Ziraldo era internacional, mas tinha a receita para fazer o Brasil mais feliz

Morre Ziraldo, cartunista fanático pelo Flamengo

Ziraldo tinha renome internacional, mas preferiu o Brasil

Sérgio Augusto
Estadão

Ficamos 17 anos e três meses brigados. Mais precisamente, desde a minha saída do Pasquim ao enterro de Paulo Francis, em fevereiro de 1997. Quem brigou fui eu; quem providenciou as pazes foi o próprio Ziraldo – à beira do túmulo do Francis. Com um argumento irretorquível: “Estamos todos morrendo. Não podemos perder mais nenhum amigo.” Ziraldo morreu neste sábado, 6, aos 91 anos.

Fazer as pazes era uma especialidade, quase uma obsessão, do Ziraldo; coisa de gente carente – e Ziraldo foi uma das pessoas mais carentes que já conheci. Só saber que alguém não gostava dele ou lhe fazia sérias restrições (ok, nem precisavam ser sérias) era motivo bastante para que seu sistema neurovegetativo entrasse em pane. Também por isso e por ser Ziraldo de uma simpatia avassaladora, aceitei o cachimbo, fizemos as pazes, nunca mais brigamos.

EM O CRUZEIRO – Ziraldo e Millôr entraram ao mesmo tempo na minha vida, no início de 1963, na redação de O Cruzeiro. Millôr já (ou ainda) era a estrela maior da revista e Ziraldo acabara de trocar o cargo de relações-públicas pelo de diretor de arte, a convite de Odylo Costa, filho, que assumira O Cruzeiro para uma reforma em regra no decadente semanário. Ziraldo não fez por menos: mudou o logotipo e transformou o miolo num mix de Look e Paris-Match.

Muito inventivo, fazia então três anos que criara a primeira revista de quadrinhos brasileira de um só autor, A Turma do Pererê, laboratório para o seu mais ambicioso e venturoso salto imortal, Menino Maluquinho, lançado em 1980.

Fora de O Cruzeiro arriscou-se como desenhista de cartazes de cinema (Mulheres e Milhões, Os Fuzis etc), tomou conta de uma página dominical no Jornal do Brasil e bolou toda a programação visual do I Festival Internacional do Filme, em 1965, incluindo o design de seu troféu, a Gaivota de Ouro. Do festival saiu com o status de designer. E as ofertas de trabalho começaram a chover em sua horta.

OUTRAS OBRAS – A revista semanal Visão sonhava com uma nova aparência gráfica, e lá foi Ziraldo atender às suas necessidades. O Jornal dos Sports planejava mudar seu logotipo, abriu um concurso, Ziraldo se inscreveu e levou a melhor. A direção do jornal afinal preferiu adotar o logotipo que ficara em segundo lugar, mas ninguém tirou dele o prêmio de viagem aos Estados Unidos. Ainda bem, pois era justamente de um périplo pelo circuito Helena Rubinstein que ele estava precisando.

Em Nova York, vendeu desenhos para as revistas Esquire e Mad. Em Londres, conheceu Bob Guccione, dono da revista masculina Penthouse, que o convidou para viver na Inglaterra. Não topou. Nem em Paris quis ficar. Agradeceu o convite das revistas Planète e Pléxus (em cuja capa puseram-no ao lado de Picasso, Salvador Dali e Saul Steinberg, em fevereiro de 1967), e voltou para o Brasil como se tivesse tirado a espada Excalibur daquela rocha com o dedo mindinho.

Quando se deu conta, já estava em 1969. Demorou um pouco a tomar consciência de que aquele seria o seu annus mirabilis. Na despedida da tumultuada década de 1960, Ziraldo criou a sua Capela Sistina: Flicts.

E O PASQUIM – Ganhou um prêmio em Caracas e o maior troféu do humor internacional (em Bruxelas); foi o primeiro artista gráfico sul-americano a desenhar o cartão de Natal da Unesco; e só não acabou diretor de uma revista em Nova York porque não quis. E ainda teve o Pasquim, lançado no meio do ano.

Especialmente perseguido pela ditadura militar, o legendário semanário humorístico carioca teve quase toda sua redação presa, sem explicações, durante os dois últimos meses do ano seguinte, na Vila Militar.

Embora a embaixada americana lhe tivesse acenado com um green card, ao deixar a prisão Ziraldo preferiu ficar. “Ir embora agora é fugir do pau.” E foi ficando. O pau quebrou, parou de quebrar, e Ziraldo só fez ampliar seus domínios. Na imprensa, na televisão, na publicidade, no design, na literatura infantil—e até na educação.

ENSINO BÁSICO – Isto mesmo: educação. Ziraldo tornou-se o maior educador leigo do Brasil, uma espécie de ministro sem pasta (e itinerante) da Educação, cheio de ideias para melhorar a qualidade de nosso ensino e incentivar nas crianças o gosto pela leitura.

Além da volta do latim ao currículo médio, defendeu, obstinadamente, a primazia do ensino fundamental. Todo poder aos primeiros e formativos anos na escola, onde a criança se instrumentaliza para poder adquirir, fixar e acumular conhecimento.

“Se o governo tiver, digamos, 100 mil reais para gastar com ensino, 60 mil deveriam ir para o ensino fundamental, 20 mil para o médio e 20 mil para o superior. Resolvido agora o problema do ensino fundamental, daqui a oito anos vai ser fácil resolver os problemas do ensino médio, e daqui a dez anos, os problemas do ensino superior, evitando que as universidades sejam invadidas por estudantes babacas e semiletrados, como hoje acontece”.

A RECEITA DELE – Para ele, foi um desastre acabar com os cursos primário e ginasial do seu tempo de estudante. “Sua substituição por oito anos sequenciais só trouxe desvantagens. Alegaram que era para acabar com a evasão de alunos, mas a evasão não só não acabou como a qualidade do ensino caiu a níveis lastimáveis. Hoje os alunos são aprovados automaticamente, como se escola fosse quartel, onde o sujeito entra cabo e sai general.”

Era esta a receita de Ziraldo para fazer o Brasil mais eficiente. E, sobretudo, mais feliz. Há tempos lhe disse que, se algum dia chegasse à presidência da República, ele seria meu ministro da Educação. A menos, é claro, que a gente estivesse brigado outra vez.

(Artigo enviado por Roberto Nascimento e Lafaiete De Marco)

Polarização se acirrra e surge primeiro empate técnico entre Lula e Bolsonaro

Luísa Carvalho e Letícia Pille
Poder360

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é considerado “melhor” que o de seu antecessor Jair Bolsonaro (PL) por 44% da população. A taxa caiu 7 pontos percentuais desde janeiro de 2024, última vez que a pergunta foi feita, e atingiu o patamar mais baixo desde o início do mandato do petista.

