Igor Gadelha e Gustavo Zucchi
Metrópoles
Em meio à crise entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), participa de um evento em Paris junto com o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, e o ministro Gilmar Mendes.
Os três confirmaram presença no Fórum Esfera Internacional, que acontece durante o feriadão nacional de Nossa Senhora Aparecida. O evento ocorre entre os dias 12 e 14 de outubro, na capital francesa.
PAINÉIS DIFERENTES – Pacheco, Barroso e Gilmar, entretanto, não devem participar dos mesmos painéis. O presidente do Supremo, por exemplo, fala na sexta-feira (13/10). Já o presidente do Senado estará nos debates do evento no sábado (14/10).
O fórum acontece em meio à crise entre o Congresso e o STF, após o tribunal votar temas polêmicos, como o marco temporal de terras indígenas, a descriminalização do porte de drogas e a legalização do aborto no Brasil, que se encontravam em tramitação no Congresso.
Os julgamentos irritaram deputados e senadores, que avaliam que os temas deveriam ser avaliados pelo Legislativo, e não pelo Judiciário. Incomodados, parlamentares reagiram com propostas para tentar limitar os poderes do Supremo.
UM CLIMA MELHOR – Apesar disso, como mostrou a coluna, interlocutores de Pacheco dizem que o presidente do Senado espera que a temperatura entre os dois poderes baixe com Barroso na presidência do STF, especialmente pelo estilo mais “político” do ministro.
Além dos ministros do STF e do presidente do Senado, participarão do evento em Paris outras autoridades brasileiras. Entre elas, o presidente do TCU, Bruno Dantas, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Outras autoridades confirmadas são o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. A secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, e o ministro da CGU, Vinicius Carvalho, também são esperados.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Só há uma maneira de melhorar o clima – o Supremo respeitar as decisões dos congressistas (representantes do povo na democracia) que não descumpram cláusulas pétreas da Constituição, conforme o próprio Barroso recomenda. (C.N.)