Ao julgar a mulher do batom, Luiz Fux baseou-se nos fatos e saiu derrotado

Luiz Fux critica judicialização da política - Revista Oeste

F|ux mostrou que os fatos nada mais valem no Supremo

Elio Gaspari
O Globo

A história é mesquinha com quem condena. São comuns os julgamentos em que promotores e/ou magistrados encarceram réus acompanhando a vontade dos poderosos ou ainda o sentimento da opinião pública. Passa o tempo e a poeira acaba encobrindo-os. É o paradoxo da biografia do advogado Sobral Pinto (1893-1991).

Todo mundo se lembra do campeão na defesa das liberdades públicas nas ditaduras do Estado Novo e de 1964. E a poeira cobriu a memória do combativo promotor dos anos 20, que pedia cadeia para os tenentes insurretos. (Passados 40 anos, os tenentes viraram generais da última ditadura e continuavam detestando-o.)

MULHER DO BATOM – O Supremo Tribunal Federal condenou a 14 anos de prisão em regime fechado a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos. No dia 8 de janeiro de 2023, ela escreveu com batom “perdeu, mané” na estátua da Justiça que enfeita a praça dos Três Poderes.

Houve algo de cenográfico na decisão. A maioria dos ministros acompanhou o voto de Alexandre de Moraes. Tudo bem, mas o mesmo Moraes havia concedido a Débora o benefício da prisão domiciliar.

Os ministros derrubaram o entendimento de Luiz Fux, que condenou Débora a um ano a seis meses. Fux baseou-se nos fatos.

DO LADO DE FORA – Débora chegou a Brasília às 13h do dia 7 de janeiro, indo para um dos acampamentos que pediam um golpe de Estado.

Fux disse: “Destaque-se que, durante os atos praticados no dia 8 de janeiro de 2023, só permaneceu na parte externa da Praça dos Três Poderes, não tendo adentrado em nenhum dos prédios públicos então depredados e destruídos (nem do Congresso Nacional nem do Supremo Tribunal Federal nem do Palácio do Planalto)”.

Mais: “Há prova apenas da conduta individual e isolada da ré, no sentido de pichar a estátua da Justiça utilizando-se de um batom.

ACRESCENTE-SE AINDA – Disse Fux que não há qualquer prova do envolvimento da ré com outros réus, tampouco da sua participação, mínima que seja, nos demais atos praticados nas sedes dos três Poderes.

Também não há indício de que a ré tenha adentrado algum dos edifícios, auxiliado outros acusados ou empregado violência contra pessoas ou objetos.

Uma pena de 14 anos atende a uma parte da opinião pública e de poderosos ocasionais, mesmo sabendo-se que Débora foi mandada para prisão domiciliar. O voto de Fux foi para o arquivo das opiniões vencidas.

BOA COMPANHIA – Lá, estará na companhia do voto de 1970 do ministro Alcides Carneiro, no Superior Tribunal Militar, contra a manutenção de uma sentença que condenou o historiador Caio Prado Júnior a 4 anos e 6 meses de prisão por uma entrevista inócua a um jornalzinho de estudantes.

 À época, um marechal aplaudiu a prisão porque “serviria para dar um exemplo aos intelectuais.” Carneiro queria anular a condenação, mas seus colegas decidiram apenas reduzi-la para um ano e seis meses, mantendo-o preso.

BELO EPITÁFIO – Alcides Carneiro morreu em 1976. Em vida, queria ter o seguinte epitáfio: “Foi juiz. Se não absolveu por compaixão, não condenou por fraqueza”.

A História não esqueceu Heleno Fragoso, o advogado de Caio e de dezenas de presos. Em compensação, a poeira cobriu o nome do oficial da Auditoria que perguntou a Caio Prado:

“O senhor é o homem que inventou esse tal de marxismo no Brasil, não é?”

Mantega pediu a Lula que salvasse o Master e seus R$ 100 mil mensais

Guido Mantega renuncia à equipe de transição de Lula - 17.11.2022, Sputnik Brasil

Ministro fracassado, Mantega se dá bem como consultor

Consuelo Diegues
Revista Piauí

Em dezembro passado, o então presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, convocou os dirigentes do Banco Master para uma reunião de emergência, na sede da instituição, em Brasília. O presidente do Master, Daniel Vorcaro, liderava a comitiva do grupo. Na reunião, Campos Neto e outros diretores do BC fizeram duas exigências.

Mandaram que parassem com as operações arriscadas e abusivas, como a emissão desenfreada de Certificados de Depósito Bancário (CDBs), e fizessem um aumento de capital – ou seja, colocassem mais 2 bilhões de reais no banco.

PRAZO FATAL – O BC deu um prazo de três meses, até março deste ano, para que os ajustes fossem feitos. Caso contrário, o banco seria liquidado, os donos teriam o patrimônio congelado e ficariam proibidos de operar no mercado.

Era uma medida dura, mas acertada. Afinal, o Master, um banco de pequeno porte, tinha nada menos que 50 bilhões de reais emitidos em CDBs e, para piorar, seu balanço indicava que não tinha fundos para pagar os mais de 12 bilhões de reais de CDBs com vencimento neste ano.

A razão era elementar: a carteira de ativos do banco, que poderia servir de garantia para os CDBs, estava recheada de empresas à beira do precipício ou em plena recuperação judicial. Entre elas, uma construtora (Gafisa), uma companhia de serviços ambientais (Ambipar), uma empresa de saúde (Alliança), uma rede de serviços médicos (Oncoclínicas), uma telefônica (Oi) e uma distribuidora de energia (Light), todas em dificuldades.

PRECATÓRIOS – Os outros ativos não passavam de uma batelada de precatórios e direitos creditórios, que ninguém sabe quando serão pagos, pois tudo depende de decisão judicial. Caso o Master viesse a quebrar, os investidores tinham uma única fonte de garantia de pagamento: o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), mantido pelos próprios bancos, que garante o pagamento de depósitos de até 250 mil reais. A liquidação do Master consumiria quase metade do patrimônio do FGC, que é de 132 bilhões de reais.

O mineiro Vorcaro buscou a ajuda de seus dois sócios, o baiano Augusto Lima e o carioca Maurício Quadrado, para atender ao ultimato do BC. Contou ainda com os préstimos do seu maior parceiro de negócios, o também baiano Nelson Tanure, que o mercado suspeita ser sócio oculto do Master.

Mas a turma não se empenhou em fazer o ajuste, ou aportar capital no banco, como queria o BC. Em vez disso, pediram socorro aos seus padrinhos políticos, em todas as latitudes ideológicas, de bolsonaristas a petistas.

NOTÍCIA DE SURPRESA – Na tarde de 28 de março, o mercado foi surpreendido pela notícia de que o Banco de Brasília (BRB), uma instituição estatal de médio porte controlada pelo governo do Distrito Federal, cujo patrimônio líquido não passa de 3,7 bilhões de reais, decidiu comprar o Master por 2 bilhões de reais – exatamente o valor do aporte de capital que o BC exigira.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, já estava a par do negócio: ele já recebera um relatório de 2,6 mil páginas com a análise feita pela equipe técnica do BC da operação do Master e do BRB. Agora, tem 360 dias para avaliar o caso, prazo que o mercado considera uma temeridade.

Dúvidas começaram a pipocar: afinal, por que o BRB, que não tem maior expressão, compraria o Master, uma instituição de reputação tão duvidosa?

OPERAÇÃO POLÍTICA – “Não foi uma operação econômica. Foi uma operação política. Eles jogaram uma crise privada para o BRB pagar. Querem empurrar o problema para o povo de Brasília”, diz o jornalista Ricardo Cappelli, pré-candidato ao governo do Distrito Federal pelo PSB.

O alvo de suas críticas é o atual governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, do MDB. “Essa maluquice do Ibaneis coloca em risco a sustentação financeira do Distrito Federal como um todo. Quem vai arcar com as consequências é o Tesouro do Distrito Federal e, em última instância, o contribuinte.”

E por que Ibaneis Rocha teria interesse em colocar o BRB no negócio? “Vai ver que é porque a QL 15 é muito próxima da QL 5”, disse um ex-governador do Distrito Federal à Consuelo Dieguez, na edição deste mês da “Piauí”.

QUADRA DO LAGO – Traduzindo: QL é a sigla de “Quadra do Lago” em Brasília, e a quadra de número 5, onde mora Ibaneis Rocha, não fica muito longe da quadra de número 15, onde vive o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro que desenvolveu uma relação sólida com Vorcaro.

A geografia da influência do banco não fica restrita às duas quadras. Quando comprou o Máxima e o transformou em Master, Vorcaro procurou cercar-se de nomes influentes. Para os membros do Comitê Consultivo, estabeleceu salários na faixa de 100 mil reais e recorreu a figuras que pudessem dar credibilidade à instituição.

Entre os consultores, estão Guido Mantega, que foi ministro da Fazenda nos governos Lula e Dilma Rousseff, e Henrique Meirelles, que comandou a economia no governo Michel Temer. Como noticiou o jornal O Globo, Mantega não demorou a bater à porta do presidente Lula para pedir que ajudasse a evitar a bancarrota do banco e seu “trabalho” de R$ 100 mil mensais.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Quando o negócio é vultoso, a lama respinga em todo mundo. O principal atingido, além dos controladores do Master, é o governador Ibaneis Rocha, que sonha ser eleito senador e está todo enlameado. Será que o banco central ou a CGU não deveriam auditar o compliance do banco master, diante de tantos indícios de práticas potencialmente ilícitas?  O compliance de fachada não pode ser tolerado pelas autoridades reguladoras, porque a conta sobra para os consumidores . (C.N.)