O dado é de pesquisa PoderData realizada de 23 a 25 de março de 2024. Pela 1ª vez, os percentuais empataram tecnicamente, dentro da margem de erro, de 2 pontos percentuais, com os dos que consideram a gestão “pior” que a anterior.

OS ANTILULAS – Os críticos somam 41% do eleitorado. Outros 14% consideram que o desempenho do 3º mandato de Lula está “igual” ao do governo Bolsonaro e 1% não soube responder.

A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 23 a 25 de março de 2024, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 202 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%.

Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Pelo visto, a polarização é uma praga difícil de erradicar, pois se agrava cada vez mais. E agora, pela primeira vez desde a eleição, surgem Lula e Bolsonaro em empate técnico de 44% a 41%, devido á margem de erro de 2%. Desse jeito, aonde iremos parar? (C.N.)

Crise na Petrobras: Lula põe ministros de sobreaviso no fim de semana

Charge do Cláudio (folha.uol.com.br)

Pedro do Coutto

O presidente Lula da Silva dedicou o fim de semana à busca de solução para a crise da Petrobras, a qual inclui posições internas do próprio governo que divergem no que se refere à permanência de Jean Paul Prates, presidente da estatal. Lula, inclusive, convocou para hoje, domingo, uma reunião com os principais ministros para discutir a situação na Petrobras.

O presidente da República retornou a Brasília depois de cumprir agenda em Pernambuco e no Ceará. Agora, ele deve decidir se vai manter ou não o executivo Jean Paul Prates na presidência da estatal.

RESTRIÇÕES – Mas a permanência de Prates no cargo pode ser difícil, pois o próprio Lula faz restrições ao presidente da estatal, e isso dificulta qualquer resolução. Falta ao governo unidade sobre as ideias e projetos, daí porque Prates é um ponto que se distancia do contexto e também do consenso.

Se não conseguir substituir Jean Paul Prates, depois que correntes do PT manifestaram o desejo de Aluízio Mercadante no cargo, Lula terá uma perda considerável de credibilidade. Ele se empenha para alcançar índices maiores de popularidade, importantes sobretudo em função das eleições municipais deste ano. Há disputas que são muito relevantes no cenário municipal, mas que se refletem no contexto nacional, a exemplo da Prefeitura de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Por falar em eleições municipais, observa-se a partir da pesquisa do Datafolha publicada na Folha de S. Paulo de ontem, que grandes parcelas do eleitorado desejam mudanças nas posições no quadro político. Isso é fundamental porque há um cansaço por parte da sociedade quanto às promessas de campanha que não se traduzem na realidade.

Esse é mais um impasse que os governos enfrentam não apenas em função do quadro futuro, mas também em razão de reivindicações não atendidas. Os governos municipais, sobretudo, devem apresentar realizações concretas, pois é isso que o eleitorado deseja.

Lembrando Camões, uma homenagem de Olavo Bilac à língua portuguesa

Os livros não matam a fome, não... Olavo Bilac - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista e poeta carioca Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918), no soneto “Língua Portuguesa”, faz uma nova abordagem sobre o histórico da língua portuguesa, tema já tratado por Camões.

LÍNGUA PORTUGUESA
Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…

Amote assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho

Lula não raciocina direito e deveria procurar tratamento especializado

Lula erra e diz que 12,3 milhões de crianças morreram em Gaza - YouTube

Na política, Lula deve ser campeão mundial em disparates

José Antonio Perez

O presidente Lula é ridicularizado por dizer que 12,3 “milhões” de crianças morreram em Gaza. Não consegue raciocinar direito, cada vez que discursa provoca um problema. E óbvio que precisa de tratamento especializado, ninguém sabe se ele terá condições físicas e mentais para conseguir se equilibrar no cargo até o fim desse mandato. Mesmo assim, já é candidato e faz campanha para a reeleição, sonha em se eternizar no poder, como caudilho que julga ser.

Para conquistar os votos dos evangélicos, meta que se tornou sua prioridade número um, agora incorporou ninguém menos que Deus a seus discursos.

MILITARES EM BAIXA – Aqui em Pindorama, nome que os tupi-guaranis davam ao Brasil antes da chegada dos portugueses, os militares estão cada vez mais descreditados. Agora o bola da vez é o general Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid.

Está sendo investigado por “apagar” os computadores da Apex, a sinecura que Bolsonaro que ofertou. Além de atuar no golpe, Lourena Cid participou da venda de relógios e joias ofertados ao país por mandatários estrangeiros. Além de ser um chefe militar do tipo ordinário, que se mete nesse tipo de transação ilegal, ele mostrou que é um trapalhão, pois tirou uma fotografia do estojo da joia surrupiada com a imagem de seu rosto aparecendo no reflexo da embalagem da joia.

Esperto foi o general Pazuello, que conseguiu se eleger deputado na aba de Bolsonaro e depois abandonou o convívio com o ex-presidente. Imaginem o Brasil numa guerra com Lourenas e Pazzuellos na ativa. Que vergonha seria…

DESABANDO – Quando não se consegue confiar nem mesmo nos militares, é sinal de que está tudo errado e o mundo parece estar desabando.

Nos Estados Unidos, o republicano Donald Trump é um destrambelhado que funciona. Espertíssimo, tem muita possibilidade de voltar ao poder. E não representa ameaça apenas aos Estados Unidos, na verdade Trump é um risco para o planeta inteiro.

E por aqui ainda temos de aguentar Lewandowski tirando onda e se vangloriando com a prisão dos fugitivos daquele penitenciária de insegurança máxima, de onde os presos teriam fugido sem corromper ninguém… Aliás, a caçada aos criminosos custou R$ 6 milhões em despesas extras federais, sem falar nos gastos do governo estadual, que colaborou na busca.

É difícil acreditar que a Justiça tenha decaído tanto, em tão pouco tempo

STF charge – Bem Blogado

Charge do Mariano (Charge Online)

Carlos Newton

É preciso reconhecer que o Brasil vive um momento verdadeiramente surrealista. Enfrentou uma estranhíssima conspiração para um golpe de estado que acabou não acontecendo, não houve mortes nem feridos, mas as consequências são estarrecedoras. O país passou a viver numa realidade expandida e incoerente.

A matriz USA viveu quadro semelhante, o Capitólio (Congresso) foi atacado a pedido do presidente derrotado Donald Trump, houve cinco mortes e dezenas de feridos, a democracia foi frontalmente ameaçada e atacada, mas nenhum dos milhares de invasores foi tachado de “terrorista”, enquanto na filial Brazil, sem mortos e feridos, 1.555 pessoas foram assim consideradas e presas, sujeitas a altas penas.

