O que Trump indica a respeito de como será sua presidência

Trump anuncia "czar das fronteiras" para agência de imigração

Trump busca lealdade e confiança ao formar a equipe

Por The Economist

Depois que Donald Trump venceu a eleição presidencial em 2016 — quando era um ex-astro da televisão em vez de um ex-presidente — ele administrou a transição da Casa Branca como se estivesse encenando seu reality show “O Aprendiz”. Aspirantes a membros do gabinete chegaram à torre que leva seu nome em Nova York e passaram pelas câmeras de TV. Essa série foi prolongada, com a participação de celebridades, incluindo Kanye West.

Desta vez, Trump está dirigindo um show mais intimista, deliberando em sua propriedade em Mar-a-Lago, longe das câmeras, e emitindo seus vereditos de contratação nas redes sociais em um ritmo muito mais rápido. Infelizmente, os resultados são igualmente insensatos.

EM 24 HORAS – As escolhas mais alarmantes ocorreram em um período de 24 horas. Em 12 de novembro, Trump anunciou que Pete Hegseth, uma personalidade da Fox News que serviu na Guarda Nacional, seria secretário de Defesa.

 Hegseth é um dos poucos que defendeu a declaração de Trump de que havia “pessoas boas em ambos os lados” dos protestos contra um comício de supremacistas brancos em Charlottesville, Virgínia, em 2017. Hegseth está preocupado com o flagelo da lacração no exército, mas não tem experiência no governo.

Trump também anunciou que a diretora de inteligência nacional seria Tulsi Gabbard, uma democrata que se tornou republicana e é ligada em conspirações, um espírito tão livre que conheceu Bashar al-Assad, o ditador assassino da Síria, e o declarou “não inimigo dos Estados Unidos”.

PROCURADOR-GERAL – Pior, ele decidiu que Matt Gaetz, um congressista extravagante da Flórida, seria seu procurador-geral. O FBI, sobre o qual o procurador-geral tem controle de supervisão, investigou alegações de que Gaetz traficava sexualmente uma menor.

Não foram apresentadas acusações, mas Gaetz mais tarde enfrentou uma investigação pelo Comitê de Ética da Câmara (ele nega qualquer irregularidade). Ele é ultraradical e, no ano passado, prometeu que, se o FBI e outras agências “não se curvassem”, elas deveriam ser abolidas ou perder seu financiamento.

Todos esses são cargos importantes pelos quais Trump sentiu que havia sido traído anteriormente. Seus antigos procuradores-gerais agiram com muita independência e muito pouco como seu consigliere; altos funcionários da inteligência atraíram a fúria dele por investigar suas ligações com a Rússia; seus antigos secretários de defesa e generais do alto escalão rejeitaram suas ideias.

MENOS POLÊMICAS – Com essas seleções, Trump indica que não planeja tolerar tal dissidência desta vez. Aqueles suspeitos de deslealdade (ou neoconservadorismo disfarçado) não são bem-vindos.

Escolhas tão bizarras podem enfrentar dificuldade para serem confirmadas pelo Senado, mesmo com uma maioria republicana. Talvez seja esse o ponto. Quatro senadores republicanos desertores seriam suficientes para rejeitá-los, mas bloquear todas as três escolhas seria um gesto atipicamente desafiador.

As outras nomeações de Trump — em departamentos pelos quais ele talvez não se sinta pessoalmente injustiçado — são mais convencionais. Marco Rubio, um senador da Flórida, é sua escolha para ser secretário de Estado. Esta seria uma escolha encorajadora para os aliados dos EUA.

LEAL AO PARTIDO – Marco Rubio copatrocinou um projeto de lei para dificultar que o presidente retire os Estados Unidos da Otan. Como o Partido Republicano se moveu em uma direção diferente, ele também o fez, abraçando o trumpismo e mantendo alguns de seus antigos instintos.

Ele fez declarações de apoio à Ucrânia (mas votou contra o projeto de lei mais recente para armá-la, citando a necessidade de priorizar a segurança da fronteira).

Rubio, filho de imigrantes cubanos, adota um anticomunismo hereditário que agora foi redirecionado para a China.

Por que a PF não consegue pedir a prisão de Braga Netto?

PF afirma que plano para matar Lula e Alckmin foi discutido na casa do  general Braga Netto em 2022 - ISTOÉ Independente

Braga Netto, o poderoso chefão, continua inatingível

Vera Magalhães
O Globo

Diante do que foi revelado a respeito do Plano Punhal Verde e Amarelo, que levou à prisão de quatro militares, sendo um deles um general da reserva, e um policial federal, fica evidente a participação do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro e seu candidato a vice na disputa pela reeleição em 2022. Por que, então, a Polícia Federal não incluiu o general na lista daqueles que tiveram a prisão pedida na operação deflagrada nesta terça-feira?

Fontes próximas às investigações atribuem a decisão a uma avaliação de fundamentos técnicos e jurídicos feita pela equipe subordinada ao diretor-geral Andrei Rodrigues.

AVANÇA E PARA – Esses interlocutores dizem que, nos dois anos em que as investigações estão em curso, não foram poucas as vezes em que a equipe se viu diante da decisão de avançar ou aguardar para tomar medidas em relação a alguns dos investigados.

Rodrigues tem cobrado das equipes que as provas apresentadas para embasar cada fase das apurações tenham qualidade capaz de tornar os passos irrefutáveis por parte das defesas e da classe política, que tenta atribuir o avanço dos inquéritos a perseguição contra a direita.

De acordo com esses observadores, o risco de “errar a mão” não pode ser assumido, sobretudo agora, num momento em que os inquéritos caminham para as conclusões e já há muitos implicados.

NOVAS PRISÕES – Esses mesmos interlocutores, no entanto, lembram que nada impede que, com o avanço das investigações, novas prisões sejam pedidas e outras medidas restritivas sejam adotadas, inclusive em relação a Braga Netto, apontado como elo entre aqueles que articulavam o plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes e a cúpula do bolsonarismo.

Faltariam ainda evidências da participação efetiva de Braga Netto no plano, a despeito da informação de que uma das reuniões para alinhar e aprovar o plano ocorreu em sua casa, em 12 de novembro de 2022.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Quer dizer que há provas para prender todo mundo, menos o poderoso chefão? Aí fica ainda mais difícil acreditar nessa rocambolesca conspiração, fica parecendo coisa do satânico Dr. No, que Ian Fleming nos perdoe. (C.N.)

Principal fato novo na política: quem está no poder perde votos

Eleição para prefeito segue critério comunitário, com polarização menos  influente - por Pedro do Coutto - Tribuna da Imprensa Livre

Charge do Cazo (Arquivo Google)

Marcus André Melo
Folha

O resultado das eleições americanas abalou consensos entre cientistas políticos. Há pelo menos três questões que merecem destaque. A primeira é o que a política parece ter sofrido uma “descalcificação”. Havia certa convergência em torno do argumento que o sistema estava calcificado devido a crescente sobreposição entre raça, religião, gênero, faixa etária e preferências partidárias, como mostrei aqui.

 Levitsky e Ziblatt argumentaram que a ascensão de Trump era uma reação da população branca de se tornar minoria nas próximas décadas. Estas análises envelheceram surpreendentemente rápido.

