Trump não conseguirá prestigiar Bolsonaro e Lula ao mesmo tempo

Saiba os bastidores da ligação entre Lula e Trump

Ilustração reproduzida de O Globo

Vicente Limongi Netto

Acenos produtivos e saudáveis, para o Brasil e para os Estados Unidos, resultaram da conversa por meia hora, por vídeo conferência, entre Lula e Trump. Boa e aromática química, mas com Cheiro de enxofre nas narinas bolsonaristas. Presidentes de países fortes e respeitados devem relevar arranca-rabos tolos. Agir como adultos, com serenidade e cuidar de temas que realmente interessam as duas nações.

Trump parece admitir que declarar juras de amor para o clã Bolsonaro foram desagradáveis e inúteis tiros nos pés. A propósito, segundo pesquisa do Ipespe, registada pela coluna do Estadão, Trump é tóxico para quem deseja disputar a Presidência da República em 2026.

Para 56% dos brasileiros Trump prejudica candidatos no Brasil. Nesta linha, não custa recordar o que pontuei na minha coluna na tribuna da Internet do dia primeiro de agosto:  “Donald Trump é o maior e mais poderoso amigo do contra da família Bolsonaro”.

CRIANÇAS – Sonho com crianças governando o mundo. O ar seria infinitamente mais puro. As pessoas seriam mais felizes. O amor cantaria em todas as janelas. Ruas seriam tomadas por poetas. Maldades e infâmias seriam incineradas.

A vida bela, com saúde e felicidade, moraria em todos os corações. Canalhas e covardes seriam execrados. Proibidos de chegar perto das crianças.

TV PÚBLICA – A jornalista Tereza Cruvinel, do Conselho Consultivo da ABI, lançou nesta segunda-feira, dia 7, na sede da entidade no Rio, o livro “Memória de um desafio- a guerra da TV-Pública e a criação do sistema EBC”. Pela editora Tagore.

Lula e Trump: quando o pragmatismo supera a ideologia

Genial/Quaest: Maioria dos brasileiros vê Lula mais forte após diálogo com Trump

51% acham que os dois se darão bem caso façam uma reunião

Geovani Bucci e
Pedro Augusto Figueiredo
Estadão

A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 8, indica que a maioria dos brasileiros considera que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu politicamente fortalecido após o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). O levantamento foi realizado antes da videoconferência entre os dois líderes, ocorrida na última segunda-feira, 6.

Para 49% dos entrevistados, Lula ganhou força após a aproximação com o mandatário norte-americano. Outros 27% avaliam que ele ficou “mais fraco”, enquanto 10% dizem que sua posição permaneceu a mesma. Já 14% não souberam ou não responderam.

FORTALECIMENTO – A percepção de fortalecimento é predominante entre lulistas (78%) e eleitores que se declaram de esquerda (75%), enquanto a de enfraquecimento é maior entre bolsonaristas (51%) e pessoas que se identificam com a direita (48%). Entre os que afirmam não terem posicionamento, 44% dizem que o petista saiu mais forte e 25%, mais fraco.

A maioria dos brasileiros também acredita que Lula e Trump vão “se dar bem” ao iniciarem uma relação mais próxima, opinião de 51% dos entrevistados pelo instituto. Outros 36% avaliam que os dois não terão boa relação, enquanto 13% não souberam ou não responderam. Além disso, 65% defendem que o presidente brasileiro adote uma postura amigável em relação ao líder norte-americano. Outros 25% preferem que o petista mantenha uma posição “mais dura” diante de Trump.

No mesmo levantamento, 52% avaliaram como bom o discurso do petista na Assembleia Geral da ONU, e 34% o consideraram ruim. Em sua fala, o petista disse que as instituições do País estão “sob um ataque sem precedentes” de nações estrangeiras, mas não citou Trump nominalmente. “Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela”, afirmou.

TARIFAS – Durante a conversa de cerca de 30 minutos, Lula pediu a retirada da sobretaxa de 40% aplicada a produtos brasileiros e o fim das restrições impostas a autoridades do País. Trump afirmou ter gostado do telefonema e classificou o diálogo como “ótimo”.

Segundo a Quaest, 46% dos entrevistados avaliam que Lula deveria se esforçar para realizar um novo encontro com o republicano, enquanto 44% defendem que ele adote uma postura mais cautelosa e espere. Os dois líderes concordaram em se reunir pessoalmente em breve.