COMPARAÇÃO – Vamos citar os dois primeiros condenados. Na matriz USA, Guy Reffitt pegou 7 anos e 3 meses de prisão, por duas acusações – entrar armado no Capitólio e obstrução dos trabalhos do Congresso.

Aqui na filial Brazil, Aécio Costa Pereira, que estava desarmado e não havia uma só prova de que praticara vandalismo, pegou 17 anos, multa de R$ 44 mil, além de participação em dano coletivo de R$ 30 milhões, pelo cometimento de cinco crimes, inclusive formação de quadrilha armada e terrorism0.

Funcionário da Sadesp, Aécio estava de férias e foi convidado a passar uns dias em Brasília, com passagens, alimentação e estadia, tudo grátis. Perdeu o emprego, sua vida está arruinada, a mulher e os filhos têm de sobreviver com apenas um salário mínimo carcerário,

SEM PROVAS – A lei é clara, aqui na filial ou na matriz. Ninguém pode ser condenado sem existirem provas materiais. Guy Reffitt foi preso no Capitólio, estava enfrentando os policiais e portava um revólver carregado. Aécio estava armado apenas de um celular, e foi condenado porque fez uma selfie dizendo que ia “cagar no Senado”.

Dos 1.555 terroristas à brasileira, muitos tiveram de ser soltos, eram pessoas muito idosas ou mães que estavam com filhos crianças e adolescentes, chegava a ser grotesca a prisão delas, os guardas e funcionários da Papuda se sentiam constrangidos.

Mas outros falsos terroristas deram azar. Clériston Cunha caiu morto no banho de sol, mesmo tendo sido pedida sua libertação pela equipe médica e pela Procuradoria-Geral da República. E o morador de rua Geraldo Filipe da Silva ficou 11 meses preso, sem saber o motivo. Agora, quer se indenizado, para mudar de vida.

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P.S. –
Bem, tudo o que está escrito nesse artigo é rigorosamente verdadeiro, são informações públicas e notórias, não há como serem questionadas. É surrealismo puro, uma realidade deformada, fica até difícil acreditar que tenha ocorrido e ainda esteja ocontecendo. Mas é um surrealismo perverso, monstruoso, que nada tem a ver com a genialidade de Giorgio de Chirico, Tristan Tzara, André Breton, Max Ernst, Joan Miró, René Magritte ou Salvador Dali. (C.N.)

Supremo ultrapassa limites ao mudar de novo o alcance do foro privilegiado

O foro privilegiado precisa acabar

Charge do Lane (Arquivo Google)

Hélio Schwartsman
Folha

Ao que tudo indica, o STF vai mais uma vez mudar seu entendimento sobre o alcance do foro especial para políticos. Por mais que eu tente, não consigo afastar a ideia de que os ministros buscam ampliar a jurisdição do Supremo sobre governantes e parlamentares como forma de magnificar seu próprio poder.

Compreensível no contexto de diversas quedas de braço entre as instituições, mas censurável. O Judiciário deveria ser o mais técnico e menos guloso dos Poderes.

SEM DIFERENÇAS – Idealmente, não deveria haver diferenças no tratamento jurídico dispensado a políticos e demais cidadãos. Numa república de iguais, deveríamos cruzar com o chefe de governo empurrando seu próprio carrinho de compras no supermercado. Tais cenas ocorrem em alguns países do norte da Europa.

Como por aqui nunca foi difícil juntar um juiz e um delegado, seja para proteger o cacique local, seja para prejudicar a oposição, acabamos criando um complexo sistema de desaforamento, que abarca milhares de cargos públicos.

A ideia é que, ao deslocar o julgamento para uma corte colegiada, diminui-se o espaço para o arbítrio. O aparente envolvimento do chefe da Polícia Civil no assassinato de Marielle Franco mostra que há razões para paranoia.

SISTEMA MANIPULADO – Toda regra, porém, traz as sementes de sua perversão. Políticos logo aprenderam a manipular o sistema. Com renúncias e o questionamento de competências, encontraram formas de atrasar os processos até a prescrição.

O foro especial ficou conhecido como foro privilegiado, sinônimo de impunidade. Mas, de novo, nada é tão simples. Devido a uma outra patologia do Judiciário brasileiro, que é a incapacidade de manter a estabilidade jurídica, o único megaescândalo de corrupção que não acabou em anulações maciças foi o mensalão, julgado originariamente no Supremo.

Não porque o STF seja melhor do que outras cortes, mas simplesmente porque não há instância superior a ele que possa rever tudo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Schwartsman está corretíssimo. Nos Estados Unidos e na Inglaterra não existe foro privilegiado. Bem, se não existe na matriz USA, por que deve ser adotado aqui na filial Brazil? Tem alguma coisa errada. (C.N.)

Piada do Ano! Paim pretende obrigar corruptos a ressarcimento em dobro

Jornal Correio Cacerense | Moralidade X Corrupção

Charge do Néo Correia (Arquivo Google)

Levy Teles
Estadão

A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou, em votação simbólica feita nesta terça-feira, 2, um projeto de lei que diz que infratores que desviarem dinheiro público precisarão ressarcir o Estado em dobro.

A mudança afeta diretamente quem cometer os crimes de peculato (apropriação de dinheiro, valor, ou qualquer outro bem móvel, público ou particular por um funcionário público, também em caso de inserção de dados falsos), concussão (exigência de vantagem indevida, como no caso de “rachadinhas”) e corrupção passiva.

IMPUNIDADE – O senador Paulo Paim (PT-RS), autor da proposta, acredita que a corrupção no País aconteceu por uma ‘sensação de impunidade’.

A proposição teve a relatoria de Soraya Thronicke (União-MS) e agora vai para apreciação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que avaliará em caráter terminativo, isto é, sem passar pelo plenário.

Para Paim, a corrupção no Brasil se deve à sensação de impunidade causada por “falta de controle, de prestação de contas” e “ausência de punição efetiva”. “A impunidade traz ao pretenso delinquente a sensação de que seus atos não terão consequência, fazendo-o reincidir na prática delituosa”, afirmou.

AMIN DÁ FORÇA – Durante a votação, apenas senadores da oposição falaram. Esperidião Amin (PP-SC) criticou, por exemplo, a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender multas estabelecidas a acordos de leniência feitos por empresas envolvidas na Operação Lava Jato.

Como apontou o Estadão, o perdão chega a R$ 14,1 bilhões e o valor deve aumentar. “Agora, se nós perdoamos (as multas), onde vai parar o exemplo?”, questionou Amin.

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) elogiou a proposta, mas manifestou receio em uma invalidação da lei por parte do STF.

LADRÕES DA PETROBRAS – “É importante porque quando a gente lembra daqueles ladrões da Petrobras, que desviaram bilhões, a multa dessa natureza seria importantíssima. O que me preocupa é que um ministro da Suprema Corte cancele isso”, afirmou o senado Hamilton Mourão.

