A mais forte das armas, segundo a poesia de Fagundes Varella

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Fagundes Varela, grande poeta fluminense

Paulo Peres
Poemas & Canções

O poeta Luís Nicolau Fagundes Varella (1941-1975), nascido em Rio Claro (RJ), indaga qual é a mais forte das armas, a mais firme, a mais tremenda, e nos surpreende com a conclusão a que conseguiu chegar.

ARMAS
Fagundes Varela

– Qual a mais forte das armas,
a mais firme, a mais certeira?
A lança, a espada, a clavina,
ou a funda aventureira?
A pistola? O bacamarte?
A espingarda, ou a flecha?
O canhão que em praça forte
faz em dez minutos brecha?

– Qual a mais firme das armas? –
O terçado, a fisga, o chuço,
o dardo, a maça, o virote?
A faca, o florete, o laço,
o punhal, ou o chifarote?

A mais tremenda das armas,
pior que a durindana,
atendei, meus bons amigos:
se apelida: – a língua humana.

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TCU gasta R$ 770 mil em reforma de apartamento de apenas um ministro

Anastasia tomou posse no TCU em fevereiro de 2022

Por Rayssa Motta
Fausto Macedo
Estadão

Em tempos de crise e corte de R$ 1,4 bilhão no orçamento – atingindo principalmente a Saúde – o Tribunal de Contas da União (TCU) fechou um contrato de R$ 770 mil para reformar o apartamento funcional ocupado pelo ministro Antonio Anastasia, em Brasília.

Ex-senador pelo PSDB, Anastasia tomou posse no TCU em fevereiro de 2022. O ministro ocupa um imóvel provisório, enquanto aguarda a conclusão da reforma. As obras começaram em junho e estão previstas para seguir até dezembro. A informação foi divulgada pelo portal Metrópoles e confirmada pelo Estadão.

“VANTAGENS INDENIZATÓRIAS” – Em junho, o ministro recebeu R$ 75,6 mil a título de “vantagens indenizatórias” – rubrica usada para ressarcimento por “despesas e prejuízos”. Em julho, o valor foi de R$ 59,9 mil. Em agosto e setembro, de R$ 16,9 mil. Os pagamentos não entram no cálculo do teto remuneratório.

Procurado, o TCU disse que a reforma “foi objeto de licitação” e que a proposta vencedora reduziu o valor global estimado para a obra em 17,2%. O tribunal afirmou também que não está custeando moradia para o ministro durante a renovação do apartamento funcional.

A remodelação será completa no apartamento reservado a Anastasia. Todas as instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias estão sendo trocadas, assim como pisos, revestimentos, esquadrias, louças, acabamentos de metal e armários. O sistema de aquecimento da água dos banheiros, que era de chuveiro elétrico, passará para boiler elétrico. E novos aparelhos de ar condicionado serão instalados.

REFORMA – O TCU fez um estudo técnico preliminar antes da contratação. Essa é uma etapa obrigatória para a assinatura de contratos por qualquer órgão público. O estudo aponta a necessidade de reforma do apartamento, “posto que será ocupado por autoridade”. “Sendo necessária a adaptação dos acabamentos à padronização do TCU, a modernização de sistemas e instalações e a adaptação do imóvel às necessidades dos futuros ocupantes”, diz um trecho do documento.

O TCU afirma que os pisos “estão muito desgastados e, em parte, manchados, gastos ou quebrados”. Os revestimentos estão sendo substituídos por peças de porcelanato, sob a justificativa de que o material é “superior ao existente, com durabilidade superior e tecnologia que garante resistência e modularidade adequadas ao imóvel”.

A Corte de Contas também considerou que as esquadrias de ferro precisavam ser trocadas porque não eram suficientes para o isolamento térmico e acústico do apartamento, “ocasionando incômodos”, “atritos e barulhos desagradáveis”.

