Eduardo cobra espaço e recursos no PL para ter chance de suceder o pai

Sidônio Palmeira diz que comunicação tem que chegar antes da mentira

O drama do nordestino, na visão de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

Maior acervo digital de Luiz Gonzaga ganha nova versão no aniversário de  109 anos do cantor - Brasil de Fato

Gonzaga cantava o drama do nordestino na seca

Paulo Peres
Poemas & Canções

O sanfoneiro, cantor e compositor pernambucano Luiz Gonzaga do Nascimento (1912-1989), o popular Rei do Baião, compôs em parceria com o advogado, compositor e poeta cearense Humberto Cavalcanti Teixeira (1915-1979) a toada “Asa Branca”, um dos maiores clássicos da MPB, cuja letra traz uma visão romântica, poética, mas realista do cenário do Nordeste brasileiro.

A seca, que por ser muito intensa, obriga o seu povo a migrar, assim como as aves também, a exemplo da asa branca, que é um tipo de um pombo (columba picazuno) que quando bate asa do sertão anuncia a seca. 

Essa música foi composta em 1947, a seca castigava o Sertão, fazendo aflorar o êxodo rural, conhecido também como retirantes ou flagelados. Luiz Gonzaga gravou a toada “Asa branca”, pela RCA Victor, foi um de seus maiores sucessos e uma das canções mais conhecidas e veneradas da música popular brasileira, regravada dezenas de vezes ao longo das décadas.

ASA BRANCA
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Por farta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Então eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe, muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão

Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão

Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu, meu coração

Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu meu coração

Desigualdade no número de deputados na Câmara é problema sempre adiado

A decisão de Fux se deu baseada no âmbito de ação judicial

Bruna Rocha
Estadão

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu ao pedido do presidente do Congresso e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil–AP), e determinou que a distribuição de vagas na Câmara dos Deputados não seja alterada para as eleições de 2026.

O pedido foi feito após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetar o projeto aprovado pelo Legislativo que criava novas cadeiras na Câmara, com o objetivo de evitar a perda de representantes por parte de alguns Estados.

A decisão de Fux se deu baseada no âmbito de ação judicial que determinou que o Congresso deveria definir, até 30 de junho, uma nova distribuição das 513 cadeiras da Câmara com base na população de cada Estado. “Defiro o pedido cautelar para sustar a aplicação dos efeitos da decisão de mérito proferida nesta ADO às eleições legislativas federais de 2026, até que seja concluído o devido processo legislativo, cujo resultado poderá ser aplicado, com segurança e clareza, a partir das eleições legislativas de 2030”, disse Fux.

JUSTIFICATIVA – O argumento da solicitação realizada ao STF é que segundo o Censo de 2022 do IBGE, sete Estados perderam população e, por isso, correm o risco de perder cadeiras na redistribuição. Para evitar que Estados perdessem representantes, a Câmara e o Senado aprovaram um projeto que criava 18 novas cadeiras na Câmara dos Deputados, elevando o total de 513 para 531. As novas vagas seriam distribuídas entre nove Estados, preservando a atual representação de todos os entes federativos.

No entanto, o governo Lula vetou a proposta, sob a justificativa de que ela geraria aumento de despesas públicas. O veto foi uma derrota para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), principal articulador do projeto.

O ministro Fux, ao acolher o pedido de Alcolumbre, ressaltou o princípio constitucional da anualidade eleitoral e suspendeu a decisão anterior do STF que exigia ação imediata do Congresso. Ele determinou que a nova lei só poderá valer a partir das eleições de 2030 e convocou uma sessão virtual extraordinária do Plenário para confirmar a medida cautelar.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGA culpa é do Congresso e da Constituinte. Por demagogia, jamais foi realmente enfrentado o problema do número de deputados, uma distorção que beneficia os Estados de menor população. Hoje, quem manda no país são as bancadas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Juntas, com mais deputados do que o Sudeste e o Sul, aprovam o que bem entendem, porque dispõe de maioria absoluta (metade mais um). No Senado, a distorção é ainda maior. Mas quem se interessa? (C.N.)

Após PEC da Bandidagem, Congresso decide aumentar o ‘Fundão’

Fundão Eleitoral | quem são os 23 parlamentares que votaram para aumentar o gasto | Planeta Folha

Charge do Casso (Arquivo Google)

Iander Porcella
Estadão

Lideranças do Congresso querem aprovar um aumento do “Fundão Eleitoral” para 2026 mesmo após o desgaste sofrido com a tentativa de emplacar a PEC da Blindagem.

A ampliação dos recursos para as campanhas eleitorais no ano que vem tem sido discutida no âmbito da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), relatada pelo deputado Gervásio Maia (PSB-PB). O projeto tramita na Comissão Mista de Orçamento (CMO) e pode ser votado nos próximos dias.

