A canção que inspirou o nome de uma cidade construída no Paraná

Homenagens a Joubert de Carvalho

Joubert foi inaugurar um busto em sua homenagem

Paulo Peres
Poemas & Canções

O médico e compositor mineiro Joubert Gontijo de Carvalho (1900-1977) compôs a canção “Maringá” que foi gravada, em 1932, por Gastão Formenti, pela RCA Victor, tornando-se logo um grande sucesso, sendo cantada até hoje.

O nome e o tema da música surgiram quando Joubert de Carvalho visitava o Ministro da Viação José Américo. Conversando com o oficial do gabinete, Rui Carneiro, este sugeriu que fizesse uma música abordando o tema da seca no Nordeste.

O compositor pediu a Rui que lhe desse uma lista de pequenas cidades assoladas pela seca. Entre elas estava Ingá, para a qual o compositor imaginou uma cabocla, Maria, que seria a Maria do Ingá, que acabou por tornar-se “Maringá”.

É comum nome de cidades inspirarem canções, mas neste caso surpreendente a canção originou o nome da cidade, porque “Maringá”, era muito cantada pelos operários que desbravavam a mata virgem para construir uma nova cidade no Paraná. E quando a Companhia de Melhoramentos do Norte reuniu-se para definir o nome que seria dado à cidade, a Sra. Elisabeth Thomas, esposa do empresário Henry Thomas, sugeriu que a composição desse nome à cidade.

MARINGÁ
Joubert de Carvalho

Foi numa léva
Que a cabocla Maringá
Ficou sendo a retirante
Que mais dava o que falá.

E junto dela
Veio alguem que suplicou
Prá que nunca se esquecesse
De um caboclo que ficou

Antigamente
Uma alegria sem igual
Dominava aquela gente
Da cidade de Pombal.

Mas veio a seca
Toda chuva foi-se embora
Só restando então as água
Dos meus óio quando chóra.

Maringá, Maringá,
Depois que tu partiste,
Tudo aqui ficou tão triste,
Que eu garrei a maginá:

Maringá, Maringá,
Para havê felicidade,
É preciso que a saudade
Vá batê noutro lugá.

Maringá, Maringá,
Volta aqui pro meu sertão
Pra de novo o coração
De um caboclo assossegá.

Farra do INSS: aposentados que se danem para ter o dinheiro devolvido

Emerson Oliveira | Farra do INSS. E ninguém preso! Apoiem meu trabalho pelo pix emeoliv@gmail.com Emerson - desenhista e ilustrador Jornal da Manhã O que... | Instagram

Charge do Emerson (emeoliv@gmail.com)

Mario Sabino
Metrópoles

Na farra do INSS, a menor preocupação de governo e oposição é com os aposentados e pensionistas roubados por essas organizações criminosas conhecidas como associações e sindicatos disso e daquilo, que já deveriam ter sido hermeticamente fechadas.

Neste preâmbulo de abertura de CPI, ambos os lados atuam quase que exclusivamente para jogar no colo do outro a responsabilidade pela roubalheira bilionária, que começou sob Jair Bolsonaro e intensificou-se sob Lula. As vítimas que se danem no inferno da burocracia para terem o dinheiro devolvido.

SEM INOCENTES – Não há inocentes nessa história, seja por leniência ou por cumplicidade, mas não se pode perder de vista, no inventário de culpas, que essas associações nasceram de costelas dos sindicatos companheiros do petismo.

A fonte financeira dos sindicatos, igualmente bilionária, secou depois da aprovação da reforma trabalhista, em 2017, quando a tunga conhecida como imposto sindical foi extinta e, ato contínuo, a sua ressurreição virou bandeira petista.

Como a fonte secou, está evidente que companheiros de luta viram nos descontos associativos de aposentados e pensionistas uma forma de matar a sua sede por dinheiro do trabalhador — e o caminho se abriu para a gatunagem que o ministro Flávio Dino chamou de “tragédia social”.

DESTINO INSONDÁVEL – A tragédia é a normalidade brasileira, mas não é o destino insondável que a tece por meio de homens inconscientes do alcance das suas ações, como ocorre na tragédia grega.

A tragédia brasileira é urdida conscientemente, meticulosamente, sadicamente até, pela quase totalidade daqueles que ocupam posições de poder político e econômico no país, e o “quase” é otimismo da minha parte.

Como a tragédia brasileira não tem fim, está longe de ser improvável que salvadores da pátria apontem a ressurreição do imposto sindical como remédio preventivo de roubalheiras como a que vitimou aposentados e pensionistas. Milhões deles, em escala jamais vista.

Vaiado por prefeitos: Lula sente o peso do desgaste com o Centrão

Presidente foi recebido com protestos na Marcha dos Prefeitos

Pedro do Coutto

As vaias direcionadas ao presidente Lula da Silva durante um evento com prefeitos em Brasília evidenciam um cenário político cada vez mais complexo para o governo federal. Embora o encontro tenha reunido lideranças municipais de diferentes espectros, o predomínio de representantes do chamado “centrão” expôs com clareza as dificuldades de articulação política enfrentadas pelo Palácio do Planalto. Lula se vê diante de uma classe política majoritariamente pragmática, que, apesar de integrar a base aliada formalmente, tem demonstrado crescente insatisfação com decisões que afetam sua autonomia orçamentária.

As manifestações de desaprovação ocorreram em momentos simbólicos: ao ser anunciado no palco, ao iniciar seu discurso e ao encerrar sua fala. Ainda que também tenha havido aplausos, o clima geral foi de constrangimento político. Esse tipo de recepção, em um evento institucional, representa não apenas um gesto de desrespeito à figura presidencial, mas também um sinal de que a base municipalista já não se sente plenamente representada ou contemplada pelas ações do governo federal.

CAPILARIDADE – O pano de fundo dessa tensão remonta ao desempenho eleitoral dos partidos do centrão nas eleições municipais de 2024. Siglas como PSD e MDB saíram fortalecidas, governando um número expressivo de municípios — o que lhes confere não apenas capilaridade, mas também poder de barganha. A leitura feita por muitos prefeitos é de que suas demandas locais têm sido negligenciadas em função de uma pauta federal mais centralizada e fiscalizadora, especialmente no que diz respeito ao uso de emendas parlamentares.

É nesse ponto que surge a figura do ministro Flávio Dino, agora no Supremo Tribunal Federal, como um elemento central da irritação dos gestores municipais. Suas decisões, voltadas para a moralização e transparência na liberação de recursos públicos, afetaram diretamente a fluidez dos repasses de emendas. O episódio mais recente foi a suspensão do pagamento de emendas de comissão, que expôs fragilidades no modelo de destinação dos recursos e resultou na abertura de um inquérito pela Polícia Federal.

A medida foi motivada por representações feitas por partidos como o PSOL, que denunciaram supostas irregularidades na liberação de R$ 4,2 bilhões em emendas. O argumento era de que os repasses ocorreram sem critérios claros de transparência e com base apenas na assinatura de um grupo restrito de líderes partidários. A resposta do STF, ao exigir explicações da Câmara dos Deputados, colocou ainda mais lenha na fogueira da disputa entre os poderes.

ENTRAVE – Para os prefeitos, no entanto, a questão transcende o mérito jurídico ou ético da decisão. O que se impõe é a percepção de que o governo federal passou a ser um entrave ao funcionamento do sistema político tal como ele operava até então — baseado em trocas, emendas e alianças informais. E, mesmo que a atuação de Flávio Dino seja independente, a associação simbólica com o governo Lula é inevitável, reforçada ainda pelo histórico político do ministro e sua ligação com o campo progressista.

