético-legal.

Era de clareza solar o conluio entre o Ministério Público, em função acusadora, e o juiz do processo, com interesse em condenar em interesse privado.

DIRCEU E PLUTARCO – Plutarco morreu entre os anos 125 e 127 da era cristã. Levava uma vida reta e notabilizou-se como historiador e filósofo.

Pela sua integridade ético-moral foi escolhido para ser o sacerdote do prestigiado templo grego de Delfos, onde estava, na visão do período clássico, o centro da terra e o oráculo do deus Apolo.

No mundo grego-romano, um homem virtuoso, não corrupto, era considerado um “varão de Plutarco”. Pela vasta e sólida prova dos processos criminais anulados, José Dirceu jamais seria, pela corrupção, considerado um “varão de Plutarco”.

NOVO PROCESSO? Qualquer processo anulado começa a correr de novo, após sanados os seus vícios.

Com efeito, José Dirceu deverá ser novamente julgado, por juiz imparcial e observado o processo e ampla defesa —salvo se for blindado pela prescrição, com prazo contado pela metade dada a sua idade vetusta.

Pano rápido: As anulações dos processos criminais de José Dirceu demostram o quanto um juiz suspeito como Moro pode se transformar na tábua de salvação para corruptos. Ou seja, beneficia varões de Plutarco às avessas, como os Zé Dirceu da vida.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Com todo o respeito ao jurista Walter Maierovitch, é preciso concordar que “prova ilícita deva ser aceita quando favorece o réu”. Mas, em nome de Plutarco, isso só pode acontecer quando o réu é inocente e a prova o salva de condenação injusta, jamais no caso de condenação justa, como as de Lula, Dirceu, Marcelo Odebrecht, Sérgio Cabral & Cia, confirmadas em três instâncias e sempre por unanimidade. Nesse caso, a prova ilícita tem o valor de uma nota de três dólares. (C.N.).

Toda a direita trabalha para tornar Bolsonaro elegível, diz Tereza Cristina

Eleições 2022: Tereza Cristina é eleita senadora em Mato Grosso do Sul |  Metrópoles

Senadora do PP afirma que a direita está unida por Bolsonaro 

Felipe Souzada e Lucas Schroeder
da CNN

A senadora Tereza Cristina (PP-MS) comentou sobre as condenações eleitorais do ex-presidente Jair Bolsonaro e declarou que toda direita trabalha para “deixá-lo elegível”. A fala ocorreu durante entrevista, nesta quarta-feira (30), à CNN.

Durante a conversa, a líder do Bloco Parlamentar Aliança destacou a necessidade de “construir um pouco mais” o caminho para 2026, mas que eles estão “no jogo”, mesmo com “algumas fissuras depois que a direita ficou dividida em alguns estados”.

GRANDE APOIADOR – “O presidente Bolsonaro, hoje inelegível, mas ele está trabalhando e nós estamos trabalhando para deixá-lo elegível. Mas, se isso não acontecer, o nome que ele pôr a mão será um grande apoiador para qualquer um de nós, da direita, chegar a pleitear a Presidência da República”, afirmou a senadora.

Para Tereza Cristina, mesmo que Jair Bolsonaro não possa concorrer à próxima corrida presidencial, o nome escolhido terá o apoio de todos da direita.

URGÊNCIA – “Eu acho que o candidato que for mais viável da direita terá o apoio de todos, para a gente ter uma candidatura em torno deste nome… Tarcísio, Caiado, outros nomes que poderão surgir ao longo deste ano”, disse a parlamentar.

Tereza Cristina apontou uma urgência para que os ministros do Supremo Tribunal Federal sigam com o julgamento da inelegibilidade do ex-presidente, para facilitar o processo de condução do candidato da direita.

“Bolsonaro é grande nome para as próximas eleições de 2026, mas, para isso, precisamos saber se ele estará elegível ou não”, afirmou, lembrando que, se o Supremo não mudar o resultado, o Congresso pode aprovar a anistia.

Procurador quer derrubar a decisão que “inocentou” Dirceu na Lava Jato

Quem é Paulo Gonet, aprovado como procurador-geral da República | CNN Brasil

Gonet avisou sobre o erro, porém  Gilmar não quis nem saber…

Deu na Carta Capital

Em abril, o  procurador-geral da República, Paulo Gonet, disse ao Supremo Tribunal Federal ser contra a anulação de todos os atos do ex-juiz Sergio Moro contra o ex-ministro José Dirceu (PT) na Lava Jato. Apesar disso, o decano da Corte, Gilmar Mendes, sem ouvir a PGR, assinou a decisão que beneficiou o petista.

