
Bandeira, um dos poetas mais amados do país
Paulo Peres
Poemas& Canções
O crítico literário e de arte, professor de literatura, tradutor e poeta Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (1866-1968), conhecido como Manuel Bandeira, no soneto “Desencanto”, diz que faz versos inspirados nas angústias do desamor.
DESENCANTO
Manuel Bandeira
Eu faço versos como quem chora
De desalento, de desencanto
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto
Meu verso é sangue, volúpia ardente
Tristeza esparsa, remorso vão
Dói-me nas veias amargo e quente
Cai gota à gota do coração.
E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca
Eu faço versos como quem morre.
Qualquer forma de amor vale a pena!!
Qualquer forma de amor vale amar!
Antes amar, perder, sofrer
De sonhos e fantasias viver
Do que ao fim da vida chegar
Sem ter um amor para recordar