R$ 4,9 BILHÕES – Nas eleições municipais de 2024, o fundo eleitoral foi de R$ 4,9 bilhões, mesmo valor de 2022. O Legislativo tinha a intenção de turbinar a verba do ano passado pelo menos com a correção da inflação, mas teve de recuar após pressão popular. Mesmo com esse revés, o Centrão vai fazer agora uma nova tentativa

A articulação pelo “Fundão” maior tem irritado deputados do baixo clero que não querem colocar a digital em mais um tema impopular. Esses parlamentares resistem a embarcar na jogada porque se sentiram enganados pelas cúpulas partidárias ao votarem a favor da PEC da Blindagem para depois a proposta ser enterrada no Senado.

Deputados preveem novas manifestações de rua contra o “fundão”, como as realizadas no fim de semana passado contra a PEC da Blindagem nas principais cidades do País. O temor é que essa mobilização social acabe impactando votos nas eleições de 2026.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O Congresso não tem o menor comprometimento com o interesse público nem com a opinião pública. Mas se interessa muito  pelos bilhões do Fundão Eleitoral, que está previsto para R$ 1,13 bilhão e deve subir para os R$ 4,9 bilhões, vejam que país rico é outra coisa (C.N.)

Na disputa de 2026, Lula tem vantagem inicial, mas muitos desafios à frente

Promotor que recusa penduricalhos é considerado “inimigo” pela classe

Por que os penduricalhos do Judiciário não estão sendo, e nunca são, debatidos?” | ASMETRO-SI

Charge reproduzida do Arquivo Google

Luiz Vassallo e Ramiro Brites
Metrópoles

Mensagens de um grupo de WhatsApp formado por mais de 500 promotores e procuradores da ativa e aposentados do Ministério Público de São Paulo (MPSP) expõem a briga pelo pagamento de penduricalhos, a ciumeira com carros de luxo de desembargadores e a ira contra um colega que foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o pagamento de um benefício que turbinou os contracheques da carreira.

Nos diálogos obtidos pelo Metrópoles, membros do MPSP reclamam de estar em uma “classe social inferior” à dos magistrados e dizem que os penduricalhos — valores pagos além do salário como verbas indenizatórias — são uma “defesa contra o arrocho salarial”. “Eu só quero pagar minhas contas”, escreveu um deles.

EQUIPARAÇÃO JÁ – O grupo no WhatsApp leva o nome “Equiparação Já” e fomenta duas reivindicações centrais de promotores e procuradores. A primeira é equiparar seus vencimentos aos dos magistrados do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o que consideram uma disparidade inconstitucional. A segunda está relacionada à equiparação entre os pagamentos a membros da ativa e os aposentados do MPSP.

Entre os integrantes do grupo há membro do Ministério Público paulista que recebeu R$ 67 mil líquidos somente em agosto deste ano e mais de R$ 100 mil em dezembro de 2024, de gratificação natalina e verbas indenizatórias.

Entre os membros do MPSP mais atuantes no grupo da “equiparação” salarial está o procurador Marcio Sergio Christino. No sábado (20/9), por exemplo, ele perguntou de forma irônica aos outros membros se eles já haviam passeado de Porsche naquele dia. Depois, reclamou do “desnível financeiro e social” dos representantes do Ministério Público em relação à magistratura.

VOU DE PORSCHE – “Você já passeou de Porsche hj? Parece que ficamos acostumados com o desnível financeiro e social que nos colocamos em relação à magis”, escreveu Christino, referindo-se à magistratura.

“Desembargador amigo está uma foto dele andando de Porsche pela Rodovia dos Bandeirantes com o teto solar aberto. Isto me lembrou do almoço onde eles (desembargadores) discutiam justamente isso. E lembravam que os três comensais haviam comprado o mesmo carro”, completou ele.

No dia seguinte, o procurador voltou ao grupo, lamentou a proximidade financeira dos membros do MPSP, que são os promotores e procuradores, com “funcionários” do órgão, como os analistas. E relembrou o caso dos Porsches.

AS DIFERENÇAS – “Vocês sabiam que percentualmente a diferença entre nós e os desembargadores é maior que a diferença entre nós e os analistas? Ou seja, estamos mais perto de sermos vistos financeiramente como funcionários do que como iguais”, disse.

“Isto confirma o que eu havia dito antes: agora estamos em uma classe social inferior. E isto não é eventual, é estrutural. Bom domingo, com ou sem Porsche”, acrescentou.

A conversa sobre os carros de luxo continuaram durante a semana e receberam o apoio de outra procuradora, Valéria Maiolini, que fez o relato de um juiz que acabava de comprar seu terceiro carro de colecionador, acumulando R$ 1 milhão em veículos caros, enquanto os membros do MPSP brigavam “para receber o mínimo”.