MUITA MUDANÇA – O que se observou nas eleições são mudanças significativas em quase todas os segmentos. A maioria de mulheres e negros ainda votam no candidato democrata mas o fosso entre homens e mulheres ou negros e outras etnias diminuiu espetacularmente. A margem de vitória de Biden na população latina, por exemplo, que foi de 33% em 2020, caiu para 6% em 2024. Em 89% dos condados houve mudança.

Trump aumentou seu percentual de votos entre homens, mulheres, faixas etárias (maior proporcionalmente entre os jovens entre 18 e 29), com e sem curso superior, áreas rurais e urbanas.

Entre homens negros a reação teve por base pautas de comportamento. Há evidências experimentais também de reações ao uso de expressões como “Latinx”. Em New Jersey, na Grande Nova York, a margem de vitória dos democratas caiu de 16% para 5%.

TEMAS ECONÔMICOS – A segunda controvérsia diz respeito aos determinantes do sucesso eleitoral da direita radical. Para muitos analistas ele refletiria uma mudança nas preferências do eleitorado que teria “virado à direita”.

 Mas há evidências sólidas de que as preferências do eleitorado com relação a temas econômicos ou culturais/comportamentais mudaram pouco. O nível de concordância do eleitorado em relação a questões como aborto ou casamento homoafetivo não mudou.

Os temas econômicos perderam centralidade em relação a temas como imigração, nativismo e pautas comportamentais. O que efetivamente alterou foi a prioridade conferida a estas questões vis-à-vis, por exemplo, política social, como argumentam Gidron et al em estudo seminal. A eleição de Trump, no entanto, parece ir na direção oposta à convergência de análises sobre as novas prioridades.

TUDO CONFUSO – O resultado sugere a centralidade do chamado voto econômico. No entanto, as evidências são mistas. O nível do índice de infelicidade (taxa de inflação + taxa de desemprego) em 2024 é o segundo menor em 50 anos. Mas isto contrasta com o fato de que 78% dos eleitores concordarem que o país está indo na direção errada.

Esta percepção negativa nos leva a uma terceira questão controversa sobre ao chamado efeito incumbência. Aqui a expectativa é que os incumbentes levem vantagem (ocorre em 66% dos casos). Algumas estimativas avaliam este efeito para os EUA entre 4% a 8% (dados históricos cobrindo 216 anos).

 Mas não foi o que se viu. Na realidade, não só na eleição americana mas também no resto das democracias em geral, os incumbentes estão perdendo massivamente. Segundo John Burn-Murdoch nas eleições de 2024, todos os governantes no poder perderam fatias expressivas do voto, a primeira vez que o fenômeno ocorre desde 1947! Assim, Trump não teria ganho; Biden é que teria sido punido.

Moraes intima Mauro Cid para esclarecer “omissões e contradições”

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro ( PL) deixa a Polícia Federal após prestar depoimento.

Acuado pela PF, Mauro Cid não pode cair em contradições

Pepita Ortega
Estadão

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o ex-ajudante de ordens da Presidência da República, tenente-coronel Mauro Cid, compareça à Corte na próxima quinta-feira, 21, para esclarecer “contradições existentes entre os depoimentos do colaborador e as investigações realizadas pela Polícia Federal”.

Em despacho assinado nesta terça-feira, 19, depois de Cid ter dado novo depoimento, Moraes ressaltou que a oitiva está relacionada aos “termos da colaboração (regularidade, legalidade, adequação e voluntariedade”.

ANULAÇÃO DA DELAÇÃO – Mais cedo, a PF informou à Corte que Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, descumpriu as cláusulas de seu acordo de delação premiada, abrindo brecha para uma eventual rescisão do pacto fechado no inquérito das milícias digitais.

A indicação foi feita após a corporação tomar o depoimento do delator nesta tarde, em meio à Operação Contragolpe que prendeu quatro militares e um agente da PF por envolvimento com um plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de seu vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O Estadão apurou que o depoimento que Cid prestou na PF nesta terça foi encaminhado à Corte máxima com a anotação da corporação sobre “omissões e contradições” em alguns pontos da oitiva.

NO GABINETE – O documento está no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que foram abastecidos pela delação de Cid. O ministro vai ouvir o procurador-geral da República Paulo Gonet antes de decidir sobre o futuro da delação – incluindo sua eventual rescisão.

Na ação desta terça-feira, 19, a Polícia Federal mirou um general da reserva, o ex-ministro interino de Bolsonaro Mário Fernandes, além de militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos” e um policial federal.

Segundo a corporação, o planejamento para executar a chapa eleita em 2022, que também mirava o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi identificado a partir de mensagens apagadas do celular de Mauro Cid.

CID ENVOLVIDO – Os arquivos foram recuperados pela investigação e motivaram a Operação Contragolpe, que apura os responsáveis por um plano conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”.

Segundo a Polícia Federal, a reunião na casa de Braga Netto ocorreu no dia 12 de novembro. No encontro, o “planejamento operacional para a atuação dos ‘kids pretos’ foi apresentado e aprovado”.

A reunião contou com a participação dos tenentes-coronéis Mauro Cid e Hélio Ferreira Lima e do major Rafael Martins de Oliveira.

DELAÇÃO EM RISCO – Agora, Cid corre o risco de ter anulada sua delação, aceita pela corporação em setembro do ano passado, anulada.

Se as contradições não forem superadas no depoimento desta quinta-feira, o tenente-coronel poderá perder os benefícios negociados pela colaboração premiada.

O conteúdo dela, porém, não deve ser anulado, e continuará integrando o relatório da investigação.

Relatório da Abin aponta que o homem-bomba planejou suicídio

MTUOL Notícias

Tiü era desequilibrado e planejou se suicidar em Brasília

Deu em O Tempo

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) identificou que o homem responsável pelas explosões nos arredores do Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de quarta-feira (14) já circulava por Brasília pelo menos desde julho deste ano e, em agosto deste ano, entrou no plenário do tribunal durante horário destinado a visitas.

O responsável pelo atentado, de acordo com as forças policiais, foi Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos. Ele é natural de Rio de Sul (SC) e foi candidato pelo PL a vereador da cidade nas eleições de 2020. Ele morreu ao ser atingido por um artefato disparado por ele próprio na praça dos Três Poderes.

DUAS EXPLOSÕES – Pouco antes, duas explosões foram disparadas por ele – uma em frente ao STF, na praça dos Três Poderes, e a outra no carro dele, que foi encontrado em chamas e carregado com explosivos próximo ao anexo IV da Câmara dos Deputados. O corpo foi retirado do local após quase 13 horas do ocorrido, devido à possibilidade de haver artefatos em seu corpo.

De acordo com o comunicado da Abin, divulgado pelo O Globo, o homem é réu em diversas ações penais, incluindo incolumidade pública (infração de medida sanitária), crime de desobediência e furto. Ainda segundo o documento, o homem saiu de carro de Rio do Sul em 26 julho de 2024 e chegou em Brasília no dia seguinte.

Por ora, não há indícios de que ele atuou em conjunto com outras pessoas e teria planejado o suicídio. Francisco estava hospedado em uma casa em Ceilândia, cidade-satélite distante cerca de 30km da Praça dos Três Poderes. No local, policiais encontraram artefatos explosivos do mesmo tipo dos usados em frente ao STF.