Roubo no INSS mostra que o Supremo “legalizou” a corrupção e a impunidade

Juízes auxiliares do STF ganham mais que os ministros da corte - Espaço Vital

Charge do Alpino (Yahoo Brasil)

J.R. Guzzo
Estadão

Cada nação tem os seus usos e costumes. Há países onde é legal açoitar as mulheres em público em casos de infração às leis muçulmanas. Há países onde é legal o consumo de narcóticos. Há países onde é legal o suicídio assistido, com todos os recursos da medicina moderna. Há países onde é legal o porte de armas. No Brasil, como resultado do processo de recivilização empreendido pelo Supremo Tribunal Federal, é legal roubar o erário público.

Faz parte da melhor jurisprudência do STF hoje em dia – os indivíduos ou as empresas que provam a prática de atos de corrupção e têm relações afetivas com o governo Lula, estão legalmente autorizados a meter a mão no dinheiro público, venha de onde ele vier.

FORA DA LEI – Não foi necessário, no caso, o Congresso aprovar legislação específica para determinar que a corrupção é legal no Brasil. Quem faz isso, diretamente e na prática, é o STF, com a absolvição automática de todo e qualquer caso de corrupção que chegue até lá.

É resultado do trabalho de “edição do Brasil” desenvolvido pelo ministro Dias Toffoli. O Código Penal diz que é proibido roubar, mas isso é coisa velha, de 1940, e não atende mais as necessidades modernas de defesa da democracia, e outros altos propósitos de natureza cívica.

Editado pelo STF, o código, e tudo o mais que possa ser “interpretado” pelos ministros, passou a ser um instrumento de proteção aos corruptos do governo e de todo o baixo mundo que gira em torno dele. De outro lado, o combate a corrupção, como na Lava Jato, é tratado hoje como crime inafiançável.

BRASIL DO INSS – A soma da vontade de roubar com a vontade de absolver teve como resultado inevitável o Brasil do INSS que está aí – o Brasil do INSS e de todo o conto de terror que está sendo o governo Lula em matéria de ladroagem desesperada.

Em pouco mais de dois anos de governo, conseguiram roubar, só ali, cerca de R$ 4 bilhões – a demonstração mais didática do que a legalização virtual da roubalheira está fazendo com esse País. Passou a valer realmente tudo, até roubar os velhinhos aposentados do INSS fazendo descontos ilegais sobre os trocados que recebem ali.

CASO ENCERRADO – O pior é o argumento da esquerda e suas milícias de apoio: não fomos nós que começamos esse roubo, a gente só continuou com o que já vinha sendo feito. Dois erros fazem um acerto; caso encerrado.

Aliás, ficar falando nisso é coisa de fascista, golpista, direitista, bolsonarista etc. etc. que estão aí para acabar com a nossa democracia. Alexandre Moraes deveria prender quem espalha essas fake news.

O que ninguém quer fazer é a pergunta mais simples: como seria possível não roubar se a justiça, na vida prática, permite que se roube?

LUPI INOCENTE – Não foi demitido até agora nem mesmo o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, um notório e experiente frequentador do noticiário policial desde os tempos de Dilma Rousseff. É aí que está o carnegão do tumor: Lula criou esse Ministério da Previdência Social, que não existia, exatamente para esse tipo de coisa. Seu próprio irmão, ninguém menos, está metido até o talo nessa história, como dono de um “sindicato de aposentados” (pode isso, sindicato de quem parou de trabalhar?) que recebia descontos que foram roubados da remuneração dos velhinhos.

A Contag, que vive na sala de Lula combinando a “reforma agrária”, também meteu a mão. Não vai acontecer nada com nenhum deles. Já podem preparar a próxima rapinagem.

Cristovam pode desistir da Academia, que virou feudo da Organização Globo

Cristovam Buarque chega a Curitiba para lançar novo livro | UNINTER NOTÍCIAS

Cristovam teve 14 votos e perdeu para Miriam Leitão

Vicente Limongi Netto

Sugiro ao ex-ministro, ex-governador, ex-senador e escritor com grande número de livros, Cristovam Buarque, que na próxima vez que decidir disputar vaga na Academia Brasileira de Letras (ABL), decline da disputa se o concorrente for ligado ou, pior, pertencer ao grupo Globo.

A Casa fundada por Machado de Assis virou feudo da Vênus Platinada. Irretocável constatação. O presidente atual, Merval Pereira, é colunista do Globo e analista da GloboNews. O próprio Roberto Marinho foi empossado na ABL em 1993.

Depois de Miriam Leitão, o fardão poderá ficar elegante e vistoso, por exemplo, em outros globais, como Pedro Bial, Fernando Gabeira, ou, ainda, em Ancelmo Goes.

SORRISO AMARELO – Imortais da ABL como Rui Barbosa, Olavo Bilac, Marcos Vilaça, Eduardo Portela, Josué Montelo, Dias Gomes e Barbosa Lima Sobrinho sorriem amarelo, na confraria do céu. Acadêmicos da ABL não ganham salários, mas jetons pelo comparecimento nas reuniões. Têm plano de saúde e vaga no mausoléu da Casa. 

Buarque, teve 14 votos contra 20 obtidos por Miriam. Números que asseguram a ele a possibilidade de nova chance de vir a sentar, breve, ao lado de José Sarney, Ruy Castro e Ignácio Loyola Brandão. Vaga no mausoléu dos acadêmicos, com sábios como Machado de Assis e Rui Barbosa, também cativa o coração e a vaidade de Cristovam Buarque. Glória suprema.

MÃES MERECEM– Projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que vendas do Dia das Mães devem aumentar para 14,37 bilhões de reais este ano.

O crescimento deve ser apenas de 1,9% em relação às vendas do ano passado. Ou seja, os números avançam, mas seguem tímidos, para a segunda data comemorativa mais importante do varejo. A entidade explica que a razão é o encarecimento do crédito.

Collor se dá bem no mesmo golpe de Maluf e já conseguiu a prisão domiciliar

Moraes prorroga inquérito das milícias digitais por mais 90 dias | Jovem Pan

Moraes não pediu exames e foi logo liberando Collor

Deu no UOL

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), acolheu a recomendação da PGR (Procuradoria-Geral da República) e concedeu a prisão domiciliar ao ex-presidente Fernando Collor, detido desde 25 de abril.

Collor passará a cumprir prisão em casa. A decisão de Moraes acolhe o pedido da defesa do ex-presidente e o parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet. As manifestações consideram que Collor tem idade avançada, é bipolar e sofre de Parkinson e apneia do sono.

ENDEREÇO RESIDENCIAL – Concedo a prisão domiciliar humanitária a Fernando Collor de Mello (…), a ser cumprida, integralmente, em seu endereço residencial a ser indicado no momento de sua efetivação.

Ex-presidente será liberado com o uso de tornozeleira eletrônica. A decisão de Moraes determina que o equipamento seja instalado como condição para a saída de Collor do complexo prisional. A Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social de Alagoas deve fornecer dados da central de monitoramento.

Decisão também suspende o passaporte e limita visitas a Collor. Ficam liberados para se encontrar com o ex-presidente apenas advogados, equipe médica e familiares, além outras pessoas previamente autorizadas pelo STF.

SITUAÇÃO DE SAÚDE – Defesa alega que Collor faz uso de oito medicamentos. Diante da situação, Gonet avaliou que os laudos médicos apresentados pelos advogados apontam que a situação de saúde do ex-presidente é frágil. Segundo o procurador, a condição pode ser agravada na prisão.

“A manutenção do custodiado em prisão domiciliar é medida excepcional e proporcional à sua faixa etária e ao seu quadro de saúde, cuja gravidade foi devidamente comprovada”, escreveu Paulo Gonet, procurador-geral da República

Presídio em que Collor estava dizia ter condições de tratar saúde de Collor. A decisão favorável à prisão domiciliar foi dada mesmo após a alegação encaminhada pela direção do presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió (AL). No complexo, o ex-presidente vinha ocupando uma cela individual.

HAVIA CONDIÇÕES – Defesa de Collor diz receber a decisão com “serenidade e alívio”. Em nota, os advogados Marcelo Luiz Ávila de Bessa e Thiago Lôbo Fleury afirmam que Moraes tomou a decisão correta.

“Conforme comprovado e reconhecido, a idade avançada e o estado de saúde do ex-presidente, em tratamento de comorbidades graves, justificam a medida corretamente adotada”, diz o texto.

Ex-presidente deve permanecer em casa e só sair com liberação judicial. “O condenado deverá requerer previamente autorização para deslocamentos por questões de saúde, com exceção de situações de urgência e emergência, as quais deverão ser justificadas, no prazo de 48 horas, após o respectivo ato médico”, diz documento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Collor está tão doente que conseguiu se aprontar todo e chegar ao Aeroporto de Maceió às 4 da madrugada, totalmente sozinho, sem a mulher, filhos ou algum empregado. Estava tão doente que não levava nenhum medicamento para viajar a Brasília e se entregar, conforme declarou. Fez igual a Maluf, que se declarou canceroso e ficou em domiciliar, apesar de fazer 17 anos que havia operado a próstata e tinha superado o câncer. O rigorosíssimo Moraes não pediu nenhum exame, foi logo declarando inviável a prisão de Collor, enquanto Roberto Jefferson, cheio de comorbidades, continua preso no hospital, sem conseguir domiciliar. E ainda há quem chame isso de Justiça. (C.N.)