TERCEIRO CARRO – “Inacreditável o que estamos vivendo! Um conhecido meu juiz acabou de comprar o terceiro carro de colecionador! Mais de 1 milhão só em carros de colecionadores para ficar na garagem e sair só final de semana!”, exclamou a procuradora, que foi procurada por telefone e WhatsApp, mas não respondeu à reportagem.

Outro membro do MPSP chamado Leonardo — ele não quis se identificar ao ser contatado com a reportagem — disse que precisava dos auxílios e benefícios pagos além do salário para “pagar as contas”. “Eu nem quero um Porsche. Eu só quero pagar minhas contas”, pontuou.

O procurador Márcio Christino respondeu lembrando da mensagem que enviou sobre os Porsches e completou com outro comentário, dizendo que o vencimento dos membros do MPSP estava se equiparando ao salário pago no “magistério”. Em seguida, ele faz um trocadilho ao apelido “magis” dado à carreira dos “magistrados” para se referir aos professores.

“MAGISTÉRIO” – “E pior, não há mudança de perspectiva à vista, estamos nos tornando igual a Magis… Magistério”, respondeu o procurador.

Procurado pela reportagem, Márcio Christino disse, inicialmente, que não lembrava das mensagens e acusou suposta adulteração das conversas. Depois, disse se tratar de consequências de uma “disputa eleitoral”, já que ele é candidato ao Conselho Superior do Ministério Público, que terá eleições em dezembro (veja abaixo o posicionamento dele).

Um dos administradores do grupo, o procurador Luiz Faggioni disse que dirige um carro popular. O comentário seria uma ironia com os desembargadores e não expressaria o desejo dele de andar de Porsche.

DINHEIRO ATRASADO – “A gente tem um monte de dinheiro atrasado que a gente nunca recebeu. E é uma gozação porque a magistratura está recebendo”, explicou Faggioni ao Metrópoles. “A gente tem um salário que para a sociedade brasileira é excelente, mas a gente estava brincando com essa disparidade entre duas carreiras que teoricamente, pela Constituição, têm que ganhar o mesmo valor”, acrescentou.

Tanto Christino quanto Faggioni receberam mais de R$ 100 mil em dezembro e, nos últimos nove meses, tiveram média salarial de mais de R$ 70 mil.

Um membro do MPSP que acionou o STF recentemente contra um auxílio recebido pelos promotores foi alvo de xingamentos de outros integrantes do grupo.

RIDICULARIZADO – O alvo é aposentado e, segundo membros do Ministério Público que aparecem na conversa, não faz parte do grupo de WhatsApp. Nas mensagens, ele é chamado pelos colegas de “idealista”, “mesquinho”, “ingênuo”, entre outros adjetivos.

“Uma burrice, sem tamanho. Uma ação pequena, de uma pessoa mesquinha, com visão estreita”, escreveu Leonardo sobre a ação do colega.

Ele foi respondido por Valéria, que alega que São Paulo é o único estado prejudicado com a ação movida contra o penduricalho.

“Síndrome de vira lata mesmo! Querer nivelar por baixo quando todos já receberam suas verbas, menos SP, muito pouco pago, Piauí e RS! Só SP será prejudicado com auto!”, escreveu.

INIMIGO DA CLASSE – Marcio Christino também criticou a ação no grupo: “Tal ação é de antemão um insucesso, não servirá para nada, exceto nos expor”, argumentou. “Certo está o Leonardo, a luta é pelo orçamento que beneficiará a todos.”

Luiz Faggioni, o administrador do grupo, também entrou no coro e disse que o autor da ação era “inimigo da classe”. Valéria então voltou à discussão questionando se o colega havia aberto mão de outros privilégios.

“Alguém sabe dizer se o colega abriu mão do auxílio moradia quando foi pago: Porque quem não concordou abriu mão de receber! E ele?”, perguntou a procuradora. “Está militando para destruir direitos importantíssimos”, respondeu Faggioni.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Importantíssima matéria enviada por Duarte Bertolini. Mostra o que o dinheiro faz com a cabeça das pessoas que ocupam postos de destaque. Ministros, desembargadores, juízes, promotores, advogados da União, defensores públicos e procuradores  já se transformaram em cidadãos especiais, que não têm a menor preocupação nem solidariedade com relação ao sofrimento dos outros brasileiros que não passaram em concursos. (C.N.)

Novo presidente do Supremo, Fachin não merece a confiança dos brasileiros

Supremo Tribunal Federal

Fachin inventou uma “lei” em 2021 para Lula sair candidato

Carlos Newton

Indicado para ocupar o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, em 2015, pela cassada presidente Dilma Rousseff – depois de vencer uma sabatina de 12 horas, no Senado Federal – o ministro Edson Fachin, passados 10 anos, tomou posse como novo presidente da Suprema Corte, prometendo discrição, contenção, austeridade e, se necessário, despolitizar o Poder Judiciário.