A pesquisa foi realizada entre os dias 2 e 5 de outubro, com base em 2.004 entrevistas presenciais com brasileiros com 16 anos ou mais. A margem de erro estimada é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Trump testa a fidelidade do militar americano ao regime democrático

Anna Moneymaker/Getty Images

Trump sonha com um terceiro mandato que não existe

Marcelo Godoy
Estadão

 

Uma reunião estranha. Um secretário que prefere ser chamado de secretário da Guerra e seu presidente mandam reunir 800 oficiais generais e sargentos vindos de todos os cantos do mundo em Quantico, na Virgínia, para mostrar que “ao meu comando” todos devem pensar como o chefe. Seria trocar o juramento de lealdade à Constituição pela lealdade ao líder?

Ao ouvir o discurso de Pete Hegseth, seguido pelo de Donald Trump, é impossível não se recordar do general Mark Milley, aquele que se desculpou por ter acompanhado fardado o chefe em uma saída de Trump próxima à Casa Branca, durante protestos, e que reagiu, prontamente, contra a tentativa de invasão do Capitólio, no dia da confirmação da posse de Joe Biden. O que a reunião em Quantico buscava mostrar aos generais é que um novo Milley não seria tolerado.

MUITAS BOBAGENS – Nada contra o que Hegseth pregou existe de fato nas Forças Armadas dos EUA. O espírito espartano em contraposição ao ateniense parece desconhecer que a guerra hoje é multidomínio e não mais combatida por hoplitas e gladiadores.

Nos EUA, não há uma epidemia de militares obesos e barbados. Nem os quartéis se transformaram em um clube da luluzinha. Mas a China continua sendo uma ameaça aos Estados Unidos. E outros polos de poder começam a despontar, como a Índia.

A coluna foi ouvir alguns militares brasileiros sobre suas impressões a respeito do discurso de Hegseth e as implicações para nova Estratégia Nacional de Defesa dos EUA. Um deles resumiu bem a cena e o espírito do que se viu.

DIZ O ESTRATEGISTA – O coronel Paulo Roberto da Silva Gomes Filho, do Centro de Estudos Estratégicos do Exército (CEEx). “Ouvi integralmente o discurso. Até 5 minutos e meio é um discurso com generalidades, que poderia ser dito por qualquer pessoa”, afirmou.

Paulo Filho continuou sua análise, assinalando: “A partir de então, ele fala do que vai tratar: ‘Essa conversa aqui hoje é sobre cultura, hoje vamos falar de cultura’. E começa a desenhar um quadro do Exército americano que não é real. Quantos oficiais americanos barbados você já viu na sua vida? Um ou outro, exceção. O Exército virou woke, perdeu poder combativo? Isso é uma falácia. O Exército americano é a mais poderosa força armada de todos os tempos; não tem comparação com nenhuma outra”.

MUDAR EM QUÊ? -O coronel Paulo Filho prosseguiu: “Hegseth disse que os padrões de mulher e de homem em funções de combate vão ser iguais. Mas eles já são iguais. Disse que vão fazer dois testes físicos por ano. Já são dois. O que chocou os generais presentes, com 30, 40 anos de serviço, é que eles sabem que o Exército que o Hegseth diz que precisa mudar, já é tudo isso. Isso é que chocou, essa guerra cultural sendo levada ao Exército americano”.

Paulo Filho não disse. Mas a vitória de Hegseth em sua guerra cultural interessa apenas ao seu grupo político. Só ele sairá vitorioso se o secretário tiver sucesso em sua cruzada.

A questão é: os militares americanos têm os anticorpos necessários para resistir à tentação autoritária de transformar as Forças Armadas em braço armado de um grupo político? Décadas de controle civil objetivo e de fidelidade à Constituição e não a um líder resistirão ao novo governo Trump?

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Artigo importantíssimo de Marcelo Godoy. Mostra que Trump e a ala civil de seu governo desconhecem inteiramente o funcionamento das Forças Armadas. Trump quer mais um mandato, que depende da Suprema Corte, porque nunca ocorreu situação semelhante. Precisa ter apoio das Forças Armadas para pressionar os ministros a aceitarem sua candidatura a um terceiro mandato em 2028. Será uma longa novela. Comprem pipocas. (C.N.)

Dirceu vê Bolsonaro sem equilíbrio emocional para cumprir pena na Papuda

Barroso sinaliza saída antecipada e acende disputa política por vaga no STF

Piada do Ano! Justiça condena Band a indenizar Pablo Marçal por ofensas em cobertura

Justiça aceitou pedido após Marçal ser chamado de ‘lixo humano’

Laura Intrieri
Folha

O juiz Paulo Henrique Ribeiro Garcia, da 1ª Vara Cível do Foro de Pinheiros, condenou a Band a pagar R$ 50 mil a Pablo Marçal (PRTB) por danos morais. O magistrado também ordenou a emissora a retirar do ar reportagens que continham termos considerados como ofensas pessoais ao empresário. Procurada, a Band informou que não comenta processos judiciais. Cabe recurso.