POSTAGENS – No relatório, a Abin cita ainda publicações nas redes sociais sociais. Uma delas na quarta-feira, pouco antes das explosões na Praça dos Três Poderes, falando de uma série de atentados na capital federal, um plano que começaria a ser executado na quarta-feira e terminaria no sábado (16).

Francisco citou locais e nomes de possíveis alvos. Ele também indicou em uma das mensagens que havia planejado suicidar-se após o ataque. “Vamos brindar??? Não chores por mim! Sorria!!! Entrego minha vida para que as crianças cresçam com liberdade […]”.

Em seu perfil no Facebook, ele reproduzia também teorias conspiratórias anticomunistas como o QAnon, populares na extrema direita norte-americana. O Facebook removeu a conta dele. Já em agosto, o homem havia postado uma “carta aos interessados” convocando protestos contra o Poder Judiciário.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Esses relatórios são feitos por amadores e não explicam nada. Não há distinção entre o que é “artefato” fabricado pelo chaveiro-bomba e o que são os fogos de artifício comprados por ele, que gastou R$ 1.545 nisso, e esse valor significa uma grande quantidade de morteiros e bombas. O certo é que o unabomber brasileiro era ridículo e não entendia nada de explosivos. (C.N.)

Moraes inclui a nova investigação no chamado Inquérito do Fim do Mundo

Moraes critica banalização de ataques contra o STF e defende punição |  Agência Brasil

Moraes amplia cada vez mais o inquérito original no Supremo

José Marques
Folha

Em manifestações na manhã posterior ao atentado com explosões na praça dos Três Poderes, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, anteciparam conclusões que atrelam o episódio aos inquéritos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.

Ambos disseram na quinta-feira (14) que o atentado não foi um fato isolado e indicaram relações com os outros casos relatados por Moraes relacionados a ataques às instituições. Também criticaram a possibilidade de anistia a envolvidos no 8 de janeiro de 2023.

EXISTE CONEXÃO – O inquérito sobre os ataques a bomba tramita sob sigilo no Supremo, e a relatoria foi designada a Moraes pelo presidente da corte, Luís Roberto Barroso, por ele entender que há conexão com outras apurações tocadas pelo ministro. Segundo especialistas, porém, eventual conexão do atentado com as ações golpistas ainda carece de provas.

Moraes discursou na manhã seguinte ao atentado a bomba. Em um evento do Ministério Público, em Brasília, afirmou que o contexto que levou ao ataque se iniciou “quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições e contra o Supremo Tribunal Federal” e que isso também resultou no 8 de janeiro.

“É uma demonstração de que só é possível e é necessário a pacificação do país com a responsabilização de todos os criminosos”, disse o ministro do Supremo.

VAI JUNTAR TUDO – As investigações sobre o chamado gabinete do ódio — que era composto por auxiliares de Bolsonaro que produziam conteúdos contra ministros do Supremo e outras autoridades nas redes sociais — fazem parte do chamado inquérito das milícias digitais, relatado por Moraes, e também conhecido como Inquérito do Fim do Mundo.

O ministro aproveitou o discurso também para voltar a fazer críticas sobre o que chama de “falso manto de uma criminosa utilização da liberdade de expressão”. “Ofender, ameaçar, coagir. Em nenhum lugar do mundo isso é liberdade de expressão. Isso é crime”, disse.

A justificativa é a mesma usada pelo ministro ao defender a regulamentação das redes sociais, uma das suas bandeiras, e nas decisões nas quais determina a derrubada de perfis das plataformas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
E assim se eterniza o Inquérito do Fim do Mundo, aquela investigação teratológica e ilegal, iniciada em 2019, a única que não tem data para terminar, no mundo inteiro. (C.N.)

Gafes, polêmicas e lacradas de Janja fazem lembrar Dilma no poder

Veja imagens da chegada de Lula à China | Brasil 247

Dilma e Janja disputam um campeonato de falar asneiras

Wesley Bião
Estadão

A atuação da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, dentro e fora do governo, tem se tornado destaque dentro e fora do País. Desde o início do governo de seu marido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a socióloga acumula gafes, polêmicas e controvérsias por suas falas e atitudes, fazendo lembrar a ex-presidente Dilma Rousseff.

Como mostrou o Estadão, aliados de Lula têm reclamado do excesso de influência da primeira-dama em assuntos do governo. Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, Janja tem interferido em temas importantes da gestão desde que se instalou em um gabinete ao lado da sala presidencial.

INTERFERÊNCIAS – Entre as queixas de parlamentares e até de ministros do governo em relação à primeira-dama estão a de que ela teria barrado propostas na área da comunicação social e imposto medidas nas áreas econômica, social e política, além de dar palpites na relação do presidente com militares e afastá-lo de deputados e senadores.

Ela chegou a afirmar em entrevista à CNN Brasil na última quarta-feira, 13, que as pessoas ‘precisam entender’ que ela é a voz de ‘milhares de mulheres’ no governo e que suas ações vão além de interesses pessoais, representando demandas sociais ao interagir com ministros.

No último sábado, durante uma mesa de debates com o influenciador Felipe Neto, em um evento paralelo ao G-20, a primeira-dama xingou o bilionário Elon Musk.

OUTRA MANCADA – No mesmo evento, Janja fez referência em tom de deboche sobre a morte de Tiü França na explosão em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira, 13, afirmando que o “bestão acabou se matando com fogo de artifício”.

As duas declarações no evento do fim de semana entram na lista de outras que envolvem o nome da primeira-dama.

A primeira-dama visitou, no começo do mês, a galeria do ex-presidentes no Palácio do Planalto, reaberta após restauração. O local havia sido destruído nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Durante a visita, Janja afirmou que vários ex-chefes do Executivo federal não mereciam ter fotografia no espaço, localizado no piso térreo da sede do governo federal.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
A matéria citando mancadas de Janja é enorme. Preferimos parar por aqui. É só uma mostra do que dona Janja é capaz, porque na verdade ela é capaz de tudo, digamos assim. (C.N.)

Enquanto o Rio hospedava o teatro do G20, a realidade se impõe fora dele

Lula e Milei se cumprimentam no G20 -- Metrópoles

Lula e seu arqui-inimigo Milei se cumprimentam no G20

Mario Sabino
Metrópoles

A reunião de cúpula do G20, no Rio de Janeiro, foi um evento sem importância para mudar os rumos internacionais, repito didaticamente, respaldado na pouquíssima atenção que lhe prestam a imprensa americana e a europeia. É um teatro que dá a países coadjuvantes, como o Brasil, a ilusão de serem protagonistas na cena mundial, no que é, ainda, uma boa definição para o multilateralismo. Tem lá a sua função na psicologia das nações.

A desimportância desta reunião, em particular, pode ser medida pelo que ocorre simultaneamente na realidade que se impõe fora do seu âmbito.

EXEMPLO DA UCRÂNIA – Enquanto os diplomatas do G20 buscavam uma declaração final anódina sobre a guerra na Ucrânia, visto que a necessária condenação à Rússia não é palatável aos seus aliados, Vladimir Putin ordenou um ataque maciço de mísseis contra Kiev.

Ao ataque, seguiu-se a resposta de Joe Biden, que finalmente autorizou os ucranianos a alvejar o território russo com os mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos.

A autorização do presidente americano também foi uma reação ao envio de tropas da Coreia da Norte para lutar ao lado da Rússia.