VALOR ELEVADO – “Não obstante o valor mais elevado de janelas acústicas de alumínio, o custo-benefício da troca de sistema é muito significativo, dada a leveza, desempenho e versatilidade do conjunto. Esse tipo de sistema já vem sendo utilizado na maior parte dos edifícios novos que são construídos na cidade”, segue o relatório do TCU.

As bancadas de granito, “com sinais claros de desgaste por ação de produtos químicos e de trincas superficiais”, e as louças e metais “de modelos ultrapassados”, serão removidas e substituídas por materiais novos. Ao final da reforma, está prevista a impermeabilização e pintura do imóvel.

Inicialmente, o TCU previa gastar R$ 930 mil com a série de melhorias no apartamento, mas a proposta vencedora da MRC Engenharia e Construção reduziu o valor final do contrato. O custo total inclui gastos com mão de obra.

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Republicano dos EUA pressiona Tesouro a endurecer sanções contra Moraes

Parlamentar é próximo de Eduardo Bolsonaro

Bela Megale
O Globo

O deputado republicano dos Estados Unidos Rich McCormick enviou uma carta ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos com questionamentos sobre o cumprimento das sanções impostas pela Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes. O documento, ao qual a coluna teve acesso, é datado de 1º de outubro e também é direcionado à Agência de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (OFAC).

O parlamentar, que tem relação com Eduardo Bolsonaro e outros nomes próximos ao ex-presidente, questionou, por exemplo: “Quais são as obrigações específicas que se aplicam a instituições financeiras, fundos e gestores de ativos dos EUA quando um ministro sancionado permanece ativo na Suprema Corte do Brasil?”. Entre as perguntas de McCormick está ainda se “o OFAC emitirá orientações para governos aliados, organismos multilaterais ou partes interessadas do setor privado para reforçar padrões globais de conformidade diante dessa situação extraordinária”.

INEDITISMO – Na introdução da carta, o republicano destaca o ineditismo de os EUA sancionarem um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil: “Nunca antes um ministro em exercício da mais alta corte de um país estrangeiro havia sido sancionado sob essas autoridades.”

O deputado repete os argumentos usados pela gestão Donald Trump para punir Moraes, acusando o ministro de “graves violações de direitos humanos reconhecidos internacionalmente, incluindo a supressão da liberdade de expressão e do devido processo legal”. McCormick alega que a “permanência de um indivíduo sancionado em uma posição de autoridade judicial cria riscos de conformidade para pessoas e instituições norte-americanas que operam em um dos maiores mercados emergentes para investimentos dos EUA”.

Com o documento, Eduardo Bolsonaro e seu aliado nos EUA, Paulo Figueiredo, buscam aumentar a pressão sobre os bancos brasileiros para que Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane — que também foi sancionada —, tenham todas as transações financeiras e contas bloqueadas, inclusive no Brasil.

ENTENDIMENTO – O decano do STF, Gilmar Mendes, afirmou nesta quinta-feira (2), em um evento em Lisboa, que o entendimento dos bancos brasileiros é que a Lei Magnitsky não teria efetividade sobre as instituições nas operações em solo nacional.

— Até aqui, os bancos têm interpretado que as sanções não são extensíveis ou aplicáveis. Esse é o entendimento — declarou Gilmar no 2º Fórum Futuro Tributação.

Ferreira Gullar e suas reflexões sobre a vida, na janela do apartamento

Buenos Aires, 1975 . . . . . #ferreiragullar #poemasujo #poetaPaulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, crítico de arte, teatrólogo, biógrafo, tradutor, memorialista, ensaísta e poeta maranhense José Ribamar Ferreira, mais conhecido como Ferreira Gullar, fez muitos poemas de reflexão sobre a vida. Um dos mais famosos é “A Vida Bate”. criado em 1966.