Já o senador Sérgio Moro pontuou que fará pequenas sugestões ao texto na CCJ. “Temos visto o enfraquecimento da prevenção e combate à corrupção nos últimos anos, o que é muito preocupante. Gera ineficiência na política. O indivíduo estava mais preocupado em gerar propina do que tomar a melhor decisão para a empresa”, disse.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Mourão tem razão. De que adiante o Congresso criar a punição se lá na frente o Supremo revoga? Realmente, é desanimador. Quando ao senador Paulo Paim, é um petista raro, que jamais foi envolvido em qualquer ato de corrupção, façamos justiça(C.N.)

Com a morte de Ziraldo, a memória do Pasquim vai se esvaindo no tempo

Além de “O Menino Maluquinho“, relembre principais obras de Ziraldo | CNN Brasil

Um artista multimídia, que sobressaía pela inteligência

Carlos Newton

Restam poucos. Os fundadores do Pasquim, que revolucionou a imprensa brasileira, foram Tarso de Castro, seu primeiro editor, ao lado de Jaguar, Sérgio Cabral, Carlos Prosperi, Claudius, Carlos Magaldi e Murilo Reis. E houve a imediata adesão de Millôr Fernandes, Ziraldo, Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa, Luís Carlos Maciel, Newton Carlos, Fortuna, Redi, Nani, entre tantos outros.

Com a morte do genial Ziraldo, que era um intelectual multimídia, como cartunista, chargista, escritor, pintor, dramaturgo, cronista, apresentador e humorista, criador do Menino Maluquinho (1980), autor do clássico Flicts (1969) e mais e mais, já se contam nos dedos os sobreviventes.

INTELIGÊNCIA E BRILHO – Quando comecei a escrever no Pasquim, dirigido por Jaguar, muitos deles já tinham saído, como Ziraldo. Só vim a conhecê-lo depois, quando se tornou apresentador de programas na TVE. Sua inteligência e seu brilho eram impressionantes. Junto com Fernando Pamplona, Ziraldo iluminava nossas noitadas no bar Sal & Cebolinha. Bons tempos. A gente era feliz e não sabia.

Bem, o humor brasileiro também regrediu muito, e está faltando renovação. A gente fica com saudades de Chico Anysio, Jô Soares, Oscarito, Grande Otelo e da galera do Casseta & Planeta, entre outros. Deve ser porque hoje temos poucos motivos para dar risadas.

Se criminalizar a maconha, Pacheco será aplaudido pelo crime organizado

Resultados da Pesquisa de imagens do Google para  http://educacaosobredrogas.com.br/wp-content/uploads/2018/04/char… |  Comerciais de tv, Maconha, Pesquisa de imagens

Charge reproduzida do Arquivo Google

Conrado Hübner Mendes
Folha

Diante de crises de violência, a cartilha da desinteligência penal brasileira prescreve os seguintes mandamentos: criminalizar novas condutas; aumentar penas de condutas já criminalizadas; ampliar o rigor da execução da pena; prender quanto mais, melhor; e “guerra às drogas”. Diante de qualquer problema social, nosso instinto primitivo manda atacar com direito penal. E dispensa qualquer evidência sobre eficácia.

A cartilha também prevê outros entorpecentes para acalmar a sensação de insegurança: permitir ao policial torturar e matar sem consequência; isentar a polícia de qualquer controle real; politizar a polícia. Pede ainda a contribuição de um Judiciário e um Ministério Público lenientes e corresponsáveis. E solicita a governadores uma frase machona: “vai mirar na cabecinha”; “tô nem aí”.

MATAR E MORRER – Essa política estatal dá resultado. Institucionaliza uma das polícias que mais matam e morrem no mundo. Aumenta exponencialmente o encarceramento e a execução de pretos e pobres. E oferece centro de treinamento para o crime organizado nas prisões.

A correlação entre o crescimento da população carcerária, da corrupção policial e do poder de organizações criminosas, que já elegem representantes e ocupam a burocracia, se faz evidente.

Essa desinteligência tem, entre seus principais operadores, políticos cujo principal apelo eleitoral é o fígado. Não resistem em perpetuar esse círculo vicioso. A cidadania perde no seu direito à vida, à liberdade, à segurança (sobretudo pretos e pobres). Enquanto isso, eles se elegem. E cidadãos desatentos ganham um suspiro efêmero de sensação de segurança, que nunca corresponde a indicadores objetivos de segurança.

CLÁUSULA PÉTREA – O senador Rodrigo Pacheco, advogado criminalista mal versado na sociologia do crime, entrou na turma. Num acesso de estupidez orgulhosa, resolveu reagir a iminente decisão do STF de descriminalizar o porte de maconha. E o senador não quer projeto de lei, mas emenda constitucional. E não por uma emenda qualquer, mas uma que muda o artigo 5º da Constituição.

Quer usar nossa declaração de direitos civis para criminalizar de uma vez por todas a “posse e o porte, independentemente da quantidade”.

Pacheco apresenta três argumentos. O primeiro acusa o STF de promover “invasão da competência do Poder Legislativo”. Com esse argumento, Pacheco sugere o fim do controle judicial de constitucionalidade. Simula não saber que, na separação de Poderes, não há monopólio nem exclusividade do Congresso para a proteção de direitos. Não há mais democracia constitucional sem um tribunal para incomodar o legislador.

OUTR FALÁCIA – Em seguida, afirma que “o país não pode permitir descriminalização sem a adoção de políticas públicas”. Não percebe que existe, sim, política pública contra as drogas, sintetizada pela “guerra às drogas”. E é a criminalização que bloqueia e dificulta, justamente, qualquer outra política pública que enfrente o desafio de forma eficaz. Há múltiplas alternativas regulatórias.

Em vez de reconhecer a ineficácia do direito penal como remédio para problema social complexo, o que faz um populista da desinteligência? Em vez de substituir o remédio, apenas aumenta a dose.

Completou: “a própria existência da droga já é um perigo em si, por envolver riscos de saúde e potenciais crimes, que vão da corrupção a homicídios”. Esse argumento já não deu nem para entender. Afinal, a atual política contra drogas apenas multiplica risco à saúde, homicídio e corrupção.

DIZ A ONU – O senador poderia ao menos mostrar algum dado por trás da tese heterodoxa. Por falar em dados, as “Diretrizes Internacionais sobre a Prevenção do uso de Drogas”, um consenso produzido pela ONU, recomenda que políticas sejam baseadas em evidências científicas.

Pacheco substitui evidências pela insapiência. Pratica tolerância zero contra o conhecimento e vai na contramão de países que estão na vanguarda da política de drogas.