Nesse contexto, a impopularidade do presidente em certos círculos políticos locais se intensifica. Prefeitos e vereadores, especialmente aqueles que dependem de emendas para fazer frente às demandas básicas de suas cidades, sentem-se desamparados por Brasília. A lógica de que “o culpado está no Planalto” ganha tração, mesmo que as decisões tenham origem no Judiciário ou no Legislativo. Trata-se, em última instância, de um problema de comunicação política, que o governo ainda não soube resolver adequadamente.

Esse episódio também reforça um ponto que tem sido recorrente desde o início do terceiro mandato de Lula: a dificuldade em consolidar uma base política confiável, mesmo entre aliados tradicionais. O centrão, apesar de compor formalmente a coalizão governista, se comporta com crescente independência — ora pressionando por mais recursos, ora demonstrando insatisfação em público, como ocorreu nesse encontro com os prefeitos.

VOLATILIDADE – O contraste com episódios anteriores, como as vaias direcionadas a Jair Bolsonaro em 2022 por públicos similares, mostra como a popularidade entre as bases municipais é volátil e sujeita a cálculos conjunturais. Aquilo que hoje se apresenta como descontentamento com Lula pode, em outro momento, ser redirecionado para outro ator político, dependendo de quem estiver no controle dos recursos e da agenda institucional.

Por fim, o episódio deve servir de alerta para o governo federal sobre os limites de sua capacidade de articulação em tempos de escassez fiscal e judicialização da política. O ruído gerado por decisões judiciais, somado à fragmentação do sistema partidário, cria um ambiente propício para a erosão da autoridade presidencial. E, enquanto isso, prefeitos seguem na busca por visibilidade, autonomia e recursos — mesmo que isso signifique vaiarem o presidente da República em rede nacional.

 

Se Michelle vencer, Bolsonaro poderá cumprir prisão domiciliar no Alvorada

Michele na campanha não basta pra fazer mulheres votar em Bolsonaro

Michelle tomou gosto pela política e aceita ser candidata

Merval Pereira
O Globo

O que muitos temíamos está acontecendo. A disputa entre a primeira-dama, Janja da Silva, e sua antecessora Michelle Bolsonaro domina a cena política pátria, embora nenhuma das duas seja oficialmente candidata a nada. Por enquanto, é bom ressalvar.

Mas, que as duas sabem tirar proveito político de suas imagens, isso sabem. Janja foi tão criticada pela intervenção sobre o TikTok na China, diante do líder chinês Xi Jinping, que tem conseguido reverter a situação, pelo menos entre grupos petistas.

INTROMISSÃO – Não há dúvida de que o establishment do partido do governo, especialmente ministros e assessores mais próximos de Lula, não gosta da intromissão dela nos temas governamentais, muito menos de seu privilégio de ser a interlocutora favorita do presidente

A divulgação do entrevero na China teve, evidentemente, a intenção de diminuí-la, mas, passado o primeiro instante, ela vem congregando apoiadores.

Sua posição antiprotocolar, reafirmada agora, agrada à parcela da esquerda mais revolucionária. Uma misoginia atribuída às críticas também ajuda. Mas dá vazão também a outras críticas vindas da direita, vocalizadas com gosto pela ex-primeira-dama bolsonarista.

GOSTO DE VIAJAR – Michelle, que vende a imagem de ser uma evangélica radical, critica o que chama de “gosto de viajar” de Janja e gastos dispendiosos.

Janja já criticara indiretamente o ex-casal presidencial ao mostrar à imprensa o que ela alegava ser descaso com os móveis do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.

 Michelle respondeu insinuando que o sumiço de móveis apontado por Janja era apenas desculpa para gastar dinheiro em móveis novos. Nesse ponto, Michelle teve uma vitória, pois os móveis foram encontrados num depósito do governo.

DESENVOLTURA – Assim como Janja tem desenvoltura para falar em público, mesmo que não seja grande oradora, também Michelle se apresenta bem ao microfone, como se pôde constatar nas várias manifestações públicas convocadas por Bolsonaro nos últimos meses.

Os temas caros a Janja são também pontos importantes de um programa de governo progressista: meio ambiente, animais, proteção a crianças.

As duas são ativistas políticas, embora de polos distintos, por isso muitos consideram uma possibilidade que se enfrentem um dia eleitoralmente.

ISABELITA PERÓN – Sempre bom lembrar nossos hermanos, que tiveram Evita e Isabelita Perón, esta presidente da República, a outra uma “santa popular”.

Michelle já está a meio caminho, pois hoje é considerada a mais provável escolha de Bolsonaro para fazer parte de uma chapa à eleição presidencial.

A ideia seria colocá-la como vice de Bolsonaro, uma chapa puro-sangue, até que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vete formalmente a candidatura.

CABEÇA DE CHAPA – No prazo fatal, um mês antes da eleição, ele indicaria Michelle para substituí-lo na cabeça da chapa, como fez Lula em 2018. Não deu certo. Ou, pelo menos, não elegeu Fernando Haddad presidente.

Talvez fosse mesmo essa a intenção de Lula, manter a aura de que só ele é capaz de derrotar o mal. Talvez seja essa a intenção de Bolsonaro, sem dar chance de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, cresça à sua sombra.

Mas, e se Michelle vencer? Culminando a tragicomédia, poderíamos ter mais um fato daqueles que só acontecem no Brasil: Bolsonaro, condenado pela tentativa de golpe, vai para prisão domiciliar devido à idade e à saúde debilitada. Seu domicílio seria o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República. Era só o que faltava.

Ex-comandante mostra que Bolsonaro planejou o golpe, mas não teve apoio

Carlos de Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica, em audiência no Senado

Baptista Jr. conta que se recusou a ler a minuta do golpe

Daniel Gullino e Mariana Muniz
O Globo

O ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior prestou depoimento nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) e confirmou diversos pontos da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Baptista Junior relembrou reuniões com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na qual foram discutidas medidas para reverter a derrota nas eleições, e relatou que o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes chegou a ameaçar Bolsonaro de prisão caso isso fosse para a frente.

SEM FRAUDE – O brigadeiro também afirmou que avisou a Bolsonaro que não havia provas de fraudes nas urnas eletrônicas e que o ex-presidente pressionou pelo adiamento da publicação de um relatório do Ministério da Defesa sobre o tema. O ex-chefe da Aeronáutica disse que afirmou ao então mandatário que não havia hipótese de ele continuar no cargo:

— Eu falei com o presidente Bolsonaro: aconteça o que acontecer, no dia 1º de janeiro o senhor não será presidente.

Outro ponto confirmado por Baptista Junior foi que o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria colocado as suas tropas à disposição do presidente.

MINUTA GOLPISTA – Segundo o brigadeiro, os três comandantes foram chamados seguidas vezes ao Palácio da Alvorada após a derrota de Bolsonaro nas eleições. Segundo ele, era discutida a possibilidade de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ou da decretação de um estado de defesa ou de sítio.

A partir de certo momento, contudo, Baptista Junior disse que começou a ficar “muito preocupado” por considerar que o objetivo dessas medidas era, na verdade, impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

— A partir de um momento, eu comecei a achar que o objetivo de qualquer medida dessa, de exceção, era, sim, para não haver a assunção pelo presidente que foi eleito — disse. — E a partir desse momento, e eu digo que isso aconteceu do dia 11 ao dia 14 [de novembro], eu fiquei bastante preocupado.

MINUTA DO GOLPE – No dia 14 de dezembro, houve uma reunião no Ministério da Defesa com os três comandantes. Baptista Junior diz que Paulo Sérgio apresentou a eles um documento, dentro de uma pasta, para ser analisado.

O brigadeiro perguntou a ele se a peça previa a “não assunção no 1º de janeiro do presidente eleito”. Como o ministro ficou em silêncio, ele interpretou que sim.

— E aí eu falei: “não admito sequer receber esse documento, não ficaria aqui”. Levantei, saí da sala e fui embora. Como eu falei para o senhor, na guerra o objetivo político é que faz ganhar ou perder a guerra, não é o militar. E eu tinha um ponto de corte. Eu tinha muito respeito pelo presidente, por todos os meus colegas, mas eu tinha um ponto de corte.