A tendência, portanto, é que a PGR recorra e tente reverter a ordem.

NO RASTRO DE LULA – Gilmar estendeu a Dirceu os efeitos da decisão que declarou a parcialidade de Moro nos processos contra Lula (PT).

Segundo o relator, os diálogos revelados pela Vaza Jato e outros elementos indicam uma ação coordenada entre Moro e a força-tarefa da Lava Jato para acusar e denunciar Dirceu.

Na avaliação do ministro-relator, a estratégia da Lava Jato contra serviria de ensaio para a denúncia que seria oferecida contra Lula.

OUTRA AVALIAÇÃO – O procurador-geral, por sua vez, tem outra avaliação, conforme um parecer encaminhado ao STF em abril.

“A petição sob análise, em conclusão, não dispõe de documentação pré-constituída, senão de alegações, cujo foro legítimo de discussão, consoante arrazoado na presente manifestação, não pode ser a Suprema Corte, neste juízo sumário e inaugural de pedido de extensão”, escreveu o chefe do Ministério Público Federal.

Para Gonet, o Supremo firmou um entendimento pela improcedência de pedidos de extensão relacionados às “questões de ordem estritamente pessoal” que basearam a decisão sobre Lula.

RECURSO -Em um possível recurso, a PGR pode solicitar que Gilmar submeta sua decisão à análise da Segunda Turma, da qual também fazem parte os ministros Dias Toffoli, Edson Fachin, André Mendonça e Kassio Nunes Marques.

Ao conceder a ordem pró-Dirceu, o decano do STF mencionou uma “parceria ilegal” entre procuradores da Lava Jato em Curitiba e Sergio Moro.

“Embora seus esforços tenham se voltado particularmente contra a maior liderança do partido [Lula], o consórcio seguia uma cartilha mais ampla: a ideia era garantir que o juiz estivesse na dianteira de uma narrativa que culminaria na efetivação de um projeto de poder, cujo itinerário passava por deslegitimar o PT e suas principais lideranças, como José Dirceu, que, ao lado de Lula, fundou o partido em 1980.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O procurador-geral Paulo Gonet  é um problema para o Supremo, porque tem apontado os erros dos ministros, embora eles sejam insensíveis e se julguem incapazes de errar. Esse comportamento insano desmoraliza a Justiça brasileira, que se tornou um primor de manipulação, sem rival no mundo democrático, digamos assim. É uma sujeirada tão grande que o Superior Tribunal de Justiça decidiu desconhecer a lambança de Gilmar e marcou novo julgamento de Dirceu para 3 de  dezembro. (C.N.)

Jornalista Cristina Graeml faz história: é a mulher mais votada em Curitiba

Cristina Graeml atribui derrota à "massacre midiático" e promete fiscalização ao novo governo - Portal Metropolitano

Cristina Graeml atribuiu sua derrota ao “massacre midiático”

Rafael Fantin
Gazeta do Povo

Primeira mulher a disputar o segundo turno nas eleições municipais de Curitiba, a jornalista Cristina Graeml (PMB), 54 anos, entrou para a história da política da capital paranaense muito antes do fim da apuração dos votos neste domingo (27), quando Eduardo Pimentel (PSD) foi eleito prefeito.

No encerramento do primeiro turno, Graeml já era a mulher mais votada da história das eleições municipais curitibanas com 291.523 votos, o que representa 31,17% dos votos válidos em um dos pleitos mais acirrados na capital do estado desde a redemocratização do país. O vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD) ficou na primeira colocação com 33,51% da preferência do eleitorado.

No segundo turno, a votação da jornalista subiu para 390.254 (42,36% dos votos totais) contra 531.029 (57,64%) de Pimentel.

DIZ A JORNALISTA – “Em 331 anos, Curitiba nunca teve uma mulher no governo. Eu já fiz história através desse eleitorado expressivo no primeiro turno pelo fato de uma mulher chegar ao segundo turno. Nunca antes houve essa possibilidade”, disse Graeml durante a sabatina da Gazeta do Povo, realizada com os dois concorrentes à prefeitura.

A jornalista conservadora afirmou que os eleitores colocaram a candidatura dela como “antissistema” durante a campanha. “A proposta não era exatamente essa. O objetivo era ser um nome de fora da ‘política tradicional’, no sentido que eu não sou de famílias de políticos que se perpetuam no poder há décadas, apenas trocando a geração, mas mantendo o sobrenome”, alfinetou.  

