
Charge do Pelicano (Arquivo Google)
Carlos Newton
Na semana passada, comentei aqui ter me tornado um jornalista descrente. Motivo: haver constatado que aqui no Brasil a imprensa pode denunciar o maior escândalo e isso não significa nada, raramente alguém é punido. Chega a ser frustrante.
E dei um exemplo, ao lembrar que recentemente noticiamos, com absoluta exclusividade, que a ONG espanhola OEI (Organização dos Estados Ibero-Americanos) não poderia estar funcionando aqui, porque nenhum presidente brasileiro assinou tratado ou acordo nesse sentido.
Outros escândalos explodem diariamente na imprensa, porém muitas vezes as denúncias não têm seguimento, as autoridades fingem que não leram. Era exatamente o que estava acontecendo com as denúncias de vários jornais e da revista “piauí”, sobre o Banco Master.
No caso do Master, nenhuma autoridade se interessava a fundo, nenhum político verdadeiramente corria atrás, mas o Ministério Público do Distrito Federal moveu ação popular e conseguiu suspender a assinatura do negócio.
QUEBRARAM AS REGRAS – A atitude do MPDF é coisa rara, um ponto fora da curva, mas nos dá muito alento e indica que estamos no caminho certo. Assim, toda vez que depararmos com a imobilidade do poder público, vamos manter nossa intenção de alertar diretamente as autoridades, para ver se elas acordam, até porque o almirante Barroso esperava que cada brasileiro cumprisse seu dever.
Como primeira experiência, tínhamos escolhido o caso do Banco Master, porque dispúnhamos de informações complementares que não saíram nas matérias da grande imprensa e seriam muito úteis.
Mas a ação popular do MPF-DF repôs as coisas em seus devidos lugares e a possibilidade de o Master sugar recursos públicos tornou-se remota.
SEGUNDO PASSO – Decidimos também abrir ações populares contra as irregularidades e três escritórios de advocacia já nos procuraram para trabalharmos juntos. O primeiro texto básico de ação popular, que é sobre a possibilidade compra do banco Master pelo Banco Regional de Brasília, que é estatal, já estava redigido e agora pode servir de base a uma nova ação popular, caso a irresponsável e ilegal negociação prossiga.
Sem dúvida, essa postura da Tribuna da Internet é uma nova maneira de obrigar que as autoridades e a própria imprensa levem suas investigações até o fim, para que os processos não prescrevam por decorrer de prazo, sem serem julgados, e haja impunidade de corruptos e corruptores.
Esperamos que os tribunários apoiem essa nova forma de fazer as coisas acontecerem, num momento em que a Justiça deixa muito a desejar na quarta instância.
BALANÇO DE ABRIL – Aproveitamos para divulgar o balanço de abril, com as contribuições que nos possibilitam levar adiante essa utopia de uma imprensa livre e independente. De início, agradecemos os depósitos na conta na Caixa Econômica Federal:
DIA REGISTRO OPERAÇÃO VALOR
08 081330 DEP DIN LOT………100,00
10 101136 DEP DIN LOT………100,00
16 161307 DEP DIN LOT………100,00
30 281215 DEP DIN LOT………230,00
Agora, as contribuições no Banco Itaú/Unibanco:
01 PIX TRANSF JOSE FR…………..150,00
01 PIX TRANSF PAULO ROP………100,00
02 CEF TEF 6136.09413-0………….150,00
02 TED 001,5977 JOSE APJ…………302,04
15 TED 001.4416 MARIO ACRO…300,00
29 PIX DUARTE TRANSF 29/04……180,00
30 PIX TRANSF PAULO ROP…………100,00
30 TED 033.3591 ROBERSNA……..200,00
Agradecendo muitíssimo a todos que contribuem para que essa utopia do jornalismo independente continue no ar, sob o signo da liberdade, vamos em frente, sempre juntos, em defesa dos interesses coletivos. (C.N.)