No processo, Marçal afirmou que, durante as enchentes no Rio Grande do Sul, organizou campanhas de doações e que caminhões com mantimentos teriam enfrentado exigência de notas fiscais e multa.

“FAKE NEWS” – A Band teria veiculado reportagem classificando como “fake news” a detenção por falta de documentação e, em comentários, seus jornalistas teriam usado expressões como “mané”, “canalha”, “zé ruela” e “lixo humano”.

A emissora sustentou em contestação que Pablo disseminou inverdades nas publicações a respeito do assunto, pois os caminhões não estavam sendo barrados por ausência de nota fiscal, mas sim por excesso de peso. Também afirmou que o histórico público do autor afastaria a indenização e que a cobertura estava protegida pela liberdade de expressão.

À época, o governo do Rio Grande do Sul desmentiu um vídeo em que Marçal dizia erroneamente, que “os cara não estava (sic) deixando entrar de barco gente sem habilitação” e que “os caras estão querendo nota fiscal e nós estamos querendo doar comida”. Procurado pela Folha na ocasião, Marçal afirmou que duas das dez carretas que ele teria enviado “foram paradas devido a questões burocráticas”, mas que “a situação foi resolvida”.

HARMONIA – Ao decidir, o magistrado afirmou que a liberdade de imprensa deve se harmonizar com a proteção à honra e à imagem. Destacou que, mesmo admitindo crítica e linguagem enfática, os termos empregados “passaram para o campo da agressão pessoal” e não guardam relação adequada com o fato noticiado.

“Chamar de canalha, a quem se atribui a divulgação de “fake news”, parece, à toda evidência, um excesso no linguajar, uma palavra desnecessária, que não se relaciona adequadamente com a narrativa em questão, cuja existência desvinculada do contexto acaba tendo o único efeito de ofender o autor”, diz o documento.

Antes da sentença houve uma tentativa de conciliação que terminou sem acordo. O juiz rejeitou o pedido de direito de resposta e negou o pedido para proibir o uso do nome do autor em publicações futuras, por configurar controle prévio.

Haddad vê espaço para reaproximação entre Lula e Trump e confia na diplomacia

Sucessão à direita: Tarcísio tira o pé da corrida e projeta Ratinho Júnior contra Lula

Trump a Lula: “Estamos sentindo falta do café brasileiro” — tarifa dispara preço nos EUA

Lula e Trump conversaram por videoconferência

Mariana Schreiber
G1

O cafezinho mais caro na mesa dos americanos teve destaque na videoconferência realizada ontem entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A conversa foi um novo marco na aproximação entre os líderes, iniciada em setembro, quando os dois tiveram um breve contato nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Os dois países ainda negociam um encontro presencial.

FALTA DO CAFÉ – Segundo apurou a BBC News Brasil, Trump admitiu, na videoconferência, que os EUA estão “sentindo falta” de alguns produtos brasileiros afetados pela tarifa de 50% imposta por seu governo sobre boa parte das exportações do Brasil, e citou especificamente o café.

O produto acumula forte inflação nos EUA e a tarifa imposta sobre a produção brasileira está agravando o cenário, já que o Brasil é o maior fornecedor do mercado americano.

Segundo o escritório americano de estatísticas, o preço do café cobrado de consumidores nos EUA registrou a maior alta mensal em quatorze anos ao subir 3,6% em agosto, primeiro mês da vigência da tarifa contra o Brasil. A taxa é nove vezes maior do que a média da inflação registrada naquele mês (0,4%).

ALTA – Já na comparação com um ano antes, o preço do café acumula alta de 20,9% nos EUA, também bem acima da inflação média do período 2,9%. Foi o maior aumento anual desde 1997. “A tarifa de 50% do governo Trump sobre o Brasil agrava as interrupções no fornecimento causadas pelo clima nos principais países produtores”, dizia a chamada da reportagem.

Uma reportagem do final de setembro do canal americano Fox Business, atribui a alta dos preços a dois fatores: questões climáticas que vêm afetando a produção em grandes fornecedores como o Brasil e a tarifa contra o produto brasileiro.

Já uma reportagem de setembro do canal americano CNN também destaca a forte inflação do café e indica que os preços seguirão subindo, conforme o impacto da tarifa sobre o Brasil continue a chegar às prateleiras.

TARIFA – O texto ressalta ainda que outro grande fornecedor de café para os EUA também foi tarifado pelo governo Trump, embora em nível menor: o café da Colômbia recebeu uma taxa de 10%. Ainda não há dados oficiais sobre a inflação de setembro nos EUA.