VOZ DE PRISÃO – Na segunda-feira, também em audiência ao STF, Freire Gomes negou ter dado “voz de prisão” a Bolsonaro.

Nesta quarta, Baptista Junior foi questionado sobre o episódio e declarou que o general afirmou, “com muita tranquilidade, com muita calma”, que prenderia o então presidente se ele seguisse adiante com o plano golpista.

— O general Freire Gomes é uma pessoa polida, educada. Logicamente ele não falou essa parte com agressividade com o presidente da República, ele não faria isso. Mas é isso que ele falou. Com muita tranquilidade, com muita calma, mas colocou exatamente isso: “se o senhor tiver de fazer isso, vou acabar lhe prendendo” — disse Baptista Junior aos ministros do STF.

GARNIER APOIAVA – Baptista Junior alegou que Almir Garnier, então comandante da Marinha, não tinha a “mesma postura” que ele e Freire Gomes, além do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira.

Segundo ele, em uma reunião com Bolsonaro, enquanto tentavam demover o presidente do seu plano, Garnier teria informado que suas tropas estavam à disposição.

— Em uma dessas reuniões, eu tenho uma visão muito passiva do almirante Garnier. Eu lembro que o Paulo Sérgio, Freire Gomes e eu conversávamos mais, debatíamos mais, tentávamos demover mais o presidente. Em uma dessas [reuniões], chegou o ponto em que ele falou que as tropas da Marinha estariam à disposição do presidente.

Depois, ao ser questionado pelo advogado de Garnier, Demóstenes Torres, reforçou o relato e citou o número de fuzileiros da Marinha que teria sido dito pelo ex-comandante.

POSSIBILIDADE – “Nós não estávamos lá só para discutir base jurídica. Nós estávamos discutindo um ambiente e possibilidade. E isso foi o que o Garnier falou. Eu não fiquei sabendo à toa que a Marinha tem 14 mil fuzileiros” — afirmou.

O ex-comandante da Aeronáutica também narrou ter informado a Bolsonaro, em diversas oportunidades, que não foram encontradas falhas nas urnas eletrônicas.

“Comentei após o segundo turno, na reunião que nós tivemos no dia 1º de novembro. Depois comentei nas várias reuniões, cinco ou seis reuniões, que os comandantes e o ministro da Defesa tivemos com ele”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Os depoimentos dos ex-comandantes mostram que Bolsonaro é infantil e despreparado. Planejou o golpe de todas as maneiras, mas não teve coragem de tentá-lo. Portanto, a acusação contra ele é de comandar o planejamento de um golpe que não houve. Mesmo assim, Xandão vai dar um jeito de prender Bolsonaro para transformá-lo em vítima. Comprem mais pipocas. (C.N.)

Secretário de Estado confirma que Moraes pode sofrer sanções nos EUA

Rubio Senate hearing: US Secretary of State faced questions on Trump policies | Reuters

Rubio disse na Câmara que sanções estão sendo analisadas

Allan dos Santos
Timeline

Durante audiência do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, o secretário de Estado Marco Rubio afirmou que há uma “grande possibilidade” de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal do Brasil, com base na Lei Magnitsky Global.

A declaração foi feita em resposta a uma pergunta direta do deputado republicano Cory Mills, membro do comitê.

PRIORIDADES DE 2026 – A audiência, intitulada “FY26 State Department Posture: Protecting American Interests”, tinha como objetivo revisar as prioridades do Departamento de Estado para o orçamento do ano fiscal de 2026. No entanto, o tema da crise institucional brasileira e das denúncias de perseguição política promovida pelo Judiciário ocupou um espaço significativo na sessão.

Durante sua intervenção, o deputado Cory Mills foi direto ao abordar a situação brasileira:

“Quero falar sobre o Brasil, se me permite. Senhor Secretário, certamente o senhor está ciente do alarmante declínio dos direitos humanos no Brasil. Temos visto censura generalizada, perseguição política contra toda a oposição — inclusive jornalistas e cidadãos comuns. E agora o que vemos é a eminente prisão politicamente motivada do ex-presidente Bolsonaro. Essa repressão ultrapassou as fronteiras do Brasil, afetando indivíduos em solo americano. Um artigo do Financial Times de 2023 falou sobre isso. O que o senhor pretende fazer? Consideraria sanções ao ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes, sob a Lei Magnitsky Global?”, indagou o deputado.

GRANDE POSSIBILIDADE – A resposta do secretário Rubio confirmou: “Isso está sendo analisado neste momento, e há uma grande possibilidade de que aconteça.”

“Muito obrigado, senhor Secretário. Com isso, encerro minha fala”, agradeceu o deputado Mills.

A Lei Magnitsky Global, aprovada nos Estados Unidos em 2016, permite sanções contra estrangeiros envolvidos em violações graves de direitos humanos ou corrupção. Entre as penalidades previstas estão o congelamento de bens em território americano e a proibição de entrada nos EUA. A menção direta a Alexandre de Moraes, um ministro da mais alta corte brasileira, representa um marco inédito na relação entre os dois países.

CRÍTICAS CRESCENTES – Moraes tem sido alvo de críticas crescentes por parte da oposição brasileira e de defensores da liberdade de expressão, que o acusam de usar o poder judicial para perseguir adversários políticos do atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Em março, os congressistas Rich McCormick e María Elvira Salazar já haviam enviado uma carta oficial ao presidente Donald Trump e ao Secretário Rubio, solicitando a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes. Eles acusam o magistrado de “transformar o Judiciário em arma para proteger o governo Lula e silenciar a oposição”.

Essa possível sanção é vista por analistas como uma resposta ao uso de medidas judiciais autoritárias no Brasil, incluindo censura a plataformas digitais, prisões de opositores sem julgamento e bloqueio de contas bancárias de jornalistas e parlamentares.

CONSEQUÊNCIAS – Caso a sanção se concretize, Moraes poderá ser impedido de entrar nos EUA, ter eventuais ativos congelados e se tornar um símbolo internacional de repressão judicial.

Além disso, esse movimento poderia desencadear reações diplomáticas entre Brasília e Washington, colocando em xeque o discurso do governo brasileiro de que atua dentro da legalidade democrática.

A expectativa agora é que o Departamento de Estado finalize sua análise nas próximas semanas. A pressão do Congresso americano, especialmente da ala republicana, segue aumentando.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Enviado por Mário Assis Causanilhas, o novo artigo de Allan dos Santos confirma que a matriz USA não deixará que passem em branco os exageros ditatoriais do Supremo brasileiro. Agora, no julgamento dos réus do golpe, Moraes continua extrapolando suas funções. Comprem pipocas. (C.N.)

Vazamento do diálogo entre Janja e Jinping continua incomodando Lula

Encontro do presidente Lula e da primeira-dama Janja com o líder da China Xi Jinping e sua esposa

Janja não cabe em si no seu deslumbramento pessoal

Francisco Leali
Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu da China contrariado. O noticiário nos dá conta de que o chefe do Executivo ficou fulo com o vazamento de conversas durante um encontro dele com o líder da China, Xi Jinping. O motivo do azedume presidencial está no fato de que a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, foi o alvo das inconfidências palacianas.

Integrantes da comitiva de Lula relataram ao G1 que Janja havia protagonizado um momento constrangedor ao pedir a palavra para falar com Xi Jinping sobre a plataforma TikTok por conta de um algoritmo que para ela é favorável à disseminação de informações de direita.

COMO VAZOU? – Indagado sobre o episódio na sua última manifestação pública antes de embarcar de volta ao Brasil, Lula expôs seu agastamento.

“A primeira coisa que acho estranho é como é que essa pergunta chegou à imprensa. Porque estavam só os meus ministros lá, o Alcolumbre e o Elmar. Alguém teve a pachorra de ligar para alguém e contar uma conversa de um jantar muito confidencial e pessoal”, disse Lula.

