Galípolo defende juros de 15% e admite que a inflação seguirá fora da meta até 2028

Disputa por emendas transforma Orçamento em novo campo de batalha

União Brasil contratou contador do escritório de Rueda por R$ 730 mil

A mais forte das armas, segundo a poesia de Fagundes Varella

👉 FAGUNDES VARELA, uma notável inspiração poética. - YouTube

Fagundes Varela, grande poeta fluminense

Paulo Peres
Poemas & Canções

O poeta Luís Nicolau Fagundes Varella (1941-1975), nascido em Rio Claro (RJ), indaga qual é a mais forte das armas, a mais firme, a mais tremenda, e nos surpreende com a conclusão a que conseguiu chegar.

ARMAS
Fagundes Varela

– Qual a mais forte das armas,
a mais firme, a mais certeira?
A lança, a espada, a clavina,
ou a funda aventureira?
A pistola? O bacamarte?
A espingarda, ou a flecha?
O canhão que em praça forte
faz em dez minutos brecha?

– Qual a mais firme das armas? –
O terçado, a fisga, o chuço,
o dardo, a maça, o virote?
A faca, o florete, o laço,
o punhal, ou o chifarote?

A mais tremenda das armas,
pior que a durindana,
atendei, meus bons amigos:
se apelida: – a língua humana.

Lula conversa com Trump, troca telefones e pede retirada de sobretaxas

União Brasil racha: expulsão de Celso Sabino expõe crise na direita

Derrubada da PEC de Bandidagem se tornou numa lição a todos os brasileiros

Hugo Motta: TCU investiga Republicanos por viagem em jatinho

Hugo Motta não tem condições de presidir a Câmara

Roberto Nascimento

Vivemos uma era de grave retrocesso político. O maior exemplo dessa deformação social foi a recente aprovação, na Câmara dos Deputados, da chamada PEC da Blindagem, que recebeu até votos de petistas e imediatamente passou a ser conhecida como PEC da Bandidagem.

Tratava-se de uma emenda constitucional destinada a proteger quem se apropria do dinheiro das emendas parlamentares, numa sinistra reedição do chamado Orçamento Secreto. Aliás, na mesma votação, tiveram a audácia de aprovar também o voto secreto.

SEM TRANSPARÊNCIA – Portanto, logo se conclui que os deputados consideram que transparência só serve para os outros, porque para eles, os espertos representantes do povo, tudo deve ser secreto e na calada da noite.

A aprovação da PEC da Bandidagem foi uma das maiores vergonhas do Parlamento brasileiro. No entanto, teve também um resultado altamente positivo e esclarecedor.

É que a desfaçatez da Câmara fez ressurgir a voz das ruas, provocando, espontaneamente, uma espécie de união suprapartidária com tal intensidade que o Congresso teve de recuar.

UMA LIÇÃO – Uma semana depois, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado arquivou por unanimidade a proposta indecente, embora o influente senador Flávio Bolsonaro tenha feito um apelo pela aprovação, ao afirmar que a PEC da Bandidagem tinha sido apresentada para garantir a sobrevivência dos parlamentares, que, segundo ele, estariam sendo acuados pelo Supremo Tribunal Federal. Havia senadores que apoiavam essa esdrúxula tese, mas acabaram votando pelo arquivamento.

Esse importantíssimo episódio político e parlamentar não pode ser esquecido, pois precisa servir de lição a todos os brasileiros. É um exemplo de que o debate sobre a internet e sua influência sobre a coletividade deve ser travado não somente mostrando os exemplos negativos, mas também os positivos. Pensem sobre isso.

Os “invisíveis” e a eleição de 2026: o peso decisivo de 54% que ainda vacilam

Gaza sitiada: fome, guerra e a cumplicidade do silêncio europeu

Trump se diverte torturando o STF com as ameaças da Lei Magnitsky

O homem que defende Trump no mundo intelectual dos EUA: 'Ele tem conseguido coisas incríveis' - BBC News Brasil

Uma coisa é certa: Donald Trump não é nada bobo

Carlos Newton

Ao contrário do que a imprensa anda especulando, reunir-se com o presidente brasileiro Lula da Silva não é nenhuma prioridade para Donald Trump. Na verdade, seu comportamento é imprevisível, nunca se sabe como ele se posicionará, porque faz questão de ser uma metamorfose ambulante mais surpreendente do que Raul Seixas.