Até que Donald Trump seja empossado, Joe Biden tenta assegurar o máximo de ajuda militar possível à Ucrânia. A vitória do republicano, contudo, já causa rachaduras no G7, esse, sim, um grupo que interessa.

EXEMPLO DA ALEMANHA – Às voltas com grandes dificuldades políticas para se manter à frente da Alemanha, o chanceler Olaf Scholz telefonou para Vladimir Putin para conversar sobre a Ucrânia.

Foi o primeiro contato do líder alemão com o ditador russo em dois anos. Vladimir Putin viu-se, assim, retirado da geladeira e interpretou o fato como uma demonstração de fraqueza do Ocidente.

Olaf Scholz informou os Estados Unidos, o Reino Unido e a França de que telefonaria para o ditador a fim de pedir a retirada das tropas russas da Ucrânia e o início de negociações de paz sérias. Mas não deu satisfação à Itália, que preside atualmente o G7.

SAI UM MANIFESTO – Como não é de engolir desaforos, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni moveu o seu joystick e fez com o que o grupo das maiores democracias ocidentais divulgasse um manifesto de apoio incondicional à Ucrânia — o que apaziguou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que ficou irritado com o telefonema de Olaf Scholz para Vladimir Putin.

Concomitantemente, ele recebeu o aval de Joe Biden para usar os mísseis de longo alcance contra a Rússia.

No front econômico, temos os agricultores franceses protestando outra vez contra o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Fortemente subsidiados pelo governo, eles não querem saber da concorrência brasileira e argentina, principalmente, no mercado europeu.

Alegam que é injusto que sejam obrigados a concorrer com quem não é obrigado a seguir as dispendiosas normas ambientais e sanitárias que lhes são impostas pela União Europeia.

MACRON É CONTRA – O presidente da França, Emmanuel Macron, já disse que é contra o acordo. Antes de desembarcar no Rio de Janeiro, ele foi a Buenos Aires para conversar com Javier Milei. Ouviu do presidente argentino que ele também não gosta do troço, mas por motivo contrário ao dos franceses: acha muito restritivo aos agricultores argentinos. Javier Milei, aliás, faz sombra a Lula.

O Trump dos Pampas encarna o original ianque e é voz dissonante em tudo no G20, da questão ambiental à tal aliança contra a fome, da qual ameaçou ficar fora, para a raiva dos barbichas do Itamaraty, que querem transformar Lula em líder de um bolsa família planetário e da luta contra o aquecimento global, apesar de o presidente brasileiro adorar lambuzar-se em petróleo.

O ditador chinês Xi Jinping, brother de Fernando Haddad, também fez uma escala na América do Sul, antes de vir ao Brasil. Ele foi ao Peru, assim como o pato manco Joe Biden, para uma reunião dos países da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, responsáveis por 60% do PIB mundial.

MEGAPORTO – No Peru, Xi Jinping teve um tête-à-tête com o presidente americano e inaugurou um megaporto financiado pela China, no valor de US$ 19 bilhões, que facilitará o comércio do maior exportador do mundo com os seus parceiros sul-americanos, aumentando a sua influência no antigo quintal dos Estados Unidos, motivo de preocupação óbvia de Washington.

Pequim defende o multilateralismo ao mesmo tempo que engole os peixes pequenos em acordos bilaterais.

Tudo isso acontece à margem da reunião de cúpula do G20, em um mundo que aguarda, com o fôlego suspenso, a reentrada de Donald Trump na Casa Branca. Ele deve mudar o jogo o suficiente para transformar a declaração final do convescote no Rio de Janeiro, por mais anódina que ela seja, em letra morta.

Moraes cita Moraes 44 vezes e acumula mais um caso em que é vítima e juiz

Alexandre de Moraes tem dados pessoais vazados em grupos bolsonaristas |  Sobral em Revista

Charge do Gilmar Fraga (Gaúcha/Zero Hora)

Ranier Bragon
Folha

No texto em que autorizou a operação da Polícia Federal realizada nesta terça-feira (19), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes foi o principal personagem de sua própria decisão, reproduzindo 44 citações a si mesmo.

O magistrado figura nas investigações da Polícia Federal ao lado de Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) como alvos de assassinato pela trama golpista que se desenrolou no final do governo de Jair Bolsonaro (PL) —políticos citados na mesma decisão, respectivamente, 16, 12 e 28 vezes.

NA TERCEIRA PESSOA – A operação desta terça é mais uma em que o ministro do STF figura fora da atribuição exclusiva de julgador. Desta vez como personagem central do caso investigado, é citado na decisão em terceira pessoa.

“Ressalta a representação policial que, com o aprofundamento da investigação, a partir da realização da operação Tempus Veritatis e da análise dos dados armazenados nos telefones celulares apreendidos em poder de Rafael Oliveira [um dos investigados], ‘a investigação logrou êxito em identificar novos elementos de prova que evidenciaram a efetiva realização de atos voltados ao planejamento, organização e execução de ações de monitoramento do ministro Alexandre de Moraes'”, escreveu o ministro em uma das referências a si mesmo, reproduzindo parte de trecho da peça policial.

A Folha procurou Moraes por meio da assessoria do STF, mas não houve manifestação.

FORA DOS LIMITES – Uma série de reportagens da Folha mostrou, com base em conversas de um ex-assessor seu no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que nas investigações do inquérito das fake news Moraes agiu fora do rito, adotando atitudes que em um processo normal são atribuições da Polícia Federal (o órgão que investiga) e da Procuradoria-Geral da República (o órgão que faz a acusação).

Entre outros casos, as conversas indicam: 1) que os alvos de investigação eram escolhidos pelo ministro ou por seu juiz assessor; 2) que Moraes utilizou o órgão de combate à desinformação do TSE para levantar informações e produzir relatórios contra manifestantes que xingaram ele e colegas; e 3) que ordenou o endurecimento contra o X (antigo Twitter) após Elon Musk se negar a fazer a moderação de conteúdo nos termos defendidos pelo magistrado.

Após a publicação das reportagens, o ministro do STF abriu de ofício (sem provocação externa) inquérito sobre o vazamento das mensagens trocadas entre seus auxiliares. Em mais uma ação que tem ele próprio como personagem.

SUPEREMPODERADO – A menção a um ataque às instituições tem servido como argumento para que o ministro acumule apurações sob o seu comando desde 2019, com o controverso inquérito das fake news e seus desdobramentos.

Quando foi aberto, esse inquérito se propunha a investigar a existência de notícias falsas, denunciações caluniosas e ameaças contra os membros do STF e seus familiares. Acabou servindo de motivação para diversas decisões do ministro.

Criticado desde o nascedouro, o inquérito é uma espécie de síntese da polêmica envolvendo a discussão sobre os poderes de Moraes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Juristas têm criticado a condução de Moraes nos casos em que aparece como vítima. O argumento principal é de que isso afeta a necessária imparcialidade de um juiz. É verdade. Trata-se de um procedimento fora da lei, que envergonharia qualquer sociedade minimamente democrática. (C.N.)

Plano do novo golpe deve ter sido escrito pelo roteirista dos Trapalhões

Tribuna da Internet | No julgamento dos golpistas, Folha pede que se faça Justiça, sem haver vingança

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Carlos Newton

Todos notam que se trata de uma trama complicada e surrealista, que se passa num dos países mais importantes do mundo e envolve um plano sinistro para envenenar o presidente eleito da República, Lula da Silva, e assassinar também o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, que então presidia o Tribunal Superior Eleitoral.