O tema teria voltado durante o voo de regresso de Lula e seus ministros. Há um clima de caça às bruxas para saber quem dedurou a fala de Janja. O presidente está duplamente indisposto. Primeiro, o caso exporia o governo querendo ajuda da China para controlar uma rede social, coisa que o governo chinês faz impondo censura às plataformas ocidentais. Segundo, há a questão pessoal: alguém de sua confiança tornou pública a intriga mirando Janja.

FOGO AMIGO – As relações palacianas costumam oscilar entre um clima de ordem unida e de serpentário. Na disputa por mais poder, políticos podem se aliar ou puxar tapetes. Lula enxerga agora a segunda opção. Vê conspiração no Planalto contra sua mulher.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, dono do posto mais importante no Palácio, cujo cargo detém poder de fazer andar ou não os projetos governamentais, anda dizendo que tem “fogo amigo” querendo colocá-lo no papel do inconfidente.

Não será surpresa se o caso render novos desdobramentos internos. Quem estiver sob a suspeita do presidente pode estar com os dias contados. Seja ele quem for.

DANOS À IMAGEM – A imagem de Lula está afetada pelo episódio. Seja no plano institucional, seja no pessoal. Há quem defenda que Janja não poderia ter falado no encontro. Ela não tem mandato, nem cargo no governo.

Mas, até onde se sabe, na reunião também estava presente a primeira-dama da China, Peng Liyuan. Aí surge uma questão para os homens e mulheres do nosso tempo e cuja resposta ainda não está posta: a esposa da autoridade pode entrar na reunião, mas só pode ficar calada fazendo papel de adorno?

Se a primeira-dama tem direito a voz, suas intervenções deveriam estar contidas dentro do que o governo quer de um encontro com chefe de Estado de outro país. Do contrário, tem-se um deslize diplomático.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Importante análise do jornalista Francisco Leali sobre as intrigas palacianas. Mas a meu ver faltou aventar uma possibilidade adicional. E se foi a própria Janja quem passou à imprensa sua fala direta a JinPing? Como se sabe, ela tem muitas amigas na Organização Globo, inclusive a chefona Natuza Nery, da GloboNews. Como Janja adora aparecer e fingir que é importante, é bem provável que ela mesma tenha vazado a informação, absurdamente. O que vocês acham? (C.N.)

Ex-comandante diz que alertou Bolsonaro sobre a inexistência de fraudes nas urnas

O ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior declarou à Polícia Federal (PF) que alertou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de que não houve qualquer fraude nas eleições de 2022

Baptista Jr., da Aeronáutica, desmentiu ocorrência de fraude

Gustavo Côrtes
Estadão

O ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Junior afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, 21, que comunicou ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) a inexistência de evidências no sentido de que as urnas eletrônicas tivessem falhas. Ele é uma das testemunhas no processo em que Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado.

Segundo Baptista Junior, o coronel Marcelo Câmara, então assessor de Bolsonaro, procurou o coronel Wagner Oliveira da Silva, que compunha a Comissão de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação, para falar de achados sobre fraudes nas urnas eletrônicas.

TRANSPARÊNCIA – O colegiado, instituído pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ampliar a transparência e a segurança de todas as etapas de realização das eleições, incluiu as Forças Armadas.

Baptista Junior afirmou que, depois desse episódio, pediu diretamente ao então ministro da Defesa, Paulo Sergio Oliveira, que avisasse a Bolsonaro que seu auxiliar não deveria abordar Silva para discutir teses de fraude nas urnas.

Na ocasião, afirmou que aquele comportamento consistia em quebra da cadeia de comando e que diversas teses criadas dentro da Presidência da República sobre irregularidades nas eleições já haviam sido rechaçadas pelas próprias Forças Armadas.

ALERTOU BOLSONARO – O ex-comandante da Aeronáutica Carlos Baptista Junior disse em depoimento ter alertado, em novembro de 2022, o então presidente Jair Bolsonaro sobre falhas no relatório produzido pelo Instituto Voto Legal (IVL), que apontava fraudes nas urnas eletrônicas. Aquele documento apresentado ao militar na reunião foi usado como base para o pedido do PL de anulação dos votos.

“Eu falei: presidente, esse relatório está muito mal escrito. Ele contém erros na identificação das urnas”, disse em depoimento ao STF, ao confirmar o que já havia dito à Polícia Federal (PF) durante as investigações sobre a tentativa de golpe.

“Comentei (sobre a inexistência de fraudes nas urnas) após o segundo turno, numa reunião que tivemos no dia 9 de novembro, e depois em várias reuniões com o ministro da Defesa e, depois, com mais ênfase no dia 14, quando ele me apresentou o relatório do Instituto Voto Legal”, afirmou.

COLOCOU NA LINHA  – Após o alerta, Bolsonaro ligou para o presidente do IVL, Carlos Rocha, e o colocou na linha com Baptista Junior, que explicou os erros técnicos encontrados no relatório e reforçou a opinião de que não havia falhas nas urnas que comprometessem a integridade do resultado das eleições.

O engenheiro Carlos Rocha foi um dos criadores da urna eletrônica e sua empresa recebeu R$ 1 milhão para ver se conseguia confirmar fraude na eleição.

Baptista Junior é testemunha na ação penal convocada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelas defesas dos réus Jair Bolsonaro, Almir Garnier (ex-comandante da Marinha) e Paulo Sergio Oliveira.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGConforme já explicamos aqui no blog, as Forças Armadas eram contrárias à volta de Lula ao poder. Mas só admitiam agir, caso ficasse comprovada a fraude eleitoral na urna ou na apuração. Mas isso não aconteceu, e o golpe perdeu sustentação. (C.N.)

Supremo conseguiu ultrapassar no Brasil todos os limites do bom senso

Dos 11 do Supremo, só 2 são juízes concursados – Por José Nêumane |  Brasilagro

Charge do Mariano (Charge Online)

Duarte Bertolini

Como tudo na vida, equilíbrio é a recomendação para uma vida longa. Isto vale para o ser humano e para as instituições. Nesse sentido, surge um alerta importante feito por Roberto Nascimento na Tribuna da Internet, mostrando que o enfraquecimento do Judiciário interessa obviamente a quem se beneficiaria desta situação – os violadores da lei e os amantes das ditaduras.

Mas o que vemos no Brasil, hoje, parece uma ultrapassagem deste limite de bom senso, com o Judiciário assumindo vazios de poder e emitindo sentenças de ocasião, com consequente aumento do espaço e poder deste mesmo poder.

TUDO À VENDA – A apatia e o cansaço da sociedade, a vocação secular de misturar público com privado, a malandragem exaltada que leva todo mundo a buscar “se dar bem” resultam em homens públicos, fracos, venais e com preços fixados, porque é possível comprar consciências, votos e trajetórias.

Infelizmente, parece que o Brasil serve como uma luva ao ditado popular:

As ações que visem enriquecimento ilícito são no Brasil condenadas ao esquecimento ou indiferença. Justamente por isso, o editor da Tribuna, Carlos Newton, em texto anterior, nos informou de sua disposição de se transformar num lutador incansável e utópico contra as crescentes mazelas deste sofrido país.

CASO MARQUES – Quando o editor da Tribuna, com contido entusiasmo, vem a público lembrar que deu um primeiro passo, ao enviar documentos sobre o Banco Master diretamente ao Tribunal de Contas da União, à Comissão de Valores Mobiliários e ao Banco Central, muitos parceiros de longa data aqui da TI, quiçá anestesiados pela enxurrada secular de escândalos, deixamos passar como se fosse algo rotineiro e normal.

Pode até não frutificar e estarmos comemorando precipitadamente, nossas vitórias são provavelmente efêmeras e passageiras, mas a satisfação do dever cumprido supera certamente a frustação da cumplicidade e prostração de quase toda uma nação.