Parece só cinismo, mas é cristalina ignorância. Ignorância não como falta de capacidade intelectual, mas como predisposição de ignorar o que importa. A perpetuação dessa política de drogas, que alimenta tanto o crime quanto o vício, sem devido tratamento de saúde, precisa de cabeças ousadas como a de Pacheco.

Bolsonaro aproveita feriadão para fazer nova megamanifestação em Copacabana

Bolsonaro convoca nova manifestação no Rio e diz que minuta golpista é  “fake news”

Bolsonaro acertou a data com seu parceiro Silas Malafaia

Tácio Lorran
Estadão

Investigado por uma tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou uma nova manifestação, desta vez no Rio de Janeiro, na praia de Copacabana, no próximo dia 21 de abril, feriado nacional de Tiradentes.

“Estou te convidando para uma grande manifestação no Rio de Janeiro, na Praia de Copacabana. Estaremos dando continuidade ao que aconteceu em São Paulo, no dia 25 de fevereiro. Estamos discutindo, levando informações para vocês, juntamente com autoridades e o pastor Silas Malafaia”, disse, acrescentando:

ESTADO DE DIREITO – “Vamos falar sobre o nosso Estado Democrático de Direito e, também, falarmos sobre a maior fake news da história do Brasil, que está resumida hoje na minuta de golpe”, disse o ex-presidente. “Vamos lutar pela nossa democracia e nossa liberdade”, acrescentou.

Desta vez, o ex-presidente não fez nenhum pedido para que seus apoiadores se recusem a levar cartazes com ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como fez quando convocou o ato na Avenida Paulista, em São Paulo, em fevereiro.

Bolsonaro, generais das Forças Armadas e ex-ministros de Estado são investigados pela Polícia Federal por uma tentativa de golpe.

GOLPE DE ESTADO – De acordo com as investigações, o grupo planejou anular o resultado das eleições de 2022, evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e prender ministros da Suprema Corte do País. Ao menos três minutas golpistas foram encontradas em posse do ex-presidente e de aliados.

Em 8 de fevereiro, a Polícia Federal cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva na operação que investiga a tentativa de golpe, batizada de Tempus Veriratis. Depois disso, Bolsonaro convocou a manifestação na Paulista.

Em São Paulo, o ex-presidente se disse perseguido e pediu anistia a golpistas que participaram do ataque à Praça dos Três Poderes, no dia 8 de Janeiro. O ex-mandatário também negou liderar uma articulação golpista depois da derrota nas eleições.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Dia 21 cai num domingo, com final de semana prolongado, porque terça-feira, 23, é dia de São Jorge, feriado no Rio de Janeiro. Bolsonaro quer aproveitar o embalo, porque a última pesquisa PoderData mostra que caiu sete pontos o número de eleitores que acham Lula melhor do que Bolsonaro. Pela primeira vez, os dois estão em empate técnico – Lula 44% e Bolsonaro 41%. Como se dizia antigamente, o mundo gira e a Lusitana roda. (C.N.)

Quem conheceu Brasília tempos atrás ficará horrorizado se retornar à capital

GDF informa haver muitos moradores de rua que vêm ao DF apenas durante as festas de fim de ano -  (crédito: Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

Há dois anos, Brasília já exibia 8 mil moradores de rua

Vicente Limongi Neto

A população amedrontada e insegura, não tem o que comemorar este mês nos 64 anos de Brasília. Propagandas oficiais são falaciosas. Tapa na cara do brasiliense que continua sofrendo. O leitor Joaquim Gomes Silveira (Correio Braziliense – 4/04) salientou verdades irretocáveis, tristes e lamentáveis:

“Tudo gravita em torno de uma elite, aprofundando as injustiças sociais muito concretas nas periferias das cidades que abrigam boa parte dos descendentes dos pioneiros que construíram a nova capital do país”, assinalou, com toda razão.

MÚLTIPLOS PROBLEMAS -Diariamente o povo é humilhado e espezinhado. É gritante a falta de segurança, com criminalidade avassaladora. Cresce a quantidade de moradores nas ruas, um deles estava preso como “terrorista” do 8 de Janeiro. Roubos e assaltos são frequentes nas Asas Sul e Norte.

Aumenta o já deficiente e constrangedor atendimento nos hospitais, UPAs e postos de saúde. Falta merenda escolar de qualidades nas escolas públicas. Estudantes são esfaqueados na porta das escolas. O cidadão dorme ao relento, nas filas imensas, em busca de emprego e senhas para tentar uma consulta médica ou agendar uma operação. Quando consegue, espera meses e anos pela cirurgia.

Completo escárnio. As ruas são esburacadas. Jardins viram matagais. A lama das enxurradas entope bueiros e ruas, tesourinhas e viadutos. O transporte público é vergonhoso. Idosos e crianças morrem sem atendimento. Grávidas dão à luz na rua, dentro do banheiro ou nos corredores. É patética a quadra de aflições, angústias e desesperanças do cidadão. Haja peneiras para tapar o melancólico sol da avalanche de transtornos, ineficiência e dificuldades. Se a capital está assim, imagine o resto do país.

CÃES BANDIDOS – Quem vai refazer a vida e a alegria da escritora, Roseana Murray, atacada e mutilada por ferozes cães que deveriam ser exterminados do convívio humano?

Não me importa se terei o repúdio de criadores e hipócritas. Já não basta os criminosos humanos matando e estuprando, temos agora, para tristeza e indignação da maioria das pessoas, cães também assassinos.

Onde os irresponsáveis donos, tutores, sei lá, desses cães medonhos colocam as focinheiras que os fofos animais precisam usar, para evitar tragédias?

Elon Musk insiste e pergunta a Moraes: “Por que exige tanta censura no Brasil?”

Elon Musk questiona Alexandre de Moraes: “​​Por que você está determinando  tanta censura no Brasil?” - Aliados Brasil

Desta vez, Ellon Musk decidiu se dirigir diretamente a Moraes

Deu no Poder360

Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), perguntou na madrugada deste sábado (dia 6) por que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, “exige tanta censura no Brasil”.

O questionamento direto foi feito em uma publicação no X de 11 de janeiro, em que Moraes parabeniza o ex-ministro da Corte Ricardo Lewandowski pelo cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública.

O comentário de Musk veio na sequência de acusações de censura feitas pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger na quarta-feira (dia 3).

Segundo Shellenberger, “o Brasil está envolvido em um caso de ampla repressão da liberdade de expressão liderada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes”.

AMEAÇA À DEMOCRACIA – Também pelo X, o jornalista acusa as decisões de Moraes à frente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de “ameaçarem a democracia no Brasil”. Segundo Shellenberger, em 2022, o ministro pediu que a rede social interviesse em publicações de integrantes do Congresso Nacional e solicitou acesso a detalhes pessoais de usuários – o que violaria as diretrizes da plataforma.