Espera-se, como assinalado pelo Estadão, que sejam banidas as decisões monocráticas de repercussão nacional, assim como os discursos públicos sobre temas alheios à função judicante, e também a exótica participação de magistrados da alta Corte em eventos promovidos por empresários e entidades classistas da própria magistratura, em outros países, a pretexto de discutir temas nacionais.

CUMPRIR A LEI – Para tanto, faz-se necessário que o STF reconquiste a confiança da população, cumprindo e fazendo cumprir a Lei da Magistratura, que não admite que se confunda Justiça com política e, muito menos, jurisdição com militância. Nada de “perdeu, Mané”.

Sem ignorar o reconhecido saber jurídico do ministro Fachin, sua ilibada reputação, a Imprensa não deixou passar em branco sua atuação como magistrado que enterrou de vez a maior operação de combate à corrupção já vista em qualquer país e que, com o passar de alguns anos, reabilitou para a vida política o ex-presidente e atual presidente Lula da Silva, antes alvejado e condenado como beneficiário de atos nada republicanos.

Tudo isso, em decorrência da tese nada pacificada que o ministro Fachin inventou, ao proclamar que a 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba não seria “absolutamente competente” para julgar essas comprovadas ilicitudes, agora, tornadas sem efeito pelo também ministro Dias Toffoli, aquele que foi reprovado em dois concursos para juiz no Estado de São Paulo, está no Supremo há 16 e nada aprendeu.

CURRÍCULOS FALSOS – Nos portais oficiais e blogs privados há informações detalhando os robustos e extensos currículos de todos os membros do STF e de outros tribunais, alguns com pós-graduação, mestrado e doutorado no exterior, obtidos por correspondência, ao mesmo tempo que exerciam cargos públicos no Brasil, pois ninguém pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.

De qualquer forma, pela oportunidade, até no currículo do ministro Fachinhá imprecisão ou equívoco, como se transcreve da Wikipédia:

O questionável currículo diz que Fachin obteve os títulos de mestre e doutor pela Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), defendendo, em 1986 e 1991, respectivamente, a dissertação “Negócio jurídico e ato jurídico em sentido estrito: diferenças e semelhanças sob uma tipificação exemplificativa no Direito Civil brasileiro” e a tese “Paternidade presumida: do Código Civil brasileiro à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal”.

DATAS ERRADAS – A pergunta que não quer calar: as datas constantes na Wikipédia sobre o currículo do então advogado Edson Fachin não estariam erradas?

Entre 1980 e 1990, os programas de mestrado e doutorado na PUC-SP, como em outras universidades brasileiras, eram oferecidos exclusivamente da forma presencial, com aulas, seminários e orientações que exigiam a presença do aluno na universidade.

Naquele período, ele residia e trabalhava em Curitiba. Assim, como compatibilizou suas funções nos órgãos públicos acima citados com a concomitante e obrigatória frequência às aulas do mestrado e doutorado na PUC de São Paulo, condição “sine qua non” para a obtenção dos créditos indispensáveis à apresentação de dissertação de mestrado e da defesa de tese para o doutorado?

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P.S.
Fachin é tão importante que precisa passar a ser citado nos livros de Direito. No capítulo sobre “Competência Territorial”, vai estar escrito que, nas legislações dos outros 192 países que integram a ONU, não existe “Incompetência Territorial Absoluta”. Motivo: essa possibilidade foi criada por Fachin em 2021 para cancelar as condenações de Lula em sentenças e acórdãos emitidos por dez magistrados em três instâncias, sempre com unanimidade nos colegiados. Com isso, Lula escapou criminosamente da Lei da Ficha Limpa e teve condições de sair candidato. Mais recentemente, Moraes entrou na mesma toada. Passou a inventar leis brasileiras a serem cumpridas nos Estados Unidos, mas o governo de Joe Biden disse não e negou todas extradições. Agora, o governo Trump está apenas completando o serviço de desmoralizar Moraes. Ah, Supremo! Saudades de Adaucto Lúcio Cardoso, aquele que despiu a toga e abandonou o plenário quando foi aprovada a criminosa Lei de Imprensa do regime militar.
(C.N.)

Anistia a Bolsonaro seria um desastre e ameaça pedagógica à democracia

Pacotão de segurança se torna uma resposta política da Câmara

Lula vira o jogo: centrão desacelera migração para Tarcísio e reabre canais com o Planalto

Lula acumulou uma coleção de situações políticas positivas

Catia Seabra
Victoria Azevedo
Folha

O novo momento pelo qual passa o presidente Lula (PT) abriu uma oportunidade para ampliação de alianças regionais do governo ao centro, na opinião de seus aliados. Antes decididos a desembarcar da base governista para aderir a uma candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), integrantes do centrão agora admitem desacelerar o movimento, à espera de novos lances da política nacional.