A VIDA BATE
Ferreira Gullar

Não se trata do poema e sim do homem
e sua vida
— a mentida, a ferida, a consentida
vida já ganha e já perdida e ganha
outra vez.
Não se trata do poema e sim da fome
de vida,
o sôfrego pulsar entre constelações
e embrulhos, entre engulhos.
Alguns viajam, vão
a Nova York, a Santiago
do Chile. Outros ficam
mesmo na Rua da Alfândega, detrás
de balcões e de guichês.
Todos te buscam, facho
de vida, escuro e claro,
que é mais que a água na grama
que o banho no mar, que o beijo
na boca, mais
que a paixão na cama.
Todos te buscam e só alguns te acham. Alguns
te acham e te perdem.
Outros te acham e não te reconhecem
e há os que se perdem por te achar,
ó desatino
ó verdade, ó fome
de vida!

O amor é difícil
mas pode luzir em qualquer ponto da cidade.
E estamos na cidade
sob as nuvens e entre as águas azuis.

A cidade. Vista do alto
ela é fabril e imaginária, se entrega inteira
como se estivesse pronta.
Vista do alto,
com seus bairros e ruas e avenidas, a cidade
é o refúgio do homem, pertence a todos e a ninguém.
Mas vista
de perto,
revela o seu túrbido presente, sua
carnadura de pânico: as
pessoas que vão e vêm
que entram e saem, que passam
sem rir, sem falar, entre apitos e gases. Ah, o escuro
sangue urbano
movido a juros.
São pessoas que passam sem falar
e estão cheias de vozes
e ruínas. És Antônio?
És Francisco? És Mariana?
Onde escondeste o verde
clarão dos dias? Onde
escondeste a vida
que em teu olhar se apaga mal se acende?
E passamos
carregados de flores sufocadas.
Mas, dentro, no coração,
eu sei,
a vida bate. Subterraneamente,
a vida bate.
Em Caracas, no Harlem, em Nova Delhi,
sob as penas da lei,
em teu pulso,
a vida bate.
E é essa clandestina esperança
misturada ao sal do mar
que me sustenta
esta tarde
debruçado à janela de meu quarto em Ipanema
na América Latina.

Lula e Trump podem se encontrar na cúpula da Asean em meio a tensão comercial

Governistas defendem uma ligação telefônica antes

Ricardo Abreu
G1

Diplomatas ouvidos pela TV Globo afirmam que há boas chances de o encontro entre presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acontecer durante a Asean, a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático, prevista para acontecer a partir do dia 26 de outubro, na Malásia.

O presidente Lula participará do encontro como convidado. Apesar de ainda não estar confirmado oficialmente, a expectativa é de que Donald Trump também participe da cúpula.

LIGAÇÃO – Alguns integrantes do governo brasileiro defendem que uma ligação poderia “amaciar o terreno para um encontro mais proveitoso com Trump”. O diálogo entre os dois presidentes vem sendo construído através de gestos e ações por parte das diplomacias de Brasil e Estados Unidos.

No mais recente deles, na última terça-feira, o vice-presidente Geraldo Alckmin conversou por um telefone com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick.

AVALIAÇÃO – Segundo fontes, Alckmin reforçou ao representante norte-americano que o Brasil está avaliando possíveis medidas de resposta ao “tarifaço” imposto pelos EUA, mas que a preferência do país é sempre pelo diálogo e negociação.

Na última segunda-feira (29), a Câmara de Comércio Exterior (Camex) também decidiu adiar por 30 dias a entrega do relatório que analisa a aplicação da chamada lei da reciprocidade contra os Estados Unidos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGEsse pessoal gosta de uma especulação. Trump soltou aquela conversa fiada na ONU, mas até agora, nada, e as sanções ainda não pararam. O último foi o ministro Benedito Gonçalves, do STJ, aquele que disse “missão dada, missão cumprida”, ao condenar Jair Bolsonaro e torná-lo inelegível. Não se sabe se o filho do ministro, que vive exibindo o enriquecimento ilícito, também perdeu o visto. (C.N.)