Tenho uma tese de os escândalos no Brasil são propositadamente efetuados em profusão e ininterruptamente, pois assim não será impossível recordar de todos e ainda mais averiguar e punir. BOLA DE NEVE – Assim formamos uma imensa bola de neve que vai levando o país e sua população ladeira abaixo, cada vez com maior velocidade.

Mas não nos assustemos, como dizia o gaúcho em plena ditadura, ao discursar contra o governo e ser alertado de que havia um general no recinto: ”Se eu tivesse medo de estrelas, não viajava de noite”.

A luta é difícil, o desanimo nos bate à porta com frequência e intensidade, mas alguns de nós ainda resistem e os afugentam com brados de “vade retro”.

No julgamento, Moraes debocha de general e provoca o Alto Comando

Ficheiro:Estevam Theóphilo em 2021 (3x4).jpg – Wikipédia, a enciclopédia  livre

Gen. Estevam, do Alto Comando, acusado injustamente

Carlos Newton

Relator do caso de tentativa de golpe no Supremo Tribunal Federal TF, o ministro Alexandre de Moraes, durante a sessão nesta terça-feira, ridicularizou o general Estevam Theóphilo, cuja defesa alegou que o oficial foi “desestabilizado psicologicamente” pelo advogado que o interrogou no inquérito.

Reportagem de Maria Clara Matos e Gabriela Boeachat, da CNN, informa que, no julgamento para definir se integrantes do chamado “núcleo 3” se tornariam réus por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, o ministro Moraes afirmou não lhe parecer factível que um “general de quatro estrelas” se sinta desestabilizado com o comentário de um delegado.

ALEGOU MORAES – “Primeiro, que não há nenhuma comprovação disso e não me parece crível que um general de quatro estrelas se sentiria desestabilizado psiquicamente com um comentário de delegado da Polícia Federal”, comentou o magistrado, que é relator do processo.

A declaração de Moraes veio após se manifestar a defesa do general Estevam Teófilo, cuja investigação da Polícia Federal (PF) aponta como alguém que teria concordado com a proposta de ruptura institucional após as eleições de 2022.

Moraes não deveria se pronunciar assim, debochando do réu e de seus advogados, que também alegaram “vícios” da corporação policial na fase investigativa, além da falta de acesso ao inquérito.

DOIS INOCENTADOS – Nesta terça-feira, Moraes já se viu obrigado a inocentar o general Nilton Diniz Rodrigues e o coronel da reserva Cleverson Ney Magalhães, admitindo que contra eles não existiam “mínimas provas”. Mas não pediu desculpas pelo constrangimento causado aos oficiais e a suas famílias com o indiciamento, a denúncia e o processo sem a menor justificativa.

Segundo as investigações, o grupo de militares seria responsável pelas ações táticas do suposto plano golpista, incluindo exercer pressão sobre o Alto Comando para aderir ao golpe.

Isso é uma balela, chega a ser ridículo. porque no Exército nem mesmo o comandante consegue fazer pressão sobre o Alto Comando, a instância superior. Em tradução simultânea, o ministro Moraes está delirando.

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P.S. –
A iniciativa de Moraes debochar do oficial de quatro estrelas pegou muito mal no Exército, especialmente porque o general Estevam Theophilo era membro do Alto Comando e todos sabem que não se meteu no golpe, porque participara de todas as reuniões, sempre defendendo que as Forças Armadas não se envolvessem em conspiração contra o então presidente eleito Lula da Silva. Assim, a denúncia contra o general Estevam Theophilo não vale uma moeda de três dólares, e o ministro Moraes ainda fica fazendo gracinhas… (C.N.)

“Eu, Caçador de Mim” – a canção genial de Sá e Magrão que Milton imortalizou

Luiz Carlos Sá lança seu primeiro álbum solo, intitulado “Solo e Bem Acompanhado” - Revista Prosa Verso e Arte

Luiz Carlos Sá, grande cantor e compositor

Paulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, cantor e compositor carioca Luiz Carlos Pereira de Sá, o Sá do trio Sá, Rodrix e Guarabira, com seu parceiro Sergio Magrão, fala na letra de “Caçador de Mim” sobre os pólos da vida: momentos de doçura, bondade, ferocidade e agressividade.

Portanto, a vida tornou o compositor um “buscador” de si mesmo, à procura daquilo que, realmente,  faz-lhe sentir-se em paz e harmonia consigo mesmo.

A música “Caçador de Mim” transformou-se em um grande sucesso, gravada por Milton Nascimento, em 1981, no LP Caçador de Mim, pela Ariola.

 CAÇADOR DE MIM
 Sérgio Magrão e Luiz Carlos Sá

Por tanto amor, por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz, manso ou feroz
Eu caçador de mim

Preso a canções, entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar longe do meu lugar
Eu caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito à força numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir o que me faz sentir
Eu caçador de mim.

Lula quer Boulos como seu sucessor, mas é um zero à esquerda e à direita

Juntos, Lula e Boulos vão liquidar a esquerda no Brasil

Vicente Limongi Netto

Misture no liquidificador Lula da Silva e Guilherme Boulos. Coloque cachaça.  Bata por alguns minutos. O resultado será meio copo de indecorosos cretinos. Nessa linha, a boa coluna do Estadão do dia 18 revela que levando Boulos para o Palácio do Planalto, o pinguço chefe da nação vai trabalhar para fazer o deputado Boulos seu sucessor. Sinal de que o pavor da derrota em 2026 ronda os quintais de Lula e do PT.

Mas Boulos é zero à esquerda e à direita. Os brasileiros estão fartos de Lula, PT e corja de apaniguados, sempre ávidos por boquinhas e mordomias.  O Brasil não merece mais ser humilhado pela escória de trambiqueiros petistas.  Cada dia mais temerosos com o fiasco nas urnas de 2026. 

POBRE DIABO – Repudio, com veemência, grosseiro, infame, irresponsável e leviano discurso, em plenário, do patético senador Cleitinho (Republicanos-MG), afirmando que o “Congresso Nacional é um ninho de prostituição”.

Intolerável que um senador desrespeite e jogue as patas imundas em centenas de mulheres que trabalham na Câmara e no Senado, entre elas, deputadas, senadoras, jornalistas, médicas, policiais e servidoras. Muitas delas ocupando cargos de chefias, nas duas Casas. 

IMORALIDADE – A obscura Federação Internacional de História e Estatísticas de Futebol (IFFHS) teve o descaramento e a indecência de listar melhores jogadores da história, cometendo a barbaridade de colocar Messi na frente de Pelé.

Dirigentes da prosaica e torpe entidade precisam, urgente, se ainda houver chances de cura, procurar médicos psiquiatras. 

NOTÍCIA BOA – A atriz Juliana Didone chega a Brasília, neste fim de semana, para apresentações gratuitas do espetáculo “60 Dias de Neblina”. A obra, que retrata a realidade do pós-parto que ninguém conta, vai estar em cartaz no Teatro Sesc Paulo Autran, em Taguatinga Norte.

No sábado (24), a sessão será às 20 horas. Já no domingo (25), uma matinê, a partir das 11 horas, em que as mães vão poder acompanhar o monólogo ao lado de seus bebês.  

“60 Dias de Neblina” é uma adaptação teatral do sucesso literário sobre maternidade, lançado pela escritora Rafaela Carvalho. O Espetáculo aborda a dualidade dos sentimentos que toda mulher vivencia ao se tornar mãe.

O depoimento que tensiona a narrativa militar sobre a tentativa de golpe

Sem “provas mínimas”, Moraes teve de absolver dois militares que denunciara

Ministro de Lula sai em defesa de Moraes por uso extraoficial do TSE | Metrópoles

Contrafeito, Moraes teve de admitir que não havia provas

Renata Souza Gabriela Boechat e João Rosa
da CNN

As defesas do general do Exército Nilton Diniz Rodrigues e do coronel da reserva Cleverson Ney Magalhães comemoraram a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que rejeitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os dois militares, no caso que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.