O fato concreto é que Trump tem muitos assuntos importantes para tratar e que envolvem interesses diretos dos EUA e que ele, desde a campanha de eleitoral vem prometendo resolver, como as duas principais guerras em andamento, em meio aos mais de 110 conflitos armados de caráter interno (guerras civis), aos quais Trump não dá a mínima importância.

TARIFAÇO – A maioria dos 193 países da ONU só interessa a Trump comercialmente, e ele já tocou o assunto através do tarifaço. O mais incrível é que inicialmente o Brasil foi um dos países de menores tarifas, apenas 10%.

Mas Lula precisava ganhar votos antecipadamente, bancou o gostosão e resolveu enfrentar os EUA. O resultado foi patético – Trump, sem fazer comentários, simplesmente elevou a tarifa brasileira para 50% e Lula está dando fricotes até agora.

Preocupado com sua reeleição, o petista vestiu a camisa de um nacionalismo de miopia progressiva, era uma declaração atrás da outra, e Trump calado, sem comentar as fanfarronices de Lula, mas prosseguindo na suspensão de vistos e na aplicação da Lei Magnitsky, em resposta aos erros jurídicos de Moraes e sua troupe.

IDIOTICE TOTAL – O problema é que Moraes consegue ser mais idiota do que Lula e Bolsonaro, juntos e somados. Alucinadamente, o ministro do Supremo colocou o Brasil em péssima situação, ao determinar que as redes sociais estrangeiras cumprissem determinações monocráticas dele que inclusive desrespeitam as leis de nosso país, como o Marco Civil de Internet.

Juridicamente, isso é uma maluquice completa. Porém, Moraes ainda não estava satisfeito e passou a requerer também a extradição de brasileiros, mas as autoridades da Interpol e do governo Joe Biden simplesmente desconheciam essas “ordens”, por julgá-las ilegais pela Primeira Emenda que sustenta a democracia americana.

Essa crise não tem volta, porque as autoridades americanas  não aturam esse tipo de ofensa aos direitos humanos. E Trump pouco tem a ver com isso…

REUNIÃO COM LULA – O tempo passa, e a tal conversa com Lula vai ficando para as calendas, como se dizia antigamente. Lula não tem força política para passar a borracha nos erros do ministro Alexandre de Moraes e criou-se o impasse.

Mesmo que os dois presidentesse encontrem durante o encontro da FAO em Roma ou na outra reunião internacional em Kuala Lumpur, isso não significa que as sanções serão interrompidas ou haverá um acerto sobre tarifas.

Há muitas outras coisas a separar Trump e Lula que dependem de um passo atrás do político brasileiro, como a defesa de uma nova moeda internacional, mas Lula agora precisa ser um refinado socialista que defende o nacionalismo soberano, caso contrário não ganha a eleição. Enquanto isso, Trump se diverte torturando as autoridades brasileiras. Comprem pipocas.

Lições do fracasso golpista de Bolsonaro e do avanço de Trump

TCU gasta R$ 770 mil em reforma de apartamento de apenas um ministro

Anastasia tomou posse no TCU em fevereiro de 2022

Por Rayssa Motta
Fausto Macedo
Estadão

Em tempos de crise e corte de R$ 1,4 bilhão no orçamento – atingindo principalmente a Saúde – o Tribunal de Contas da União (TCU) fechou um contrato de R$ 770 mil para reformar o apartamento funcional ocupado pelo ministro Antonio Anastasia, em Brasília.

Ex-senador pelo PSDB, Anastasia tomou posse no TCU em fevereiro de 2022. O ministro ocupa um imóvel provisório, enquanto aguarda a conclusão da reforma. As obras começaram em junho e estão previstas para seguir até dezembro. A informação foi divulgada pelo portal Metrópoles e confirmada pelo Estadão.