Os números de Graeml superaram o desempenho da petista Gleisi Hoffmann, que disputou a prefeitura de Curitiba nas eleições municipais de 2008. Até o pleito deste ano, a atual presidente do PT era a mulher com mais votos na história da capital.

MUITO MENOS – Com apoio do presidente Lula, que governava o país durante o segundo mandato e no auge da polarização com o PSDB, Hoffmann teve apenas 183.027 votos ou 18,17% da preferência do eleitorado nas urnas, números insuficientes para chegar ao segundo turno, apesar de terminar a eleição como a segunda candidata mais votada. O prefeito tucano Beto Richa foi reeleito com o apoio de 778.514 curitibanos, o que significava 77,27% dos votos válidos.

Ao contrário da estrutura partidária petista, Graeml conseguiu se filiar no final do ano passado ao PMB, sigla “nanica” na política nacional, e teve o nome lançado como pré-candidata à prefeitura de Curitiba em janeiro.

Durante as convenções em agosto, a candidatura foi confirmada pelos filiados da legenda no Paraná, mas a Executiva Nacional do PMB tentou dissolver as comissões municipal e estadual, o que poderia invalidar a candidatura de Graeml.

SEM TEMPO NA TV – A candidata de direita não tinha tempo de propaganda eleitoral no rádio e televisão e chegou a ser “desconvidada” do primeiro debate da campanha na Band, onde foi barrada após receber o convite.

No entanto, a identificação do eleitor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com as propostas apresentadas nas redes sociais por Graeml impulsionou a adesão do eleitorado curitibano à candidatura.

Segundo o levantamento da Quaest divulgado no dia 19 de outubro, a jornalista saltou de 6% de intenções de votos entre os entrevistados na pesquisa do dia 17 de setembro para 26% no levantamento na véspera do primeiro turno, ultrapassando o candidato Luciano Ducci (PSB), apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

APOIO DE BOLSONARO – Além de disputar os votos da direita com Pimentel, a jornalista passou a disputar o apoio de Bolsonaro com o candidato do grupo político do governador Ratinho Junior (PSD). Apesar do PL fazer parte da chapa e indicar o ex-deputado Paulo Martins (PL) como candidato a vice, o ex-presidente autorizou Graeml a usar a imagem dele na campanha à prefeitura.

Em entrevista à Gazeta do Povo durante o primeiro turno, ela não descartou a possibilidade de concorrer a uma cadeira como representante paranaense no Congresso Nacional.

“Não tenho planos de ser deputada federal. Não digo que não serei, que não concorrerei, posso vir a ser, pois meu nome está se consolidando no eleitorado conservador, mas no momento o meu desejo e a minha proposta é ser gestora em Curitiba, com muito orgulho pela possibilidade de ser a primeira prefeita”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Interessante matéria, enviada por Mário Assis Causanilhas. Faltou dizer que Eduardo Pimentel é membro de uma das famílias mais poderosas e ricas do Paraná. E neto de Paulo Pimentel, ex-governador do Estado, que armou com Ratinho para colocar a mídia a serviço da campanha do rebento. Foi a mais desigual disputa desta eleição municipal. (C.N.)

Acordão para anistiar Bolsonaro dá mais um grande passo no Congresso

Arthur Lira: um líder exemplar na política brasileira - Tudo ok Notícias

Lira vai conduzindo o processo com a habilidade de sempre

Tales Faria
do UOL

O líder da bancada do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), havia informado ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que a bancada dificilmente apoiaria o nome do deputado Hugo Motta para presidir a Câmara no ano que vem se houvesse acordo com o PL para votar o projeto de anistia aos golpista de 8 de janeiro de 2023.

A decisão de Lira de retirar o projeto da Comissão de Constituição e Justiça e criar uma comissão específica sobre o tema adia a possível votação do projeto e abre caminho para o PT apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB), que é o candidato do presidente da Câmara à sua sucessão.

BOLSONARO INCLUÍDO – O projeto abre caminho não só para os que depredaram os prédios da Praça dos Três poderes, em Brasília, mas também aos articuladores e financiadores da tentativa de golpe que não estavam presentes, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, havia declarado em entrevista que pressionaria Lira pela aprovação do projeto.

O líder do partido na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), chegou a ventilar um acordo segundo o qual a bancada apoiaria Motta em troca da votação da anistia.