Os autores do roteiro não conheceram limites e se deixaram levar pela criatividade. Deram até um nome capa-e-espada à operação, ao denominá-la “Punhal Verde-Amarelo”, embora não se cogitasse o uso de arma branca, talvez apenas numa circunstância inesperada.

NA HORA ERRADA – Os luminares do Supremo e da Polícia Federal demonstraram que não têm um mínimo senso de oportunidade, pois decidiram utilizar esse script mambembe justamente quando o país recepcionava as maiores autoridades do mundo, nesta reunião do G20.

É como se tudo isso fosse de propósito para esculhambar de vez a imagem do Brasil, já desgastada pelo unabomber que não sabia fabricar explosivos e pela primeira-dama que gosta de falar inglês e exibir sua fina educação.

Só pode ser isso. Sem conseguir destruir o país, um dos maiores do mundo em extensão territorial, em número de habitantes e em potencial econômico, os inimigos da Pátria tentam levá-la ao ridículo perante o concerto das nações, para impedir seu desenvolvimento.

SENSO DE OPORTUNIDADE – O fato concreto é que os gênios do Supremo e da Polícia Federal bem poderiam ter adiado por uma semana essa Operação Trapalhões (parece que é o verdadeiro nome dela), para que Lula e sua consorte Janja da Silva pudessem transmitir ao resto do mundo uma imagem minimamente digna e respeitosa.

Mas não. Sem demonstrar o menor senso de ridículo, o ministro Alexandre de Moraes mete a caneta no Inquérito do Fim do Mundo e cria novos capítulos de uma novela política e militar que já cansou os espectadores.

Pensem nisso – se não existisse o futebol, o que seria do povo brasileiro? Mas a cada quatro anos tem uma Copa do Mundo e renova-se a esperança, como diz Milton Nascimento com seu eterno coração de estudante.

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P.S.A Copa é muito mais importante do que a eleição. (C.N.)

Golpe fracassado previa uma carnificina, mas faltou adesão da tropa

Quem é o general Mário Fernandes e como ele atuava no plano de golpe;  militar foi preso nesta terça | O Tempo

General Mário Fernandes era um dos líderes do golpe

Josias de Souza
do UOL

As novas descobertas da Polícia Federal comprovam que os planos do alto-comando do golpe não continham pontos de exclamação. Sob Bolsonaro, tramou-se o absurdo com uma doce naturalidade.

Adorno tétrico da trama, o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, em dezembro de 2022, forneceria o Apocalipse de que Bolsonaro precisava para virar a mesa da democracia.

RASTRO PEGAJOSO – A investigação da carnificina falhada levou a PF às ruas nesta terça-feira. Foram em cana cinco pessoas – quatro militares e um policial federal. Um dos presos, o general Mário Fernandes, deixou no Planalto um rastro pegajoso.

Fernandes era o número dois da Secretaria-Geral da Presidência. Participou como ministro interino da reunião em que Bolsonaro foi filmado rosnando para a democracia, em julho de 2022, antes do primeiro turno. Foi nesse encontro que o general Augusto Heleno disse que, “se tiver que virar a mesa é antes da eleição”, pois “não vai ter revisão do VAR”.

O general Mario Fernandes, agora preso, engrossou o mesmo coro vadio: “…É muito melhor assumir um pequeno risco de conturbar o país […], para que aconteça antes, do que assumir um risco muito maior de conturbação no ‘the day after’, né? Quando a fotografia lá for de quem a fraude determinar”.

A PF revela agora que o “day after” do general e seus comparsas incluía uma carnificina. Faltou adesão da tropa.

Mauro Cid depõe e diz nada saber sobre plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

Mauro Cid chega à PF para prestar novo depoimento após investigadores  recuperarem dados apagados

Cid prestou depoimento e corre o risco de perder sua delação

Gabriela Prado e Jussara Soares
CNN, Brasília

Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid negou à Polícia Federal (PF) que tivesse conhecimento sobre plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Cid é delator e foi intimado a prestar depoimento após a PF coletar dados apagados de equipamentos eletrônicos que mostraram esse planejamento.

O depoimento durou quase três horas. Terminou pouco depois das 18h. O militar deixou prédio pouco antes das 19h.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A situação do tenente-coronel Mauro Cid se complica, porque a Polícia Federal diz haver identificado o plano para matar o presidente Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, a partir de mensagens recuperadas do celular do próprio Mauro Cid, através do uso de um programa de contra-espionagem israelense. Com base nessas diligências, foi deflagrada a Operação Contragolpe. E Mauro Cid agora diz que não sabe de nada. Desse jeito, ele pode perder os benefícios da delação premiada. (C.N.)

Pazuello, que empregava o general, acha que ele será inocentado

Eduardo Pazuello - Notícias e tudo sobre | CNN Brasil

Amigo do general, Pazuello acredita na idoneidade dele

Paulo Cappelli e Augusto Tenório
Metrópoles

O deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), general da reserva, rompeu o silêncio após a prisão do general Mario Fernandes, que foi lotado em seu gabinete na Câmara dos Deputados e preso pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira por suspeita de planejar a morte de Lula.

“Tomei conhecimento do assunto hoje de manhã, pela imprensa, vendo o noticiário na televisão”, disse Pazuello à coluna.

NOTA DO DEPUTADO – Veja a nota de Pazuello, na íntegra: “O deputado federal General Pazuello esclarece que o General Mário Fernandes, mencionado na operação da Polícia Federal realizada na manhã desta terça-feira, trabalhou em seu gabinete como assessor de 28 de março de 2023 a 04 de março de 2024, quando foi identificado seu impedimento para exercer cargo público”, disse, acrescentando:

“Pazuello esclarece ainda que só tomou conhecimento da prisão do general Mário e dos demais oficiais por meio da imprensa na data de hoje. O deputado reafirma sua crença nas instituições do país e na idoneidade do General Mário Fernandes, na certeza de que logo tudo será esclarecido”.

CARGO NA CÂMARA – O general Mário Fernandes recebia um salário de R$ 15,6 mil no gabinete do deputado Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro.

Ele foi nomeado em março de 2023 para um “cargo de natureza especial”.

A função, com código CNE 09, só pode ser ocupada por pessoas com nível superior completo. O valor corresponde ao segundo maior vencimento do tipo na Câmara.

DIZEM OS ALIADOS – Aliados do deputado sustentam que, se Pazuello soubesse de suspeita tão grave, não teria nomeado o militar no próprio gabinete. Até então, argumentam, o foco no general se resumiria a uma reunião ministerial investigada pela PF. E afirmam que Pazuello, que não é citado na operação de hoje, atuou para arrefecer os ânimos no meio militar após o pleito eleitoral.

Aliados de Pazuello também argumentaram que, se de fato houve um plano para matar Lula, ele provavelmente seria restrito ao conhecimento de pouquíssimas pessoas, apenas a quem executaria a ação.

Braga Netto era o chefe da trama para matar Lula, Alckmin e Moraes?