“VANTAGENS INDENIZATÓRIAS” – Em junho, o ministro recebeu R$ 75,6 mil a título de “vantagens indenizatórias” – rubrica usada para ressarcimento por “despesas e prejuízos”. Em julho, o valor foi de R$ 59,9 mil. Em agosto e setembro, de R$ 16,9 mil. Os pagamentos não entram no cálculo do teto remuneratório.

Procurado, o TCU disse que a reforma “foi objeto de licitação” e que a proposta vencedora reduziu o valor global estimado para a obra em 17,2%. O tribunal afirmou também que não está custeando moradia para o ministro durante a renovação do apartamento funcional.

A remodelação será completa no apartamento reservado a Anastasia. Todas as instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias estão sendo trocadas, assim como pisos, revestimentos, esquadrias, louças, acabamentos de metal e armários. O sistema de aquecimento da água dos banheiros, que era de chuveiro elétrico, passará para boiler elétrico. E novos aparelhos de ar condicionado serão instalados.

REFORMA – O TCU fez um estudo técnico preliminar antes da contratação. Essa é uma etapa obrigatória para a assinatura de contratos por qualquer órgão público. O estudo aponta a necessidade de reforma do apartamento, “posto que será ocupado por autoridade”. “Sendo necessária a adaptação dos acabamentos à padronização do TCU, a modernização de sistemas e instalações e a adaptação do imóvel às necessidades dos futuros ocupantes”, diz um trecho do documento.

O TCU afirma que os pisos “estão muito desgastados e, em parte, manchados, gastos ou quebrados”. Os revestimentos estão sendo substituídos por peças de porcelanato, sob a justificativa de que o material é “superior ao existente, com durabilidade superior e tecnologia que garante resistência e modularidade adequadas ao imóvel”.

A Corte de Contas também considerou que as esquadrias de ferro precisavam ser trocadas porque não eram suficientes para o isolamento térmico e acústico do apartamento, “ocasionando incômodos”, “atritos e barulhos desagradáveis”.

VALOR ELEVADO – “Não obstante o valor mais elevado de janelas acústicas de alumínio, o custo-benefício da troca de sistema é muito significativo, dada a leveza, desempenho e versatilidade do conjunto. Esse tipo de sistema já vem sendo utilizado na maior parte dos edifícios novos que são construídos na cidade”, segue o relatório do TCU.

As bancadas de granito, “com sinais claros de desgaste por ação de produtos químicos e de trincas superficiais”, e as louças e metais “de modelos ultrapassados”, serão removidas e substituídas por materiais novos. Ao final da reforma, está prevista a impermeabilização e pintura do imóvel.

Inicialmente, o TCU previa gastar R$ 930 mil com a série de melhorias no apartamento, mas a proposta vencedora da MRC Engenharia e Construção reduziu o valor final do contrato. O custo total inclui gastos com mão de obra.

Acredite se quiser! Ancelotti diz que “não está obrigado” a vencer a Copa

Ancelotti announces first Brazilian national soccer team call-up | Agência  Brasil

Ancelotti menospreza a importância da Copa para o Brasil

Vicente Limongi Netto

Li, espantado, declarações infelizes do senhor Carlo Ancelotti, novo rei do futebol pentacampeão do mundo, ao jornal francês “L´Equipe”, assegurando que não entende como obrigação a conquista do hexa, na Copa de 2026.

Entenda o técnico Ancelotti, noviço no comando de uma seleção, que a conquista do hexa é questão de honra para o Brasil, para os atletas e para os torcedores. Acredito que os patrocinadores da seleção também desejam que o Brasil finalmente conquiste o hexa.

ACOMODAÇÃO – É feio para a seleção brasileira se acomodar no penta. Disputar Copa do Mundo sem maiores ambições é ridículo e patético. Alemanha e Itália também são tetracampeões do mundo e podem se igualar ao Brasil.

Passou da hora de os jogadores se encherem de brios para lutar, bravamente, pelo hexa. Francamente, senhor Ancelotti.  Lembro-lhe, ainda, que depois da Copa de 2026, em outubro, serão realizadas eleições majoritárias. Inclusive para Presidência da República.

Desembarcando sem o caneco do hexa, é bom que o senhor não retire a bagagem e vá direto para a Itália. Não precisa voltar.