Como 1º de maio não é 1º de abril, Lula ficou no palácio, longe dos trabalhadores

Lula determina intervenção no INSS e governo age para retirar assinaturas de apoio à CPI - Estadão

Piada do Ano! Lula diz que acabou com a corrupção no INSS

Mario Sabino
Metrópoles

Lula resolveu não passar vexame desta vez e não compareceu ao ato de comemoração do 1º de maio, em São Paulo. No ano passado, havia minguadas 1.600 pessoas reunidas no estacionamento do estádio do Corinthians, à espera dele.

A esquerda brasileira não consegue mais levar gente para a rua, seja para manifestações contra, a favor ou muito pelo contrário. É o caso curioso de esquerda sem povo. Tudo fica ainda mais pitoresco, porque a direita ainda consegue. Não tanto, como na época da Lava Jato, mas ainda dá para enganar com fotos aéreas.

ESQUERDA SEM POVO – Os motivos de o Brasil ter uma esquerda sem povo, e estamos falando do Partido dos Trabalhadores, do qual as demais agremiações fazem o papel de linhas auxiliares, com mais ou menos gosto, são todos desinteressantes.

O PT aburguesou-se; o PT é mais um partido populista; o PT é parte do Centrão corrupto; o chefão Lula envelheceu juntamente com as suas ideias, sem criar herdeiro político.

Mais interessante seria pensar, para além das constatações pedestres, que talvez não exista mais povo, pelo menos não o mesmo conceito de povo como massa de manobra de um partido.

MILHÕES DE VOZES – O povo talvez tenha se fragmentado em milhões de vozes individuais, que gritam catarticamente nas redes sociais até, quem sabe, ter voz coletiva para chegar aos trending topics e ganhar força política canalizada por oportunistas ou por lideranças efêmeras, mas genuínas.

Divago, e vou parar antes de especular sobre o povo, no singular, ter sido substituído por consumidores, no plural, porque não quero ver esquerdistas esperneando ainda mais na área de comentários, por causa de tantas ilusões perdidas.

Fato é que vencer eleição não significa necessariamente apelo popular ou revigoramento partidário, e está aí o terceiro mandato de Lula para provar o ponto. O PT passou a depender exclusivamente do adversário para impor-se nas urnas, e não com folga. No caso, passou a depender desesperadamente do bolsonarismo.

UM MAL MENOR – Em palavras mastigadas, como não é mais possível vender-se como o bem, muito poucos agora caem nesse estelionato, o PT vende-se como mal menor. Mal menor, contudo, não arrasta ninguém para as ruas.

Tudo fica mais complicado com o 1º de maio, a data mais importante da esquerda. É simbólica demais para transformá-la em 1º de abril ou para simplesmente ignorá-la. Sem poder enganar de corpo presente, resta ficar no palácio e enganar na televisão, como fez ontem o presidente da República. Aliás, você viu como ele está magro?

A enrascada do BRB no Banco Master e o silêncio estrondoso da grande mídia

Negócio entre BRB e Banco Master | LinkedIn

Charge reproduzida do Arquivo Google

Carlos Newton

No Brasil, quando o noticiário se cala de forma sincronizada sobre um fato público e notório, é preciso acender o sinal de alerta. A velha máxima do jornalismo — “o silêncio, às vezes, diz mais do que mil palavras” — nunca foi tão atual quanto agora, diante do escandaloso caso da aquisição do Banco Master pelo BRB (Banco de Brasília).

Um tema que deveria estar estampado nas manchetes e nas mesas de debate foi varrido para debaixo do tapete. E tudo indica que essa operação está cercada por uma névoa densa de irregularidades, com o beneplácito de setores que deveriam zelar pela lisura do sistema financeiro.

ANTES DO BALANÇO – Vamos aos fatos. A suspeitíssima “aprovação” da compra do Banco Master pelo Conselho de Administração do BRB ocorreu antes da publicação do último balanço do próprio Master.

Sim, leitor, você leu certo. A operação foi aprovada no escuro — ou então com base em informações privilegiadas, o que configuraria, em tese, crime de “insider trading”. Nenhum diretor de banco sério aprova uma aquisição dessa magnitude sem consultar, com lupa, os números mais recentes da instituição-alvo.

Para confirmar a gravidade da situação, basta consultar o parecer da auditoria — documento público que data de 1º de abril. Ora, para que esse parecer estivesse pronto, o balanço já teria de estar fechado e auditado, e já publicado muito antes.

ALTERNATIVAS NEFASTAS – Isso indica duas possibilidades, ambas nefastas: ou o Conselho do BRB aprovou a aquisição sem ter visto o balanço (o que seria imprudência temerária e talvez até improbidade), ou teve acesso prévio e exclusivo aos dados contábeis do Master, o que sugere violação grave das normas da CVM e do Banco Central.

Mas o enredo não para por aí. A coluna apurou que pelo menos um conselheiro do BRB manifestou sua indignação formalmente ao presidente da instituição, demonstrando inconformismo com a forma açodada e obscura com que se deu a aprovação da compra. Trata-se de uma informação de bastidor que já circula nos meios regulatórios e é motivo de inquietação no próprio Banco Central e na CVM.

Essa reação interna revela que a decisão não foi unânime nem pacífica — e reforça a tese de que o negócio está sendo empurrado com urgência artificial, talvez para evitar a exposição de problemas contábeis ou riscos ocultos nas operações do Master.

MÍDIA CALADA – E onde está a grande imprensa nesse vendaval? Curiosamente, em silêncio, como se nada estivesse acontecendo. Nenhuma reportagem investigativa. Nenhuma análise crítica. Nenhuma nota de rodapé nos cadernos de economia. Tudo em silêncio.

Um silêncio estrondoso, como se houvesse uma “concordata jornalística” para não incomodar Daniel Vorcaro, o controlador do Master, tampouco o próprio BRB — um banco estatal, que deveria agir com transparência redobrada, mas que tem a influência do poderoso Ibaneis e seus aliados.

A ausência de cobertura é ainda mais estranha considerando que estamos diante de um fato público, documentado, com potencial de repercussão institucional. Há risco real de dano ao erário, de quebra de confiança do mercado, e até de responsabilidade penal e administrativa por parte de conselheiros e dirigentes.

BANCO CENTRAL E CVM – Diante de tudo isso, impõe-se uma postura firme das autoridades reguladoras. O Banco Central não pode homologar essa transação sem uma devassa prévia e rigorosa.

A CVM deve investigar se houve vazamento de informações, omissão de deveres fiduciários e quebra do princípio da simetria informacional. A pressa, nesse caso, é o inimigo da legalidade.

Se houver o mínimo de prudência institucional, essa negociação será suspensa até que se esclareçam todas as circunstâncias. Caso contrário, estaremos diante de mais uma página vergonhosa da história do nosso sistema financeiro — com o aval tácito da mídia que deveria fiscalizar o poder.

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P.S. – A Tribuna está aberta aos esclarecimentos do BRB, do Banco Master, de Daniel Vorcaro e dos reguladores. Mas é preciso dizer com todas as letras: essa operação fede, e a blindagem midiática só agrava o mau cheiro. Quem cala, consente. E quem investiga, previne desastres. (C.N.)

O homem de amanhã inspira o Primeiro de Maio de Chico e Milton

Domingo com Música. Chico e Milton, 'O que será, À For da Pele'

Milton e Chico, nos anos de ouro da MPB

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor, escritor, poeta e compositor carioca Chico Buarque de Holanda, na letra de “Primeiro de Maio”, usou o infindo lirismo para inverter os papéis diários do casal de trabalhadores que, neste dia, através do amor, personificarão a usina e a ferramenta tecendo o homem de amanhã. A letra dessa música foi musicada por Milton Nascimento e gravada por Milton e Chico no Compacto Cio da Terra, em 1977, pela Philips/Phonogram.

PRIMEIRO DE MAIO
Milton Nascimento e Chico Buarque

Hoje a cidade está parada
E ele apressa a caminhada
Pra acordar a namorada logo ali
E vai sorrindo, vai aflito
Pra mostrar, cheio de si
Que hoje ele é senhor das suas mãos
E das ferramentas

Quando a sirene não apita
Ela acorda mais bonita
Sua pele é sua chita, seu fustão
E, bem ou mal, é seu veludo
É o tafetá que Deus lhe deu
E é bendito o fruto do suor
Do trabalho que é só seu

Hoje eles hão de consagrar
O dia inteiro pra se amar tanto
Ele, o artesão
Faz dentro dela a sua oficina
E ela, a tecelã
Vai fiar nas malhar do seu ventre
O homem de amanhã

Por ironia do destino, Jorge Béja nasceu dentro do tribunal e se tornou advogado

Museu da Justiça - O que saber antes de ir (ATUALIZADO Abril 2025)

Béja nasceu dentro do prédio que é hoje Museu da Justiça

Carlos Newton

Esta semana, ao enviar comentário sobre um texto de Vicente Limongi Netto, o jurista carioca Jorge Béja revelou aqui na Tribuna da Internet ter nascido no prédio onde funcionava o antigo Tribunal do Distrito Federal no Rio de Janeiro, há 79 anos. Fiquei curioso, pois Béja deve ter sido a única pessoa do mundo a nascer dentro de uma corte de Justiça. Pedi detalhes e ele me enviou esse precioso texto, que narra o nascimento de um homem nascido para fazer justiça.