As informações integram o “Twitter Files Brazil”. Antes, em janeiro, o dono do X já tinha se pronunciado sobre o tema na rede social. Ele se disse preocupado com a “censura imposta” por Moraes ao determinar bloqueios de contas.

A declaração de Musk foi dada em resposta a uma publicação em que o jornalista Glenn Grennwald afirma que o “regime de censura no Brasil está crescendo rapidamente”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Moraes pensou (?) que seus malfeitos ficariam restritos ao Brasil e depois cairiam no esquecimento. Mas o mundo hoje está quase todo interligado, salvo nos 36 países em que ainda não há democracia plena. As informações circulam numa velocidade impressionante e nada escapa de comentários. Como disse hoje o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, na universidade de Harvard, “precisamos voltar a um STF que seja menos proeminente o mais rápido possível”. Mas quem se interessa? (C.N.)

Allan dos Santos descumpre decisão do STF e cria 40ª conta no Instagram

O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos teve sua prisão determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A ordem foi expedida pela ação do aliado do presidente Jair Bolsonaro na articulação, pelas redes sociais, de ataques às instituições democráticas. Apesar disso, ele ainda não foi preso porque está nos Estados Unidos, mas sua extradição já foi determinada.

Moraes transformou Allan dos Santos numa celebridade

Deu em O Globo

O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos voltou a descumprir decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e criou a 40ª conta no Instagram na tarde desta sexta-feira. O perfil, que ganhou mais de 3 mil seguidores em menos de uma hora, foi ao ar três dias após a 39ª conta na rede social, derrubada nesta quinta-feira. Desde 2021, ele é proibido de alimentar e ter perfil em rede social.

Foragido da Justiça, Santos vive nos Estados Unidos desde 2020, e está sempre burlando a determinação de Moraes. Ele criou novas contas em várias plataformas de redes sociais, reiteradamente derrubadas pela Justiça. Em dezembro de 2023, ele criou o 38º perfil no Instagram.

DIZ O BLOGUEIRO — “É isso. Dois dias durou a conta 39. Eu conto com vocês para divulgarem as contas novas” — afirmou o blogueiro, na primeira publicação do perfil. “Eu vou fazer uma live para mostrar para vocês por que querem me calar. Eles derrubaram a minha conta porque em um só vídeo eu alcancei mais de 800 mil pessoas em 24 horas”.

Em março, o blogueiro criou uma conta no OnlyFans, plataforma de conteúdo adulto, como forma de confrontar o ministro Alexandre de Moraes. Na rede, os usuários teriam que pagar US$ 5 dólares por mês para obter acesso ao perfil do blogueiro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Allan dos Santos só tem importância porque o ministro Alexandre de Moraes sempre lhe deu importância demasiada. Os Estados Unidos não pretendem extraditar o blogueiro, por entenderem que ele está sendo perseguido pelo ministro e impedido de manifestar opinião.  Em meio ao impasse, sua popularidade aumenta cada vez mais, porque Moraes não cansa de persegui-lo. (C.N.)

Supremo está no caminho certo, superando as críticas que lhe fazem

Humor Político on X: "Supremo acima de todos por Claudio Mor #Constituição #JustiçaBrasileira #STF #DiasToffoli #charge https://t.co/8mDiaflpKk" / X

Charge do Claudio Mor (Arquivo Google)

Roberto Nascimento

Foi uma decisão acertada do Supremo Tribunal Federal o compartilhamento dos dados de movimentação financeira atípicas, que podem atingir o coração do crime organizado e da lavagem de dinheiro.

Alvo de muitas críticas e em constantes disputas com o Congresso e o governo, é preciso reconhecer que o STF é hoje o Poder com mais credibilidade da República e vem agindo com uma celeridade impressionante.

FORTE CAMPANHA – Acredito que, por causa de suas decisões rápidas e oportunas, o tribunal vem sendo atacado pela direita e pela esquerda. Na verdade, a campanha contra o Supremo une as duas correntes ideológicas e o Centrão também.

Não consigo entender as razões de tantos ataques ao Supremo. Por exemplo, passaram a criticar a Supremo Corte Suprema no caso da ampliação do foro privilegiado, que visa a evitar que possam fazer manobras que retardem suas condenações.

Pela decisão do STF, não adianta mais que os corruptos de foro privilegiado renunciem ao mandato para serem julgados na primeira instância. Ou seja, a Justiça quer julgar o corrupto com foro que ele tinha quando cometeu ilícito no exercício das suas funções públicas.

HÁ REAÇÃO – Lógico, suas excelências estão em pânico, a ponto de já planejarem uma proposta de emenda constitucional (PEC) para acabar com o foro privilegiado para todo mundo, com medo do STF.

Deputados e senadores perceberam que é mais fácil se livrarem das penas na primeira instância e depois tentarem procrastinar o processo até a prescrição, na infinidade de recursos protelatórios, e os advogados conhecem muito bem, esse caminho das pedras da impunidade das elites corruptas deste país.

Portanto, não posso concordar com as críticas ao Supremo, que desde o Mensalão vem condenando parlamentares, coisa muito rara no Brasil.

ERROS OCORREM – Um ou outro ministro do STF, que toma decisão beneficiando criminoso, não pode servir de mantra para o ataque à instituição máxima do Poder Judiciário.

Lembro que ditadores e golpistas, quando iniciam o planejamento de conspirações e quarteladas, o primeiro alvo que tentam trazer para o seu lado é o Judiciário. Quando não conseguem, fazem campanha para desmoralizar os ministros da Suprema Corte. O Brasil, a Venezuela e a Nicarágua são exemplos dessa política ditatorial.

Bolsonaro usou essa estratégia, assim que foi empossado. Dia sim, dia não, ele atacava o STF. Queria um Judiciário para chamar de seu. Propôs até mandato de 15 anos, para trocar todo mundo e indicar ministros da sua copa e cozinha. Como FHC, Bolsonaro também queria ter um pé na senzala e na cozinha da casa grande.

Imprensa chora a destruição da Lava Jato, mas “lavou” o produto de roubo

PORTAL RSantos: Supremo pode avacalhar a Operação Lava Jato

Charge do Nani (nanihumor.com)

Mario Sabino
Metrópoles

A imprensa se deu conta, finalmente, do grande mal ao país causado pela destruição do legado da Lava Jato. E, agora, reage com editoriais críticos a quem vem destruindo. É pouco. Sentenças de condenação de corruptos anuladas, multas bilionárias de acordos de leniência suspensas, empreiteiras sujas de volta a obras públicas, Lei das Estatais praticamente revogada, foro privilegiado estendido, ex-juiz e procuradores da operação perseguidos politicamente — tudo isso parece ter pegado de surpresa os jornais tradicionais.