MALES DA INTERNET – Lamentavelmente, na internet, a caixa de comentários é o paraíso dos recalcados, parasitas, cretinos e levianos. Insultam as pessoas escondidos com apelidos, pseudônimos ou fantasiados de estúpidos. São calhordas e venais que já ganham também o precioso espaço das cartas dos leitores dos jornais. É assustador, dramático e revoltante.

A internet criou um novo tipo de besta humana, vermes travestidos de machões na frente dos teclados do computador. Claro que discordo e bastante de dezenas de analistas, mas tenho por norma de conduta, como veterano jornalista, assinar meu nome em tudo que escrevo, acrescentando Rg, endereço, fone, etc.

Infelizmente não há como controlar este oceano de patifes. Escondidos atrás e dentro de suas mediocridades, insultam e ofendem quem trabalha pelo interesse público.

ANTEVENDO FATOS – A boa coluna do Estadão( 28/09) registrou que uma pesquisa do Ipespe salienta que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é tóxico para quem quer disputar a Presidência da República, em 2026. P

ara 57% dos brasileiros, segundo a pesquisa, Trump prejudica candidatos no Brasil. Nessa linha, na minha coluna do dia primeiro de agosto, aqui na Tribuna da Internet, assegurei; “Donald Trump é o maior e o mais poderoso amigo do contra da família Bolsonaro”. Repito, minha afirmação e análise é do dia primeiro de agosto. Adiante, acentuei: “Trump avançou completamente o sinal do bom senso. Deu abissal tiro no pé”.

PGR se opõe a mandato virtual e mira ausências de Eduardo Bolsonaro

Governo usa vitória no IR para embalar pauta do fim da escala 6×1

A inócua ameaça de Eduardo Bolsonaro às eleições de 2026

A declaração do deputado repete um padrão: a política da ameaça

Marcelo Copelli
Revista Fórum

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) utilizou a rede social X (antigo Twitter) para lançar mais uma ameaça direta ao processo eleitoral brasileiro. Ao afirmar que “sem anistia, não haverá eleição em 2026”, ele condicionou a realização do pleito presidencial à aprovação de um projeto de lei que favorece seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Não se trata de mera retórica. É mais um episódio de coação política, inserido na estratégia recorrente da extrema direita de testar os limites institucionais e corroer a confiança no regime democrático.

IMPUNIDADE – A anistia em debate busca apagar crimes que atingiram o núcleo da ordem constitucional: invasões violentas de prédios dos Três Poderes e tentativas explícitas de subverter o Estado de Direito. Na prática, equivale a institucionalizar a impunidade, desautorizar o Judiciário e premiar quem atentou contra a soberania popular.

Jair Bolsonaro já foi declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral, e uma anistia ampla não reverteria automaticamente essa condição. O que se vê é um esforço desesperado de setores bolsonaristas para forçar uma reabilitação política fora das regras legais.

A declaração de Eduardo Bolsonaro repete um padrão: a política da ameaça. Quando não é a defesa da anistia, é a evocação de “crises institucionais”, a sugestão de intervenção militar ou a deslegitimação das urnas eletrônicas.

AUTORITARISMO – Esse expediente não é apenas tático: é uma engrenagem autoritária que se alimenta da fabricação constante de inimigos e complôs imaginários. Trata-se de uma prática herdada de regimes fascistas, cujo método era corroer a credibilidade das instituições, intimidar opositores e manter mobilizada uma base radicalizada pelo medo.

Assim como no autoritarismo do século XX, a extrema direita atual reduz a política a uma lógica de guerra permanente contra inimigos, em que a derrota eleitoral é tratada como fraude e as regras só valem quando favorecem o próprio grupo. É a lógica da ameaça constante, que substitui o debate democrático pela imposição pela força ou pela intimidação.

O efeito dessa retórica é corrosivo. Ao insinuar que eleições podem ser suspensas, ainda que juridicamente inviável, Eduardo Bolsonaro contribui para semear desconfiança, reforçar teorias conspiratórias e preparar terreno para novos surtos de violência política.