Salário dos generais no Brasil: quanto realmente acumulou o general Braga  Netto, ex-candidato a vice-presidente e ex-possível candidato a prefeito do  Rio - Revista Sociedade Militar

A Polícia Federal acusa Braga Netto de liderar o golpe

Pepita Ortega e Fausto Macedo
Estadão

A Polícia Federal atribui ao general Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro, envolvimento direto com a ação de ‘kids pretos’ mobilizados para a Operação Punhal Verde e Amarelo – missão para matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, em 2022.

]Ao pedir a abertura da Operação Contragolpe – que nesta terça, 19, levou à prisão de militares que planejaram o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes – a PF detalhou como oficiais efetivamente seguiram os passos do magistrado desafeto de bolsonaristas. Procurado, Braga Netto não respondeu a reportagem. O espaço está aberto.

DISSE A PF – A missão que empregou até viaturas oficiais da Força foi acertada em uma reunião na casa de Braga Netto, diz a PF. O grupo clandestino intitulou de Operação ‘Copa 2022′ o monitoramento do ministro do STF no dia 15 de dezembro daquele ano – a 16 dias da posse do então presidente eleito Lula.

De acordo com o inquérito da Operação Contragolpe, Braga Neto era peça-chave no plano de golpe de Estado – o general seria o coordenador-geral de um hipotético ‘Gabinete Institucional de Gestão da Crise’, caso a ruptura ocorresse.

Segundo a Polícia Federal, a reunião ocorreu no dia 12 de novembro – um mês antes da ‘Copa 2022′. No encontro, o “planejamento operacional para a atuação dos ‘kids pretos’ foi apresentado e aprovado”. A reunião contou com a participação do tenente-coronel Mauro Cesar Cid, o major Rafael de Oliveira e o tenente-coronel Ferreira Lima.

CODINOMES – Os militares mobilizados para o plano golpista têm especialização em Forças Especiais. A PF descobriu que, para ocultar suas verdadeiras identidades, eles assumiram codinomes para o rastreamento de Moraes – ‘Gana’, ‘Japão’, ‘Argentina’, ‘Brasil’, Áustria’ e ‘Alemanha’, países que participaram na Copa do Mundo daquele ano. Os oficiais discutiam as ações sobre o ministro do STF em um grupo batizado com o nome da Operação.

Pelo menos um veículo oficial vinculado ao Batalhão de Ações de Comandos foi empregado na Operação ‘Copa 2022’, como eles batizaram a jornada que visava, também, o envenenamento de Lula.

A Operação ‘Copa 2022′ foi lançada pelos militares investigados no dia em que o Supremo Tribunal Federal debatia a derrubada do orçamento secreto.

CONTRAGOLPE – As informações constam da Operação Contragolpe, deflagrada nesta terça, 19, que culminou na prisão do general reformado Mário Fernandes, de três ‘kids pretos’ – tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, major Rafael Martins de Oliveira e major de Infantaria Rodrigo Bezerra de Azevedo, que servia no Comando de Operações Especiais – e do policial federal Wladimir Matos Soares,

Os kids pretos são militares de alta performance em ações de grande impacto. Todos os presos na Operação Contragolpe são suspeitos de envolvimento com o plano de assassinato de Lula e de seu vice, Geraldo Alckmin, logo após as eleições de 2022.

O audacioso planejamento também envolvia uma eventual prisão e até a execução de Moraes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O problema de Moraes é que ele não tem medo do ridículo. Uma história como essa parece ter sido criada por roteiristas verdadeiramente infantis. E não dá para acreditar em nada. (C.N.)

Lula e Alckmin eram chamados de “Jeca” e “Joca” pelos cruéis assassinos

Lula e Alckmin eram chamados de “Jeca” e “Joca” em plano golpista, que tinha como objetivo suas execuções

Joca diz a Jeca que está com a pernas tremendo de medo

Henrique Sampaio
Estadão

A Operação Contragolpe, que prendeu quatro militares e um policial federal na manhã desta terça-feira, revelou os codinomes que eram dados aos alvos no plano golpista, intitulado “Punhal Verde e Amarelo”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) eram tratados como “Jeca” e “Joca”. Em algum momento, um “Juca” também foi usado pelos criminosos. O codinome ainda não foi identificado, mas, para os investigadores, ele se refere ao atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que na época era senador eleito pelo Maranhão e futuro ministro da Justiça. “Juca” era referido pelo grupo como “eminência parda do 01 e das lideranças do futuro gov”.

“PROFESSORA” – Já o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes recebeu dos golpistas o codinome “Professora”.

Os investigados também possuíam codinomes para não serem identificados, baseados nos países que participaram na Copa do Mundo daquele ano. Em um grupo criado no aplicativo Signal, eles se referiam uns aos outros como Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana, para discutir e detalhar os planos do golpe e assassinato dos alvos.

Em alguns casos, eles usavam mais de um codinome para a mesma pessoa. Rafael Martins de Oliveira, um dos ‘kids pretos’, usou o codinome “Diogo Bast” e “Japão”.

15 DE DEZEMBRO – O plano previa o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes no dia 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação do petista no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os “kids pretos” são militares do Exército Brasileiro treinados em Operações Especiais, conhecidos por usar gorros pretos durante missões. Formados em instituições como o Centro de Instrução de Operações Especiais, em Niterói, e o Comando de Operações Especiais, em Goiânia, esses profissionais são especializados em guerra não convencional, contraterrorismo e ações em ambientes de alta complexidade.

A atuação do grupo é sigilosa, exigindo aprovação direta do Comando do Exército.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Infelizmente, a reportagem não deu detalhes como se daria a operação, quem se encarregaria de matar quem. Mas os roteiristas estão trabalhando sem parar e logo saberemos quem usaria o ritualístico  punhal verde e amarelo, quem empunharia a metralhadora, o lança-granada e o lança-rojão.  Por fim, é preciso saber: E depois dos assassinatos? Quem assumiria o poder? Zeca ou Zuca? (C.N.)

Desculpem, mas está difícil acreditar nesse golpe do general

General preso pela PF estava no Rio para formatura do filho | Metrópoles

O general Fernandes estará no gozo das faculdades mentais?

Mariana Muniz, Eduardo Gonçalves e Patrik Camporez
O Globo

A Polícia Federal classifica como arsenal “de guerra” o armamento que seria usado para concretizar uma suposta empreitada golpista de integrantes do chamado “kids pretos” do Exército. O plano, que segundo a corporação foi identificado em trocas de mensagens, tinha como objetivo matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

No relatório encaminhado à Corte, e que embasou a autorização da operação pelo ministro Alexandre de Moraes, a PF aponta uma série de medidas que vinham sendo tomadas para concretizar o plano.

MUNIÇÃO PESADA – Entre os elementos colhidos pela PF está um documento elaborado em novembro de 2022 pelo general Mário Fernandes, um dos alvos da operação, que continha tópicos relacionados à munição que seria utilizada na ação clandestina.

Segundo a PF, a lista com o arsenal previsto para a realização do plano “revela o alto poderio bélico que estava programado para ser utilizado na ação”. De acordo com a corporação, as armas que seriam empregadas, pistolas e fuzis, “são comumente utilizados por policiais e militares, inclusive pela grande eficácia dos calibres elencados”.