Pesa para essa reavaliação a incerteza sobre a disposição de Tarcísio para um confronto com o presidente no ano que vem, além dos rachas internos que marcam a direita sobre quem apresentar como candidato adversário do petista em 2026, diante da inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL).

SITUAÇÕES POSITIVAS – Como mostrou a Folha, a gestão Lula acumulou nos últimos três meses uma rara coleção de situações políticas positivas, que culminou com uma manifestação de simpatia do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após semanas de críticas ao governo brasileiro e a aplicação de sanções econômicas ao país e a autoridades brasileiras.

Na terça-feira (23), os dois líderes se cumprimentaram e falaram brevemente entre o discurso de Lula na Assembleia-Geral das Nações Unidas e o do americano. Em sua fala, Trump disse que houve uma “excelente química” com o petista. “Eu só faço negócios com pessoas de quem eu gosto”, afirmou. “E eu gostei dele, e ele de mim. Por pelo menos 39 segundos nós tivemos uma química excelente, isso é um bom sinal.”

O gesto abalou os bolsonaristas que ainda contam com as ameaças de Trump como trunfo para reversão da condenação de Bolsonaro pelo STF (Supremo Tribunal Federal). No Palácio do Planalto, a estratégia é aproveitar a onda para negociar alianças nos estados na tentativa de deter o avanço de coligações entre os partidos de centro ou, se não for possível, costurar apoios regionais para a montagem de palanques.

MUDANÇA DE ARES – Dois políticos influentes do centrão reconhecem que há uma mudança de ares, mas ponderam que isso é a fotografia do momento —eles dizem que até as eleições muitas coisas podem acontecer.

Um deles lembra que há dois meses Lula estava fraco politicamente. Agora, a projeção para 2026 é outra, com o petista despontando como favorito, mas não está descartada uma nova reviravolta.

Um integrante da cúpula da Câmara diz que o governo está aproveitando “os bons ventos” do noticiário das últimas semanas. Ele lembra, no entanto, que ainda há um cenário desfavorável ao Executivo no Congresso, num momento em que são discutidas matérias de interesse da gestão federal. E que problemas que o governo enfrentava há alguns meses, como a busca de alternativas à alta do IOF (Imposto Sobre Circulação) para elevar a arrecadação, voltarão ao debate até o fim do ano.

REAVALIAÇÃO – Nos últimos dias, até mesmo nomes do PP e do União Brasil que vinham incentivando o desembarque da gestão petista passaram a reavaliar o momento. A articulação de um encontro entre Lula e o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, seria uma amostra dessa nova fase que o governo atravessa. Como a Folha mostrou, políticos procuraram o dirigente partidário e o Palácio do Planalto numa tentativa de distensionar o clima.

Estariam atuando nesse movimento nomes como os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e do PT, Edinho Silva. A expectativa, segundo pessoas a par das conversas, é que uma reunião entre os dois aconteça nos próximos dias.

Um integrante da cúpula do União Brasil diz que há disposição para o diálogo. Ele reconhece que uma ruptura total da sigla com o Executivo não é vantajosa para nenhum lado. Nesse cenário, não está descartada a possibilidade de recuar da decisão de proibir filiados de permanecerem no governo.

APOSTA – Outro líder do grupo, por sua vez, nega mudança expressiva na estratégia e diz apostar que a direita vai se unir para lançar uma candidatura competitiva contra Lula. Na avaliação de interlocutores do presidente, o governo saiu da defensiva na relação com o Congresso, especialmente depois da derrota da PEC (proposta de emenda à Constituição) da Blindagem.

O texto previa que processos contra parlamentares só poderiam ser abertos no STF após autorização de deputados e senadores e sua aprovação provocou manifestações no domingo (21). O Senado rejeitou a proposta por unanimidade, o que causou estresse na relação entre deputados e senadores.

Acuados, parlamentares tiveram que reavaliar o cronograma, admitindo priorizar pautas de interesse do governo, como o projeto que isenta de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5.000. Além disso, sob reserva, dirigentes partidários reconhecem na Polícia Federal um poder de investigação sobre a atuação parlamentar e o destino de suas emendas ao Orçamento. Nem todos estariam dispostos a enfrentar a máquina governista.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGEste tipo de reportagem, preparado com informações do próprio Palácio do Planalto, traz uma visão inteiramente equivocada da situação. Lula da Silva não vive no país das maravilhas e Tarcísio de Freitas está só aguardando que a família Bolsonaro jogue a toalha, para então entrar em campo. Os filhos de Bolsonaro são autocarburantes e pegam fogo sozinhos, não é preciso nem mesmo acender o fósforo. (C.N.)

Fundo Eleitoral de R$ 4,9 bilhões é a gatunagem política em ação

Nani Humor: FUNDO ELEITORAL

Charge do Nani (nanihumor)

Vicente Limongi Netto

Nova gatunagem política. O Fundo Eleitoral é “imoral e pornográfico” na opinião do senador alagoano Renan Calheiros, do MDB, quatro vezes presidente do Senado e do Congresso. É a politicagem imunda em ação.