O advogado Cléber Lopes de Oliveira, que representa o general Diniz, afirmou que a decisão da Corte “restaura a dignidade” do oficial. “Então, a defesa recebe, como eu disse antes, com tranquilidade. Eu acho que em alguma medida a dignidade do general fica restaurada”, afirmou o advogado.

DEFESA AGRADECE – Luiz Mário Guerra, advogado do coronel Ney, elogiou a condução do julgamento e a atuação dos ministros durante o processo.

“Nós recebemos isso com tranquilidade, mas entendemos que o Supremo acertou. Isso reafirma a autoridade, a estatura e a qualidade da jurisdição desse tribunal”, afirmou.

Os dois foram os primeiros acusados que tiveram a denúncia rejeitada pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes. O voto dele foi acompanhado integralmente por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

SEM PROVAS MÍNIMAS – Moraes admitiu que não há provas mínimas de que os dois militares tenham cometido crimes.

“A tipicidade em relação a Cleverson Ney e Nilson Rodrigues não apresenta respaldo no documento probatório. Não se verifica aqui nos autos indícios mínimos da ocorrência do ilícito criminal em relação a ambos”, disse Moraes.

Cleverson atuou como assessor do então -chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército, Estevam Theophilo, que se tornou réu nesta terça-feira e ainda será julgado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
É impressionante o primarismo e a incompetência de Moraes e do procurador-geral Paulo Gonet. “Sem provas mínimas”, eles acusaram, denunciaram e transformaram em réus um general de quatro estrelas e um coronel do Exército, enlameando o nome dos dois oficiais, numa atitude de altíssima irresponsabilidade para um ministro do Supremo Tribunal Federal, é só o que se pode dizer. Há outros acusados “sem provas mínimas”, como o general Estevam Theophilo. (C.N.)

Mais escândalo! PF e AGU livram da investigação o sindicato de Frei Chico

Saiba quem é Frei Chico, irmão de Lula e vice-presidente de sindicato alvo  da PF

Diretor da PF já excluiu o irmão de Lula das investigações

Deu na CNN

O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição na Casa, disse ter protocolado na última segunda-feira (19) uma representação na Comissão de Ética Pública da Presidência pedindo que uma investigação seja aberta contra o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues.

O objetivo seria averiguar se Rodrigues violou o Código de Conduta da Alta Administração Federal ao supostamente divulgar informações privilegiadas e “minimizar o envolvimento” de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) e irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na Operação Sem Desconto.

FARRA DO INSS – A operação foi responsável por desmembrar o escândalo de fraude bilionária no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Marinho cita que um dos indícios “criminosos” do Sindinapi era o fato de que a entidade teve seu acordo de cooperação técnica (ACT) suspenso. Contudo, o INSS suspendeu todos os ACTs em vigor em abril deste ano, após o escândalo de fraude vir à tona.

“Agindo assim, o Diretor-Geral ou tem informações privilegiadas das investigações conduzidas em sigilo sobre o Sindinapi e o irmão do presidente da República, Frei Chico, ou se manifestou de forma antiética e irresponsável, pois contradisse informações e dados constantes de relatórios da Polícia Federal e corroborados por decisão judicial que suspendeu, por indício de crime, o ACT do Sindinapi”, continuou o senador.

DEU ENTREVISTA – Em relação às informações privilegiadas, o líder da oposição menciona uma entrevista concedida por Rodrigues ao canal ICL Notícias.

“Na data de 25/04/2025, concedeu entrevista ao ICL Notícias, em que proferiu uma série de afirmações atinentes a uma investigação ainda em curso, com desdobramentos ainda sigilosos, respondendo perguntas que podem colocar em risco a investigação e em dúvida a isenção da atuação da Polícia Federal.

A jornalista Heloísa Vilela fez a seguinte pergunta: ‘O Sindnapi, do qual ele [Frei Chico] faz parte da diretoria, é alvo dessa investigação?’ tendo o diretor dito que não”, escreveu Marinho.

FORA DA INVESTIGAÇÃO – Na época, Rodrigues respondeu que “várias entidades e associações foram objeto de buscas e apreensão e de medidas também contra os seus dirigentes”, mas ressalvou que o Sindinapi não havia sido uma delas, tampouco seus gestores.

“E respondendo muito objetivamente, o irmão do presidente Lula não é alvo da operação, não é investigado na operação”, disse o diretor-geral. “O que houve em relação a esse sindicato é, como houve em dezenas de outros, o bloqueio dos descontos indevidos ou aparentemente indevidos por determinação judicial a partir de pedido da Polícia Federal.

TAMBÉM A AGU – Como a CNN mostrou no início deste mês, a Advocacia-Geral da União (AGU) deixou o Sindinapi de fora os pedidos de bloqueio de recursos feitos pelo órgão para ressarcir aposentados que foram vítimas das fraudes no INSS.

A arrecadação da entidade somou R$ 90 milhões em 2023. À CNN, a AGU informou que o recorte das 12 entidades objeto da ação cautelar de urgência ajuizada teve como base apuração administrativa instaurada no último dia 5 de maio pelo INSS.

E que, em momento oportuno, ingressará com novas medidas judiciais cabíveis para a reparação de todo o dano sofrido pelos beneficiários da previdência social. A CNN entrou em contato com a Polícia Federal e aguarda retorno.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Magnífico trabalho da CNN, que transforma a farra do INSS num escândalo ainda mais grave, embora seja ilusão pensar que a Comissão de Ética da Presidência ou o Supremo pretendam apurar alguma coisa. (C.N.)

Pode-se dizer que houve “preparação”, mas não ocorreu a “tentativa” de golpe

28/06/2024 - Cláudio de Oliveira | FolhaCarlos Newton   *  Charge do Cláudio Oliveira (Folha)

O comentarista Carlos Vicente, que trabalha em Tecnologia da Informação na Justiça Federal, enviou uma pergunta ao editor da Tribuna da Internet, indagando minha opinião se houve ou não a tentativa de golpe?

Como é o assunto do momento, vamos transcrever minha resposta, porque pode interessar a outros leitores, que não acompanham os comentários do blog.

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NO DIREITO, NÃO HÁ OPINIÃO PESSOAL

Não posso responder o que penso, amigo Carlos Vicente, porque na Ciência do Direito não há possibilidade de ser considerada qualquer opinião pessoal. O que existe é apenas a lei, redigida da maneira que todos possam entender.

No caso do badalado golpe que não chegou a acontecer, em 2022, houve exaustivos preparativos e foram criadas quatro situações que poderiam justificar a tentativa de golpe prevista na legislação brasileira e de outros países democráticos.

QUATRO SITUAÇÕES – São as seguintes as situações arquitetadas para justificar uma tentativa de golpe:.

1) a falsa denúncia de fraude eleitoral;

2) o quebra-quebra na capital, após a diplomação de Lula, a 12 de dezembro;

3) a tentativa de explodir o caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília, dia 24 de dezembro;

4) a invasão da Praça dos Três Poderes, a 8 de janeiro.

Essas quatro situações “planejadas” para justificar o golpe fracassaram. Nenhuma delas significa “tentativa de golpe”, mas apenas ações destinadas a “justificar” e “provocar” uma possível tentativa de golpe, que não chegou a ser praticada.

A INTENTONA – A tentativa de golpe só ocorre quando há sublevação armada, busca-se assumir o poder pela força, como aconteceu na Intentona Comunista contra Vargas, em que houve mortes e deposição do governo do Rio Grande do Norte.

O Direito funciona de forma diferente, é o contrário da Política, da Religião e do Futebol. Simplesmente o magistrado não pode ter opinião. O único caminho que ele tem de seguir é o irrestrito respeito à lei.