Além disso, a PF afirma que “chama atenção, sobretudo, o armamento coletivo previsto, sendo: 1 metralhadora, 1 lança Granada 40 mm e 1 lança rojão AT4”, armamentos “de guerra comumente utilizados por grupos de combate”

TRÊS ARMAMENTOS – “A primeira, M249, é uma metralhadora leve altamente eficaz, projetada para fornecer suporte de fogo em combate. A combinação de leveza, taxa de disparo e capacidade de alimentação a torna uma arma estimada em diversas situações táticas”, afirma a PF.

Ainda segundo as investigações, “a segunda é uma arma projetada para disparar granadas de fragmentação ou munições especiais de 40mm que fornece capacidade de fogo indireto e versatilidade em termos de tipos de munição”.

“O terceiro armamento, AT4, é um lança-rojão, utilizado principalmente por forças armadas e de segurança para combate a veículos blindados e estruturas fortificadas. É um lançador de foguetes antitanque. munição é um foguete guiado que possui uma ogiva explosiva”, explicam.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Desculpem, mas está muito difícil acreditar nesse plano golpista. Parece aquelas reuniões ridículas da Ação Popular, em que meia dúzia de estudantes sonhavam em derrubar Castelo Branco e os generais. Ora, com uma metralhadora portátil, um lança-granadas e um lança-rojão, esses milicos achavam que iam tomar o poder? Isso é golpe em república das Bananas. Será Piada do Ano? A Polícia Federal não tem mais o que fazer? (C.N.)

Era só o que faltava! Golpistas queriam matar Lula e Alckmin

Golpe? Quem falou em golpe? – Meio

Charge do Spacca

Fabio Serapião, Caio Crisóstomo e Cézar Feitoza
Folha

A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão e de prisão na manhã desta terça (19) contra suspeitos de integrarem uma organização criminosa que, segundo as investigações, planejou um golpe de Estado em 2022 para impedir a posse do presidente Lula (PT).

O petista derrotou o então presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma acirrada disputa de 2º turno. Durante seu mandato, o hoje inelegível Bolsonaro acumulou declarações golpistas e hoje é alvo de investigação da PF sobre o seu papel na trama que tentou impedir a posse de Lula.

ASSASSINATOS – Sobre a operação desta terça-feira, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes (STF), a PF afirmou que, entre as ações que seriam desenvolvidas para evitar a posse de Lula, estava o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que seria o assassinato do petista e de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).

Outro alvo, sempre de acordo com as apurações da PF, seria Moraes, que seria preso e morto em seguida.

Ao menos quatro militares, sendo um general da reserva, são alvos das medidas cumpridas em três estados (RJ, GO, AM) e no Distrito Federal. Todas as prisões já foram cumpridas.

TODOS PRESOS – São eles o general da reserva Mario Fernandes e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo. O policial federal Wladimir Matos Soares também está entre os alvos dos mandados —esse também já preso.

Mario Fernandes foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro. Ele também foi assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), mas deixou o cargo por decisão do STF.

O general mora em Brasília, mas aproveitava folga com a família no Rio de Janeiro no momento em que foi preso. Ele foi levado à Polícia Federal do Rio, onde deve ficar preso inicialmente e prestar depoimento.

TRAMA GOLPISTA – Os outros militares tinham formação nas forças especiais, os chamados “kids pretos”, e estavam em cargos de comando no Exército até o início das investigações.

Rafael Martins começou a ser investigado por mensagens trocadas por ele com o tenente-coronel Mauro Cid. A PF investigava se o então ajudante de ordens de Bolsonaro repassou dinheiro para Rafael organizar a ida de caravanas de bolsonaristas para o acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.

Em uma das mensagens, o militar pedia R$ 100 mil a Mauro Cid para pagar questões logísticas, como hospedagem, transporte e alimentação.

Hélio Ferreira também já era investigado antes —e, como Rafael, estava afastado do cargo por decisão de Alexandre de Moraes. Ele e Cid foram colegas de Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) e permaneceram próximos após a formação básica no Exército.

ORGANIZAÇÃO – O tenente-coronel participou de reuniões em Brasília com outros militares formados em forças especiais e foi um dos fomentadores das teses de que as urnas eletrônicas haviam fraudado o resultado do pleito de 2022.

O tenente-coronel Rodrigo Bezerra foi alvo pela primeira vez no inquérito sobre o golpe de Estado planejado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados no fim de 2022. O Exército acompanha as buscas e apreensões e tenta reunir informações para entender o impacto da operação na caserna.

Ao todo, são cinco mandados de prisão preventiva, três de buscas e 15 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 horas, e a suspensão do exercício de funções públicas.

AÇÕES ILÍCITAS – Segundo a PF, as investigações desenvolvidas no inquérito das milícias digitais apontam que a “organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022.”

Os alvos, diz a PF, são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE), os chamados “kids pretos” (tropa de elite da Força).

GESTÃO DA CRISE – “O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um Gabinete Institucional de Gestão de Crise, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações”, diz a PF.

Os fatos investigados nesta fase da investigação configuram, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGSerá que eram os chefes dos “kids pretos” ou isso é mais uma Piada do Ano. (C.N.)

Lula não precisaria cortar gastos se tivesse mantido teto, diz Meirelles

Meirelles diz que apoio a Lula vem da confiança de que ele pode mudar  fiscal | Exame

Meirelles volta a defender o teto de gastos que criou

Andreza Matais
do UOL

Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, disse à coluna que, se o governo Lula tivesse mantido o teto de gastos, não estaria na iminência de uma crise fiscal, com a necessidade de medidas para controle de gastos. … – Meirelles está em Lisboa, participando de um evento econômico da Lide e do UOL.

A regra foi criada no governo Michel Temer e substituída no governo Lula pelo arcabouço fiscal. Os petistas diziam que o teto de gastos limitava a capacidade do Estado de investir em áreas essenciais, como saúde, educação e infraestrutura.

REGRAS RÍGIDAS -O teto estabelecia regras mais rígidas para o controle das despesas públicas, que não podiam crescer acima da inflação do ano anterior. O arcabouço é mais flexível e atrela o aumento de despesa ao da arrecadação.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem alertado o governo de que, sem um pacote de medidas para conter os gastos, o país pode comprometer a sustentabilidade das finanças públicas.

Haddad repete o discurso há três semanas, sem apresentar as medidas. O PT divulgou nota criticando um pacote que ainda não existe. Toda essa especulação tem afetado a economia, com o dólar chegando a R$ 6,00.

ECONOMIA PIORA – A discussão pública dentro do governo é alvo de crítica entre empresários e políticos. “A economia está bem, mas quando o governo fala ela piora”, observou o ex-senador e ex-ministro Romero Jucá.

O presidente da Febraban, Isaac Sidney, disse no evento do Lide/UOL que “há uma trajetória fiscal que não é sustentável” celeridade nessa discussão.

“O Brasil vivencia um paradoxo. A gente tem dados correntes da economia excelentes, como PIB, varejo e consumo, mas, por outro lado, temos questões estruturais no campo das finanças públicas, sem as quais é difícil alcançar o crescimento. Há uma trajetória fiscal que não é sustentável. É preciso um bom ambiente de negócios, que depende de um ambiente macroeconômico estável. A direção do Brasil está correta, mas precisamos imprimir um ritmo mais forte na contenção dos gastos públicos”, avaliou, no debate em Lisboa.