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UM PARTO DENTRO DO FÓRUM PAROU A JUSTIÇA
Jorge Béja

Minha família – pai, mãe e meus quatro irmãos – inicialmente morava em Bento Ribeiro. Meu pai era funcionário da Justiça. Isso em 1946. Aqui era o Distrito Federal. Anos depois meu pai foi integrar a equipe de segurança do presidente Getúlio Vargas, comandada por Gregório Fortunato.

Naquele dia 23 de abril de 1946, minha mãe saiu de casa às 5h30 da manhã. Sozinha. Carregava no barrigão uma criança que veio ao mundo pesando 5 quilos.

Foi caminhando com dificuldade até a estação de trem de Bento Ribeiro. Subiu a escadaria. Comprou passagem e ficou em pé na plataforma. O trem chegou e ela embarcou. Sozinha.

CENA DE CIÚME – Meu pai era muito bonito. Forte e culto. Ciumenta, ela desembarcou na Central do Brasil. Pegou um bonde cujo percurso era Av. Marechal Floriano, e no final dela o bonde entrava na Rua Dom Manuel. Mamãe desembarcou no ponto em frente ao Palácio da Justiça do então Distrito Federal (Rua Dom Manuel, nº 29).

Atravessou a rua para chegar ao Palácio da Justiça. O objetivo era confirmar se meu pai estava mesmo na 11ª Vara Cível do então DF. Ele era oficial de Justiça.

Quando minha mãe entrou no prédio e subiu os 11 degraus, ela não aguentou mais, sentou-se no chão e a criança nasceu ali. Dois juízes famosos à época, Osni Duarte Pereira e Bandeira Stampa, e outras pessoas vieram correndo prestar socorro. O Fórum parou, numa doida correria para atender a mulher e o bebê, que depois foram então levados de táxi para o Hospital dos Servidores do Estado, na Rua Sacadura Cabral.

DENTRO DO PALÁCIO – Foi assim que nasci. Dentro do Palácio da Justiça. Na certidão emitida pelo cartório consta: “Lugar do Nascimento: Rua Dom Manuel, 29, prédio do Palácio da Justiça – Distrito Federal “.

Aos 5 de idade, toda a família se mudou para Santa Teresa, perto do Largo dos Guimarães. E em  1952 ou 1953, o presidente Getúlio Vargas chamou meu pai para integrar a segurança pessoal dele. Meu pai contava que no dia 22 de abril de 1954, Getúlio perguntou a ele: “E o pequeno Jorginho, como vai”?

“Está muito bem, presidente. Amanhã, dia de São Jorge, ele completa oito anos”.

E Getúlio disse: “Então traga aqui para eu dar um abraço nele”. Meu pai imediatamente telefonou para minha mãe e pediu para ir pegar o bonde até a cidade e comprar roupa nova para mim.

NA CASA HERDEIRO – Lá fomos nós. Entramos na loja Herdeiro, na Rua Gonçalves Dias, e minha mãe comprou calça curta, sapato, suspensório, meia, camisa e uma gravata borboleta.

No dia seguinte, 23 de abril de 1954, fui com meu pai até o Palácio do Catete. Quando Getúlio chegou, ele me pegou e colocou em pé sobre uma cadeira. E eu pude ficar na mesma altura dele, que era baixinho. Me deu um abraço e um relógio, que tenho até hoje, funcionando. É da marca suíça Omega, de corda. Relógio de pulso.

Meu pai contava que Getúlio me perguntou: “O que o Jorginho vai querer ser quando crescer?”. E eu respondi: “Presidente da República”.

Ele disse: “Não, não, não, meu filho. Seja tudo, menos presidente”. Em seguida, a filha Alzira (Getúlio chamava de Alzirinha) me levou até à copa do palácio do Catete e todos cantaram o “Parabéns pra você”, com um bolo e uma vela do número 8.

SEMPRE NO TRIBUNAL – Tenho outras lembranças. Depois da morte do presidente em agosto de 1954, meu pai voltou a trabalhar no Palácio da Justiça. E me levava junto. O juiz presidente sempre ia com sua toga até à 11a. Vara Cível.

Naquela época somente um menor podia entrar no 1º Tribunal do Juri para sortear jurado. E sempre me chamavam. O principal daquela época foi o julgamento da fera da Penha, que matou uma criança chamada Taninha, de quatro anos, filha de seu amante.

Houve também outros julgamentos. Me recordo do caso dos jovens Ronaldo Castro, Cassio Murilo e Antônio João de Sousa, acusados de matar uma moça chamada Aída Curi em Copacabana.

Outro caso célebre foi o crime do Sacopã, com envolvimento do Tenente Bandeira, oficial do Exército.

CERTIDÃO NO MUSEU – Para terminar: no Fórum nasci, no Fórum cresci e no Fórum me criei. E aquele Palácio da Justiça, onde o “Jorginho” tanto iria trabalhar, está lá até hoje, primorosamente preservado por tombamento, e foi transformado no Museu da Justiça.

Décadas atrás era presidente do Tribunal de Justiça o desembargador Miguel Pachá. Quando soube do caso, me pediu a certidão de nascimento para colocar estampada no Museu da Justiça e eu entreguei. Creio que está lá no Museu. Qualquer dia vou lá conferir.

“Acordo” para reduzir as penas sem anistia não tem chances de prosperar

Gilmar Fraga / Agência RBS

Charge do Gilmar Fraga (Gaúcha/RBS)

Thaísa Oliveira, Raphael Di Cunto e Catia Seabra
Folha

Por motivos opostos, integrantes da oposição e uma ala do governo Lula (PT) apresentaram objeções à construção de um acordo para reavaliação das penas aplicáveis aos participantes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, mas sem um perdão para os crimes cometidos.

A proposta alternativa ao projeto de lei encampado por Jair Bolsonaro (PL) é costurada nos bastidores pelos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), junto ao Supremo Tribunal Federal.

CONFUSÃO GERAL – Enquanto senadores e deputados federais de oposição condenaram publicamente a sugestão e prometeram não abrir mão de anistia ampla, auxiliares do presidente Lula chegaram a afirmar que esse acordo seria inconstitucional, por ferir a autonomia dos Poderes.

O tema foi debatido pelos principais senadores da oposição nesta terça (29) durante o almoço. Segundo relatos, os parlamentares disseram que não tinham sido consultados por Alcolumbre sobre a ideia e definiram que é preciso insistir publicamente na anistia.

Estavam presentes os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Rogério Marinho (PL-RN), Ciro Nogueira (PP-PI), Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Carlos Portinho (PL-RJ), Damares Alves (Republicanos-DF) e Eduardo Girão (Novo-CE).

PACTO DE ROMA – Líder do PL, Portinho apelidou a proposta de “pacto de Roma” — em ironia à viagem de Alcolumbre e Motta para o velório do Papa Francisco, no fim de semana, junto ao presidente Lula e ao presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso.

“Esse pacto de Roma não foi debatido com as lideranças, portanto não se pode falar em proposta do Congresso. Se há nesse fato alguma certeza, é de que os presidentes da Câmara e do Senado, se estão conversando com o STF, é porque concordam que as penas exorbitaram”, diz.

Na mesma linha, Marinho afirma que a oposição vai reiterar o pedido de anistia independentemente da proposta de Alcolumbre. “Você acha normal que o Parlamento esteja discutindo um projeto e que o Judiciário decida como esse projeto vai se dar? Como você faz uma anistia seletiva? Vou perdoar esse e penalizar aquele? Qual o critério?”, diz.

PENAS MENORES – A proposta sugerida pelo presidente do Senado permitiria a aplicação de penas mais baixas para aqueles que estiveram presentes nos atos, mas não planejaram nem financiaram, como mostrou a Folha. Uma minuta foi elaborada pela consultoria legislativa do Senado, subordinada a Alcolumbre. O texto ainda não foi divulgado.

A proposta dos bolsonaristas prevê a anistia a todos os atos passados e futuros ligados aos ataques às sedes dos três Poderes. A pedido de Bolsonaro, o PL agora estuda uma nova versão mais branda do texto, que possivelmente restrinja o perdão aos condenados.

Ex-vice de Bolsonaro, Mourão diz que qualquer alternativa está “fora de propósito”. “Tem uma série de erros jurídicos nesse processo todo e nós chegamos à conclusão há algum tempo de que a única forma de corrigir isso é por meio de anistia”, afirma.

DISCORDÂNCIAS – Por outro lado, uma parte da oposição afirma, de forma reservada, que há espaço para apoiar um projeto que beneficie ao menos alguns dos condenados. Dois parlamentares que não quiseram se identificar disseram que é melhor a meia anistia do que a anistia nenhuma, acrescentando e que será difícil para a oposição votar contra a redução de penas, mesmo que não seja o ideal.

A discussão dominou a sessão plenária do Senado. No fim do dia, Marinho, Portinho e Flávio divulgaram uma nota em que pedem “anistia já”.

Relator do projeto na Câmara, o deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) disse que já viu diversas minutas alternativas e que só vai se aprofundar quando o texto for de fato divulgado. O receio, afirmou ele, é que o assunto fique em debate nos bastidores para servir de argumento para esvaziar a pressão sobre os partidos para que seja votado em plenário.

PROTESTO EM BRASÍLIA – Um protesto pela anistia está marcado para quarta-feira (7), em Brasília, para manter a mobilização em torno do projeto. O grupo quer convencer Motta a colocar em votação o requerimento de urgência para o projeto.

Na avaliação de um interlocutor de Lula, a discussão de um projeto não deveria nem ser feita no curso de um julgamento e a avaliação da pena caberia ao STF.