Eduardo Bolsonaro tenta vetar Tarcísio e sua “direita permitida” em 2026

O deputado segue com o plano de concorrer ao Palácio do Planalto

Bela Megale
O Globo

Há poucos dias, Eduardo Bolsonaro foi perguntado por membros do PL sobre uma chapa formada por Tarcísio de Freitas como candidato à Presidência e Michelle Bolsonaro como sua vice.

O deputado federal rechaçou prontamente a ideia e deixou claro que segue com o plano de concorrer ao Palácio do Planalto.

APENAS PARA OS IRMÃOS – Com Jair Bolsonaro inelegível, Eduardo admite abrir mão de sua candidatura apenas para dois nomes: os irmãos Flávio e Carlos Bolsonaro. Ambos, no entanto, não têm planos de concorrer à Presidência e focam no Senado.

O parlamentar tem deixado claro que vê o governador de São Paulo como um representante do que chama de “direita permitida” e afirma que não deixará um nome de fora da família angariar o capital político. Em relação a Michelle, Eduardo acredita que ela, apesar de ser esposa do pai, não é um nome que representa o clã.

O deputado federal está, desde abril, nos Estados Unidos, atuando em busca de sanções contra autoridades brasileiras para pressionar por uma anistia ampla que beneficie o ex-presidente.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Esse rapaz é muito folgado. Se tivesse um mínimo de noção, estaria apoiando Tarcísio de Freitas para a presidência, com a senadora Teresa Cristina de vice (C.N.)

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Tereza Cristina surge como peça-chave do agronegócio para vice de Tarcísio

Senadora foi ministra durante o governo Bolsonaro

Gabriel Sabóia
O Globo

O nome da senadora Tereza Cristina (PP-MS) ganhou força entre representantes do agronegócio para ser vice em uma possível chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência, com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ministra da Agricultura durante o governo Bolsonaro, a parlamentar é vista como um nome capaz de atrair o eleitorado feminino e conservador e integra a federação entre União Brasil e PP, de onde deve sair o vice para a chapa de centro-direita.

NOME PONDERADO – O nome dela já foi aventado para integrar a chapa em 2022, mas Bolsonaro optou por Walter Braga Netto para o posto. Vista no Congresso como nome ponderado do bolsonarismo, a parlamentar manteve interlocução recente com a base de Lula, durante a relatoria do projeto da Reciprocidade Econômica, e foi elogiada pelos colegas governistas.

Meses depois, ao ver o Brasil ser taxado pelo governo dos Estados Unidos, disse que a Lei da Reciprocidade Econômica só deveria ser usada “como último recurso” e quando “todos os caminhos diplomáticos” fossem esgotados, embora o agronegócio estivesse entre os setores mais afetados pelo tarifaço. Posicionamentos como estes a reforçam como um nome “mais ao centro”, não associado ao radicalismo.

SEM RESISTÊNCIA – O nome dela já foi colocado por membros do agro a Bolsonaro e ao filho mais velho dele, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que não apresentaram resistência inicial. Tarcísio, que foi colega de Esplanada de Tereza, também teria simpatia à ideia.

A concorrência, porém, pode vir de dentro do próprio partido, já que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) não esconde a vontade de compor a chapa. Ao O Globo, no mês passado, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, definiu Ciro como “um ótimo nome” para o posto. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também é cotada, embora seja mais provável que concorra ao Senado pelo Distrito Federal.

— Estaremos com o Tarcísio, caso ele seja o candidato apoiado pelo Bolsonaro. É provável que o vice seja da federação União-PP, e a Tereza é um nome mais do que perfeito para nós, do agro. É ponderada, de confiança, entende nossas bandeiras. Mas, até o momento, não temos candidatura definida, muito menos o vice. Outros nomes ótimos ainda vão surgir, certamente — disse o presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, Pedro Lupion (PP-PR).