TRAIÇÃO – Quando um parlamentar ameaça eleições, trai o sentido do mandato recebido: representar o povo dentro das regras constitucionais. Ao agir assim, pratica um atentado simbólico contra o regime democrático e confirma que seu campo político não busca disputar poder em igualdade de condições, mas sim capturar ou destruir instituições que não controla.

A democracia brasileira, embora jovem e marcada por crises, resistiu a ofensivas mais duras porque suas instituições se mantiveram firmes e a sociedade se recusou a abrir mão de conquistas fundamentais.

O desafio agora é não normalizar declarações que flertam com o golpismo. Liberdade de expressão não é salvo-conduto para corroer pilares constitucionais. Por isso, essa intimidação deve ser enfrentada com firmeza institucional e vigilância cívica.

ELEIÇÕES LIVRES – Em 2026, o Brasil terá novamente a oportunidade de reafirmar seu compromisso com eleições livres, transparentes e regulares. Para isso, é preciso rejeitar projetos que legalizem a impunidade e denunciar discursos que tentam sequestrar a soberania do voto.

A democracia não pode ser refém de ultimatos. Ela se fortalece quando resiste — e derrota — aqueles que pretendem transformá-la em moeda de barganha.

Carluxo aciona a polícia contra o MTST e fala em ‘risco à integridade’

Republicano dos EUA pressiona Tesouro a endurecer sanções contra Moraes

Parlamentar é próximo de Eduardo Bolsonaro

Bela Megale
O Globo

O deputado republicano dos Estados Unidos Rich McCormick enviou uma carta ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos com questionamentos sobre o cumprimento das sanções impostas pela Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes. O documento, ao qual a coluna teve acesso, é datado de 1º de outubro e também é direcionado à Agência de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (OFAC).

O parlamentar, que tem relação com Eduardo Bolsonaro e outros nomes próximos ao ex-presidente, questionou, por exemplo: “Quais são as obrigações específicas que se aplicam a instituições financeiras, fundos e gestores de ativos dos EUA quando um ministro sancionado permanece ativo na Suprema Corte do Brasil?”. Entre as perguntas de McCormick está ainda se “o OFAC emitirá orientações para governos aliados, organismos multilaterais ou partes interessadas do setor privado para reforçar padrões globais de conformidade diante dessa situação extraordinária”.

INEDITISMO – Na introdução da carta, o republicano destaca o ineditismo de os EUA sancionarem um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil: “Nunca antes um ministro em exercício da mais alta corte de um país estrangeiro havia sido sancionado sob essas autoridades.”

O deputado repete os argumentos usados pela gestão Donald Trump para punir Moraes, acusando o ministro de “graves violações de direitos humanos reconhecidos internacionalmente, incluindo a supressão da liberdade de expressão e do devido processo legal”. McCormick alega que a “permanência de um indivíduo sancionado em uma posição de autoridade judicial cria riscos de conformidade para pessoas e instituições norte-americanas que operam em um dos maiores mercados emergentes para investimentos dos EUA”.

Com o documento, Eduardo Bolsonaro e seu aliado nos EUA, Paulo Figueiredo, buscam aumentar a pressão sobre os bancos brasileiros para que Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane — que também foi sancionada —, tenham todas as transações financeiras e contas bloqueadas, inclusive no Brasil.

ENTENDIMENTO – O decano do STF, Gilmar Mendes, afirmou nesta quinta-feira (2), em um evento em Lisboa, que o entendimento dos bancos brasileiros é que a Lei Magnitsky não teria efetividade sobre as instituições nas operações em solo nacional.

— Até aqui, os bancos têm interpretado que as sanções não são extensíveis ou aplicáveis. Esse é o entendimento — declarou Gilmar no 2º Fórum Futuro Tributação.

Ferreira Gullar e suas reflexões sobre a vida, na janela do apartamento

Buenos Aires, 1975 . . . . . #ferreiragullar #poemasujo #poetaPaulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, crítico de arte, teatrólogo, biógrafo, tradutor, memorialista, ensaísta e poeta maranhense José Ribamar Ferreira, mais conhecido como Ferreira Gullar, fez muitos poemas de reflexão sobre a vida. Um dos mais famosos é “A Vida Bate”. criado em 1966.