O acordo poderia ferir a autonomia dos Poderes, na avaliação desse aliado. O Congresso não pode julgar, nem o STF legislar, diz ele. Petistas falam ainda na abertura de um processo que poderia culminar na absolvição de líderes golpistas e até na elegibilidade de Bolsonaro.

DISTENSIONAR – Outra ala do governo afirma, no entanto, que o acerto poderia distensionar a relação entre Parlamento e Judiciário, embora exclua-se o executivo do debate.

“Acho que o debate vai ser bem aceito. É a mão estendida para a conciliação nacional”, afirma o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).

Para o deputado Jilmar Tatto (SP), que é secretário nacional de comunicação do PT, a proposta é útil para diminuir a pressão por uma anistia ampla. “Foi bom colocar esse debate sobre o código penal porque desidrata a questão da anistia e penaliza quem tem mais responsabilidade, que organizou e financiou o golpe”, diz o petista.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É uma tremenda briga de fake news, criando supostas soluções que “non eczistem”, diria Padre Quevedo. A maioria da Câmara quer a anistia e assinou um requerimento oficial, entregue ao presidente Hugo Motta. Segundo o Regimento, Motta tem de ler o requerimento em plenário e convocar votação para saber se os signatários confirmam a proposta. Em caso negativo, adeus. Mas, em caso afirmativo, não tem alternativa, e o presidente da Câmara é obrigado a respeitar a “urgência urgentíssima”, instrumento democrático criado justamente para que prevaleça a vontade da maioria e nenhum presidente de Mesa possa agir ditatorialmente. Comprem pipocas. (C.N.)

Ressarcimentos do INSS podem exigir realocação de verba, diz Tesouro

Ceron afirma que o INSS é o responsável por fazer o pagamento

Pedro do Coutto

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse na última terça-feira, que o ressarcimento dos desvios indevidos de benefícios do INSS pode exigir realocações no Orçamento Federal. Segundo ele, seria “natural” em uma eventual necessidade. Uma investigação da Polícia Federal mostrou em abril que associações e sindicatos conseguiram aproximadamente R$ 6,5 bilhões com esquema de retenção indevida de 2019 a 2024. Se todos os valores não forem recuperados, essa seria a quantidade desembolsada pelos cofres públicos para bancar a compensação. A Previdência tem um Orçamento trilionário.

“Pode eventualmente ter que tirar um adicional de alguma outra pasta para poder atender uma despesa de outro órgão. Isso é natural. Está tudo bem. E faz parte ali do processo”, declarou Ceron. O secretário afirmou mais de uma vez que a competência das devoluções é do INSS e que suas análises dizem respeito às visões da equipe econômica.

AGENDA – Segundo ele, o dinheiro economizado com revisões de cadastros em benefícios sociais também poderia ser utilizado para bancar o ressarcimento. “Tem toda uma agenda de revisão cadastral do INSS que tem gerado resultados e pode ser intensificada inclusive para abrir margem para acomodar esse tipo de ressarcimento, ainda que seja uma antecipação”, disse.

Uma realocação no Orçamento viria no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas. O documento faz congelamentos nas verbas públicas para evitar aumentos excessivos nos gastos que prejudiquem as metas fiscais.

Segundo a Polícia Federal, sindicatos e associações realizavam um Acordo de Cooperação Técnica com o INSS para oferecer benefícios aos aposentados associados.  O acordo permitia que as entidades realizassem um desconto de “mensalidades associativas” na folha de pagamento dos beneficiários.

CADASTRO – Tais entidades cadastraram os aposentados sem a autorização, utilizando documentos e assinaturas falsas. As investigações indicam que não tinham estrutura para manter os serviços oferecidos. Com isso, falsificavam assinaturas para associar o pensionista a entidades e realizar os descontos automáticos na folha de pagamento dos beneficiários.

A Controladoria também identificou que 70% das 29 entidades analisadas não entregaram a documentação completa ao INSS. A PF informou que apreendeu carros de luxo, dinheiro em espécie, joias e quadros. Os valores totais e a quantidade exata ainda estão em levantamento.

No fundo da questão, a verdade é que no fim das contas o governo acabará tendo que pagar R$ 6 bilhões aos aposentados e pensionistas do INSS que foram vítimas de um roubo colossal tramado por criminosos. E agora, quando se fala em devolver o dinheiro, o governo federal para poder equilibrar o que ocorreu terá que injetar recursos do Tesouro para cobrir os prejuízos mais prováveis. Vejam a quanto anda as atividades, características de ações que perduraram por anos.

OMISSÃO – Essa despesa, assim, não era prevista, mas terá que ser concretizada através de recursos que sairão dos bolsos da própria sociedade. Impressionante como nada foi feito durante todo esse período, inclusive com o fato de o ministro Carlos Lupi não ter dado a devida importância aos fatos, omitindo-se completamente .

É preciso ver como a falsificação ocorreu para que os responsáveis possam ser penalizados. O governo tenta reverter a crise, passando a usar um tom a favor da apuração das responsabilidades. Mas isso é uma obrigação. É incrível como ainda aconteçam coisas desse tipo no Brasil.

Até um policial federal aparece envolvido no golpe do INSS contra os aposentados

Fraude no INSS: quem é o policial federal suspeito de participar do esquema

Philipe Coutinho, agente da PF, fazia parte da quadrilha

Renato AlvesO Tempo

Há até um policial federal entre os ex-diretores do INSS e pessoas relacionadas a eles que receberam mais de R$ 17 milhões em transferências de indivíduos apontados como intermediários das associações que faziam descontos ilegais nos contracheques de aposentados e pensionistas.

Esta é apenas uma das informações que constam em relatório da Polícia Federal (PF) que convenceu a Justiça a expedir mandados de buscas, apreensão e prisão para a Operação Sem Desconto, desencadeada na semana passada.

ALVO DA OPERAÇÃO – Além de ex-dirigentes do INSS, o policial federal Philipe Roters Coutinho é investigado no esquema de descontos ilegais do INSS. Tendo ingressado na PF em 1997, ele estava lotado no aeroporto de Congonhas, quando foi alvo de busca e apreensão para “esclarecer sua participação”.

Philipe Coutinho aparece em imagens do circuito de segurança de Congonhas dando uma carona a dois investigados pelas fraudes no INSS. Prints e descrições dos vídeos constam no relatório da PF que desencadeou na Operação Sem Desconto.

Em uma das imagens, de 28 de novembro de 2024, Philipe Coutinho encontra Virgílio Oliveira Filho, então procurador do INSS, e Danilo Berndt Trento, na área de embarque do aeroporto. Philipe conduz Trento e Virgílio a saírem pela porta de acesso ao desembarque remoto.

VELHO ESPERTALHÃO – Danilo Trento ficou conhecido nacionalmente em 2021, quando era diretor da Precisa Medicamentos e foi alvo da CPI da Covid no Senado no caso envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde.

Trento também é investigado pela PF por ter recebido R$ 990 mil em pagamentos feitos pelo empresário Maurício Camisotti, suspeito de usar laranjas para operar três entidades que faturaram, juntas, R$ 580 milhões com descontos sobre aposentadorias.

“Destaca-se que a área de embarque e desembarque remoto é de circulação restrita, acessível apenas para quem embarca ou desembarca via ônibus ou para quem presta serviço dentro do aeroporto, com a devida autorização legal. Não obstante isso, observa-se que Philipe Roters conduz Virgílio e Danilo por toda a área restrita”, observa a PF.

ANDARAM NA VIATURA – A PF chama a atenção para o fato de os três terem embarcado em uma viatura Polícia Federal, “para uso exclusivo em serviço por policiais federais”. A carona foi em direção ao embarque de aviões privados. Dez minutos depois da carona, o avião decolou.

“Sobre o agente de Polícia Federal Philipe Roters Coutinho, além da ilegalidade da conduta acima apresentada, possui, assim como diversos investigados, movimentações em viagens com perfil de compra atípico, consubstanciadas em deslocamentos com compra de passagens ‘em cima da hora’ e voos ‘bate/volta’, principalmente para Brasília”, diz a PF.

Roters foi ser afastado da função por decisão judicial, no desencadeamento da Operação Sem Desconto. O policial federal, assim como outros citados, não havia se pronunciado até a mais recente atualização desta reportagem.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Vejam a que ponto chegam a esculhambação e a criminalidade no Brasil de hoje, em que um policial federal entra em quadrilha, serve de cicerone aos criminosos e ainda dá carona a eles na viatura policial que os deveria conduzir algemados. E já se sabe que nada vai acontecer a eles. O ex-ministro petista Paulo Bernardo, que “inventou” esse golpe em aposentados, está livre, leve e solto no Paraná, curtindo duas aposentadorias – da Câmara Federal e do Banco do Brasil. “Que país é esse”, perguntaria o ex-governador Francelino Pereira, para Renato Russo fazer a canção de protesto. (C.N.)

Collor estaria aplicando o mesmo golpe de Maluf para ter prisão domiciliar

Collor interpreta papel de maluco com a maior facilidade

Carlos Newton

Depois de anos e anos de recursos e apelações, em 20 de dezembro de 2017 o deputado Paulo Maluf enfim foi preso pelo Supremo e imediatamente assumiu um novo personagem. Além de político hábil e desonesto, Maluf demonstrou ser também um extraordinário ator.

Com impressionante desenvoltura, passou a interpretar o papel de preso idoso e doente, cujo estado de saúde começou a preocupar os companheiros de cela e a diretoria do presídio.

Maluf tinha dificuldades para se locomover, não dormia direito à noite, precisava urinar a todo momento, era um problema ir até a privada, os outros detentos precisavam ajudar, a cela se tornou um inferno.