NEGATIVA – Procurada, Tereza não respondeu diretamente. Por meio da sua assessoria, disse que “ninguém é candidato a vice” e negou ter tido qualquer conversa sobre o tema até o momento.

Na última segunda-feira, depois do primeiro encontro com Bolsonaro desde que o ex-presidente foi condenado a 27 anos de prisão, Tarcísio reafirmou que será candidato à reeleição para o governo de São Paulo. A insistência na reeleição é lida por aliados como uma forma de dar uma “acalmada” nas especulações e ganhar tempo. Valdemar Costa Neto afirmou que, caso Tarcísio seja candidato ao Planalto, será pelo PL.

— Quem vai escolher o candidato a presidente e a vice é o Bolsonaro, na hora certa. É por isso que ele (Tarcísio) ainda não veio para o PL. Se ele for candidato à Presidência, com o aval de Bolsonaro, será pelo nosso partido. Se tentar a reeleição por São Paulo, será pelo Republicanos. Então, sem esta decisão feita, ainda não faz sentido ele vir. O Republicanos sempre foi e sempre será parceiro nosso — disse, no último mês.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGGrande reforço para a candidatura de Tarcísio de Freitas.  Vai ser uma eleição eletrizante e acredito que Tarcísio vença o segundo turno. Será esculhambado de todo jeito, chamado de privatista etc., mas é um militar de carreira, que saberá defender os interesses do país, conforme ensinam no quartel. (C.N.)

Após ataque a Moraes, Tarcísio admite fim do papel de interlocutor com STF

Distanciamento já vinha ocorrendo antes fala de Tarcísio

Bela Megale
O Globo

O discurso de Tarcísio de Freitas no 7 de Setembro, no qual chamou Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de “tirano”, afastou ainda mais o governador e o ministro, segundo aliados de ambos. O distanciamento já vinha ocorrendo alguns meses antes do episódio, mas, depois da fala de Tarcísio, eles não conversaram mais.

A aliados, Tarcísio classificou seu pronunciamento como uma “questão de momento”, já que o ato na Avenida Paulista ocorreu às vésperas do início do julgamento de Jair Bolsonaro no STF. O governador nega, porém, que tenha deixado de ser uma pessoa afeita ao diálogo e repete que buscará os integrantes do STF sempre que precisar tratar de temas importantes para São Paulo.

INTERLOCUÇÃO – A integrantes de seu governo, Tarcísio admite, porém, que não faz mais o papel de interlocutor entre a corte e Bolsonaro que já desempenhou no passado, especialmente junto a Moraes. Se em 2024 os dois mantinham conversas regulares, hoje o clima é outro.

Ao descrever sua relação com o ministro para interlocutores, o governador diz que eles nunca tiveram proximidade, que sempre tratou de questões institucionais de São Paulo e que, às vezes, entrou em campo para ajudar Bolsonaro.

FALA DURA – Tarcísio também nega que sua fala dura contra Moraes no 7 de Setembro tenha tido cálculo político com o objetivo de se cacifar na disputa pela Presidência, e repete que seu plano é concorrer à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes. Nos bastidores, admite, porém, que a pressão sobre ele era elevada naquela ocasião e lembrou que políticos também precisam de votos.

O governador tem repetido que decidiu concorrer ao cargo em São Paulo, em 2022, por insistência de Bolsonaro, que lhe deu essa “missão”. Conta que se desincompatibilizou do posto de ministro da Infraestrutura faltando cerca de dez dias para o prazo vencer, e que o plano era uma vaga no Senado por Goiás. Com isso, busca mostrar que não tem como foco a Presidência da República.