LIRA RECUA – Mas, diante da resistência do PT, Lira decidiu criar a comissão. Está convocada para esta quarta-feira uma reunião da bancada do PT para discutir agora o apoio ao deputado do Republicanos. Motta já contava com a simpatia da bancada, segundo Odair Cunha.

Agora, segundo outros nomes fortes na bancada, aumentam as chances de ser ungido pelo PT.

Lira já obteve a garantia do Palácio do Planalto de que apoiaria o nome que ele fechasse com a bancada do PT. O próprio Odair e a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), torciam pelo acordo com Hugo Motta.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Está cada vez mais claro o acordo entre PT e PL para anistiar Bolsonaro. É por isso que ele foi pessoalmente avisar Tarcísio de Freitas e dizer: “O candidato da direita sou eu”. Na Câmara, Lira aparentemente recuou, mas é uma manobra para avançar com mais apoio. E a política, que antes era suja, agora tornou-se imunda. (C.N.)

Sobe o preço da picanha e a inflação dos alimentos já passa de 7% ao ano

A PICANHA do PAPAI LULE

Reprodução do Youtube

Vinicius Torres Freire
Folha

A inflação anual da picanha foi quase sempre negativa de janeiro de 2023 até setembro deste 2024. Isto é, o preço do corte de carne mais politizado do Brasil caía, se considerada a variação em 12 meses. Em abril, a picanha estava em média 11% mais barata do que no abril de 2023. A baixas pelo menos compensava parte dos aumentos pavorosos de 2021 (com altas anuais de mais de 30%).

O preço médio das carnes agora aumenta ao ritmo de 5,1% ao ano, na medida do IPCA-15 do IBGE (o da picanha, 4,1%). Contribuiu para o aumento da inflação dos alimentos que a gente leva para a casa, que agora está em 7% ao ano, na medida do mesmo IPCA-15, divulgado nesta quinta-feira (24), que mede a inflação média entre meados de um mês e meados do mês seguinte, outubro, neste caso.

IRRITAÇÃO GERAL – No ano passado, o preço médio da comida caíra 0,52%. E daí? Inflação de alimentos a 6% ao ano costuma incomodar a opinião pública. Quando chega aos 10%, há irritação geral, com impacto na popularidade do governo.

A inflação geral média está em 4,5% ao ano, até baixa, para padrões brasileiros, mas no limite da meta que o Banco Central deve cumprir. Não há sinal de preços desembestados, mas a situação é desconfortável.

Segundo entendidos, o preço da carne sobe porque a demanda no mundo e aqui está forte, porque está interessante exportar também por causa do dólar caro, porque a seca prejudicou os rebanhos e houve queda no número de abates.

O PREÇO SOBE – Desde setembro, o preço da carne no atacado sobe. A seca prejudicou ainda a oferta de outras comidas.

O dólar beliscando os R$ 5,70 pode fazer mais estragos —pode haver mais repasse represado de custos. O aumento da média dos salários coloca mais pressão nos preços.

Por outro lado, a previsão da Conab é de nova safra recorde de grãos na temporada 2024-25. Pode ser que chova de modo decente e disseminado pelo país. Mas um motivo óbvio de preocupação é o dólar.

CRISE DE CONFIANÇA – Além de todas as encrencas na economia mundial (ritmo de queda dos juros nos Estados Unidos, risco Trump, ritmo da economia chinesa), o fluxo de capital para o país não anda bem e, mais importante de tudo, a desconfiança no futuro dos déficits e da dívida do governo estressa as condições financeiras.

Juros de mercado continuam na órbita marciana, embora talvez no pico do pior. O preço do dólar é outro sintoma do mal-estar, da crise de confiança.

O político médio ou quase qualquer cidadão não presta atenção à curva de juros, que sobe —não sabe, não quer saber e frequentemente tem raiva de quem sabe.

DÓLAR CARO -Dólar a R$ 6 talvez viesse a impressionar o excelentíssimo senhor deputado. Não estamos lá, mas os danos já são relevantes. Com dólar caro, a política monetária (juros do Banco Central) tem problemas. A Selic vai aumentar mais. Em tese, isso resfria a economia e contém preços. Só é bom se for ruim.

Não precisamos desse estresse na curva de juros, no dólar, na Selic ou na picanha —principalmente no pão dos mais pobres. Quase qualquer pessoa adulta, sensata e dada à aritmética econômica, inclusive muitas daquelas adeptas deste governo federal, esperam que Lula ponha a mão na consciência, apesar das evidentes sabotagens de parte do governo contra Fernando Haddad e Simone Tebet.