CÂNCER MALIGNO – Sua defesa então ingressou com um pedido de prisão domiciliar, alegando que Maluf tinha câncer maligno e precisava se tratar fora da penitenciária. Antes mesmo de receber os prontuários e exames médicos, o emotivo ministro Dias Toffoli concedeu habeas corpus em 28 de março, colocando o deputado em prisão domiciliar.

Em tradução simultânea, o espertíssimo Maluf ficou menos de 90 dias preso, porque Toffoli não examinou o caso, foi logo aceitando o habeas corpus. Se tivesse exigido os atestados médicos e exames oncológicos, teria ficado sabendo que Maluf teve câncer, mas retirou a próstata em 1990 e não houve remissão. Desde então, era considerado sadio e nem tomava medicamento.

A única punição veio pela Câmara, que cassou o mandato de Maluf, que desde então está fora da política, vivendo como um nababo com o dinheiro que extraiu dos cofres públicos.

AGORA É COLLOR – Sete anos depois, aparece Collor no mesmo papel interpretado por Maluf. Mas ele dobrou a aposta – além de doenças graves, Collor demonstra também desequilíbrio mental, que é o seu forte. Assim, chegou sozinho ao aeroporto de Maceió em plena madrugada, quando não há voos, dizendo ter passagem para viajar a Brasília e se entregar à Justiça.

Preso na Polícia Federal, Collor disse ao juiz de custódia que estava sadio, não tinha nenhuma doença. Ao mesmo tempo, seus advogados alegavam no Supremo que ele está com Mal de Parkinson, bipolaridade e apneia do sono grave. Afirmaram que ele toma diariamente oito remédios pesados.

Mas Collor chegou ao aeroporto sem nenhum remédio no bolso, desacompanhado, como se não tivesse mulher, filhos e empregados, ninguém que se preocupasse com um idoso tão doente que faz pena. “Oh, coitado!”, diria a comediante Gorete Milagres.

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P.S. 1
Collor já venceu o primeiro round, pois o procurador-geral Paulo Gonet aceitou prontamente a prisão domiciliar, antes mesmo de analisar os prontuários médicos. Gonet ficou impressionado com o deplorável estado de saúde daquele outrora atlético presidente da República. Só faltou pedir desculpas por ter concordado com a prisão de Collor pelo desvio de parcos R$ 20 milhões.

P.S. 2Falta agora o round decisivo, contra o ministro Alexandre de Moraes, que está exigindo histórico médico, prontuários, laudos e exames que comprovem as comorbidades. Alguns documentos já foram entregues pela defesa, mas não será fácil vencer a reticência de Moraes. Essa bagaça pode não acabar bem. (C.N.)

Por que os EUA perderão essa guerra comercial e estratégica para a China?

Clayton Rebouças | Trump Vs Xi Jinping #charge #cartum #cartoon #humor  #política #humorpolitico #desenho #art #caricatura #caricature #jornal  #opovo... | Instagram

Charge do Clayton (O Povo/CE)

Martin Wolf
Financial Times (Folha)

O “Dia da Libertação” de Donald Trump, com supostas tarifas recíprocas contra o resto do mundo — possivelmente as propostas de política comercial mais excêntricas já feitas — transformou-se, após uma rápida recuada sob pressão dos mercados, em uma guerra comercial com a China. Isso pode (ou não) ter sido o que se pretendia desde o início.

Então, Trump pode vencer esta guerra contra a China? Na verdade, os Estados Unidos, como estão agora neste segundo mandato de Trump, podem esperar ter sucesso em sua rivalidade mais ampla com a China? A resposta para ambas as perguntas é negativa.

POLÍTICA ERRADA – E isso se dá não porque a China é invencível, longe disso. Mas sim porque os EUA estão jogando fora todos os ativos de que precisam para manter seu status no mundo contra uma potência tão enorme, capaz e determinada como a China.

“Guerras comerciais são boas e fáceis de vencer”, Trump publicou em 2018. Como ideia geral, isso é falso: guerras comerciais prejudicam ambos os lados. Um acordo que deixe ambas as partes mais beneficiadas do que antes pode ser alcançado.

Porém, mais provavelmente, qualquer acordo deixará um lado melhor do que antes e o outro pior. Este último tipo de acordo é, presumivelmente, o que Trump espera que surja: os EUA vencerão e a China perderá.

BARREIRAS ALTAS – No momento, os EUA impõem uma tarifa de 145% sobre importações chinesas, enquanto a China impõe uma tarifa de 125% sobre os EUA. A China também restringiu exportações de terras raras para os EUA. Essas são barreiras comerciais muito altas, de fato proibitivas. Isso parece um “impasse mexicano”, que nenhum dos lados pode vencer, entre as duas superpotências.

Entende-se que o plano dos EUA (se é que existe um) é “persuadir” parceiros comerciais a impor pesadas barreiras às importações da China em troca de um acordo favorável sobre comércio (e talvez em outras áreas, como segurança) com os EUA. Esse resultado é plausível? Não.

Uma razão é que a China também tem cartas poderosas. Muitas potências significativas já fazem mais comércio com a China do que com os EUA: isso inclui Austrália, Brasil, Índia, Indonésia, Japão e Coreia do Sul.

MERCADOS IMPORTANTES – Sim, os EUA são um mercado de exportação mais importante do que a China para muitos países importantes, em parte devido aos déficits comerciais dos quais Trump reclama.

Mas a China também é um mercado significativo para muitos. Além disso, a China é uma fonte de importações essenciais, muitas das quais não podem ser facilmente substituídas. Importações são, afinal, o propósito do comércio.

Acima de tudo, os EUA deixaram de ser confiáveis. Um EUA “transacional” está sempre buscando um acordo melhor. Nenhum país sensato deve apostar seu futuro em tal parceiro, especialmente contra a China. O tratamento de Trump ao Canadá foi um momento decisivo. Os canadenses responderam reelegendo os liberais.

DORES ECONÔMICAS – Trump aprenderá com isso? Um leopardo pode mudar suas manchas? É assim que ele é. Ele também é um homem que os eleitores americanos elegeram duas vezes. Além disso, romper com a China seria arriscado: a China não esquecerá e provavelmente não perdoará.

Não menos importante, a China acredita que seu povo pode suportar a dor econômica melhor que os americanos. Além disso, para o país asiático, a guerra comercial é principalmente um choque de demanda, enquanto para os EUA é principalmente um choque de oferta. É mais fácil substituir a demanda perdida do que a falta de fornecimento.

Em suma, os EUA não conseguirão os acordos que aparentemente buscam e a vitória sobre a China que esperam. Minha suposição é que, à medida que isso se torne evidente para a Casa Branca, Trump recuará pelo menos parcialmente de suas guerras comerciais, declarando vitória, enquanto segue em alguma outra direção.

DISPUTA GLOBAL – No entanto, isso não muda a realidade de que os EUA estão de fato competindo com a China por influência global. Infelizmente, o EUA que muitos querem que se saia bem nessa história não é este EUA.

Os EUA de Trump não se sairão bem. Sua população é um quarto dos habitantes da China. Sua economia tem praticamente o mesmo tamanho, porque é muito mais produtiva. Sua influência, cultural, intelectual e política, ainda é muito maior que a da China, porque seus ideais e ideias são mais atraentes.

Os EUA foram capazes de criar alianças poderosas com países de mentalidade semelhante que reforçam essa influência. Em suma, herdaram e foram abençoados com enormes ativos.

TUDO ERRADO – Agora, considere o que está acontecendo sob o regime Trump: tentativas de transformar o Estado de direito em um instrumento de vingança; o desmantelamento do governo; desprezo pelas leis que são a base de um governo legítimo; ataques à pesquisa científica e à independência das grandes universidades americanas.

Assim como guerras contra estatísticas confiáveis; hostilidade em relação aos imigrantes (e não apenas os ilegais), embora eles tenham sido a base do sucesso dos EUA em todas as gerações; um repúdio total da ciência médica e da ciência climática; uma rejeição total das ideias mais básicas na economia do comércio.

E mais: uma equivalência ou (muito pior que isso) preferência por Vladimir Putin, o tirano da Rússia, sobre Volodimir Zelenski, presidente da Ucrânia democrática; e desprezo aberto pelo conjunto de alianças e instituições de cooperação sobre as quais repousa a ordem global construída pelos EUA. Tudo isso nas mãos de um movimento político que abraçou a insurreição de janeiro de 2021.

NOVA ORDEM – Sim, a ordem econômica global precisava de melhorias. O argumento para que a China mude para um crescimento liderado pelo consumo é esmagador. Também está claro que muitas reformas são necessárias dentro dos EUA. No entanto, o que está acontecendo agora não é reforma, mas a ruína dos fundamentos do sucesso dos EUA, em casa e no exterior. Será difícil reverter os danos. Será impossível para as pessoas esquecerem quem e o que os causou.

Um EUA que está tentando substituir o Estado de direito e a Constituição por um capitalismo corrupto de compadrio não superará a China. Um EUA puramente transacional não receberá o apoio incondicional de seus aliados.

O mundo precisa de um EUA que dispute e coopere com a China. Este EUA, infelizmente, falhará em fazer bem qualquer uma das duas coisas.

Festa dos 60 anos da Globo esqueceu Pelé, que foi comentarista da emissora

Pelé foi comentarista da Globo em três Copas seguidas

Vicente Limongi Netto

Festa bonita da TV Globo pelos 60 anos. Começou americanizada, com atores e atrizes correndo, pulando e cantando, mas tudo bem. Falhou terrivelmente, a meu ver, quando homenageou atletas campeões mundiais das seleções de futebol, como Jairzinho, Denilson, Cafu, Dunga, Bebeto, Ricardinho, presentes no palco.