Quando isso ocorre, é sinal que estamos numa democracia, na qual não podem existir leis injustas. Sempre que há “interpretação” e “desrespeito” às leis, como ocorreu na libertação e descondenação de Lula da Silva, é sinal de que não estamos em democracia plena, mas apenas em democracia relativa, na qual ainda posso escrever essas obviedades sem ser preso.

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P.S. – Alexandre de Moraes, com sua teimosia, insiste em afirmar que houve tentativa, mas ainda não disse quantos tanques e canhões foram usados e esqueceu de revelar também o número de mortos e feridos. (C.N.)

Ao demitir Wajngarten, Michelle mostra quem está mandando no PL…

Wajngarten é demitido do PL após treta envolvendo Michelle Bolsonaro | Metrópoles

Wajngarten foi demitido por um comentário de Mauro Cid

Aguirre Talento e Carla Araújo
do UOL

Após ordem de Michelle Bolsonaro, o PL decidiu cortar o contrato mensal do ex-ministro Fábio Wajngarten para cuidar da comunicação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com aliados, Michelle ficou irritada com uma conversa na qual Wajngarten e o tenente-coronel Mauro Cid dizem preferir votar em Lula do que nela nas eleições de 2026. O teor do diálogo foi revelado pelo UOL na semana passada dentro da série de reportagens “O Zap do Cid”, baseada em mais de 77 gigabytes de arquivos extraídos pela PF no celular do tenente-coronel.

R$ 100 MIL – Por causa dessa conversa, a ex-primeira-dama, que é presidente nacional do PL Mulher, determinou que Wajngarten fosse demitido da sua função remunerada dentro do partido.

Seu contrato tinha remuneração mensal de cerca de R$ 100 mil, que incluía a atuação de outras duas pessoas na equipe.

Em 27 de janeiro de 2023, Wajngarten envia a Cid uma notícia de que o PL estudava a possibilidade de lançar Michelle como candidata presidencial no lugar de Bolsonaro, caso ele se tornasse inelegível, o que veio a ocorrer em 30 de junho de 2023, após julgamento no Tribunal Superior Eleitoral. O tenente-coronel responde imediatamente: “Prefiro o Lula”.

APENAS ANÁLISE – Procurado para comentar as conversas no dia da publicação da reportagem, Wajngarten afirmou que fazia uma análise sobre as notícias que saíam na imprensa.

Disse ainda que, naquela época dos diálogos, “jamais se imaginou a ex-primeira-dama como candidata”.

“Os diálogos ocorridos nada mais eram do que análise de notícias que saíam na imprensa”, afirmou.

Se quer ser engajado, confesse suas misérias privadas e gere empatia

psicoterapia – Ivo Viu a UvaLuiz Felipe Pondé
Folha

A ideia de que nossa cultura está tomada por uma semântica terapêutica, isto é, contaminada por palavras e conceitos para os quais o único significado de tudo é algo psicológico ou psicopatológico, já é um clássico em crítica do comportamento. Mas, aparentemente, esse diagnóstico ganha força quando produtoras de conteúdo como a jovem britânica Freya India começam a falar dessa cultura da terapia nas redes sociais e para os geneZis —a geração Z.

Como ela bem reconhece, a origem desse diagnóstico data do famoso clássico de 1979 “Cultura do Narcisismo”, do historiador e crítico cultural Christopher Lasch.

MAL-ESTAR MODERNO – Nessa obra, ele identifica essa tendência a interpretar tudo que acontece na vida de uma pessoa como evento passível de tratamento terapêutico, e, pior, só passível de compreensão se traduzido em conceitos da psicologia. Se nunca o leu, você está algumas décadas atrasado em repertório para compreender muito o mal-estar que marca o século 21.

O diagnóstico de Lasch vem no contexto, como diz seu livro citado acima, da cultura do narcisismo. Sem me deter nela, isso significa que a personalidade narcísica, descrita pela psicanálise freudiana, se tornara uma cultura dominante de pessoas voltadas para sua frágil e miserável subjetividade, que busca se erguer como o clímax da humanidade, quando, na verdade, trata-se de uma subjetividade que lambe suas feridas narcísicas todo o tempo como se estas fossem temas caros à história do mundo.

DIREITO AO EGOÍSMO – De lá pra cá, isso se agravou muito porque, como previra Lasch, tratava-se do nascimento do culto das identidades, no caso, a do narcisista em seu direito de ser um egoísta com glitter.

A subjetividade expandida passou a ser um direito a ser reconhecido pelo Estado, pelas empresas, pelas escolas, pela diplomacia, enfim, por Deus.

“Sensibilidade terapêutica” é o termo que Lasch usa para descrever o fenômeno que ele identificara na produção cultural americana da sua época. Lembre-se: livro publicado em 1979, por isso, sempre tome cuidado quando achar que no mundo tudo começou quando nasceu seu primeiro dente definitivo ou com o seu iPhone 25.

CULTURA DA TERAPIA – Já em 2003, o sociólogo húngaro-canadense, hoje radicado em Bruxelas, Frank Furedi publicava seu “Therapy Culture” —ainda sem tradução no Brasil, até onde sei. Portanto, a expressão “cultura da terapia”, hoje citada em larga medida, é colocada em grande circulação com ele.

Tanto ele quanto Lasch pensaram essas transformações culturais e de comportamento num cenário de incertezas, culto da vulnerabilidade e de baixas expectativas —expressões que aparecem no subtítulo de suas duas obras.

Ou seja, ambos os scholars identificavam um processo de enfraquecimento das pessoas diante dos desafios do mundo, cujos sinais, no caso de Lasch, já apareciam no culto das fofocas dos talk shows da TV americana, assim como também no gosto e na demanda de que as pessoas abrissem suas vísceras diante das câmeras, o que hoje é um imperativo categórico nas redes sociais exigido pelos seguidores em geral. Quer engajar? Confesse suas misérias privadas e gere empatia. Brega, toda vida.

PSICOTERAPIAS – Já Furedi identificara o surgimento de termos do universo das psicoterapias na imprensa de língua inglesa na sua pesquisa ao longo da última década do século 20. Os jornalistas, pouco a pouco, passavam a usar esses termos nas suas análises e entrevistas da mídia em geral como verdades universais.

Aliás, os jornalistas são bons em erguer suas pequenas preferências teóricas em hermenêutica universal —hermenêutica em filosofia é a área que discute os modos e ferramentas de interpretação do mundo.

A educação, também, naufragava no tsunami do vocabulário terapêutico. Hoje, o quadro da educação é de grave piora. Logo não restará nada na educação que não seja a cultura da terapia e a ideologia como destruição do pensamento.

ESTAMOS DOENTES – No Brasil, a cultura da terapia transformou-se em contencioso jurídico usado pra todo lado, impedindo qualquer reflexão mais profunda sobre o fenômeno. No Brasil, as misérias produzidas nos países ricos se tornam sempre piores.

Um traço importante do diagnóstico de Furedi sobre a hegemonia da cultura da terapia na mídia e na educação é seu método de suspeita agressiva para com aqueles que recusam o fato que sempre algum diagnóstico psicopatológico cabe a eles. “Melhor”, como disse Furedi, confessar logo que é doente e se submeter. Isso hoje é o óbvio e ululante.

No caso específico de Freya India, ela aplica esses conceitos ao sofrimento das mulheres jovens, que estão muito mal, mas não perdem a pose de emancipadas.

Quando o governo é forte, o Judiciário passa a sofrer dominação e intimidação

A charge do Alpino | VEJA

Charge do Alpino (Notícias Yahoo)

Roberto Nascimento

Os Três Poderes não se entendem há muito tempo. Harmonia e Interdependência ficaram para o passado não tão remoto. Uma parte da culpa cabe ao Legislativo, empoderado pelas e emendas parlamentares.

