Lindbergh desafia Haddad e diz que manter meta do déficit zero é uma “burrice política”

Lindbergh Farias diz que déficit zero proposto por Haddad não só  inviabilizará o PAC como terá enorme custo para o governo e o PT.

Lindbergh está fazendo o serviço sujo para Lula e Gleisi

Vera Rosa
Estadão

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que a manutenção da meta de déficit zero na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi uma “burrice” porque, com isso, o governo contratou uma crise para março, quando apresentará o relatório bimestral de avaliação das receitas e despesas.

“Foi uma burrice política grande não ter alterado a meta de déficit zero agora em dezembro, na votação da LDO”, afirmou o deputado à Coluna. “Todo mundo sabe que essa meta não é factível. Agora, no final de março, vai ter contingenciamento e cortes grandes no orçamento. E para mudar essa meta, em abril, haverá um custo político enorme. Empurramos com a barriga e contratamos uma crise sem precedentes”.

PAC INVIABILIZADO – Lindbergh Farias diz que déficit zero proposto por Haddad não só inviabilizará o PAC como terá enorme custo para o governo e o PT.

Lindbergh fez as afirmações ao mostrar contrariedade com a entrevista de Haddad ao jornal O Globo, na qual ele criticou a última resolução política do PT. O documento do partido, antecipado pelo Estadão, chama a meta de déficit zero para 2024 de “austericídio fiscal”.

“Não dá para celebrar Bolsa, juros, câmbio, emprego, risco-país, PIB que passou o Canadá, essas coisas todas, e, simultaneamente, ter a resolução que fala “está tudo errado, tem que mudar tudo”, disse Haddad.

PÓS-REELEIÇÃO – Questionado, o ministro afirmou que o presidente Lula deve ser candidato à reeleição em 2006. Observou, no entanto, que, depois dessa data, a questão estará posta.

O assunto esquenta o debate político no PT porque, se Lula não disputar novo mandato, Haddad é um nome cotado para o Planalto. Mas há muitos outros no PT, inclusive o da presidente do partido, Gleisi Hoffmann. Caso o presidente concorra à reeleição, a briga será apenas arquivada, mas ressurgirá em 2030.

O problema é que, a partir de agora, o governo Lula só terá dois caminhos para tratar do resultado das contas públicas: ou mexer na meta fiscal ou fazer um contingenciamento de despesas neste ano de eleições municipais. “O déficit zero inviabiliza o PAC”, destacou Lindbergh, numa referência ao novo Programa de Aceleração do Crescimento, vitrine do governo Lula.

LULA CONCORDA – Em outubro, durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, o presidente disse que a meta fiscal não precisaria ser zero. Na ocasião, Lula admitiu que esse resultado “dificilmente” seria atingido, mesmo porque ele não começaria o ano fazendo corte de bilhões em investimentos. No seu diagnóstico, a meta poderia ficar com um rombo entre 0,25% a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Haddad, porém, convenceu o presidente de que mudar tudo, àquela altura, não apenas soaria como um recuo no ajuste das contas como atrapalharia as votações no Congresso para aumentar a arrecadação federal.

“Não temos nada contra Haddad nem dissemos que tudo está errado, mas que existem preocupações, existem. E elas são legítimas”, insistiu Lindbergh. “O governo já mandou uma proposta orçamentária apertada, a Câmara avançou, o investimento caiu ainda mais e agora haverá contingenciamento.” Para o deputado, trata-se de “uma bomba” que vai cair no colo de Haddad e do governo Lula justamente num ano em que o PT precisa eleger mais prefeitos e se preparar para o confronto de 2026 com o bolsonarismo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Haddad está sendo fritado em praça pública. E o deputado Lindbergh Farias vem cumprindo direitinho a missão que lhe foi dada por sua mulher, Gleisi Hoffmann, e pelo próprio presidente Lula. Vivemos num tempo de uma política rasteira e de traíras. Vamos ver quanto tempo Haddad aguenta essa pressão. Se o ministro da Fazenda abrir a guarda, vai perder o emprego. (C.N.)

5 thoughts on “Lindbergh desafia Haddad e diz que manter meta do déficit zero é uma “burrice política”

  1. Haddad é melhor, em tudo, do que Lula e seguidores mais próximos!
    Está realizando um trabalho contra as coisas erradas e o próprio chefe.
    A mim parece que, Haddad se prepara tentar ser o sucessor de Lula!
    Lula e seguidores puxa-sacos, já viram isto, desde o início do governo.
    Haddad é inteligente, não diz bobagens, não bebe, tem postura , ou seja, é um candidato que não envergonha ninguém!
    É uma avaliação simples, sem qualquer conotação de “vou votar nele!
    Os maiores inimigos na política, estão no próprio partido!
    Política é ciência e coisa séria!
    Quando nas mãos corruptas e mercenárias, torna-se um veneno para a sociedade!
    É o nosso caso!!!

    Fallavena

  2. Lula e Haddad tocam de ouvido. Lula faz o que Getúlio sempre fez: atiça os extremos e vai avançando pelo meio. Ante um congresso, uma mídia, um judiciário, uma burocracia e um mercado hostis, Lula vai pondo os atores pra brigar, buscando uma resultante favorável como composição de vetores desalinhados. Admira-me o CN elaborar análises tão canhestras tendo tido uma carreira jornalística tão próxima da política.

  3. Esse Lindbergh é um falastrão. Se bem que déficit zero é mera contabilidade criativa da maioria dos países. O que vale mesmo é o déficit nominal.

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