Mas sem fazer nenhuma menção ao maior de todos, do planeta, Pelé. Nem em telão. A exemplo do que fizeram com nomes de profissionais da Globo que já partiram. Detalhe importante: o Rei do Futebol trabalhou como comentarista dos jogos da seleção na TV Globo em três edições de Copa do Mundo. Quem sabe, lembrem do Rei (sem aspas) na festa os 61 anos da emissora.

“Maestro” Júnior (com aspas) surgiu de penetra no grupo dos campeões do mundo, para alegria do boquirroto Luiz Roberto, que fez de tudo para tirar lasquinhas da festa. Que não era dele. Ficou ridículo, realmente patético.

VERMELHO PODRE – Fiquei satisfeito como repórter, porque seguramente fui um dos primeiros a lamentar e protestar contra a estupidez anunciada pela CBF de que a segunda camisa da seleção passará a ser vermelha.

Não devemos misturar as estações, levando a decisão para a política. PT, Lula e montes de sabujos estão rindo pelo canto da boca, sonhando em tirar proveito do triste tema, nas urnas. Espero que o eleitor sensato não perca o foco do que é bom e errado para o Brasil.

Horas dessas João Havelange faz uma falta danada. Patriota e lúcido. Como presidente da então CBD, o Brasil conquistou três isampeonatos mundiais. Próximo dia 8, o gigante Havelange completaria 109 anos de idade.

SEM ANCELOTTI – Ancelotti desistiu. Sonho da CBF quase vira pesadelo. Presidente Ednaldo Rodrigues, não fique deprimido. Não vale a pena. Machado de Assis ensina que “é melhor cair das nuvens do que do décimo andar”.

O Brasil tem treinadores capacitados. Mais em conta, financeiramente, do que Ancelotti e companhia. Prata da casa é qualificada.

Renato Gaúcho é forte e bom exemplo. A seleção pentacampeã ficaria em boas mãos.

VAGAS COBIÇADAS – A colunista Ana Campos (Eixo Capital – Correio Braziliense – 29/04) lembra, em nota curta e interessante, “Vagas cobiçadas”, que existem duas vagas para suplentes de Ibaneis Rocha para o Senado, e a de vice-governador na chapa de Celina Leão.

Como eleitor e morador interessado no crescimento de Brasília e no bem estar dos brasilienses, creio que dois nomes dignificariam as duas candidaturas: Paulo Octávio seria excelente nome para vice-governador e Valmir Campelo uma escolha marcante para suplente de senador. Ambos têm extensa folha de bons serviços prestados ao Distrito Federal.

17 dias depois, Bolsonaro deixa UTI para se recuperar em esquema semi-intensivo

Jair Bolsonaro no Hospital DF Star

Bolsonaro deixou a UTI andando e foi para o novo quarto

Gabriel Sabóia
O Glob

O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou a UTI do hospital DF Star, em Brasília, na tarde desta quarta-feira, 17 dias após ter sido submetido a uma cirurgia na região abdominal. Ele encontra-se em um leito semi-intensivo, de acordo com membros da equipe médica. Ainda não há previsão de alta hospitalar, mas Bolsonaro pode deixar o hospital até o final da semana.

Mais cedo, o hospital informou que o ex-presidente iniciou nesta quarta uma ‘dieta líquida’ após a evolução do quadro clínico e ‘melhora’ no funcionamento do intestino. O ex-presidente já tinha conseguido ingerir água, chá e gelatina nesta semana.

BOLETIM OTIMISTA – “(O paciente) encontra-se estável clinicamente, sem dor ou febre e com pressão arterial controlada. Apresentou boa aceitação da oferta de água, chá e gelatina e hoje progredirá para dieta líquida. Evolui com melhora progressiva dos movimentos intestinais espontâneos, tendo sido retirada a sonda nasogástrica ontem”.

Esta foi a sexta operação realizada pelo ex-presidente desde 2018, quando ele foi vítima de uma facada durante a campanha na qual se elegeu presidente da República. Todas as cirurgias foram feitas em decorrência da sequela desse ferimento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Enfim, o intestino de Bolsonaro começou a reagir nesta terça-feira, 16 dias após a cirurgia. Espera-se que, a partir de agora, o ex-presidente passe a ter uma vida regrada, evitando forçar o abdômen, ou seja, sem montar a cavalo, andar de moto, jet-ski etc., assim como não permitindo ser carregado nos ombros da plebe ignara, que não tem mais o que fazer. Embora pessoalmente o editor da Tribuna não suporte Bolsonaro, não se deve querer mal a ele nem a ninguém. Assim, esperamos que se recupere e pague por seus crimes, se ficar comprovado que os cometeu e sem exageros dosimétricos do vingativo Alexandre de Moraes. (C.N.)

Depois do êxito de Francisco, espera-se que seja escolhido outro “grande Papa”

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial dos Pobres | Pontifícias  Obras Missionárias

Francisco foi um papa de verdade, voltado para os excluídos

Janio de Freitas
Poder360

O Vaticano percorreu a história e vive os tempos contemporâneos sem ser visto como parte – que de fato é – das instituições internacionais voltadas para a (des)organização política mundial. Suas movimentações são revestidas de sentido ou de aparência religiosa, e assim transfiguram, na falta das formalidades e demais caracterizações da política, as influências político-ideológicas do papado.

Para que seja assim, porém, não é necessária tal intenção. A inquietante eleição do sucessor do Papa Francisco coincide com a celebração, em 8 e 9 de maio, dos 80 anos do fim da 2ª Guerra Mundial no Ocidente.

FEROCIDADE HUMANA – Para lembrar o que foi esse conflito, é suficiente citá-lo como motivador da mais horrenda criação da ferocidade humana –a bomba atômica/nuclear. O Vaticano de Pio 11 esteve no encadeamento de fatores sinistros que levaram à 2ª Guerra.

Mussolini foi duro adversário de Pio 11 até firmarem o Tratado de Latrão, em 1929. O poder italiano cedia a área compreendida entre os antigos muros da Cidade do Vaticano, mais a Praça de São Pedro fora deles, para a criação do soberano Estado do Vaticano. A este motivo Pio 11 juntava outro para o seu apoio a Mussolini: ambos execravam o comunismo e o judaísmo.

Terminada a guerra, entre as discussões estava a posição de Pio XI e de seu sucessor, o cardeal Pacelli, ante Mussolini e o fascismo, Hitler e o nazismo.

HOLOCAUSTO – O cardeal Pacelli ainda é objeto de alguma discussão, por envolver comprometimento com o Holocausto, muito pesado para o Vaticano. O papa Pio XII não resistiu às evidências a que dera clareza deliberada. Como, ao ouvir que o cardeal Montini era antifascista, demiti-lo de alto cargo na hierarquia católica.

Em 1963, Montini se tornava Papa Paulo VI. Fortíssima na Itália, poderosa em todo o Ocidente, sobretudo na Europa, a resistência da Igreja Católica ao fascismo teria mudado o curso do fascismo, do nazismo e da propensão para a guerra.

Hitler teve mais do que grande admiração por Mussolini, nunca silenciada. Tomou-o como exemplo do condutor de massas. E copiou para o nazismo, com adaptações grandiosas, além da teatralidade pessoal, a organização do movimento fascista.

MUSSOLINI E HITLER – É comum a ideia de que Mussolini se inspirou em Hitler, mas até pela ordem no tempo é o inverso. Pio XI e a hierarquia vaticana por ele nomeada favoreceram a ambos, quando tinham a oportunidade de dificultar a ascensão de um ao enfrentar a ascensão do outro.

Pacelli representou a hierarquia da Igreja na Alemanha por 12 anos, a maior parte sob o nazismo. Como Pio XII, de 1939 a 1958, dissimulado, antipático, assustador mesmo, manteve a hostilidade católica aos judeus, fomentou as perseguições direitistas, agiu em apoio a ditaduras como a de Franco na Espanha, a de Salazar em Portugal, a de Getúlio e muitas outras.

O temido Pio XII fez política dia a dia, a pior política. Idoso, o novo eleito, cardeal Roncalli, deveria ser apenas um tampão enquanto os hierarcas apaziguariam a inconciliação dos extremados de Pio VI com os cansados do medievalismo. Roncalli estarreceu o mundo, e mudou-o.

SURGE JOÃO XXIII – Com o concílio Vaticano II, João XXIII conseguiu o impensável: a aceitação mútua de todas as religiões, com ação conjunta contra as injustiças sociais, os autoritarismos e os confrontos entre regimes ou países. Era o Ecumenismo, e nunca mais haveria o mundo que sobrevivera por milênios.  As causas sociais entraram na agenda comum, e não mais como ideias ilegais.

A morte de João XXIII, em 1963, com quase cinco anos de papado, causou comoção global que só agora se vê outra vez. O Papa João Paulo, promessa de continuidade, morreu dias depois de eleito, morte seguida de suspeitas ainda inapagadas.

O eleito cardeal Montini, todos sabiam desde os tempos de Pio Pio VI, não faria regressões. Em certa medida, enganaram-se.  A “Igreja progressista” e seus movimentos, sequência lógica do Ecumenismo de alma humanitária, foram contidos, uns, outros reprimidos por Paulo VI.

JOÃO PAULO II – A Igreja perdeu muito, não só em fiéis, mas em padres e bispos. E não se recuperou. A dinastia italiana foi rompida pelo papa polonês João Paulo II. Hoje, o diríamos papa populista.