A sede por café entre os americanos é enorme. O país é o maior importador e consumidor global da bebida, e também o maior destino das exportações brasileiras do produto. Dois terços dos adultos americanos bebem café todos os dias, segundo dados da Associação Nacional de Café dos EUA. Cada americano que bebe café consome em média três xícaras por dia.

E essa sede vem crescendo. O consumo de café entre americanos cresceu 7% desde 2020. E o consumo de café gourmet cresceu 18%. Mas o problema, no caso do café, é que o produto não é cultivado nos EUA. E nem pode ser. O café é uma fruta tropical que cresce em uma estreita faixa de terra ao redor do Equador.

INSUFICIENTE – Nos EUA, o café é cultivado em algumas partes do Havaí e Porto Rico e em uma pequena parte do sul da Califórnia. E isso não é nem de longe suficiente para abastecer as 450 milhões de xícaras de café que os americanos bebem todos os dias.

Por isso, praticamente todo o café bebido nos EUA precisa ser importado. E o Brasil é fundamental nesse mercado, pois o país fornece cerca de um terço de todo o café consumido pelos americanos.

EXPORTAÇÕES – A tarifa de 50% imposta sobre produtos brasileiros teve forte impacto nas exportações de setembro, com destaque para o café. Segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) nesta segunda-feira (6/10), as vendas totais para os EUA caíram 20,3% no mês passado em comparação com o mesmo mês de 2024, somando US$ 2,58 bilhões.

Pesquisa da BBC News Brasil nos dados oficiais do MDIC mostra o baque para o setor cafeicultor. Em setembro, a quantidade enviada aos EUA caiu quase pela metade (-47%). Já em valores, houve uma queda 31,5%, para US$ 113,8 milhões. A pesquisa considerou a soma das exportações de café em grãos, torrado e solúvel.

Já as compras do Brasil vindas dos EUA aumentaram 14,3% e chegaram a US$ 4,35 bilhões no mês passado. Com isso, a balança comercial entre os dois países ficou negativa para o Brasil em US$ 1,77 bilhão.

BALANÇA COMERCIAL – O déficit brasileiro foi mencionado na conversa com Trump por Lula, quando o presidente pediu a retirada da tarifa extra sobre o Brasil. A piora do comércio com os EUA afetou a balança comercial brasileira. O superávit do Brasil com o mundo caiu para US$ 3 bilhões em setembro, recuo de 41% ante o obtido um ano antes (superávit de US$ 5,1 bilhões).

No total, as exportações brasileiras cresceram 7,2% no mês passado para US$ 30,53 bilhões, enquanto as importações aumentaram 17,7%, somando US$ 27,54 bilhões.

MEDIDAS RESTRITIVAS –  Na conversa com Trump, Lula pediu a Trump também a retirada das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras, como a cassação de vistos e aplicação de sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo a BBC News Brasil apurou com uma fonte do Palácio do Planalto, a videoconferência aconteceu a pedido do lado americano. Representantes de Trump buscaram os de Lula na semana passada para fazer os acertos.

Uma nova conversa entre os dois presidentes era esperada desde que eles se encontraram pessoalmente durante a Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, quando Trump disse que houve uma “química excelente” entre os dois.

TOM AMISTOSO – Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que a conversa ocorreu por 30 minutos “em tom amistoso” e informou que ambos concordaram em se encontrar pessoalmente “em breve”. “O presidente Lula aventou a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterou convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA); e também se dispôs a viajar aos EUA.”

Trump não quis estabelecer uma nova data de encontro, mas determinou que as tratativas para isso continuem por meio dos assessores. Na conversa, em tom amigável, Trump chegou a comentar que estava mal humorado na Assembleia da ONU com os problemas na escada rolante e no teleprompter e que a interação com Lula teria sido o lado positivo: “Pelo menos a ONU serviu para alguma coisa”, disse, segundo o relato da mesma fonte.

Ao comentar sobre o assunto na rede Truth Social, Trump disse que teve “uma ótima conversa telefônica” com Lula. “Discutimos muitos assuntos, mas o foco principal foi a economia e o comércio entre nossos dois países. Teremos novas discussões e nos encontraremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos EUA. Gostei da conversa — nossos países se darão muito bem juntos!”

OPORTUNIDADE – Participaram, do lado brasileiro, o vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Sidônio Palmeira (Comunicação) e o assessor especial Celso Amorim. “O presidente Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente”, destacou ainda a nota do Palácio do Planalto.