Com pele de cordeiro, tentando mudar a casa cretina dos políticos em geral, aprovaram a isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 ml reais. Como se estivessem fazendo favor ao povo.

4,9 BILHÕES – Em seguida, já com pele de lobo, aprovaram o Fundo Eleitoral de 4,9 bilhões de reais, para as eleições de 2026. Afronta que agride o bom senso e o povo trabalhador. Que se esfola diariamente para tentar sobreviver. 

Por sua vez, na linha da decência e firmeza, o sereno e discreto ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e corregedor nacional de justiça, Mauro Luiz Campbell Marques, defende a extinção da aposentadoria compulsória remunerada de juízes desonestos envolvidos em crimes dos mais variados e infames tipos.

APOSENTAR É PREMIAR – Age bem o ministro. Palmas para ele. Para o rigoroso magistrado Campbell, do Amazonas de Bernardo Cabral, Omar Aziz, Gilberto Mestrinho, Eduardo Braga, Milton Hauton, Eunice Michiles, Rui Machado, Robério Braga, Luis Bacelar, Amazonino Mendes, José Lindoso, Carlos Aguiar, Alberto Chã, Pedrinho Aguiar, Julio Ventilari, Mazé Mourão, Baby Castro e Costa, Rodolfo Abrahim, Flávia Grosso, Átila Lins,  Manoel Alexandre, Cláudio Santoro, Djalma Batista, Jeferson Peres,  Jorge Vasques, Alvaro Maia, Arthur Virgilho, pai e filho, Plinio Valério e Roberto Tadros.

O que deveria servir de severa e exemplar punição para este vasto elenco de bandidos passa a ser e soar como um prêmio. A atitude de Mauro Campbell é corajosa e digna de verdadeiro patriota. Já deveria ter sido tomada a muito tempo. É preciso afastar da sociedade a canalha de patifes. 

ANISTIA – Aplaudo o excelente artigo do jornalista Aristóteles Drummond (Correio da Manhã- 01/10) ponderando que não se pode esquecer do ex-presidente Collor de Mello numa eventual anistia. Para Aristóteles, o Brasil tem uma dívida de gratidão com Collor.

“Pode ter errado, mas o saldo de benefícios que deixou ao país parece ser muito positivo em termos de serviços prestados ao Brasil”, destaca o jornalista. 

Leis do governo Collor continuam em vigor, como o Código de Defesa do Consumidor e o Estatuto da Criança e do Adolescente.

PL busca manobra legislativa para proteger Eduardo Bolsonaro

Bolsonarismo pressiona por emenda que favorece Eduardo

Carolina Linhares
Raphael Di Cunto
Folha

O PL, partido de Eduardo Bolsonaro (SP), está pedindo para deputados apoiarem uma emenda que tem como objetivo livrar o filho de Jair Bolsonaro (PL) da acusação de tentar interferir nos processos a que o ex-presidente responde no STF (Supremo Tribunal Federal).

São necessárias 103 assinaturas para que a emenda proposta pelo deputado Capitão Alden (PL-BA) seja apresentada em um dos projetos do pacote de segurança pública que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), levou ao plenário na última terça-feira (30).

APOIO – Segundo Alden, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), assinou a emenda, o que já contabiliza o apoio de toda a bancada (88 deputados). “Estamos buscando apoio de outros partidos, creio que vamos conseguir [alcançar 103 assinaturas]”, disse à Folha.

O deputado, no entanto, nega que a emenda busque favorecer somente o filho de Bolsonaro. “Não é só o Eduardo, mas todos que estão defendendo a Lei Magnitsky e defendendo sanções estão sendo enquadrados como violadores da pátria”, afirma.

DENÚNCIA –  Na semana passada, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou Eduardo e o blogueiro Paulo Figueiredo ao STF sob acusação de articularem, junto ao governo dos EUA, pressões para livrar Bolsonaro do julgamento da trama golpista. O ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar o plano para ficar no poder após as eleições de 2022.

Um dos projetos em análise na Câmara é justamente o que cria o tipo penal obstrução de Justiça, apresentado pela deputada Delegada Ione (Avante-MG). Segundo o Capitão Alden, o governo Lula (PT) está aproveitando essa legislação para enquadrar os bolsonaristas.

“MANIFESTAÇÃO CRÍTICA” – A emenda patrocinada pelo PL prevê, em um texto que beneficiaria Eduardo e Figueiredo, que “não constitui crime de obstrução de Justiça a manifestação crítica, a atividade jornalística, a atuação parlamentar ou qualquer outra forma legítima de exercício da liberdade de expressão”.

“O STF tem usado essa argumentação de obstrução de Justiça para pegar os bolsonaristas e qualquer pessoa que tenha pedido apoio e ajuda internacional, de organismos ou mesmo da imprensa internacional”, diz Alben.