A VIDA BATE
Ferreira Gullar

Não se trata do poema e sim do homem
e sua vida
— a mentida, a ferida, a consentida
vida já ganha e já perdida e ganha
outra vez.
Não se trata do poema e sim da fome
de vida,
o sôfrego pulsar entre constelações
e embrulhos, entre engulhos.
Alguns viajam, vão
a Nova York, a Santiago
do Chile. Outros ficam
mesmo na Rua da Alfândega, detrás
de balcões e de guichês.
Todos te buscam, facho
de vida, escuro e claro,
que é mais que a água na grama
que o banho no mar, que o beijo
na boca, mais
que a paixão na cama.
Todos te buscam e só alguns te acham. Alguns
te acham e te perdem.
Outros te acham e não te reconhecem
e há os que se perdem por te achar,
ó desatino
ó verdade, ó fome
de vida!

O amor é difícil
mas pode luzir em qualquer ponto da cidade.
E estamos na cidade
sob as nuvens e entre as águas azuis.

A cidade. Vista do alto
ela é fabril e imaginária, se entrega inteira
como se estivesse pronta.
Vista do alto,
com seus bairros e ruas e avenidas, a cidade
é o refúgio do homem, pertence a todos e a ninguém.
Mas vista
de perto,
revela o seu túrbido presente, sua
carnadura de pânico: as
pessoas que vão e vêm
que entram e saem, que passam
sem rir, sem falar, entre apitos e gases. Ah, o escuro
sangue urbano
movido a juros.
São pessoas que passam sem falar
e estão cheias de vozes
e ruínas. És Antônio?
És Francisco? És Mariana?
Onde escondeste o verde
clarão dos dias? Onde
escondeste a vida
que em teu olhar se apaga mal se acende?
E passamos
carregados de flores sufocadas.
Mas, dentro, no coração,
eu sei,
a vida bate. Subterraneamente,
a vida bate.
Em Caracas, no Harlem, em Nova Delhi,
sob as penas da lei,
em teu pulso,
a vida bate.
E é essa clandestina esperança
misturada ao sal do mar
que me sustenta
esta tarde
debruçado à janela de meu quarto em Ipanema
na América Latina.

Lula e Trump podem se encontrar na cúpula da Asean em meio a tensão comercial

Governistas defendem uma ligação telefônica antes

Ricardo Abreu
G1

Diplomatas ouvidos pela TV Globo afirmam que há boas chances de o encontro entre presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acontecer durante a Asean, a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático, prevista para acontecer a partir do dia 26 de outubro, na Malásia.

O presidente Lula participará do encontro como convidado. Apesar de ainda não estar confirmado oficialmente, a expectativa é de que Donald Trump também participe da cúpula.

LIGAÇÃO – Alguns integrantes do governo brasileiro defendem que uma ligação poderia “amaciar o terreno para um encontro mais proveitoso com Trump”. O diálogo entre os dois presidentes vem sendo construído através de gestos e ações por parte das diplomacias de Brasil e Estados Unidos.

No mais recente deles, na última terça-feira, o vice-presidente Geraldo Alckmin conversou por um telefone com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick.

AVALIAÇÃO – Segundo fontes, Alckmin reforçou ao representante norte-americano que o Brasil está avaliando possíveis medidas de resposta ao “tarifaço” imposto pelos EUA, mas que a preferência do país é sempre pelo diálogo e negociação.

Na última segunda-feira (29), a Câmara de Comércio Exterior (Camex) também decidiu adiar por 30 dias a entrega do relatório que analisa a aplicação da chamada lei da reciprocidade contra os Estados Unidos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGEsse pessoal gosta de uma especulação. Trump soltou aquela conversa fiada na ONU, mas até agora, nada, e as sanções ainda não pararam. O último foi o ministro Benedito Gonçalves, do STJ, aquele que disse “missão dada, missão cumprida”, ao condenar Jair Bolsonaro e torná-lo inelegível. Não se sabe se o filho do ministro, que vive exibindo o enriquecimento ilícito, também perdeu o visto. (C.N.)