É tanto dinheiro na mão deles, com quase nenhuma transparência, que até estão recusando o convite presidencial para os cargos de ministro, caso do líder do União Brasil, deputado maranhense Pedro Lucas, que recusou o Ministério das Comunicações, deixando Lula completamente constrangido.

LULA APÁTICO – O presidente não deveria ter lutado tanto para se eleger ao terceiro mandato. É visível a sua apatia para as funções de governo. Está enclausurado no Palácio, ou viajando pelo Brasil e pelo mundo, sem noção do que se passa nas ruas.

Muito triste. O Executivo virou refém do Legislativo. Nenhum governo consegue governar dessa maneira. Aliás, não é de hoje essa anomalia.

Sem maioria na Câmara, Jânio Quadros tentou a manobra da renúncia, lá nos idos de 1961, sonhando em ser ungido nos braços do povo, como aconteceu com Fidel Castro em Cuba. Não conseguiu.

STF SE AGIGANTA – Importante destacar que a Suprema Corte só age quando é provocada, nunca de Ofício.

A inércia e a omissão do Parlamento em votar leis do interesse do país, estimula o olho do furacão da crise que está assolando o Brasil.

Suas excelências, os deputados e senadores, só estão preocupados na manutenção das emendas parlamentares e com o projeto de anistia, para livrar da condenação os atuais réus da tentativa de golpe, podendo beneficiar também todos os parlamentares alvos de inquérito ou processo em andamento.

GOLPE FUTURO – Passar pano para quem planejou e financiou a tentativa de golpe, na prática estimula nova preparação de golpe mais adiante. A anistia que o saudoso presidente Juscelino Kubitschek concedeu as duas intentonas golpistas no seu governo, facilitou o golpe de 1964.

Na política atual, os Três Poderes não se entendem há muito tempo. Harmonia e Interdependência ficaram para o passado não tão remoto. Uma parte da culpa cabe ao Legislativo, empoderado pelas emendas parlamentares.

É tanto dinheiro na mão deles, com poica transparência, que estão até recusando cargos de ministro, como o líder do União Brasil, deputado Pedro Lucas, que recusou o Ministério das Comunicações, deixando Lula completamente constrangido.

LULA APÁTICO – O presidente não deveria ter lutado tanto para se eleger ao terceiro mandato. É visível a sua apatia para as funções de governo. Está enclausurado no Palácio ou viajando pelo país e pelo mundo, sem noção do que se passa nas ruas.

Muito triste. O Executivo virou refém do Legislativo. Nenhum governo consegue governar dessa maneira. Não é de hoje, essa anomalia, pois Jânio Quadros tentou a manobra da renúncia, para ser ungido nos braços do povo, como ocorreu com Fidel Castro em Cuba. Não conseguiu.

Atos Institucionais, censura, prisões, mortes, injustiça e controle do Judiciário e do Parlamento. Quem contestasse os generais era confinado, como ocorreu três vezes com o jornalista Hélio Fernandes.

CRISE MUNDIAL – O atual quadro dantesco de tentativas de controle das Supremas Cortes, não é um fenômeno do Brasil, trata-se de uma catarse mundial.

Na Turquia, o ditador Erdogan controla o Judiciário; na Hungria, o ditador Orban, também submete a Suprema Corte; na Venezuela, o ditador Maduro faz o mesmo; na Nicarágua, o ditador Ortega subjuga o Judiciário; em Israel, o premiê Netanyahu tenta fazer o mesmo.

Todas as autocracias do Oriente Médio controlam o Judiciário. E agora a maior democracia do mundo, os EUA, tem o presidente Trump sonhando em dominar a Suprema Corte, para ficar em igualdade com o ditador russo Putin e o ditador chinês Jinping. Portanto, está em curso no mundo a política de enfraquecimento do Judiciário, mas não podemos seguir essa moda irracional.

Entenda como Musk está inovando a arquitetura da guerra pós-moderna

Apoio à extrema direita é inaceitável', diz chanceler alemão sobre gesto  feito por Elon Musk - ICL Notícias

Musk conduz as pesquisas militares de última geração

Allan do Santos
Timeline

A fronteira entre o setor privado e a segurança nacional vem sendo erodida com rapidez alarmante. No centro dessa transformação está Elon Musk, figura que transcende o papel de empreendedor para ocupar, na prática, o de estrategista informal da nova arquitetura militar global.

Muito já se discutiu sobre seus feitos no campo da mobilidade elétrica ou da corrida espacial civil, mas é no tecido invisível da defesa — na infraestrutura crítica, nas redes de comunicação autônoma, na robótica e na inteligência preditiva — que Musk firma sua posição como ator-chave do poder bélico contemporâneo.

SISTEMA INOVADOR – A constelação de satélites Starshield, derivada do projeto Starlink, não é mais uma hipótese: ela já opera a serviço do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Capaz de oferecer comunicações criptografadas, sensoriamento remoto e suporte logístico orbital, o sistema transforma a própria geografia da guerra.

A supremacia aérea, durante décadas o eixo do domínio estratégico, está dando lugar à supremacia algorítmica e orbital, onde vencer significa antecipar, mapear, cortar o canal de comunicação do inimigo — sem lançar um único míssil.

Na retaguarda desses satélites, um supercomputador como o Dojo processa volumes colossais de dados para treinar redes neurais capazes de interpretar imagens, prever movimentos e propor soluções táticas em tempo real.

ANTECIPAÇÃO E COMANDO – Trata-se de uma infraestrutura de antecipação e comando, não de destruição direta. Mas sua eficácia pode ser mais devastadora do que qualquer bomba: ela reorganiza o tempo de guerra.

Ao lado disso, a Tesla desenvolve um robô humanoide chamado Optimus, ainda limitado, mas funcional. Inicialmente projetado para tarefas industriais, não é improvável que seja testado futuramente em ambientes de apoio militar — transporte de munições, patrulha de perímetro, reconhecimento em ambientes contaminados.

A guerra do futuro será disputada por sensores, não apenas por soldados.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL – Por fim, a fundação da X-AI completa o triângulo. Em um mundo onde a guerra da informação é tão decisiva quanto a física, controlar modelos de linguagem e algoritmos de narrativa é ter poder sobre a realidade.

Modelos de IA generativa serão capazes, em breve, de criar campanhas de influência direcionadas, alterar percepções em tempo real, interferir em eleições e acelerar guerras civis com algumas linhas de texto estrategicamente calculadas.

A pergunta essencial não é mais “se” essas ferramentas serão usadas militarmente, mas “quando” e “em que escala”.

PRAGMATISMO MILITAR – A questão moral sobre armamentos autônomos e guerra algorítmica se dissolve no pragmatismo das potências globais que disputam território, influência e narrativas.

Elon Musk não fabrica mísseis. Ele fabrica o meio pelo qual a guerra será vencida antes mesmo de começar. E o faz sob o manto do progresso civil, com contratos bilionários e apoio entusiástico de instituições públicas que, em tempos passados, teriam erguido barreiras diante de tamanha concentração de poder.

Esse cenário exige uma reflexão urgente — não apenas sobre a ética do uso de IA em conflitos armados, mas sobre o novo modelo de soberania que está sendo criado: tecnocracias privadas que negociam com Estados, influenciam exércitos e definem os termos da guerra. Elon Musk pode não ser um general, mas seus algoritmos já estão no campo de batalha.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Quando Mario Assis Causanilhas nos mandou um artigo de Allan dos Santos, foi uma surpresa. Trata-se de um jornalista de primeira, com um texto admirável e de profundidade. Agora, Causanilhas nos manda mais um artigo da melhor qualidade. E assim dá para entender por que os EUA consideram Allan dos Santos um exilado político, que nada tem de criador de fake news, e se recusam a extraditá-lo para satisfazer a sanha de Moraes.  (C.N.)