“[Lula] Recordou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os EUA mantêm superávit na balança de bens e serviços”. Ainda segundo o Planalto, Trump designou o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

“Eupoema”, a autodefinição do poeta e agitador cultural Décio Pignatari

Décio Pignatari | Esdianos | ESDI

Décio Pignatari, sempre inovador

Paulo Peres

O publicitário, ator, professor, tradutor, ensaísta e poeta paulista Décio Pignatari (1927-2012) autodefiniu-se no “Eupoema”. Foi um grande inovador da literatura e das artes, sempre revolucionário em tudo o que criava.

Décio PignatariEUPOEMA
Décio Pignatary

O lugar onde eu nasci nasceu-me
num interstício de marfim,
entre a clareza do início
e a celeuma do fim.

Eu jamais soube ler:
meu olhar de errata a penas
deslinda as feias fauces dos grifos
e se refrata:
onde se lê leia-se.

Eu não sou quem escreve,
mas sim o que escrevo:
Algures Alguém
são ecos do enlevo.

Silêncio estratégico: Eduardo Bolsonaro tenta salvar mandato e alianças

Eduardo serenou diante de processo no Conselho de Ética

Malu Gaspar
O Globo

Depois de algumas semanas emendando ataques a lideranças da direita nas redes, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sossegou. Aliados relevantes já contabilizam uma semana sem que o filho 03 do ex-presidente lance nenhum petardo contra o próprio campo político e apontam um motivo: o processo contra ele no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

Para esses aliados, Eduardo entrou em uma fase comum a todo deputado que corre risco real de punição no colegiado, falando menos para se preservar. “O Conselho de Ética é a criptonita do deputado. Faz qualquer um ficar quieto”, opina um integrante do Centrão que acompanha bem de perto o caso.

VOTO DO RELATOR – O conselho se reúne nesta quarta-feira (8) para a leitura do relatório e do voto do relator, Delegado Marcelo Freitas (MG), do União Brasil e também bolsonarista. A partir daí, começam a correr os prazos para a discussão do caso, que a depender do andamento pode acabar com uma votação sobre a cassação no plenário da Câmara.

O caso em análise no Conselho de Ética começou com uma representação do PT por quebra de decoro em razão da campanha que ele move contra o Supremo Tribunal Federal (STF) nos Estados Unidos, e que resultou no tarifaço de Donald Trump contra produtos brasileiros.

Mas existe ainda outra possibilidade de Eduardo perder o mandato, por faltas. Como já informamos, o plano de seus aliados para evitar esse desfecho é conseguir uma suspensão, que também precisa ser aprovada em plenário. E, enquanto isso, esperar que o relator utilize todas as brechas possíveis do regimento para estender o processo por 90 dias. Assim, ele ganharia tempo para salvar o mandato.

APOIO DO CENTRÃO – Em qualquer das alternativas, Eduardo vai precisar do apoio do Centrão, bloco em que se enquadram o presidente do PL, Valdemar Costa Neto – com quem Eduardo trocou petardos publicamente há duas semanas – e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), alvo de seguidos ataques de Paulo Figueiredo, parceiro de Eduardo na campanha contra o Supremo e o governo brasileiro nos Estados Unidos.

Eduardo ainda fez ataques diretos ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), sempre cotado como candidato à Presidência no lugar de Jair Bolsonaro em 2026, e à senadora Tereza Cristina (PP-MS), por ter ido aos EUA na comitiva do Senado que foi tentar abrir canais de negociação com o governo Trump.

No final de julho, ainda atacou os governadores Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, por se colocarem como candidatos à Presidência pela direita e por criticarem o tarifaço.

RECUO  – Preocupado com o tumulto na direita – e mais especificamente com a polêmica entre Eduardo e Valdemar – o próprio Jair Bolsonaro pediu aliados como o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), que tentassem demover o filho de continuar avançando contra aliados na direita. Na semana passada, depois de algum esforço inclusive do próprio Valdemar, que declarou à equipe da coluna apoiar Eduardo, os ataques cessaram.

Contra Ciro Nogueira o próprio deputado não disse nada diretamente, mas Figueiredo sim. O senador, porém, declarou em entrevista ao O Globo publicada no domingo que tem conversado com Eduardo com frequência. Segundo interlocutores de Ciro, ele também tem procurado se manter próximo, num misto de gesto de solidariedade e de contenção.

Seja pelos esforços do pai ou pelo Conselho de Ética, o fato é que por enquanto o filho de Bolsonaro está em trégua com a direita e o Centrão. A expectativa agora entre os aliados é de que o silêncio contra seus pares acabe por salvá-lo.

Cabral e Pezão são condenados a devolver mais de R$ 4 bilhões ao Rio

Caso envolve repasses ilegais a empresas em troca de doações

Deu no G1

A Justiça do Rio condenou os ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão e ex-secretário Hudson Braga por envolvimento em um esquema de corrupção bilionário relacionado à concessão irregular de incentivos fiscais e ao financiamento ilícito de campanhas eleitorais.