O efeito das gafes de Janja que mais irritou o entorno de Lula

Lula assume presidência temporária do G20 - 10/09/2023 - Mundo - Folha

No G20 de Lula, foi Janja quem conquistou as manchetes

Malu Gaspar
O Globo

O que mais irritou o entorno de Lula sobre as gafes em sequência de Janja na programação social do G20 não foi propriamente a repercussão do “fuck you, Elon Musk” na política internacional. Embora a provocação da primeira-dama seja vista como um problema em potencial para a diplomacia, fontes próximas ao presidente afirmam que é possível contornar o estrago nas relações entre os dois países.

O que frustrou o Palácio do Planalto foi o fato de que as falas de Janja ofuscaram o ato final do evento, programado para gerar manchetes positivas sobre o legado da presidência brasileira do G20.

De acordo com esses interlocutores do presidente, todo o evento – a primeira programação paralela a um evento do G20 destinada a organizações sociais – foi pensado para reforçar o discurso de Lula sobre o combate a fome e à desigualdade.

NAS MANCHETES – Justamente no dia em que os movimentos sociais entregaram ao presidente uma carta com propostas para os chefes de estado que se reúnem a partir desta segunda-feira (18) no Rio de Janeiro, as principais manchetes sobre o G20 social no Brasil e no exterior são relacionadas a Janja.

A declaração causou tanto desconforto interno que até Lula a corrigiu em público, ao dizer, no evento em que recebeu a carta, que “não temos que xingar ninguém”. A atitude de Lula, que nunca tinha feito nenhum reparo público a Janja – e internamente também sempre se recusou a aceitar críticas a ela – surpreendeu alguns assessores.

As falas de Janja ocorreram neste sábado (16), durante um painel sobre desinformação com o influencer Felipe Neto e outros debatedores. A primeira-dama não participava da discussão no palco, mas pediu o microfone da plateia para falar.

SEIS MINUTOS – Numa fala de apenas seis minutos, ela xingou o dono do X e futuro secretário do governo de Donald Trump sem razão aparente, referiu-se ao ministro do Supremo Alexandre de Moraes como “um grande parceiro na questão das fake news” e chamou de “bestão” o homem-bomba que fez um atentado contra o STF e depois se matou.

Na sexta-feira (15), em outro painel, ela já tinha dado uma bronca em uma pessoa da plateia que chamou de Janjapalooza o festival de música que ocorreu durante o evento do G20.

“Não, filha, é aliança global contra a fome e a pobreza, vamos ver se consegue entender a mensagem, tá?”, respondeu ela do microfone.

Qual a importância em olhar o adolescente numa perspectiva histórica?

Adolescentes se sentem mais felizes quando estão sem redes sociais, diz  pesquisa

Na História da Humanidade, adolescência é coisa recente

Luiz Felipe Pondé
Folha

Sempre existiram adolescentes? De certa forma, não. Fisiologicamente, provavelmente, sim. Assim como provavelmente sempre existiu menopausa, apesar de muitas mulheres morrerem antes da idade da menopausa. Fome, guerras, estupros, pestes.

Qual a importância em olhar o adolescente em perspectiva histórica? Como sempre, quando se trata de olhar um fenômeno na perspectiva histórica, o que está em jogo é a desnaturação, isto é, parar de achar que a condição adolescente seja natural como uma pedra.

UMA COMMODITY – Claro que hoje existe uma “ciência do adolescente”, que vai da medicina à psicologia, da sociologia a antropologia, da política ao marketing. Mas isso nada significa em termos de afirmar consistentemente que o adolescente seja um fato tão natural quanto uma pedra. Ainda mais em pleno século 21, quando uma ciência implica um mercado. O adolescente, hoje, é uma commodity.

Como prova do profundo caráter histórico —e social— do fenômeno, basta ver como o adolescente hoje pode ter até 40 anos de idade. Adultos regredidos, figura típica do século 21, são adolescentes tardios, diriam os especialistas.

Eu acrescentaria: são prova incontestável de que, apesar de existirem fenômenos fisiológicos no corpo dito adolescente, há um elemento comportamental de base social e histórica que transcende a tal fisiologia.

ALGUMAS QUESTÕES – Para pensar a partir de uma perspectiva histórica concreta — e não se perder em conceitos complexos do tipo “como era a sociedade do neolítico ou da Idade Média”— pergunte algumas questões como as que listo abaixo.

Sem fuga – Teria o adolescente na Idade Média um quarto onde ele pudesse se esconder para ficar ouvindo música, remoendo “daddy issues”? Evidentemente que não. Poderia ele “fugir” para qualquer canto “dele”, distante da opressão dos pais ou da sociedade? Evidentemente que não. Um dos riscos seria morrer de fome.

Sem folga – Pessoas, digamos, com 15 anos de idade —que nem sabiam em absoluto que tinham 15 anos de idade e que, portanto, “cientificamente” seriam adolescentes, e, por consequência, seria esperado que entrassem em conflito com “a sociedade”— trabalhavam duro de Sol a Sol para não morrer de fome, de frio —na dependência de que região do globo viviam— ou seriam assassinados a qualquer momento. Meninos poderiam já estar guerreando, e meninas grávidas aos montes.

Sem acolhida – Seus pais não poderiam garantir acolhida a surtos ditos adolescentes em busca de si mesmos. Não teriam como escolher suas roupas ou exigir o direito de ter “suas próprias ideias acerca de como se deve viver”. Enfim, o adolescente é uma criação histórica e social tanto quanto a roda, o trem, o avião.

Condições materiais – Existiria algum especialista que interpretaria suas “necessidades psicológicas”? Evidentemente que não.

Claro que podemos arriscar dizer que o adolescente exige certas condições materiais para se manifestar enquanto adolescente no mundo real e, por isso mesmo, sem essas condições, ele deixaria de existir.

Uma consequência da aceitação de que um fenômeno seja histórico é a consciência de que o desaparecimento das condições sociais, políticas e econômicas —as tais condições materiais— que o trouxeram à realidade o faria também desaparecer, muito possivelmente.

FIM DA ADOLESCÊNCIA – Portanto, uma catástrofe de dimensões gigantescas pode, simplesmente, fazer desaparecer da face da Terra os adolescentes num curto espaço de tempo.

Assim como, em muitos lugares do mundo, eles nunca existiram, talvez apenas como o sujeito de um ritual de passagem rápido, muito mais curto do que a chamada adolescência, e, evidentemente, sem nenhuma chance de fazer escolhas, crises com os pais, ou direitos de serem exigentes.

Sem quartos pessoais, escolas com psicólogas preocupadas em não perder o aluno para o concorrente em épocas de baixíssima natalidade, sem redes sociais, sem música, sem educação formal que leve anos, sem profissões que exigem formação anterior e cara, sem tempo livre, sem férias, sem incontáveis livros ensinando como ter um filho adolescente que será empreendedor e feliz, o adolescente desaparecia do mapa.

LONGA DURAÇÃO – Levando o argumento ao seu plano mais duro —uma redução ao absurdo, como se diz em filosofia—, poderíamos arriscar dizer que o adolescente é uma moda, até a agora, de longa duração.

Mesmo assim, se olharmos de um ponto de vista em que a espécie se veja na duração dos seus, digamos, 200 mil anos, essa moda vista agora como de longa duração não passaria de um piscar de olhos no oceano do tempo indiferenciado.

É sempre bom pensar em nós mesmos de um ponto vista pré-histórico. Isso evita que pareçamos tão ridículos.