Esperam que, terminada a eleição municipal, se apresente algum plano decente a fim de dar sobrevida ao arcabouço fiscal e vida longa à picanha.

Arthur Lira já tem aval de ala do PT para estender a anistia a Bolsonaro

Charge da Semana - Anistia • atualidade

Charge do Fred Ozanan (Arquivo Google)

Deu na Folha

Um assunto que nos microfones divide claramente petistas e bolsonaristas, a anistia aos golpistas de 8 de janeiro de 2023 entrou na mesa de negociações da eleição para o comando do Congresso, a ser realizada em fevereiro, com aval tanto de Jair Bolsonaro (PL) como de uma ala do partido de Lula (PT).

Nesta terça-feira (29), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), retirou o projeto de tramitação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, onde poderia ser aprovado nesta semana, e criou uma comissão especial para analisá-lo.

TROCA-TROCA – A medida, que adia a tramitação do projeto, tem o objetivo de angariar apoio dos dois maiores partidos da Câmara, os antagônicos PL e PT, a Hugo Motta (Republicanos-PB), nome que Lira escolheu para sucedê-lo e cujo anúncio oficial ocorreu também nesta terça.

Se por um lado a reviravolta agradou opositores da anistia, pela tramitação mais demorada e até com mais chances de ser inviabilizada, nos bastidores ela envolve também outros interesses.

Em visita de surpresa ao Senado, Bolsonaro deixou claro que a atitude de Lira foi previamente discutida com ele e com aliados e que traz nas entrelinhas a forte possibilidade de, nessa comissão, ser acrescentada emenda para que o ex-presidente se livre de sua inelegibilidade e possa disputar a Presidência da República em 2026.

NADA ESCRITO – Bolsonaro foi questionado se a sua própria anistia foi colocada à mesa como condição para o apoio do PL a Motta na Câmara e a Davi Alcolumbre (União Brasil) para presidir o Senado.

“Tem certos acordos, não vou enganar vocês, que a gente faz no tête-à-tête, não tem nada escrito, nem passa para fora. (…) A gente conversa, poxa, na mesa [de negociação] é igual namoro, você conversa tudo, vou casar: vai ter filho, não vai ter filho, vai morar onde, o que você tem, o que você não tem.”

A medida de Lira foi elogiada também pelos presidentes do PL, Valdemar Costa Neto, e do PP, Ciro Nogueira, ex-articulador e ainda um dos principais aliados de Bolsonaro.

APOIO À ANISTIA – O PL reúne nesta quarta-feira (30) suas bancadas na Câmara e no Senado e, segundo Bolsonaro, a tendência é declarar apoio a Motta e a Alcolumbre.

Integrantes da cúpula do PT afirmam que a medida de Lira permite a abertura de conversa com Hugo Motta ao afastar o risco de votação do projeto agora na CCJ. A exclusão do projeto seria uma condição do PT em uma negociação que incluiu a reforma tributária.

Um dirigente do PT avalia que a comissão vai para as calendas, a exemplo do que aconteceu com a comissão do PL das Fake News. Mas uma ala petista vê com desconfiança a iniciativa de Lira, por ser um aceno claro aos bolsonaristas.

MELHOR PARA LULA – Alguns setores da esquerda chegam a considerar que uma anistia a Bolsonaro poderia representar um cenário eleitoral mais benéfico a Lula em 2026, sob o argumento de que, apesar do grande apoio ao ex-presidente, a sua rejeição o impediria de vencer novamente uma disputa nacional, o que não ocorreria com o pelotão de nomes da direita que almeja ocupar esse posto daqui a dois anos.

A anistia é hoje uma das principais bandeiras de Bolsonaro. Declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030 por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral, o ex-presidente foi indiciado neste ano pela Polícia Federal em inquéritos sobre as joias e a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid.

Ele também é alvo de outras investigações, que apuram os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado democrático de Direito, incluindo os ataques de 8 de janeiro, mas isso estaria incluído na anistia.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Conforme assinalamos ontem aqui na Tribuna, Lira retirou de pauta a anistia para reapresentar depois ainda com maior apoio. Assim, Bolsonaro será mesmo candidato em 2026, para enfrentar o envelhecido e envilecido Lula da Silva. E os dois têm de torcer para Tarcísio de Freitas não se candidatar, porque leva fácil. (C.N.)