A sentença, proferida pela 15ª Vara de Fazenda Pública da Capital, reconhece que os três cometeram atos de improbidade administrativa que resultaram em enriquecimento ilícito, prejuízo aos cofres públicos e violação aos princípios da administração. Os três podem recorrer.

REPASSES ILEGAIS – O caso envolve repasses ilegais a empresas em troca de doações eleitorais não declaradas, conhecidas como caixas 2 e 3. Cabral foi condenado ao pagamento de mais de R$ 2,5 bilhões, enquanto Pezão deverá pagar mais de R$ 1,4 bilhão. Hudson Braga, apontado como operador financeiro do grupo, foi condenado a mais de R$ 35 milhões. Todos tiveram os direitos políticos suspensos — Cabral por 10 anos, Pezão por 9 e Braga por 8.

Segundo a decisão, a corrupção se estendeu a diversos programas de fomento e incentivos fiscais do governo estadual, com destaque para os benefícios concedidos ao Grupo Petrópolis, à Fetranspor e ao grupo J&F, conglomerado que controla a JBS.

No caso do Grupo Petrópolis, Pezão foi condenado a devolver R$ 1,374 bilhão por ter aprovado um financiamento irregular via FUNDES, em troca de doações eleitorais feitas ilicitamente pela Odebrecht. Já no esquema da Fetranspor, Cabral deverá pagar R$ 2,5 bilhões em razão da renúncia fiscal e de multas. Além disso, ambos foram condenados por receber propina disfarçada de doações da Odebrecht, o que resultou em multa adicional de R$ 15,6 milhões para cada um.

INDENIZAÇÃO –  Pezão ainda deverá pagar R$ 15 milhões por vantagens indevidas ligadas ao grupo J&F, e Cabral, R$ 30 milhões. A sentença também prevê indenização por danos morais coletivos, fixada em R$ 25 milhões para Cabral e R$ 10 milhões para Pezão.

Trecho da decisão destaca que o esquema de corrupção teve impacto direto nas finanças do estado e nas políticas públicas: “A constatação de reiterado e contínuo ato de corrupção pelos demandados, com vistas à manutenção no Governo do Estado, gerou graves danos de natureza coletiva (…). A desenfreada concessão de benefícios fiscais em desvio de finalidade contribuiu para a grave crise financeira do Estado do Rio de Janeiro”, afirma o juízo.

A ação civil pública foi movida em 2018 pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate à Sonegação Fiscal e aos Ilícitos contra a Ordem Tributária (GAESF/MPRJ). O processo reuniu documentos, depoimentos e colaborações premiadas que apontaram o uso político da política de fomento estadual e abuso de poder nas eleições de 2014.

CONDENAÇÕES – Preso em 2016 na Lava Jato, Sérgio Cabral chegou a ficar seis anos na cadeia por condenações que somavam mais de 400 anos de prisão. Durante o período, Cabral frequentou seis unidades prisionais diferentes, nas cidades do Rio, Niterói e Pinhais, no Paraná.

Ao longo do processo, Cabral chegou a admitir o recebimento de valores indevidos em diversos contratos assinados durante seus dois mandatos como governador, entre 2007 e 2014. Após reviravoltas nos processos, como anulação de condenações pelo juiz Marcelo Bretas, que a Justiça Federal decidiu que não tinha competência para o caso, Cabral deixou a cadeia.

Em dezembro de 2022, o último preso da Lava Jato e réu em 35 ações foi inicialmente para prisão domiciliar em um imóvel da família em Copacabana, Zona Sul do Rio. Meses depois, foi liberado, mediante o cumprimento de medidas cautelares.

Brasil sob ataque digital: a fraude que ameaça a confiança e a democracia

Tarcísio não é dono de seu destino e terá de ser candidato ao Planalto

Tarcísio de Freitas é o 14º ministro diagnosticado com covid-19

Na direita, Tarcísio é o único que poderá enfrentar Lula

Ricardo Corrêa
Estadão

Quantas vezes você já ouviu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, dizer publicamente que pretende disputar a reeleição ao governo de São Paulo? Foi o que se deu, de novo, no início da semana, ao deixar a casa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Também nos bastidores, vários aliados ouvem o mesmo. Ninguém acredita, porém, e as perguntas sobre o assunto continuam pipocando. E a razão é muito simples: Tarcísio não é mais dono de seu próprio destino.

Eis uma lição clássica que políticos mais antigos sempre repetem quando questionados sobre uma decisão sobre candidatura. Chega um momento em que você vai, empurrado ou não, queira ou não, no sacrifício ou não, para qualquer disputa. É exatamente o que pode se passar com Tarcísio. Por bons e maus motivos. Empurrado ou barrado pelo Centrão de um lado e por Bolsonaro de outro.