Buscou multidões em todos os continentes e, obtidas, encantou em especial as camadas sociais do alto. Vivera sob o comunismo na Polônia e, como papa, atuou muito para derrubá-lo. Reduziu os temas sócio- econômicos ao mais superficial, apenas para constar, pretendendo substituí-los por maior religiosidade.

Uma ação conservadora, com esse propósito mesmo. E nele bem-sucedida, sem melhor efeito na longa oportunidade de 1978 a 2005.

RENÚNCIA DO PAPA – O próprio Ratzinger cansou-se do seu papado como Bento XVI. Renunciou em 2013. Também ultraconservador, não encontrou nem o que dizer – um modo político, sem dúvida, de servir ao imobilismo. Mas excessivo, e criou uma alternativa supostamente neutra: um latino-americano, desconhecido, de trato fácil:

Papa Francisco, mais claro, impossível. “O papa da pobreza”. “O papa da imigração”. “O papa da natureza”. “O papa da igualdade”. “O papa dos refugiados”.

As citações, sempre dotadas de sentido político, podem ir longe. “Um grande papa” concentra-as todas. Seu legado de reformista religioso, humanista e político exige tempo para uma visão retrospectiva capaz de apreciá-lo, tão múltiplo, tão diverso. Um grande papa.

Governo e Centrão adotam o ‘faz de conta’, enquanto a liderança de Lula definha

Governo avalia que racha sobre gastos impacta popularidade de Lula... # charge #cartum #cartoon #humor #política #humorpolitico #desenho #art  #caricatura #caricature #jornal #opovo #jornalismo #illustration  #ilustração #editorialcartoon #politicalart ...

Charge do Clayton (Jornal  O Povo)

Roseann Kennedy e Iander Porcella
Estadão

O caso inédito de um deputado que recusou o convite para assumir um ministério, mesmo após ser anunciado de forma pública para o cargo, expôs a falta de liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e um “faz de conta” na relação entre o governo e o Centrão. Na avaliação de consultores, isso ocorre pela perda de força do Executivo, por conta do maior poder que os parlamentares têm hoje sobre o Orçamento.

Apesar da simbologia dos jantares de Lula com os principais líderes partidários do Congresso, muitos deputados e senadores apenas fingem apoiar o governo petista, que, por sua vez, finge acreditar porque depende do Parlamento para ter um mínimo de governabilidade.

NOMES TÉCNICOS – Na visão do consultor político e diretor executivo da Action RelGov, João Henrique Hummel, o governo poderia aproveitar a ideia de Alcolumbre para pedir que outros partidos também indiquem nomes técnicos e, dessa forma, concretizar a reforma ministerial.

“Uma vez que, do ponto de vista político, já não é mais tão interessante ocupar espaço em ministérios, talvez o perfil mais técnico venha a ganhar espaço, e isso não deixa de ter formato positivo”, afirmou à Coluna, na mesma linha, o presidente da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig), Jean Castro.

A decisão do líder do União Brasil, Pedro Lucas Fernandes (MA), de permanecer na Câmara reforça a avaliação de que é mais vantajoso para um deputado ter o controle de sua bancada do que ir para um ministério.

PERDE ESPAÇO – “Hoje em dia, a depender de para qual pasta ministerial você está indo e abrindo mão da liderança, você perde mais espaço político do que ganha”, explicou Castro.

Nos governos anteriores de Lula, o Executivo tinha mais poder sobre a alocação do Orçamento. Hoje, para negociar recursos, os lobistas preferem bater à porta de gabinetes de parlamentares do que nos ministérios.

O crescimento das emendas impositivas (indicadas pelo Congresso e de pagamento obrigatório pelo governo) deixou o Congresso mais independente.

NÍVEL DE FRAQUEZA – Para Hummel, a manutenção do ministério com União, mesmo após o caso ter sido considerado um vexame para o governo, demonstra a dependência que o Executivo tem do Legislativo para garantir governabilidade.

Na visão do consultor, com esse nível de fraqueza, o governo Lula só conseguirá aprovar daqui para frente projetos que tenham amplo consenso.

“Se o governo não mudar a postura e olhar a pauta que a maioria do Congresso deseja, ele não vai fazer nada, porque ele não tem voto”, alerta.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A que ponto chegamos… Hoje, o Brasil tem um governo que não governa, um Legislativo que não legisla e um Judiciário que faz o que bem entende. Em tradução simultânea, estamos no reino da esculhambação. (C.N.)

PF revela alguns dos dirigentes do INSS que se envolveram no grande golpe

Gabinete da Conciliação realiza audiência para pagamento de R$ 750 milhões  sobre revisão de benefícios por incapacidade

Virgilio Oliveira Filho era procurador

Renato Alves
O Tempo

Ex-diretores do INSS e pessoas relacionadas a eles receberam mais de R$ 17 milhões em transferências de indivíduos apontados como intermediários das associações que faziam descontos ilegais nos contracheques de aposentados e pensionistas.

Esta é apenas uma das informações que constam em relatório da Polícia Federal (PF) que convenceu a Justiça a expedir mandados de buscas, apreensão e prisão para a Operação Sem Desconto, desencadeada na semana passada.

DEMISSÃO – A Operação Sem Desconto levou à demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de outros integrantes da cúpula do órgão, que foram afastados das funções por ordem judicial. Desde então, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, balança no cargo.

Parte do segredo de Justiça da investigação foi derrubado nesta segunda-feira (28). Com isso, foram tornados públicos provas levantadas pelos investigadores e dados que dimensionam os prejuízos causados pelo esquema criminoso.

Sabe-se agora quem são os demais dirigentes do INSS sob investigação e algumas das acusações da PF. Virgílio Oliveira Filho, ex-procurador do INSS:  empresas ligadas a ele e à esposa receberam mais de R$ 11 milhões de “intermediárias”. A mulher ganhou um Porsche Taycan, avaliado em R$ 500 mil. A PF ainda aponta que Virgílio “teve um incremento patrimonial de R$ 18.330.145,18 advindo da ‘farra do INSS’”.

OUTROS ENVOLVIDOS – Alexandre Guimarães, foi diretor de Governança, Planejamento e Inovação do INSS no governo Bolsonaro e deixou o cargo no início do governo Lula: teria recebido R$ 313 mil por meio de uma empresa própria.

André Paulo Félix Fideli, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS: Pessoas e empresas relacionadas a ele receberam R$ 5,1 milhões. Um dos beneficiados no esquema foi Eric Fidelis, filho de André Fidelis, segundo a PF.

A PF apreendeu ao menos R$ 41 milhões em bens e valores durante a operação Sem Desconto. Foram apreendidos ainda: R$ 1,734 milhão, entre reais e moedas estrangeiras; 61 veículos, avaliados em R$ 34,5 milhões; 141 joias, que tiveram o valor estimado em R$ 727 mil. Agentes também recolheram máquinas, equipamentos e obras de arte.

Careca do INSS”: quem é o lobista acusado de movimentar R$ 53 mi e pagar  servidores

Camilo Antunes é o “Careca do INSS”

SUPERLOBISTA – Grande parte do volume de dinheiro entre as entidades investigadas e os servidores do INSS foi intermediado pelo lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, de acordo com a PF, que se dirige a ele como “Careca do INSS”.

No relatório apresentado à Justiça, Antunes aparece como sócio de 22 empresas, sendo que 19 foram criadas a partir de 2022 e ao menos quatro estão envolvidas e são usadas no esquema criminoso.

À Justiça, a PF diz que o “Careca do INSS”, movimentou R$ 53,5 milhões provenientes de entidades sindicais e de empresas relacionadas às associações. Deste total, R$ 48,1 milhões diretamente de entidades associativas e R$ 5,4 milhões de intermediárias ligadas a essas entidades, como consta no relatório da investigação.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O “Careca do INSS” representava uma alta autoridade da República, porque recebia uma comissão de 27,5% sobre cada valor descontado de aposentados pelas associações para as quais atuou, de acordo com a PF. Uma comissão deste valor só é destinada a poderoso chefão, digamos assim. Se o careca fizer delação, a República vai estremecer. (C.N.)

A antiga propaganda eleitoral de poeta Belmiro Braga está valendo até hoje

Cachaça Du Botti - O poeta brasileiro que deu nome a cidade de Belmiro  Braga. Saiba mais sobre ele👇🏼 🧐Belmiro Ferreira Braga foi um poeta,  membro e o primeiro tesoureiro da Academia

Belmiro Braga, grande poeta mineiro

Paulo Peres
Poemas & Canções

O poeta Belmiro Ferreira Braga (1872-1937), nascido em Vargem Grande (MG), fez através deste soneto a sua “Propaganda Eleitoral” e, por incrível que pareça, foi eleito, mas não assumiu, embora, em sua homenagem, seu local de nascimento tenha recebido seu nome após ser elevado à categoria de município, passando a ser chamado Belmiro Braga.

PROPAGANDA ELEITORAL
Belmiro Braga

Meu caro Coronel Martins Ferreira,
candidato extrachapa a deputado
ao congresso da Câmara Mineira,
desejo ser aí o mais votado.

A minha fé de ofício é de primeira.
Vale por um programa o meu passado,
e no congresso não direi asneira
todas as vezes…que ficar calado.

Fui caixeiro, depois fui negociante,
e do torrão natal, representante,
agora aspiro a ser como escrivão;

e, eleito, espero, mas que maravilha!
ser pai da Pátria e receber da filha
todo o subsídio, quer trabalhe ou não…