O deputado afirma ainda que a esquerda também buscou organizações internacionais e de defesa de direitos humanos no exterior para denunciar a prisão de Lula e o impeachment de Dilma Rousseff (PT), mas que só agora esse tipo de atuação estaria proibido.

SEGURANÇA PÚBLICA – Como mostrou a coluna Mônica Bergamo, com o projeto de anistia estacionado na Câmara e as críticas com a PEC da Blindagem, Motta buscou emplacar, nesta semana, uma série de projetos na área da segurança pública, tema de apelo na população. Nesta terça, requerimentos de tramitação de urgência de oito propostas dessa área foram aprovados, mas o plenário ainda precisa deliberar sobre o mérito de cada uma delas.

Em seu projeto, Delegada Ione argumenta que o crime de obstrução de Justiça está previsto somente na Lei do Crime Organizado, e não no Código Penal, que tipifica apenas a coação, que por sua vez exige a existência de violência ou grave ameaça.

“Diante disso, várias formas de obstrução de Justiça ficam impunes diante da ausência de tipo penal específico”, afirma a deputada, que propõe criminalizar quem “impede, embaraça ou pratica qualquer ato que prejudique a investigação policial ou o processo criminal”.

ARTICULAÇÕES –  Eduardo viajou para os EUA em março, de onde comanda campanha para que o presidente americano, Donald Trump, determine punições a autoridades brasileiras, inclusive ministros do STF, além de ter articulado o tarifaço contra produtos brasileiros, visando livrar o pai da prisão.

Nesta semana, o STF publicou o edital de notificação informando que o deputado deveria apresentar sua defesa prévia à denúncia da PGR. Ele terá 15 dias para se manifestar nos autos do processo. A comunicação foi feita por meio do Diário da Justiça eletrônico.

A notificação sobre a denúncia tem de ser feita pessoalmente aos acusados, como determina a legislação brasileira. A comunicação pode ser feita por edital nos casos em que o endereço do denunciado é desconhecido ou inacessível após esgotadas todas as tentativas de contato pessoal. No caso de Eduardo Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes disse que o deputado tem criado dificuldades para ser notificado pela Justiça brasileira sobre a denúncia da PGR.

Barroso insiste: documentos provam plano para matar autoridades

Barroso afirma que documentos comprovam plano

Deu na CNN

Luis Roberto Barroso revelou a existência de provas documentais que confirmam um plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que tinha como objetivo o assassinato de autoridades, incluindo o presidente eleito, o vice-presidente e um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Durante entrevista à CNN, Barroso destacou que o plano foi encontrado em formato digital e impresso, tendo sido levado para debate por uma pessoa que frequentava o gabinete presidencial. Além disso, foram identificadas ordens para alterar relatórios das Forças Armadas com o intuito de criar um ambiente de desconfiança no processo eleitoral.

MONITORAMENTO – O ministro detalhou uma série de ações que corroboram a tentativa de criar um ambiente propício a um golpe de Estado, incluindo o monitoramento de autoridades e o incentivo a manifestações que pediam intervenção militar em frente aos quartéis.

Barroso enfatizou a transparência do processo judicial, que contou com a presença de advogados renomados, imprensa nacional e internacional, além de amplo acompanhamento pela sociedade civil. Uma delação premiada também teria detalhado como ocorreu o chamamento de comandantes das Forças Armadas para participarem da tentativa de golpe.

O ministro ressaltou que as autoridades americanas foram convencidas por uma narrativa que não corresponde à realidade dos fatos. Em sua atuação, disse priorizar o diálogo e a busca pelo restabelecimento da verdade, evitando confrontos e agressões.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGDe peruquinha nova, que esconde a progressiva calvície e os cabelos brancos, Barroso não tem medo do ridículo. Agora, tenta levar a sério o plano de um general que tem um parafuso a menos e não convenceu ninguém… (C.N.)

Chanceler diz que comércio não será moeda de troca em diálogo com EUA

Guardando, sem chave e sem cofre, a bela poesia de Antonio Cícero

Antonio Cicero é eleito imortal da Academia Brasileira de Letras

Antonio Cicero, grande poeta carioca

Paulo Peres
Poemas & Cançõe

O filósofo, escritor, compositor e poeta carioca Antonio Cícero Correa de Lima afirma que escrever, publicar ou declamar um poema serve, apenas, para acondicionar o que se deseja guardar.

GUARDAR
Antonio Cícero

Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso melhor se guarda o vôo de um pássaro
Do que um pássaro sem vôos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.