ALTA VIISIBILIDADE – O bom motivo é que ninguém é empurrado à cabeça de chapa de uma eleição ao mais importante do País sem que tenha se tornado uma figura de alta viabilidade. Tarcísio conquistou prestígio político e passa a ideia de alguém que pode vencer, razão pela qual as figuras do centrão que orbitavam o bolsonarismo o querem na campanha.

Esses grupos ao centro e na centro-direita, que até chegaram a tolerar a participação em uma gestão petista mas que sempre quiseram mais, veem o governador de São Paulo como o cara capaz de vencer.

Há, porém, a voz forte o suficiente para mexer com os destinos de Tarcísio de Freitas: o ex-presidente Jair Bolsonaro. E é por isso que aliados dizem que, se Bolsonaro pedir, Tarcísio, a contragosto, disputará a Presidência. Está expresso em reportagem de Bianca Gomes e Pedro Augusto Figueiredo publicada neste Estadão, acerca da visita de Tarcísio a Bolsonaro.

SERIA MISSÃO – Recentemente, um aliado de Tarcísio explicitava com mais detalhes esse raciocínio. Usava como argumento a disciplina militar e o senso de que “missão dada é missão cumprida”.

Dizia ele que, uma vez que Bolsonaro passasse uma missão a Tarcísio, o homem que ele inventou para a política, seja por gratidão ou pelo desafio, Tarcísio não poderia dizer não.

Hoje, o governador diz que tem interesse em disputar a reeleição. Nem poderia ser diferente. Não poderia atropelar a palavra de Bolsonaro e seus familiares, que estrilam apenas com um movimento mais dúbio do governador. Ele não está autorizado a dizer nada diferente.

VITÓRIA TRANQUILA – Além do mais, preferir a disputa do Bandeirantes faz sentido. Tarcísio tem uma eleição considerada bastante viável em São Paulo e se manteria como um nome cotadíssimo para 2030, quando a disputa nacional tende a estar mais aberta.

Na esquerda, não estará mais o único homem que ganhou três eleições nacionais, elegeu aliados outras duas vezes e que, neste século, só viu seu grupo político perder uma disputa ao Planalto quando estava preso. Por mais que enfrente desgaste e uma popularidade claudicante, Lula, candidato a reeleição, é um nome sempre difícil de ser batido.

Há também os dissabores que Tarcísio terá que enfrentar se aceitar a empreitada. Se hoje ele já enfrenta as pressões do bolsonarismo, incluindo uma parcela ainda mais radical comandada por Eduardo Bolsonaro, imagine quando ele não tiver mais o controle do Estado, em abril do ano que vem, quando terá que se desincompatibilizar.

CARTILHA DA FAMÍLIA – Será obrigado a rezar a cartilha da família sem qualquer questionamento, sob o risco de ser abandonado ou traído, sem nada, com o lançamento de uma candidatura com o sobrenome de Jair.

Significa dizer que terá que defender a pauta radical que o bolsonarismo exige, gastando imagem e capital político, mesmo sob o risco de se tornar o cabra marcado para perder.

Mesmo sabendo de tudo isso, Tarcísio muito provavelmente precisará dizer sim se essa for a vontade de Bolsonaro. E cada vez mais parece não haver alternativa para o ex-presidente. O plano A da família, decantada a inelegibilidade de Jair, seria Eduardo. A campanha americana do deputado federal tornou essa possibilidade remota. Ele não poderá voltar ao Brasil. Será condenado e tornado inelegível. É carta fora do baralho da urna.

DESTINO DE TARCÍSIO – As ações no exterior em conspiração com Trump para salvar o pai afetaram também qualquer um com o mesmo sobrenome. De Jair a Michelle, passando por Flávio. As pesquisas mostram que a rejeição à família aumentou. Razão pela qual escolher um nome do núcleo se tornou mais difícil. A não ser que a vitória não esteja mais no horizonte.

Se Lula melhorar a ponto de se tornar um favorito mais claro, a família Bolsonaro pode escolher perder com um dos seus para tentar manter o controle da direita. Como fez Lula em 2018, ao se recusar a apoiar um nome viável de outro partido.

Se a disputa estiver aberta, como está hoje ainda, contudo, com qualquer alternativa a anistia ou ruptura por pressão externa fracassando, Bolsonaro terá que escolher quem tem mais chance de seu grupo. Apostando em um indulto, por mais polêmico e difícil que seja. Este nome é Tarcísio. E seu destino será concorrer.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Excelente artigo de Ricardo Corrêa, ex-editor de Política de O Tempo, que reforça o time de analistas do Estadão. (C.N.)