CARDÁPIO PREVISÍVEL – Não dá para entender esse espanto com o cardápio previsível como bife com fritas em boteco de esquina. O establishment político, jurídico e empresarial sempre esteve pronto a reagir com força à ameaça representada pela Lava Jato. Ele só precisava de uma brecha.

A brecha foram as mensagens roubadas do celular de Deltan Dallagnol e alegremente divulgadas pelos mesmos jornais que hoje se indignam com o desmantelamento da operação que se propunha a limpar o Brasil. Mensagens que, embora produto de gatunagem digital, acabaram usadas como provas em processos.

A imprensa lavou o produto de roubo, e lavou com exclamações de ultraje. Como se houvesse alguém na face da Terra que pudesse resistir a grampos ou roubos de mensagens privadas. Ninguém resiste, senhores, e é por isso que existe sigilo telefônico e de correspondência. O sigilo é uma homenagem que a lei presta à fraqueza da alma humana.

CULPAS PROVADAS – A verdade crua e cozida é que, a despeito dos diálogos do então procurador federal Deltan Dallagnol e demais integrantes da Lava Jato, todas as culpas foram provadas e corretamente atribuídas tanto no Brasil como no exterior.

Ninguém teve negado o direito à defesa e os processos passaram pelas instâncias devidas, inclusive o próprio Supremo.

A imprensa deixou-se levar pela excitação de divulgar conversas privadas e, no embalo, promoveu uma caça às bruxas escandalosa, como se os criminosos fossem o juiz e os procuradores, não os ladrões que dilapidaram a Petrobras e arredores.

FIZERAM O JOGO – Na chamada grande imprensa, os editoriais críticos de hoje lamentam o que vem ocorrendo com a herança da Lava Jato, mas ainda abrem apostos para dizer que a operação errou nisso e naquilo.

Esses veículos da grande mídia sabem o que fizeram com o combate à corrupção, que foi praticamente destruído.

Agora, deveriam é dar o braço a torcer e reconhecer que fizeram o jogo dos corruptos e corruptores que haviam sido punidos exemplarmente, bem como dos que ainda poderiam sê-lo.

Petrobras: divergências expõem falta de unidade no comando do Planalto

Lula e Prates devem se reunir na segunda-feira

Pedro do Coutto

O desfecho do processo político que está envolvendo o comando da Petrobras talvez seja adiado para a próxima semana. Seja lá qual for o resultado final, verifica-se que há uma falta de unidade do governo que se reflete no caso da estatal e a distribuição de seus dividendos relativos ao ano de 2023.

Não se vê firmeza no comando do Palácio do Planalto, pois os ministros se dividem quanto à permanência de Jean Paul Prates. É uma situação estranha. O presidente Lula é que deverá decidir, mas à custa de protelações que somente podem causar prejuízos à empresas ou talvez lucros aos que detêm ações cuja valorização ou queda na Bovespa dependem de soluções e rumos do governo.

CISÃO – O que surpreende é haver uma cisão governamental em um assunto que tem o centro de decisão no Planalto. A impressão é que o presidente Lula não tem ainda uma certeza plena sobre o que fazer sobre o episódio.

Só o fato de ter sido cogitada a nomeação de Aloizio Mercadante serve para esvaziar o conteúdo político que possa estar ao lado de Prates. A crise assim se aprofunda e há uma falta de objetivo concreto para basear uma decisão que será inevitável, pois não é possível que os pensamentos divergentes possam ser pacificados simplesmente com a demissão ou manutenção de Jean Paul Prates no cargo. O governo revela não ter fixado uma unidade absoluta sobre a sua atuação.

A Petrobras é vinculada ao Ministério das Minas  Energia. Portanto, há um aspecto que pesa na questão que é a posição contrária da pasta à permanência do atual presidente da Petrobras. O governo tem que encontrar o caminho de sua solidez em seu esquema político.

Não devia e por isso me condeno, sendo do morro e moreno, amar a deusa do asfalto…”

Adelino Moreira (1918 - 2002) foi... - Coisas da Antiga | Facebook

Adelino era o rei do samba-canção

Paulo Peres
Poemas & Canções

O compositor luso-brasileiro Adelino Moreira de Castro (1918-2002), na letra de “Deusa do Asfalto”, mostra as consequências de um amor não correspondido. Esse samba-canção foi gravado por Nelson Gonçalves, em 1958, pela RCA Victor.

DEUSA DO ASFALTO
Adelino Moreira

Um dia sonhei um porvir risonho
E coloquei o meu sonho
Num pedestal bem alto
Não devia e por isso me condeno
Sendo do morro e moreno
Amar a deusa do asfalto.

Um dia ela casou com alguém
Lá do asfalto também
E dizem que bem lhe quer
E eu triste boemio da rua
Casei-me também com a lua
Que ainda é a minha mulher

É cantando que carrego a minha cruz
Abraçado ao amigo violão
E a noite de luar já não tem luz
Quem me abraça é a negra solidão

É cantando que afasto do coração
Esta mágoa que ficou daquele amor
Se não fosse o amigo violão
Eu morria de saudade e de dor

Para Lula, envolver-se com ditadores como Maduro é sempre um problema 

Nicolás Maduro promulga lei que cria o estado de Guiana Essequiba, na região do Essequibo, que pertence à Guiana

Maduro criou um “estado” dentro do território da Guiana

Hélio Schwartsman
Folha

Nicolás Maduro promulgou a lei que “cria” o estado de Guiana Essequiba, em porção do território guianense que é reivindicada por Caracas. Não creio que o governante venezuelano chegará, pelo menos não por enquanto, às vias de fato.

É verdade que as Forças Armadas da Guiana não são páreo para as venezuelanas. Falamos de um efetivo de apenas 3.400 homens contra mais de 120 mil do vizinho beligerante. Mas a floresta é.

ISOLAMENTO – Para de fato ocupar o território reclamado, as tropas venezuelanas precisariam ou fazer um complicado desembarque anfíbio em terreno para lá de inóspito ou então fazer um desvio passando pelo Brasil, o que Lula não autorizaria.

Em qualquer caso, uma saída militar implicaria novas sanções contra a Venezuela e agravaria o isolamento diplomático do regime.

Não dá para descartar a possibilidade de os EUA, a pedido da Guiana, despacharem um porta-aviões para a região, para proteger o país agredido. Aí a própria vantagem militar da Venezuela, cujo Exército deve estar bem deteriorado por anos e anos de crise, ficaria ofuscada.