Embate entre Gleisi e Padilha reflete realidade que atingiu o PT após as eleições

Gleisi diz que Padilha ofende PT fazendo ‘graça’

Pedro do Coutto

A troca ácida entre a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ministro Alexandre Padilha, que tinha ao seu cargo a articulação política do governo, mostrou uma realidade que atingiu o partido na medida em que elegeu apenas 200 prefeituras.

Nesta segunda, após ter se reunido com o presidente Lula em Brasília, Padilha disse que a legenda, embora tenha aumentado nas eleições o número de prefeituras que comandará, precisa fazer uma “avaliação profunda” porque ainda não saiu do Z4 – em uma referência ao grupo de times que luta contra o rebaixamento no Brasileirão.

“O PT passou de 183 prefeitos eleitos em 2020 para 252, em 2024, mas os próprios petistas reconhecem que o resultado foi ruim, tendo em vista que se trata do partido do presidente da República”, afirmou. Gleisi Hoffmann reagiu à fala de Padilha e disse que o correligionário ofendeu a legenda e fez “graça” ao abordar o resultado eleitoral.

FOCO – Em uma rede social, Gleisi disse ainda que o ministro deveria “focar” nas articulações políticas. Integrantes da cúpula do PT ouvidos nesta terça-feira pela GloboNews disseram que a reunião da Comissão Executiva Nacional do partido nesta segunda foi marcada por “muita insatisfação” com Padilha. Avaliaram também que o embate público entre Hoffmann e o ministro foi “desnecessário”.

“Ontem, na reunião do PT, [houve] muita insatisfação com o Padilha”, afirmou à GloboNews, de forma reservada, um integrante da Executiva Nacional do partido. Um outro integrante da Executiva Nacional confirmou, também sob a condição de anonimato, a “insatisfação” dos presentes com a declaração de Padilha. Mas acrescentou que, para ele, tanto o ministro quanto Gleisi Hoffmann erraram no episódio.

“Como filiado do PT, achei muito ruim, os dois foram equivocados. Nós saímos de uma eleição em que a vitória foi aquém do que a gente precisava. Nós ganhamos, aumentamos o número de prefeitos, aumentamos o número de votos. Agora, de cabeça quente, as pessoas acabam jogando por terra todo um processo de construção que fizemos”, afirmou.

ALINHAMENTO – A responsabilidade do fracasso está contida num projeto que, no fundo da questão, seria do presidente Lula da Silva que, como disse o governador Ronaldo Caiado numa entrevista à GloboNews, “perdeu a vontade de governar”. Era preciso que os projetos governamentais se alinhassem aos municípios. Isso não era difícil. Bastava ajustar uma coisa sobre a outra, as ações federais com as necessidades municipais, oferecendo à população soluções para os problemas que se eternizam. Não era complicado colocar o projeto de política nacional com os de âmbito municipal, mesmo porque ninguém vive na União ou no Estado, mas no município.

Era preciso que o partido tivesse repensado a sua estratégia, colocando a potência da União à disposição dos municípios que precisam ter abastecimento federal para cumprir as suas metas. Não é a primeira vez que o ministro Padilha falha na articulação. São sucessivos os seus erros no panorama nacional, já verificados em casos anteriores.

Seria fácil um levantamento das necessidades municipais e os recursos necessários para administrações eficientes que estavam visíveis a todos integrantes do partido. Gleise Hoffmann nos debates com Alexandre Padilha tem razão, pois tudo depende de uma articulação maior quando se tem a máquina federal na mão. O abalo foi grande e a recuperação será difícil.

Augusto dos Anjos desafiava quem pudesse domar um coração de poeta

Se algum dia o amor vier me procurar,... Augusto dos Anjos - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, professor e poeta paraibano Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (1884-1914) admitia que seu coração era ”Vencedor”, porque ninguém pode domar um coração de poeta.

VENCEDOR
Augusto dos Anjos

Toma as espadas rútilas, guerreiro,
E à rutilância das espadas, toma
A adaga de aço, o gládio de aço, e doma
Meu coração – estranho carniceiro!

Não podes?! Chama então presto o primeiro
E o mais possante gladiador de Roma.
E qual mais pronto, e qual mais presto assoma,
Nenhum pode domar o prisioneiro.

Meu coração triunfava nas arenas.
Veio depois de um domador de hienas
E outro mais, e, por fim, veio um atleta,

Vieram todos, por fim; ao todo, uns cem…
E não pude domá-lo, enfim, ninguém,
Que ninguém doma um coração de poeta!