Tagliaferro vai para casa, na Itália, e se manifesta: “Não fui preso”

Tagliaferro manda o seu mais contundente recado para Moraes

Moraes faz o possível e o impossível para calar Tagliaferro

Manoela Alcântara
Metrópoles

Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, informou em vídeo nesta quarta-feira (1º/10) que já está em casa, na Itália. “

Foi só um procedimento de informação. Não fui preso”, disse ele em vídeo publicado em uma rede social. Tagliaferro, com pedido de extradição em aberto, foi conduzido a uma delegacia pela polícia italiana mais cedo nesta quarta.

MEDIDA CAUTELAR – O advogado de defesa, Eduardo Kuntz, havia informado que Tagliaferro seria levado à delegacia para que a polícia o notificasse formalmente de uma medida cautelar que o impede de deixar a cidade onde está, na Itália.

“Foi só um procedimento de informação. Não fui preso, tô em casa, de boa e vamos continuar lutando contra esse criminoso chamado Alexandre de Moraes”, disse Tagliaferro.

Em nota, a defesa de Tagliaferro disse que ele “foi surpreendido ao ser procurado pela polícia italiana, em sua residência, para tomar ciência da existência de um processo de extradição”.

EXPEDIENTES ILEGAIS – “O senhor Tagliaferro, voluntariamente, entregou todos os seus documentos, comprometeu-se a não sair da cidade em que está residindo e agora está seguro e, no momento processual oportuno, demonstrará que esses expedientes são arbitrários, impertinentes e, por consequência, absolutamente ilegais”, segue o texto.

“Por fim, registramos que adotaremos as medidas jurídicas cabíveis, no Brasil e na Itália, para esclarecer os fatos com total respeito pelas Cortes e confiança na Justiça”, conclui a nota da defesa.

Tagliaferro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Tagliaferro deveria ser considerado um herói nacional. Correndo altos riscos, ele teria vazado para a Folha de S. Paulo as comprometedoras mensagens trocadas entre servidores de Moraes no STF e no TSE, comprovando procedimentos criminosos do ministro e sua equipe. (C.N.)

Defesa de Bolsonaro pede a Moraes liberação de contatos telefônicos com advogados

Metanol: o veneno que revela a falência do Estado brasileiro

A adulteração de bebidas é um atentado contra a sociedade

Pedro do Coutto

O Brasil atravessa mais um momento de perplexidade. A sucessão de denúncias de corrupção ganhou contornos ainda mais dramáticos com a descoberta de bebidas adulteradas com metanol, um álcool industrial extremamente tóxico, capaz de causar cegueira irreversível e morte.

Em São Paulo já há registros confirmados de cinco óbitos, enquanto no Nordeste surgem novas suspeitas de envenenamento. Autoridades sanitárias, Polícia Federal, Ministério da Saúde e Procons correm contra o tempo para interditar lotes, identificar a origem das falsificações e evitar que o veneno continue circulando.

FISCALIZAÇÃO – O metanol, usado para turbinar o lucro de falsificadores, revela mais do que a irresponsabilidade criminosa de alguns: expõe um sistema falho de fiscalização, permissivo à adulteração e à conivência de intermediários. Não se trata de acidente isolado, mas de sintoma de um ambiente de descaso, em que a vida do consumidor vale menos do que o ganho ilícito de organizações criminosas.

Esse drama sanitário, que deveria mobilizar todas as energias do Estado, contrasta de forma chocante com as prioridades políticas em Brasília. Em meio às mortes e à insegurança dos consumidores, o Congresso aprovou um Fundo Eleitoral de R$ 4,9 bilhões para 2026, valor quase três vezes superior ao da última eleição.

O contraste não poderia ser mais evidente: falta de recursos para ampliar a vigilância sanitária, para equipar laboratórios, para treinar agentes, mas sobra dinheiro para financiar campanhas políticas em um sistema que já garante propaganda gratuita e dedução de despesas eleitorais no imposto de renda. É a demonstração crua de como a política brasileira insiste em se distanciar das urgências reais da população.

CORRUPÇÃO – O veneno do metanol não está apenas nas garrafas falsificadas; ele simboliza o veneno mais profundo da corrupção, que corrói instituições, fragiliza a confiança pública e coloca em risco até o direito mais elementar, o da vida. Não é por acaso que a indignação cresce: a cada denúncia, percebe-se que a corrupção deixou de ser exceção para se tornar regra, explorando brechas legais, alimentada pela impunidade e pela omissão. O Estado que falha em proteger seus cidadãos acaba se tornando cúmplice indireto das tragédias que deveriam ter sido evitadas.

É preciso agir de maneira firme. Investigações ampliadas em todos os estados, punição exemplar aos responsáveis, rastreabilidade obrigatória de bebidas, campanhas de esclarecimento à população e, sobretudo, transparência no uso dos recursos públicos.

O Brasil não pode normalizar o absurdo. A adulteração de bebidas com metanol não é apenas um crime de mercado, mas um atentado contra a sociedade. Se for tratada como mais um escândalo passageiro, a mensagem será devastadora.

Centrão dividido põe em xeque hegemonia de Lula no Nordeste