BASTA FINGIR – É provável, portanto, que Maduro, dando um novo significado à expressão “a imaginação no poder”, se limite a fingir que incorporou Essequibo. Se até alguns anos atrás um ditador simulando ter conquistado o país vizinho não passaria de enredo de comédia B, vivemos hoje num mundo em que fake news e outras modalidades de versões desvinculadas de fatos ganharam tal proeminência que é possível que a estratégia funcione.

Serviria para fazer com que os venezuelanos que já apoiam Maduro se engajem no processo eleitoral. O pleito está marcado para julho.

Acho que o gesto de Maduro encerra ainda um não muito sutil recado a Lula, que vem esboçando um afastamento de Caracas. O venezuelano está dizendo “não me abandone, porque ainda sou capaz de criar instabilidades regionais”. Envolver-se muito proximamente com ditadores é dor de cabeça assegurada.

Maioria é contra a cassação de Moro, mas a fama de herói ficou no passado

Sérgio Moro, senador e ex-juiz da Lava Jato

Pesquisa diz que 58% não apoiam a cassação do senador

Bruno Soller
Estadão

A política brasileira é um looping de situações. Há seis anos, se alguém dissesse que Lula seria o presidente da República e Sérgio Moro, um senador em processo de cassação, ninguém acreditaria. O ex-juiz paranaense conduziu um dos processos mais emblemáticos e importantes da história da República brasileira, a Operação Lava Jato, que levou à prisão diversas personalidades do mundo político, incluindo Lula, e boa parte da nata do empresariado nacional, acabando com um dos maiores escândalos de corrupção já vistos.

Os vícios no processo e, principalmente, o ativismo político de Moro, que acabou por se tornar ministro de Estado do ex-presidente Jair Bolsonaro, e depois se aventurou no mundo eleitoral, elegendo-se senador e fazendo de sua esposa deputada federal, mudaram a percepção de parte da sociedade em relação à sua figura de quase herói nacional.

58% SÃO CONTRA – Em pesquisa exclusiva feita pela RealTime Big Data para o blog De Dados em Dados, do Estadão, 58% dos brasileiros são contrários à cassação de Sérgio Moro. Independentemente de concordarem ou não com as ações do senador, há uma ideia que que cassá-lo é invalidar uma escolha legítima popular.

O Brasil é um dos países do mundo que mais cassam mandatos conquistados nas urnas. Desde 2000, com o advento da lei que trata da compra de votos, por exemplo, 5% dos prefeitos eleitos foram suprimidos. Esses números trazem à tona ainda mais uma desconfiança com o sistema eleitoral brasileiro, que já é alvo de muitas críticas, inclusive, de parte dos eleitores que desconfiam da contabilização dos votos de maneira eletrônica.

Apesar da solidariedade da maioria dos eleitores com o senador paranaense, a pesquisa mostra também que apenas 8% dos entrevistados consideram Moro um herói nacional. Esse dado contrasta diretamente com a fase em que Moro encarcerou Lula.

APROVAÇÃO POPULAR – Praticamente uma unanimidade, a Lava Jato, encerrou a força-tarefa em 2021, com a aprovação de 80% dos brasileiros, segundo pesquisa Exame/Ideia, da época. Sérgio Moro liderou todas as primeiras sondagens acerca de qual ministro do governo Bolsonaro era o mais aprovado, no tempo em que ficou no executivo nacional.

Em pesquisa Datafolha, do final de dezembro do primeiro ano de Bolsonaro, Moro tinha 53% de aprovação como ministro da Justiça. É interessante observar, que o resultado já era decrescente quando comparado com os números que o instituto havia trazido em abril do mesmo ano, onde 59% o aprovavam.

Cogitado por muitos para ser candidato a presidência, Moro e Bolsonaro entraram em rota de colisão e o ministro mais popular do governo acabou por sair do cargo com a emblemática frase de ter que “preservar sua biografia”, já que acusava Bolsonaro de tentar acobertar investigações sobre seus filhos, ingerindo sobre a Polícia Federal, no Rio de Janeiro.

AO CONTRÁRIO – Em um primeiro momento, especulou-se o mal que sua saída faria a Bolsonaro, mas o tempo mostrou que Moro era quem iria precisar do ex-presidente para conseguir sua eleição.

O embate com o bolsonarismo foi o primeiro grande revés de Moro. Em 2018, quando ocorriam as eleições nacionais, Moro, sem sombra de dúvidas, era mais popular que Bolsonaro e teria chances reais de conquistar a presidência, caso tivesse sido candidato.

Um episódio, no ano anterior ao pleito, em que o até então juiz ignora o deputado Jair Bolsonaro, no aeroporto de Brasília, virou emblemático e serviu para os adversários fazerem chacota com a situação. Pesquisa IPSOS do final de dezembro de 2018, logo após o término da eleição nacional apontou que Moro era o nome mais aprovado entre as personalidades brasileiras, superando inclusive o presidente recém eleito Jair Bolsonaro.

BOLSONARO CRESCE – A força da presidência da República e a consolidação do bolsonarismo enquanto corrente ideológica e política foram mais fortes do que Moro poderia imaginar. Muitos que o aprovavam ficaram com a versão do entorno de Bolsonaro, que acusavam o ex-juiz de traição.

Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente que tinha papel fundamental na sua comunicação, foi um dos que mais se insurgiram contra Moro, fazendo ataques ao ex-ministro nas redes sociais.

A reaproximação com Bolsonaro, em uma junção pragmática de enfrentamento ao PT e a Lula, fez com que Moro se reconciliasse com o público fiel ao ex-presidente, mas ainda sob desconfiança. Eleito senador com 33,5% dos votos, Moro quase foi superado por Paulo Martins, candidato oficial do bolsonarismo no Paraná, que atingiu 29,1% dos votantes.

RECUPERAÇÃO – Mesmo assim, sua vitória e de sua esposa, Rosângela Moro, como deputada federal, por São Paulo, foi uma grande demonstração de força na sociedade. Deltan Dellagnol, parceiro de Moro e procurador fez mais de 5% dos votos no Paraná para deputado federal, a segunda maior votação para o cargo na história do estado.

Toda essa recuperação de imagem perante à sociedade está em vias de ruir. Dellagnol já teve seu mandato cassado e, agora, Moro é quem passa pelo crivo da justiça eleitoral. A precificação no mercado político é de que Moro não se sustentará e novas eleições poderão ser marcadas para ocupar sua vaga.

Por incrível que pareça, Michele Bolsonaro, ex primeira-dama é um dos nomes cotados para concorrer justamente na vaga que deve ser aberta por sua invalidação. Com variações entre 33 e 36%, Michele Bolsonaro lidera as sondagens feitas até agora sobre a possível eleição. Mais um dos incríveis caminhos tortuosos que a política brasileira apresenta e que são dignos de um dramalhão dos mais caricatos que possam existir.