Juristas alertam para erosão da autoridade do STF e sugerem Código de Conduta

Ao menos no papel, EUA agora reforçam à tese da “paz em dois Estados”

Palestinian Authority withdraws from Qatar funding scheme for Gaza - Qatari envoy | Reuters

Gaza era muito próspera antes de ser destruída por Israel

Demétrio Magnoli
Folha

“O plano de 20 pontos para encerrar a guerra em Gaza é tudo com que os israelenses sonharam —ou mesmo fantasiaram. Às vezes, parece mais uma lista de exigências de Israel do que compromissos diplomáticos” (Roy Schwartz, editor senior do jornal Haaretz). “Netanyahu obteve quase tudo que queria, graças a Trump” (Mohamad Bazzi, professor de jornalismo da New York University). Equivocam-se os dois: se aplicado, o plano dissolveria a utopia genocida do Grande Israel.

A aposta fácil é no fracasso do plano, porque: a) quase tudo termina em desastre na Terra Santa; b) seu caráter genérico exige complexas negociações a cada etapa, abrindo as portas para manobras de sabotagem de Netanyahu e do Hamas.

DOIS ESTADOS – Contudo, quem está no negócio da análise política, não no das apostas, precisa reconhecer o principal: os EUA retornaram, ao menos no papel, ao princípio da paz em dois Estados.

Netanyahu assumiu o programa da ala extremista de seu gabinete, que prega a limpeza étnica da Faixa de Gaza e o enterro da ideia de um Estado Palestino. Trump impulsionou tal programa ao delinear a visão da “Riviera do Oriente Médio”.

Num giro de 180 graus, porém, seu plano afirma o direito dos palestinos viverem em Gaza e, ainda, seu direito a um Estado independente. Nada disso é invenção do atual presidente americano: são propostas apresentadas no passado pelo governo Biden e inscritas num esboço recente formulado por Macron junto com os sauditas.

OUTRO PROTETOR – O giro de Trump foi deflagrado pelo bombardeio de Doha por Israel. Os países do Golfo beneficiam-se da proteção estratégica dos EUA. Se essa proteção perde valor, tenderão a procurar outro protetor —isto é, a China.

Não por acaso, foi da Casa Branca que Netanyahu enviou suas desculpas ao primeiro-ministro do Qatar. A vaidade, bússola maior de Trump, desempenha papel protagonista: o presidente americano, que sonha com o Nobel da Paz, colocou-se na posição de chairman do Conselho da Paz, órgão de supervisão geral do plano.

Netanyahu diria não, se pudesse. Disse não a Biden, pois sabia que seu interlocutor jamais abandonaria Israel. Diante de Trump, só sabe que tudo pode acontecer.

ROLETA RUSSA – O inédito isolamento internacional do Estado judeu proíbe-lhe brincar de roleta russa com o governo dos EUA. Por esse motivo, tenta reinterpretar o plano, sugerindo falsamente que ele não contém a promessa, lá no fim do arco-íris, da autodeterminação estatal palestina. Mas o sucesso de sua sabotagem exigiria uma negativa do Hamas, o parceiro tácito de sempre.

O Hamas encontra-se na encruzilhada. Seus dirigentes exilados inclinam-se a aceitar o plano, pois são cativos do Qatar, que opera junto com Trump. Por outro lado, os dirigentes em Gaza, que controlam o destino dos reféns israelenses, tendem a recusá-lo, pois o desarmamento extinguiria sua influência política. Uma rejeição reabriria o cenário da limpeza étnica, com o beneplácito de Trump. Seu sim condicional evidencia uma completa falta de opções.

Sobram motivos para objeções palestinas. Inexistem garantias firmes sobre a retirada israelense. O Conselho da Paz e a força internacional de estabilização configurariam um novo protetorado. O “caminho crível” rumo ao Estado Palestino aparece como mera declaração de intenções. O Hamas compartilha com o governo de Netanyahu uma oposição absoluta à paz em dois Estados. O plano de Trump encurrala os dois inimigos-irmãos.

Declaração de Gilmar Mendes aciona ofensiva de aliados de Bolsonaro nos EUA

Piada do Ano! Gilmar acha (?) que Lei Magnitsky não atinge bancos brasileiros