Câmara avança contra Eduardo Bolsonaro e mantém impasse sobre Zambelli

É cada vez mais difícil manter um blog independente, sem cair na baixaria política

Futuro do Brasil avança com pernas curtas: as fake news - Blog do Ari Cunha

Charge do Ivan Cabral (ivancabral.com/)

Carlos Newton

Neste clima de insensata polarização, é preciso ter paciência para manter um blog independente, que funcione sob o signo da liberdade e esteja realmente aberto a todas as tendências político-ideológicas. Chega a ser uma utopia em hora errada.

Como dizia o jornalista Helio Fernandes, as pessoas não estão acostumadas a esse excesso de liberdade e muitos cidadãos-contribuintes-eleitores sequer concordam com isso. Pelo contrário, querem que sua corrente partidária torne-se hegemônica e que as outras facções simplesmente sejam extintas. É justamente o que constatamos aqui na TI.

ESPAÇO ABERTO – Temos articulistas que se dizem de esquerda e defendem o governo Lula da Silva apaixonadamente. Mas há outros, também de esquerda, que não apoiam o PT. Na direita e no centro, então, a diversidade é ainda mais impressionante.

Estamos fazendo este esclarecimento devido ao clima de radicalização, que nos obriga a ler os comentários com a máxima atenção, para expurgar as ofensas e os palavrões que alguns insistem em escrever.

Mas não adianta. Jamais permitiremos ofensas e palavrões. A Tribuna da Internet nasceu livre e assim permanecerá, enquanto deixarem, porque na antiga Tribuna da Imprensa estivemos sob censura prévia durante 10 anos seguidos – de 1968 a 1978.

BALANÇO DE SETEMBRO – Vamos agora divulgar o balanço das contribuições feitas em setembro pelas amigas e amigos que participam dessa utopia de manter um espaço livre na internet.

Primeiro, os depósitos na Caixa Econômica Federal.

DIA   REGISTRO   OPERAÇÃO         VALOR
01     000001       TED J.VIDAL………..40,00

01     011796       DEP DIN LOT……..100,00
10     101203       DEP DIN LOT……..100,00
17     171608       DEP DIN LOT……..100,00
23     230925       DEP DIN LOT……..230,00
23     231539      DEP DIN LOT………..50,00
23     231539      DEP DIN LOT………..50,00

Agora, os depósitos feitos no banco Itaú/Unibanco:

01     PIX 099122 JOSÉ FR……………150,00
01     TED 133359 ROBR.SD…………200.00
03     TED 0015977 JOSEPJ………….303,09
15     TED 0010416 MARIO AS……..300,00
29     PIX TRANSF DUARTE…………..180,00
30     TED 133359 ROBR.SD………..200,00

Agradecendo muito às amigas e aos amigos que nos acompanham nessa utopia de um espaço verdadeiramente livre, vamos em frente, sempre juntos.

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Fardas no banco dos réus: Dino marca início do julgamento dos ‘kids pretos’

Núcleo é composto por maioria de militares

Márcio Falcão
G1

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou nesta segunda-feira (6) o início do julgamento do “núcleo 3”, dos chamados “kids pretos”, na Primeira Turma da Corte, para 11 de novembro. Também foram reservadas as datas em 12, 18 e 19 de novembro.

As sessões serão realizadas pela manhã, das 9h às 12h. Nos dias 11 e 18 especificamente também haverá sessões à tarde, das 14h às 19h. No dia 11 de setembro, a Primeira Turma condenou os oito integrantes do chamado núcleo crucial da trama golpista. Entre eles, está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cuja pena foi fixada em 27 anos e 3 meses de prisão.

“AÇÕES COERCITIVAS” – Já o núcleo 3 é composto por maioria de militares e, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), foi responsável por “ações coercitivas”. Eles também são chamados de “forças especiais”— militares da ativa ou da reserva do Exército, especialistas em operações especiais.

Segundo a PF, entre as ações elaboradas pelos indiciados desse grupo havia um “detalhado planejamento operacional, denominado ‘Punhal Verde e Amarelo’, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022” para matar os já eleitos presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB).

CRIMES – Eles respondem pelos crimes de: organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; deterioração de patrimônio tombado.

São réus nesse núcleo: tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior; tenente-coronel Sérgio Cavaliere de Medeiros; coronel Marcio Nunes de Resende Júnior
coronel Fabrício Moreira de Bastos; coronel Bernardo Romão Corrêa Netto; Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal (PF); tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo; tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira; tenente-coronel Hélio Ferreira Lima e o general Estevam Gaspar de Oliveira. As defesas dos réus negam a participação na trama golpista.